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Caminho Peabiru: antiga rota indígena de São Paulo até o Peru pode se tornar nova atração turística

Duda Machado
28/06/2024 às 8:14

Caminho Peabiru: antiga rota indígena de São Paulo até o Peru pode se tornar nova atração turística

O Governo de São Paulo assinou na semana passada um protocolo de intenções com a Associação Dakila Pesquisas para o desenvolvimento do Caminho Peabiru – rota transcontinental indígena criada antes da colonização dos europeus, que ligava o oceano Atlântico ao Pacífico. A partir da assinatura, o Estado e a associação mapearão as informações culturais e científicas; a fim de criar uma rota turística, incluindo atrações históricas, de aventuras e turismo de contemplação.

Estima-se que a extensão do Peabiru em São Paulo seja de aproximadamente 5 mil quilômetros, contando com os ramais, passando por aproximadamente 25 cidades.

Os Caminhos do Peabiru são um conjunto de trilhas criadas há milhares de anos, que ligam o Oceano Atlântico ao Pacífico, passando por São Paulo, Paraná até o Peru. No Brasil, a antiga rota composta por uma rede de trilhas com atrações carregadas de histórias e belezas naturais foi utilizada por diversas etnias indígenas, entre elas guaranis e kaingangs.

Estudos indicam que, no estado paulista, o caminho saía de São Vicente, no litoral paulista, cruzava a cidade de São Paulo, inclusive no centro histórico da capital, passava pelas regiões de Sorocaba, chegava na região da Cuesta de Botucatu pelo Rio Tietê, cruzava a encosta da Cuesta, passando por belas florestas e riachos, até as místicas três pedras e o Gigante adormecido, e chegava no Rio Paranapanema, seguia rumo ao estado do Paraná, penetrava no Chaco paraguaio, atravessava a Bolívia, ultrapassava os Andes e alcançava o Peru e a costa do Pacífico, dirigindo-se para a Europa.

O Caminho do Peabiru se conecta com as regiões de Cananeia, em direção ao Paraná, e dali passa pelo litoral catarinense até o Rio Itapocu, em Barra Velha, sobe por Jaraguá do Sul, Corupá, passando pelo interior paranaense, Foz do Iguaçu, Paraguai até chegar às atuais áreas da Bolívia e Peru, antigo território do império Inca.

“Além de ter sido construída seguindo a malha magnética do planeta, é praticamente um mapa para ser visto de cima, onde as avenidas mais largas, assim como os ramais, chegavam diretamente às várias construções conhecidas hoje como os fortes estrela. Foram catalogados mais de 2.700 fortes neste formato em todos os continentes”, esclarece Urandir Fernandes de Oliveira, presidente da Associação Dakila Pesquisas.

Historicamente, esta rota transcontinental também era utilizada de forma religiosa, com objetivo de seguir o trajeto do sol, sob a orientação da Via Láctea. Mais tarde, a trilha foi adotada pelos europeus em busca de ouro e prata, tendo uma grande importância para a colonização do sul do país, pois permitia o acesso a diversos lugares por terra. Por meio de estudos recentes, soube-se que as trilhas do caminho do Peabiru atravessaram o oceano, chegando até o Monte Nemrut, na Turquia.

Se o projeto for posto em prática, essa será um incrível opção de expedição para os apaixonados por esse tipo de turismo ecológico e histórico!


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