Governo quer promover em setembro semana de promoções no estilo da Black Friday
Governo quer promover em setembro semana de promoções no estilo da Black Friday
O Governo Federal anunciou hoje que vai promover uma nova edição da Semana Brasil, uma campanha promocional de vendas do comércio no estilo da Black Friday. Em 2020, o evento deverá acontecer entre 3 e 13 de setembro. E a participação do setor de turismo é esperada nesta edição. Será que teremos boas promoções?
A expectativa do governo é de que o evento traga resultados favoráveis para a economia brasileira e ajude o comércio a se recuperar dos efeitos da pandemia de Covid-19.
Mas, antes de criar expectativas, vamos relembrar o que aconteceu em 2019. Vimos muito poucas promoções de viagens na Semana Brasil. Boa mesmo, não lembro de nenhuma! Houve pouca adesão nesse segmento. E, mesmo as empresas que participaram, não fizeram ações agressivas.
Um dos fatores que dificultam a adesão do setor de turismo a esse tipo de iniciativa é porque nele o comércio tem margens baixas. Não há espaço para agências bancarem promoções agressivas. Elas dependem, fundamentalmente, das companhias aéreas, dos hotéis e demais elos da cadeia para conseguir entregar uma ação que de fato tenha um desconto considerável para o consumidor. E, naturalmente, isso não é algo trivial.
Minha experiência mostra que as promoções de viagens acabam acontecendo muito mais pela necessidade e interesse do próprio setor privado, especialmente quando o ambiente competitivo se acentua (com a entrada de novas companhias aéreas ou lançamento de novas rotas e voos), ou quando há uma baixa ocupação e é preciso estimular a demanda. Tem também os erros de tarifa (que saudade de um bug!), que são raros, mais quando ocorrem rendem excelentes oportunidades.
Ou seja, a história mostra que não é a vontade do governo, nossa, ou de qualquer outra instituição que faz as coisas acontecerem… Fora que neste tipo de iniciativa o poder público não entra com nenhum incentivo tributário ou financeiro. Apenas com a indução e comunicação do evento.
Na Black Friday, por exemplo, depois de alguns anos de tropeço, o setor de turismo finalmente conseguiu se organizar para aproveitar o momento em que milhões de brasileiros receberam o 13° salário e estão ávidos para comprar viagens e outros produtos e serviços. Ainda assim, a grande maioria das ações é direcionada às rotas e destinos que estão com menor ocupação, ou períodos de baixa temporada, sem descontos generalizados.
Será que em 2020, em meio à pandemia, teremos um cenário diferente? Por um lado, a oferta de voos caiu drasticamente, estando ainda cerca de 70% abaixo do começo do ano. Por outro, as companhias aéreas e os hotéis precisam de caixa para sobreviver, e poderiam aproveitar o momento para tentar convencer os clientes a programarem suas viagens para os próximos meses, com boas ofertas.
No meio disso tudo, tem o consumidor, que pode ou não estar disposto a viajar durante a pandemia, ou precisará se arriscar planejando uma viagem para 2021 sem a certeza que haverá uma vacina eficaz disponível, ou que as fronteiras dos outros países estarão novamente liberadas para os brasileiros.
O que você acha? Comente e participe!