Especial: Roadtripping nos Estados Unidos 6 – Diversão, New Orleans e a vontade de ficar lá
Especial: Roadtripping nos Estados Unidos 6 – Diversão, New Orleans e a vontade de ficar lá
A viagem da jornalista Isabela Rios prossegue pelos Estados Unidos com novo estado e nova trilha sonora. O Alabama cede lugar a Louisiana e o jazz toma o lugar do country. Em New Orleans, ela se depara com uma cidade alegre, vibrante e festiva que soube se reerguer após a tragédia causada pelo furacão Katrina. Acompanhe:
Junte uma cultura marcada por diversas influências e um território pantanoso com trechos abaixo do nível do mar a uma gastronomia exótica. Agora some tudo isso a um clima sujeito a fortes chuvas e furacões. Esta é a Louisiana, um estado muito diferente do resto do país.
O cenário, ainda viajando pela I-65, é um contraste: de um lado, pessoas com poucos recursos vivendo em meio a alagamentos; do outro, as modernas e impecáveis estradas com suas pontes suspensas sobre o pantanal, onde muitas vezes dirigimos quilômetros sem ver um retorno ou sinal de civilização. Uma dica de turismo que não tivemos a oportunidade (leia-se: tempo) de fazer são os passeios de barco entre os swamps, os pantanos da região.
Foram pouco mais de 480 km até a ponte que cruza o famoso Lake Pontchartrain, apesar do nome, não é um lago e sim uma laguna, por não ser totalmente cercada por terra, ligada ao Golfo do México. A ponte que cruzamos para chegar a New Orleans é uma atração em si. Apoiada em mais de 6 mil pilares de concreto assentados no fundo do lago, que tem uma profundidade média de apenas 4 metros, a Pontchartrain Causeway tem 38.422 metros de extensão.
Katrina e o French Quarter
O primeiro pensamento que me veio à cabeça ao falar sobre New Orleans foi o furação Katrina, em 2005. Muitos dizem que a catástrofe estava pronta para acontecer. A cidade foi construída abaixo do nível do mar, espremida entre o rio Mississipi e o grande Lago Pontchartrain, em uma área frequentemente atingida por furacões e protegida das águas por diques que se mostraram incapazes de resistir ao Katrina. Após a tragédia, que causou a evacuação de mais de um milhão de pessoas, alguns políticos defenderam a ideia de esquecer New Orleans, pois nada deveria ser novamente construído num local de condições naturais tão adversas. Mas mesmo com a grande deficiência do sistema de assistência social aos atingidos na região, e para a sorte de todo turista, a cidade foi reconstruída e ocupou o topo na minha lista de lugares para visitar novamente.
Após uma volta de carro pela cidade paramos no French Quarter. Mesmo com as expedições inglesas e espanholas, os franceses foram os maiores influenciadores na cultura do estado da Louisiana. New Orleans recebeu o nome original em 1718, Nouvelle Orleans, em homenagem ao duque Philippe da cidade de Orleans, na França. Por essa razão o bairro conhecido como French Quarter não parece com nenhuma cidade americana que já visitei. A área de 6 por 13 quadras, bem no centro, é o coração da vida musical, intelectual e noturna na cidade.
O charme do lugar chama a atenção com suas ruazinhas com prédios antigos, balcões de ferro trabalhado, sobrados históricos, bares, restaurantes e casas de jogo. Nossa caminhada começou pelo Jackson Square, uma pracinha lotada de músicos, mímicos, cartomantes, estátuas humanas, mímicos e vendedores de passeios turísticos. O lugar foi inspirado no Place des Vosges, em Paris.
Lugar para almoçar não falta. Entre todas as dicas que recebemos antes da viagem, um pouco de jazz (música oficial do lugar) a céu aberto, para aproveitar os 28 graus em pleno inverno, foi a nossa escolha. Resolvemos gastar um pouquinho mais de dinheiro e conhecemos o The Court of Two Sisters (613 Royal St.). O brunch saiu por 30 dólares para cada, com bebida.
Uma diversão à parte é andar pelas ruas do French Quarter. Muitos turistas e moradores misturados, restaurantes e bares lotados, música em todas as esquinas dividindo-se entre pop e muito jazz. Não deixe de dar uma parada no Pat O’Brien’s (718 St. Peter) e experimentar a famosa bebida Hurricane ($8).
Festa e diversão
Para os americanos, sinônimo de New Orleans é diversão. Seja pelo seu famoso Carnaval, Mardi Gras, ou pelo fato de ser um dos poucos lugares do país onde o consumo de álcool nas ruas é liberado, o que ouvi pelas ruas é que New Orleans tem um clima constante de festa. Eu confirmo, e olha que meu tempo lá foi em um domingo à tarde. Lembranças boas para levar para casa são as máscaras e os colares típicos do Mardi Gras que podem ser encontradas em várias lojinhas pelas ruas com preços variados. Dê aquela choradinha, se insistir leva com preço menor.
Vale também a visita ao Woldenberg Park, na beira do Mississipi. Percorrer o rio de barco é um dos principais passeios turísticos. O Creole Queen é movido a pás, conservando as características das antigas embarcações, e possui diversos roteiros e preços. Confira o site para mais informações (https://www.creolequeen.com/mississippi-river-cruises.html).
Para terminar o dia, uma passada no French Market– um tradicional mercado com diversos cafés, restaurantes e lojinhas. Obrigação? Vá ao charmoso Cafe Du Monde (800 Decatur Street) e experimente os Beignets avec Café au Lait, uma delícia.
Quando deu a hora de voltar para a estrada já comecei uma lista do que fazer na próxima vez que visitar a cidade: New Orleans Museum Of Art, Saint Louis Cathedral, New Orleans Jazz National Historic Park, Garden District, embarcar em uma das carruagens no Jackson Square, e me deliciar com os frutos do mar, sem contar um dia que será totalmente dedicado a pular de restaurante em restaurante e bar em bar no French Quarter.
No caminho para a estrada nos afastamos dos bairros históricos e também encontramos modernidade em New Orleans com prédios altos e restaurantes chiques, então lembrei: ainda estamos nos Estados Unidos! Próxima parada: Texas!
Não deixe de ler os posts seguintes desta incrível viagem. Perdeu os textos anteriores? Leia os posts sobre os preparativos da viagem, Washington, Charlotte, Atlanta e Alabama.