Suíça aprova nova regra que pode inviabilizar o turismo de brasileiros 

Em reunião ocorrida hoje, o Conselho Federal Suíço decidiu que a partir da próxima segunda-feira (13) será necessário apresentar o Certificado de Covid Suíço para acessar restaurantes, atrações turísticas e culturais e eventos em ambientes fechados.

A razão para a mudança é a alta nas infeções do vírus da Covid-19, bem como da ocupação dos leitos de UTI. Com a chegada do Outono e do Inverno é também esperado que a situação piore.

Jungfrau é uma das atrações na Suíça que vão exigir o Certificado de Covid Suíço. Foto: Bianca Barbieri.

Por isso, a partir do dia 13 de setembro, todos com 16 anos de idade ou mais terão que apresentar o Certificado de Covid Suíço para acessar lugares fechados e atrações turísticas. É uma medida para evitar o fechamento destes locais.

O Certificado de Covid Suíço documenta que a pessoa já foi vacinada contra Covid-19, se teve a doença e se recuperou, ou se recentemente testou negativo para Covid-19.

O problema da nova medida é que somente os certificados emitidos por países da União Europeia são compatíveis para validação e obtenção do Certificado de Covid Suíço. Logo, neste momento, brasileiros que tenham sido imunizados fora da Europa (no Brasil, por exemplo) não poderão usar seu certificado de vacinação para validação na Suíça.

A solução é cara e praticamente inviabiliza viagens de turismo: realizar um teste de antígeno a cada 48h ou RT-PCR a cada 72h após a chegada na Suíça. Segundo o Escritório de Turismo da Suíça no Brasil, estes testes têm um custo aproximado de CHF 60 (cerca de R$ 350) para o de antígeno e CHF 150 (cerca de R$ 865) para o RT-PCR. O órgão comentou em sua página do Facebook:

Atualização em 10/9: Suíça vai oferecer testes gratuitos de covid para turistas. Além disso, de acordo com as autoridades, supermercados, hotéis, lojas, shoppings, transporte público e passeios em montanhas não exigirão o certificado. E também será possível retirar comida em restaurantes, por exemplo, sem o QR code. Já para se alimentar na parte interna de restaurantes e bares, ou visitar museus, teatros e atrações turísticas em ambientes fechados o certificado e, consequentemente, o teste, será exigido.

“Levantamos nossa preocupação junto ao Conselho Federal e estamos trabalhando em uma solução aceitável, que acreditamos poder ser encontrada nas próximas 2 a 3 semanas. Mas por enquanto, não há como evitar testes repetidos a partir de segunda-feira, 13 de setembro, pelo menos até domingo, 19 de setembro.”

“Na próxima quarta-feira, o Conselho Federal vai decidir como proceder com os certificados/comprovantes de vacinação de fora da UE. Ainda não se sabe ao certo como será, nem que tipo de vacinas serão aceitas. Muitas discussões estão ocorrendo agora em níveis diferentes, mas o resultado ainda é incerto.”

A medida tem validade até o dia 24 de janeiro de 2022, mas poderá ser revista a qualquer tempo se a situação epidemiológica melhorar. O certificado não é necessário para a conexão de voos na Suíca (lojas e restaurante na área de trânsito também permanecem acessíveis sem o certificado).

Turistas flagrados em lugares onde o certificado é obrigatório estão sujeitos a multa de CHF 100 e os estabelecimentos também podem ser multados e até fechados.

Sem entrar no mérito da medida, afinal não conhecemos os números e a situação da pandemia na Suíça, nos parece bastante preocupante que o país faça a reabertura para brasileiros e logo depois não tenha uma solução para aqueles que acreditaram na possibilidade e marcaram viagens para a Suíça.

Não é surpresa que existem nacionalidades que tiveram aplicação de vacinas ainda não aprovadas pela Agência de Medicamentos Europeia. Mesmo assim, essas pessoas não foram levadas em conta na adoção da nova medida, que limita muito a possibilidade de viagens a turismo.

Seguimos acompanhando a situação de perto e torcemos para que uma solução para validação do nosso certificado seja encontrada o mais brevemente possível.