Viagens 2 em 1: governo pressiona aéreas a facilitar acesso a stopover no Brasil
Viagens 2 em 1: governo pressiona aéreas a facilitar acesso a stopover no Brasil
Pouco divulgado – e procurado mais para viagens para o exterior -, o stopover nacional (ou as viagens “2 em 1”) está na mira do Ministério do Turismo (MTur) por conta da baixa utilização desde o seu lançamento, em 2023. A pasta do governo federal está em cima das companhias aéreas para que o serviço seja melhor estruturado e fique mais acessível à população.

“Apesar de haver o stopover, a gente vê que é pouco utilizado pelos turistas, não é de amplo conhecimento”, afirmou a coordenadora-geral de Mobilidade e Conectividade Turística da pasta, Izabella Guimarães, em audiência na Câmara dos Deputados nesta semana.
Atualmente, os sites de Azul e Latam deixam a desejar em termos de acessibilidade às viagens “2 em 1”. Das três empresas nacionais, o sistema de reserva de stopover da Azul foi o único que não funcionou em testes que fizemos ontem, enquanto o da Latam é um pouco burocrático e exige falar com um atendente por chat online. Por outro lado, o stopover na Gol tem o acesso mais rápido e simples.

Segundo a representante do MTur, há uma tentativa de trabalho com as companhias aéreas e com a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) para que o processo de compra de passagem com stopover nos sites de Azul, Gol e Latam seja revisado e melhorado.
“Há algumas dificuldades em alguns sites, que não estão bem estruturados. […] Estamos numa ‘fase 2’ de tentar ampliar o benefício para levar mais gente a utilizá-lo”, disse Izabella.
Stopover em viagens nacionais
Em 2023, o governo federal lançou o “Conheça o Brasil: Voando”, uma ação que tenta combinar recursos do governo federal e da iniciativa privada (Azul, Gol, Latam e, à época, Voepass) para desenvolver ações de estímulo de viagens no Brasil. Uma das ideias é o incentivo ao stopover (ou as viagens “2 em 1”) em território nacional.

Em resumo, o stopover doméstico funciona exatamente como o stopover internacional. O viajante emite, por exemplo, uma passagem aérea de Porto Alegre para Salvador com conexão em São Paulo. No entanto, em vez de apenas percorrer o aeroporto de um portão para o outro e seguir para o destino final, fica um ou mais dias para aproveitar a cidade de parada (no caso, a capital paulista).
Embora Azul, Gol e Latam tenham regras próprias, há alguns pontos de convergência. Em todos os casos, o passageiro deve retirar as bagagens (se tiver) na conexão e fazer o novo despacho dias depois. E o aeroporto de desembarque e embarque no ponto de parada deve ser o mesmo (lembre-se que São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, têm dois aeroportos).
Além disso, em todas as companhias é possível escolher se o stopover será na viagem de ida ou de retorno.

Por outro lado, em nenhum caso há a indicação de inclusão gratuita de hotel, alimentação ou qualquer outro produto ou serviço no stopover nacional. Toda a permanência na conexão fica por conta do passageiro!
Veja abaixo todos os detalhes de stopover nacional na Azul, Gol e Latam. As informações foram retiradas diretamente dos sites das companhias aéreas.
Stopover nacional na Azul (fora do ar)
Na Azul, o stopover nacional permite que o passageiro fique na cidade de conexão por até cinco dias sem custo adicional na tarifa. Atualmente, a companhia tem o programa mais amplo, com paradas longas permitidas em São Paulo, Brasília, Recife, Curitiba, Belo Horizonte, Belém, Porto Alegre e Florianópolis.

Não é tão intuitivo encontrar o stopover no site da Azul, já que a opção não aparece na caixa principal de buscas por passagens. Em vez disso, o passageiro precisa clicar no botão de “stopover” ao rolar a página inicial e, depois, clicar em “Reservar agora”. Isso levará o usuário a uma outra página, esta sim dedicada a reservas com stopover.
A Azul ressalta que quando escolher o aeroporto de ponto de stopover, o passageiro deverá embarcar novamente no mesmo aeroporto. Além disso, a bagagem despachada deverá ser retirada no ponto de parada escolhido durante a sua compra, e após o período de parada, despachá-la novamente ao reembarcar.
A taxa de embarque é aplicada para cada trecho individualmente, pois, no trecho comum, você vai utilizar os serviços do aeroporto de origem e, em seguida, vai utilizar os serviços do aeroporto do ponto de parada ao reembarcar.
Stopover da Azul fora do ar

Vale ressaltar um detalhe muito importante: nas simulações que fizemos na página de stopover da Azul, recebemos uma retorno de erro em todas as tentativas. Procuramos a companhia a respeito dessa falha, que deu a seguinte resposta:
“A Azul, em parceria com o Ministério do Turismo, aderiu ao protocolo que visa oferecer stopover em viagens pelo Brasil, com o objetivo de incentivar os viajantes a conhecerem novos destinos brasileiros. O serviço passa por ajustes sistêmicos a fim de melhorar a funcionalidade do produto e oferecer uma melhor experiência ao Cliente. Assim que as melhorias forem finalizadas, a Azul divulgará todos os detalhes”.
Stopover nacional na Gol
Na Gol, o programa de stopover é limitado a cinco noites em São Paulo (aeroportos de Congonhas, Guarulhos ou Viracopos) e três em Brasília e no Rio de Janeiro (aeroportos do Galeão e Santos Dumont). Segundo a empresa, o serviço não tem custo adicional na tarifa.

Ao contrário da Azul, a Gol tem um botão na caixa principal de buscas por passagens na página inicial de seu site. É a empresa com o processo mais simples. Veja abaixo o passo a passo:

- Faça a busca pelo seu voo e clique na opção “Adicionar stopover”;
- Escolha se deseja fazer a parada no trecho de ida ou no de volta;
- Depois, basta selecionar as datas e aeroportos de origem, destino e ponto de stopover;
- Ao selecionar o ponto de stopover, atente-se ao fato de que você deverá voltar a embarcar no mesmo aeroporto para seguir viagem até o destino final desse trecho. Ou seja, durante a sua parada é preciso desembarcar e embarcar de volta utilizando sempre o mesmo aeroporto.
Segundo a Gol, em viagens domésticas dentro do Brasil, o tempo mínimo de stopover é de oito horas. Já em viagens internacionais, a parada em Brasília ou Rio de Janeiro pode ser de 24 horas até três noites ou a parada em São Paulo pode ser de 24 horas até cinco noites.

O passageiro deve retirar a bagagem despachada no ponto de stopover e, após o período de parada, despachá-la novamente ao reembarcar. Caso queira adquirir bagagem adicional, é necessário comprar a peça adicional separadamente para cada trecho que envolve o stopover.
Em caso de alteração ou cancelamento, cada um dos trechos que envolvem o stopover ou demais trechos da reserva, terão aplicadas, independentemente, suas penalidades conforme a regra tarifária.
As reservas feitas com stopover não permitem o pagamento com milhas Smiles.
Stopover nacional na Latam
Na Latam, o stopover pode durar de um a três dias e é válido para São Paulo, Brasília, Fortaleza, Recife, Manaus, Curitiba ou Belém. Assim como Azul e Gol, a companhia também afirma não cobrar a mais pelo serviço.

No entanto, o procedimento da Latam envolve uma pequena peregrinação digital para obter o stopover. Segundo a companhia, o primeiro passo é fazer o acionamento no WhatsApp. Por lá, no teste que fiz, digitei “solicitar stopover”, o que retornou uma resposta automática com o seguinte passo a passo:

1. Acesse a Central de Ajuda no site da Latam;
2. Digite “Abertura de casos” no buscador;
3. Clique em “Abrir um caso”;
4. Selecione “Quero fazer uma solicitação” e escolha “problemas com a compra”;
5. Preencha seus dados e clique em “Continuar”.
Ou seja, você pode pular o WhatsApp e seguir diretamente para a Central de Ajuda no site da Latam.
Na tela inicial do chat, digite “solicitar stopover” novamente e aguarde a resposta de um atendente. No nosso teste, o processo funcionou direitinho e o atendimento foi excelente. O pagamento é feito apenas com cartão de crédito nacional (no meu caso, só faltou mesmo finalizar o pagamento do bilhete, mas fica para a próxima).

Caso o passageiro solicite o stopover após a compra da passagem, as devidas alterações serão feitas de acordo com as regras da tarifa, podendo gerar multas ou diferenças no valor, mesmo que a tarifa original permita o stopover sem custo adicional.
O formato 2 em 1 não está disponível para passagens resgatadas com pontos LATAM Pass.
Fique atento! Embora as três companhias aéreas digam que não há diferença na tarifa ao optar pelo stopover, em alguns casos pode haver alguma cobrança adicional. Por isso, avalie sempre se vale a pena escolher uma parada prolongada ou se é melhor continuar com a conexão “normal”.
Stopover também é ótima oportunidade em voos internacionais
Lisboa, Madri, Miami, Santiago, Doha… São muitas as cidades fora do Brasil onde é possível fazer um stopover quando se está em um voo internacional com conexão saindo do Brasil ou retornando.

Mas com tantas opções e com regras diferentes entre cada companhia aérea, muitas pessoas podem ficar perdidas ou em dúvida na hora de procurar passagens com a opção de uma paradinha de alguns dias.
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Já conhecia o serviço de stopover para voos domésticos? Já usou alguma vez? Como foi a experiência? Participe nos comentários!