A caminho de se tornar “empresa”, Smiles muda regra para perda de voos
A caminho de se tornar “empresa”, Smiles muda regra para perda de voos
Entre as várias medidas de recuperação financeira, a GOL planeja seguir o exemplo da concorrente TAM e transformar o Smiles em uma empresa independente, possibilitando inclusive a negociação de ações em bolsa de valores e facilitando as parcerias com outros segmentos para acúmulo e uso de milhas. Enquanto estuda a alteração, a companhia anunciou na última semana uma nova regra para a perda de voos (no show): a partir de agora quem não se apresentar no embarque perde suas milhas.
A medida, informada por e-mail aos associados, desagradou muitos leitores, que já estavam insatisfeitos com medidas nada populares, como o fechamento de salas VIP em aeroportos. Conforme a companhia, apenas as milhas de bilhetes emitidos antes de 01/05/2012, poderão ser reembolsadas em caso de não comparecimento sem o devido cancelamento da passagem, que pode ser feito mediante o pagamento de uma taxa.
As mudanças no Smile seguem o compasso dos cortes de gastos da GOL, que vê no programa de milhagem uma ótima saída para sua crise financeira. A Multiplus, por exemplo, criada a partir do TAM Fidelidade, obteve lucro líquido de R$ 61,6 milhões no primeiro trimestre deste ano – seu valor de mercado já é equivalente ao da própria TAM: R$ 6,45 bilhões de reais em comparação aos R$ 7 bilhões da companhia aérea.
Com o sucesso da empreitada a concorrente conseguiu roubar do Smiles o título de maior programa de milhas da América Latina, que portava desde a década de 90, ainda sob comando da Varig. Hoje, o Fidelidade soma quase 9 milhões de usuários enquanto o Smiles tem pouco mais de 8 milhões.
A GOL contratou a consultoria Boston Consulting Group no início do ano para fazer a reestruturação do programa de milhas – o estudo deve ficar pronto apenas na metade do ano que vem. Executivos da GOL afirmam que os dados definirão a viabilidade de se criar uma nova empresa com o Smiles – se é que existe dúvidas após o sucesso do Fidelidade.
Com informações dos sites InfoMoney e Exame e dica dos leitores Wallyson Cleibson, Rodrigo Cesar, Guilherme Vargas, Bruno Reis e Marina Perello.