Companhias aéreas alertam que chegada do 5G aos celulares pode gerar caos na aviação
Companhias aéreas alertam que chegada do 5G aos celulares pode gerar caos na aviação
Os diretores executivos das principais companhias aéreas dos Estados Unidos alertaram para uma possível crise “catastrófica” de aviação nos próximos dias. Isso porque a partir de hoje as operadoras de telefonia móvel AT&T e Verizon começam a usar um novo serviço de tecnologia 5G e, segundo as aéreas, essa mudança pode afetar diretamente a operação de um grande número de aviões pela interferência nos sistemas.
Sinal 5G perto dos aeroportos
A Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA, a Anac americana) alertou que possíveis interferências podem afetar instrumentos sensíveis do avião como altímetros, que ajudam na aproximação da pista na hora do pouso, e impactar em operações de baixa visibilidade.
O problema parece afetar especialmente o Boeing 777, um avião de longo alcance e fuselagem larga usado pela maioria das aéreas.
As companhias aéreas dos EUA, como a Southwest Airlines, American, Delta e United, alertaram que as diretrizes podem interromper até 4% dos voos diários.
No Brasil, a Latam disse que precisou retirar seu Boeing 777, com capacidade para 410 passageiros, de alguns voos programados entre Brasil e Estados Unidos. No lugar, a empresa vai usar o Boeing 787, que comporta 300 passageiros, na rota Guarulhos-Miami e o Boeing 767, com lotação de 221 pessoas, na rota Guarulhos-Nova York. “A Latam lamenta essa situação totalmente alheia à sua vontade e não está medindo esforços para comunicar diariamente a todos com a maior antecedência possível”, afirmou por meio de nota.
As companhias aéreas americanas pedem “que o 5G seja implementado em todos os lugares do país, exceto dentro da área de 3,2 km das pistas” em alguns aeroportos importantes.
Por outro lado, as operadoras Verizon e a AT&T argumentaram que o 5G é usado em cerca de 40 outros países sem problemas de interferência na aviação. Elas concordaram em criar zonas de amortecimento em torno de 50 aeroportos nos Estados Unidos, semelhantes aos usados na França, por seis meses para reduzir os riscos de interferência.
Em novembro do ano passado, a Anac comentou que “têm monitorado a faixa de 4200 – 4400 MHz para garantir a proteção do serviço de radionavegação aeronáutica. O uso da faixa em torno de 4GHz é acompanhado para que, se necessário, ações de mitigação a interferências sejam avaliadas”, diz em nota.
Com informações da Agência Reuters