Voar é seguro! Estudos mostram que passageiro está mais protegido num avião do que num escritório ou supermercado
Voar é seguro! Estudos mostram que passageiro está mais protegido num avião do que num escritório ou supermercado
As três principais fabricantes de aeronaves do mundo, Airbus, Boeing e Embraer, juntamente com a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), divulgaram hoje estudos individuais que reforçam a eficiência da filtragem e renovação do ar nos aviões para reduzir o risco de transmissão de Covid-19. Aliadas a outras medidas de prevenção adotadas pela indústria, como o uso obrigatório de máscaras, a limpeza adicional das aeronaves e o distanciamento social nos aeroportos, os passageiros encontram hoje um ambiente muito seguro, mesmo num voo completamente lotado, disseram as empresas.
Os executivos da indústria destacaram que num avião a renovação do ar acontece 20 a 30 vezes por hora, a cada 2-3 minutos, com filtragem de mais de 99,9% de partículas, vírus e bactérias, incluindo o coronavírus. É quatro a seis vezes mais que num centro cirúrgico de um hospital, ou dez vezes mais do que um escritório ou shopping center.
Características e tecnologia das aeronaves aumentam proteção dos passageiros
De acordo com a IATA e as fabricantes, as características do projeto da aeronave adicionam uma camada adicional de proteção, contribuindo para a baixa incidência de transmissão em voo. Entre os elementos mais importantes, temos:
- Interações face a face são limitadas, pois os passageiros olham para a frente e se movimentam muito pouco;
- O encosto da poltrona atua como uma barreira física ao movimento do ar de uma fileira para outra;
- O fluxo de ar na horizontal é mínimo, já que o sistema de ventilação direciona o ar do teto em direção ao chão;
- A taxa de ar fresco que entra na cabine é muito alta, sendo que o ar é completamente renovado 20-30 vezes por hora;
- Os filtros HEPA atuam com mais de 99,9% de eficiência na remoção de vírus e bactérias.
Substituição de um filtro HEPA num avião da Emirates
Mesmo num voo lotado, os passageiros estão seguros
Além disso, por conta da tecnologia e design das cabines das aeronaves e da diferença de pressão do ar durante um voo, os estudos indicaram que com o uso de máscaras a distância entre passageiros sentados lado a lado seria equivalente a 2 metros caso estivessem num escritório ou restaurante, por exemplo, reduzindo muito o risco de contágio.
Nesse sentido, os fabricantes garantiram que mesmo num voo lotado de passageiros, se todas as medidas de prevenção forem tomadas, a tecnologia do avião é capaz de garantir um ambiente seguro e de baixo risco de transmissão de vírus e bactérias, incluindo a Covid-19.
O resultado de um dos estudos revelou que a exposição potencial à COVID-19 era menor entre passageiros sentados lado a lado em um avião do que quando estavam a dois metros de distância em um ambiente como um escritório, sala de aula ou supermercado.
As fabricantes também simularam pessoas tossindo ou espirrando, numa situação em que todos os passageiros utilizam máscaras. Dada a ação protetora da máscara de quem tossiu, da ação da gravidade, do fluxo de ar do avião e da máscara dos passageiros que estão próximos, o risco de contágio seria mínimo.
Uso de máscaras aumenta a segurança nos voos
Os especialistas destacaram que o uso de máscaras durante os voos é essencial para aumentar o nível de segurança e reduzir o risco de contágio, especialmente na eventualidade de alguém infectado tossir ou espirrar.
O resultado dos estudos corrobora com dados divulgados por algumas companhias aéreas e por instituições independentes de pesquisa, como a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Um estudo divulgado em setembro indicou que o uso universal de máscaras em aeronaves pode reduzir o risco de infecção por partículas respiratórias para menos de 1%. “O uso de máscaras faciais é fundamental em todo a jornada, desde a entrada no aeroporto para embarque até a saída no destino”, diz o relatório da universidade.
Poucos casos confirmados de transmissões de Covid-19 em aviões
De acordo com a IATA, o risco de um passageiro contrair Covid-19 a bordo é muito baixo. “Com apenas 44 casos potenciais identificados de transmissão relacionada ao voo entre 1,2 bilhão de viajantes, temos um caso para cada 27 milhões de viajantes. Reconhecemos que isso pode ser uma subestimativa, mas mesmo se 90% dos casos não fossem relatados, seria um caso para cada 2,7 milhões de viajantes. Além disso, a grande maioria dos casos publicados ocorreu antes que o uso de máscaras faciais a bordo se generalizasse”, destacou David Powell, conselheiro médico da associação.
Risco é muito baixo, mas não é nulo
Os pesquisadores destacaram que, apesar da aviação oferecer um ambiente extremamente seguro, conforme indicam os estudos, que qualquer atividade hoje oferece um risco, que pode ser maior ou menor conforme as medidas de prevenção são ou não seguidas. Por conta disso, nenhum negócio tem hoje condições de garantir um ambiente 100% seguro contra o coronavírus.
Quais são os momentos mais críticos em uma viagem?
No caso da aviação, os momentos críticos seriam o embarque e o desembarque, onde pode haver aglomerações, além do momento do serviço de bordo em voos de longa duração, quando os passageiros retiram as máscaras para comer. Nos voos domésticos no Brasil, por exemplo, por recomendação da Anvisa as companhias aéreas estão entregando o lanche apenas na saída do avião, além de fiscalizar o processo de desembarque, que está sendo feito fileira a fileira. Essas medidas reduzem ainda mais o risco de transmissão da Covid-19 por um eventual infectado.
Mais informações sobre os estudos
Mais informações sobre os estudos no site da IATA (disponível apenas em inglês). Você pode conferir também as apresentações completas da Airbus, Boeing, Embraer e da IATA (também em inglês).
Participaram da conferência virtual realizada hoje o Dr. David Powell (Conselheiro Médico da IATA), Bruno Fargeon (Engenheiro da Airbus), Dan Freeman (Diretor de Engenharia da Boeing) e Luis Carlos Alfonso (Vice-Presidente de Engenharia, Tecnologia e Estratégia da Embraer).
E você, com base nessas informações, sente confiança em voar durante a pandemia? Já viajou ou prefere esperar uma vacina? Comente e participe.
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