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Roteiro na África do Sul: 28 dias entre safáris, praias e vinícolas – segunda parte

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31/01/2019 às 11:00

Roteiro na África do Sul: 28 dias entre safáris, praias e vinícolas – segunda parte

Que tal fazer uma viagem dos sonhos para a África do Sul? Nosso leitor André Araújo viajou por quase um mês pelo país, compartilhando com a gente um roteiro com várias dicas, entre safáris, praias e vinícolas — leia a primeira parte!

Confira agora segunda e última parte dessa super viagem!

Dia 13 – Knysna

Dia de conhecer a famosa Knysna, seguimos para a nossa morada pelos próximos 2 dias, o Waterfront-lodge, uma mansão com inúmeros quartos localizados em frente a lagoa de Knysna.

Logo deixamos as nossas coisas e fomos fazer um passeio de barco super radical, o Marine-eco-tour, um barco de alta velocidade que parece saltar sobre as ondas, durante o passeio é possível ver inúmeros animais, nós vimos muitas focas nadando tranquilamente, em algumas épocas do ano é possível ver tubarões e também baleias.

Após o passeio, fomos almoçar no Butterfly Blu, um restaurante sofisticado de frente para o mar. Quando eu entrei logo temi pelos gastos, mas ao olhar o cardápio não era caro, os preços estavam dentro da média.

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Dia 14 – Knysna

Dia de conhecer mais a cidade, e fomos visitar o Knysna Heads Viewpoint, na verdade são vários mirantes de onde se tem uma bela vista para o mar da cidade, e o melhor, é gratuito. Em seguida fomos conhecer a famosa marina de Knysna, andamos por alguns shoppings e eu fiz uma caminhada ao longo da lagoa.

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É uma cidade bonita e que vale a pena visitar, principalmente pra quem gosta de frutos do mar, que é o carro chefe da cidade.

 

Dia 15 – Oudtshoorn

Dia de deixar não somente a cidade mas também a Rota Jardim e seguir sentido Norte em direção ao nosso próximo destino: Oudtshoorn.

Localizado a 120 km de Knysna, conhecida como a capital mundial do avestruz, a ave é sem sombra de dúvida a base da economia do lugar, além disso Oudtshoorn pode ser considerado o local mais exótico também, pois sua região semi-desértica, com vegetação rasteira, com ares de velho oeste, faz com que os dias seja quentes e as noites frias, mas nem por isso a cidade perde o seu encanto.

Dessa vez a nossa acomodação seria exótica e inusitada, uma tenda Africamps com todo luxo e conforto (e ótimo preço) na aridez sul-africana.

Com capacidade para 5 pessoas, a tenda Africamps era uma casa completa, com cozinha e sala com lareira, ar condicionado/aquecedor, 2 quartos e wc com chuveiro quente. A cama possuía uma manta elétrica que aquecia nas noites frias, e em frente à tenda um deck com vista para um tranquilo lago onde viviam alguns antílopes.

Uma experiência de fato inusitada.

Deixamos as bagagens e fomos almoçar e fazer uma degustação de vinho no Karuza, acabamos comendo uma pizza de carne de avestruz e fazendo uma degustação de 5 vinhos, a conta foi bem barata, aliás Oudtshoorn revelou-se como um dos destinos mais baratos ao longo de toda a viagem na África do Sul.

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Dia 16 – Oudtshoorn

Acordamos cedo, antes das 7 horas, manhã fria, algo comum na África do Sul, trocamos de roupa e fomos esperar o jeep 4×4 para fazer um safári para conhecer o território dos suricatos. Localizado a poucos km das tendas. Durante o trajeto, o guia nos entregou mantas pra atenuar o frio e após alguns minutos entramos na reserva particular e já avistamos logo de cara avestruzes, girafas e zebras.

O guia estaciona o jeep em uma área elevada e ali mesmo prepara um simples café da manhã em cima do capô do carro, sob os olhares curiosos das girafas ao longe.

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Café tomado, seguimos rumo à área onde os suricatos vivem, eles adoram sol mas neste dia apesar de haver um tímido sol, eles não se arriscaram a sair da toca, mesmo assim foi um passeio muito legal por vários motivos: é muito mais interessante fazer um safári em um jeep 4×4 do que em um automóvel comum, tivemos a chance de ver diversos animais, além dos suricatos, as reservas são áreas preservadas que esbanjam beleza e vida selvagem.

Fim do tour e embarcamos em outro, dessa vez em uma van para ver uma fazenda de avestruz que exporta as big aves para o mundo todo. Tivemos a chance de aprender bastante sobre elas – que não são tão dóceis assim -, mas fiz questão de levar uma bicada no dedo e posso garantir que não dói.

Depois voltamos para a tenda, onde tomei um vinho no deck admirando aquela bela paisagem das montanhas bronzeadas pela luz do sol no fim de tarde.

Dia 17 – Montagu

Dia de check-out e na África do Sul, como eu disse, é às 10h. Deixei a tenda com vontade de ficar mais dias, mas enfim, a viagem tem que seguir. Antes de deixar a cidade, fizemos o Safari Ostrich (Safari de Avestruz), um passeio muito divertido onde temos a chance de alimentar os avestruzes, aprender mais ainda sobre eles e por fim subir em uma espécie de vagão com diversos assentos que é puxado por um trator.

Em seguida, entramos no recinto das aves, que curiosas, logo se aproximam do trator, dessa forma temos a chance de ficar ao lado delas a poucos centímetros de distância por alguns momentos. Um passeio que realmente agrada a todas as idades.

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Fim do passeio e seguimos para a próxima cidade, Montagu, tida como a cidade mais segura da África do Sul. O lugar é pequeno e cercado por montanhas, mas ainda assim uma região bonita e interessante e que vale a pena a visita.

Dia 18 – Franschhoek

Dia de arrumar mala e pegar a estrada novamente e dessa vez o nosso destino é uma pequena cidade de colonização francesa chamada Franschhoek. Apesar da colonização, o idioma francês não é muito popular lá, se mantendo mais nos nomes de algumas ruas principais.

Nosso chalé ficava a 10 minutos do centro da cidade, até por que se hospedar no centro não é muito barato, e era muito charmoso o local, com zebras e antílopes no jardim e uma varanda com uma vista relaxante. Dia de curtir o chalé por que no dia seguinte teríamos que acordar cedo para fazer um popular passeio.

Dia 19 – Franschhoek

Dia de acordar cedo até porque o passeio começa às 10h. Fomos visitar diversas vinícolas na cidade a bordo de um ônibus e bonde. O Wine Tram funciona da seguinte forma: turistas embarcam em um ônibus que leva por diversas vinícolas, e as pessoas decidem se querem descer e visitar o local ou permanecer no bus e visitar a vinícola seguinte.

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O bus passa a cada 1 hora em cada vinícola para pegar os turistas que optaram por visitar X ou Y vinícola, as rotas são diferenciadas por cores, cada cor corresponde a uma rota específica, com um número X de visitas às vinícolas, em algumas delas, o ônibus é substituído por um velho e estiloso bonde. Vale super a pena!

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As degustações não estão incluídas no valor do passeio, sendo pagas à parte, mesmo assim para quem gosta de apreciar um bom vinho, é o passeio ideal.

Eu optei pela rota vermelha e gostei muito, principalmente as vinícolas Leopard’s Leap, Grand Provence e uma outra cujo o nome eu não me recordo agora.

Dia 20 – Stellenbosch

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De Franschhoek para Stellenbosch é muito perto, mas a cidade está longe de ser tão interessante como a anterior dos vinhos. Possui uma bela universidade que atrai estudantes de todo o país, mas confesso que não me chamou tanta atenção assim, tanto que ficamos apenas uma noite.

roteiro africa do sulDe certa forma Stellenbosch foi a cidade mais “democrática” que eu presenciei durante toda a minha viagem, isto é, pude ver no comércio em geral brancos e negros trabalhando juntos, algo que eu praticamente não vi nos outros lugares.

Também vi grupos de amigos de etnias diferentes, acho que o fato de ter uma universidade na cidade contribui bastante em relação a essa interação étnica e isso é muito importante, principalmente em um país que viveu momentos tenebrosos durante o regime do Apartheid.

Dia 21 – Cidade do Cabo

Chegada à famosa Cidade do Cabo, o trânsito estava ruim, o frio parecia ter chegado na cidade na companhia de alguns pingos de chuva. Mesmo assim saí para conhecer os arredores, já que eu estava pertinho do Green Point mas confesso que nada me chamou atenção.

Visitamos o conhecido shopping ou diria o complexo turístico V&A Waterfront, e o local impressiona, possui uma bela estrutura junto a baía, com lojas, galpões, uma infinidade de restaurantes, museus, etc. É realmente um passeio obrigatório.

Dia 22 – Cidade do Cabo

Dia de chuva na cidade e decidimos voltar ao V&A Waterfront. Além disso, fomos também ao aquário Dois Oceanos localizado no local e considerado um dos melhores do mundo.

De fato impressiona, é grande, tem uma variedade de animais marinhos inclusive tubarões. Foi uma experiência bacana e certamente as crianças curtem mais ainda. Nos arredores, um galpão repleto de stands de comida local, sendo uma ótima pedida pra quem quer provar a culinária sul-africana e por um bom preço.

Dia 23 – Cidade do Cabo

Dia de visitar a cidade, mas dessa vez a bordo do City Sightseeing hop on hop off, o tradicional ônibus vermelho de 2 andares que circula pela cidade e o turista pode descer nos pontos indicados e pegar o próximo, tendo duas rotas.

O bus passa pela rota turística da cidade, abrangendo o V&A Waterfront e também as praias. A outra rota vai para os locais mais distantes como Hout Bay e outros, vale super a pena e alguns tickets são para 2 dias e inclui um passeio de barco no Waterfront também.

Dia 24 – Cidade do Cabo

Mais um dia na Cidade do Cabo, tempo instável e confesso que não achei a cidade tão bela assim como nas fotos e imagens da TV, fiquei um pouco decepcionado, devo admitir. Mas fomos conhecer os atrativos da cidade e dessa vez fui fazer o passeio de barco para ver as focas em Hout Bay e também a famosa Table Mountain, que está para Cidade do Cabo assim como o Pão de Açúcar está para o Rio de Janeiro.

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O passeio na Montanha da Mesa é bem interessante, porém venta bastante mas ainda assim é bacana para admirar a paisagem, talvez se o dia estivesse ensolarado teria sido mais bonito.

De lá seguimos para o museu District Six, que mostra através de fotos e áudios como era o antigo bairro habitado por negros que foram cruelmente expulsos pelos brancos devido ao Apartheid. Não é um museu muito interessante, principalmente para aqueles que desconhecem a história do bairro, de todo modo, possui um grande acervo.

Dia 25 – Cidade do Cabo

Mais um dia na cinzenta Cidade do Cabo, os moradores vibravam com a chuva após uma escassez de água que já durava meses. Noto nas ruas muitos pedintes e mendigos, uma situação parecida com a que presenciamos em grandes cidades como Rio e São Paulo.

Retornamos a Hout Bay para fazer um passeio de barco para ver as focas de perto, porém devido às condições climáticas, não foi possível ir até um local específico, ainda assim, o passeio de barco foi divertido e muito barato.

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Na volta, dirigimos ao longo da Chapman’s Peak, uma estrada a beira mar paradisíaca incrustada na rocha. O visual compensa o pedágio, porque o lugar é realmente muito bonito.

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Dia 26 – Cidade do Cabo

Ainda na cinzenta Cidade do Cabo, tiramos o dia para visitar o famoso Cabo da Boa Esperança, que eu poderia chamar de Cabo da “Decepção”. O lugar é longe, venta absurdamente e tem umas paisagens interessantes mas nada que compense o deslocamento (na minha opinião pessoal). Além disso a entrada não é muito barata.

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Cabo da Boa Esperança

De lá, seguimos para duas vinícolas cujo os nomes eu não me recordo mas eram bem interessantes e tinham bons preços, principalmente por que elas eram bastante sofisticadas.

Dia 27 – Cidade do Cabo

Só no final da viagem é que o sol quis aparecer na Cidade do Cabo, dessa forma visitamos algumas praias conhecidas da região como Camps Bay e arredores. São praias bonitas, comércio abundante e muitas mansões milionárias nas colinas.

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A diferença social é gritante, há casas enormes e belíssimas e favelas grandes com barracos de madeira, muitos moradores de rua nos sinais de trânsito em meio a automóveis reluzentes, essa discrepância social é muito evidente em cidades maiores como “Joburg” e a própria Cidade do Cabo.

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Para encerrar o último dia livre na cidade, afinal, no dia seguinte já seria a data de partida, pegamos novamente os tradicionais ônibus hop on hop off e visitamos a outra rota que se destina ao vinhos ou ao menos a região onde a maioria das vinícolas encontra-se.

Dia 28 – Cidade do Cabo (Fim da Viagem)

No último dia de viagem, fizemos um passeio pela manhã e início da tarde, pois o voo com destino a Joanesburgo só ocorreria à noite. Após o check out no hotel Bay Flowers Guest House (ótima localização e atendimento impecável), fui fazer o passeio de tobogã em Bellville.

O tobogã chamado Cool Runnings é um passeio divertido para quem curte velocidade ou mesmo que queira sair da mesmice, tendo em vista que não é um passeio popular entre os turistas que visitam a cidade, até porque eles desconhecem tal atração.

Consiste em sentar-se em um trenó com uma alavanca de freio, em seguida ele sobe até um ponto específico, de onde todos partirão em alta velocidade. Não sei exatamente a velocidade máxima mas posso dizer que o “treco” desliza facilmente igual no antigo filme “Jamaica abaixo de zero”. O freio serve para reduzir a velocidade adquirida na descida sinuosa do trajeto, porém jamais devemos puxá-lo subitamente, caso contrário, voará pelos ares.

Achei estranho duas coisas: não há uso de capacetes e havia crianças indo sozinhas no trenó. Em uma das ocasiões eu soltei o freio e com a velocidade do trenó acabei trombando com uma criança que estava em um trenó na minha frente.

Após o passeio, fomos em uma vinícola nas proximidades de Bellville para almoçar, porém ao chegar lá, havia uma degustação de vinho super barato e aí não resisti e bebi… muito.

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Da vinícola seguimos para o aeroporto de Cape Town, onde pegamos um voo de uma companhia low cost para Joanesburgo, onde pernoitamos em um hostel para no dia seguinte de manhã cedo pegar o voo internacional com destino a São Paulo.

Foram 28 dias incríveis, onde aprendi bastante sobre a cultura sul-africana, onde vi também inúmeras semelhanças com o Brasil, principalmente em termos de desigualdade social, mas também vi lugares belíssimos, pessoas amáveis e um sentimento de um dia retornar.

Dicas da África do Sul

– Aqueles que preferem o campo ou mesmo cidades menores, recomendo visitar (ou melhor ficar por alguns dias) no The Crags, Oudtshoorn e Storms River. De todo modo, o The Crags foi a minha região favorita devido à natureza abundante e os santuários de animais, para quem gosta de animais é o local perfeito.

– Aqueles que preferem grandes cidades, melhor ficar em lugares como a Cidade do Cabo e Joanesburgo, pois são cidades que possuem diversas atrações, porém urbanas.

– As cidades menores são mais baratas do que as grandes metrópoles.

– Evite os meses de Junho, Julho e Agosto, apesar de ser baixa temporada, é inverno na África do Sul, ou seja frio e muito chuvoso.

– Em linhas gerais, eu gostei muito mais das cidadezinhas pequenas, mesmo aquelas com poucas atrações, são belas e possuem um clima interiorano. Já a Cidade do Cabo foi de certa forma um pouco decepcionante para mim, em todos os sentidos, mas isto é uma opinião particular.

– O Kragga Kamma é o parque de vida selvagem mais barato para fazer safari e se hospedar, apesar de não ter leões, elefantes e outros animais, ainda assim a relação custo x benefício compensa.

– O Addo Elephant Park é também uma ótima opção para fazer safari e está perto da Rota Jardim, além disso é mais barato que o Kruger Park.

– As acomodações na África do Sul são excelentes e baratas, mesmo nas regiões menores, há hotéis e guesthouses com preços excelentes, porém esteja atento porque várias delas são self-catering, ou seja, sem refeições incluídas.

– Evite locais que exploram animais para fins lucrativos, tais como segurar no colo um filhote de leão ou mesmo andar em cima de um elefante. Estes locais visam somente dinheiro e não estão preocupados com o bem estar dos animais, que deveria ser algo primordial.

– Visite santuários de animais, pois como o nome já diz, estes locais não possuem fins lucrativos, priorizando somente a qualidade de vida do animal resgatado. Apoie o turismo sustentável!


Uau, que aventura! Agradecemos ao André pelas dicas! E você, fez uma viagem inesquecível e quer compartilhar com a gente? Envie seu texto e fotos para convidado@melhoresdestinos.com.br!

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