Parisienses querem recuperar rio escondido há mais de um século no subsolo da cidade
Parisienses querem recuperar rio escondido há mais de um século no subsolo da cidade
Quem já esteve em Paris certamente deve ter boas lembranças de passeios pelas margens do Rio Sena, um dos mais belos cenários da capital francesa. E não deve nem imaginar que provavelmente caminhou sobre outro rio parisiense, enterrado no subsolo da cidade há mais de um século – e que, se depender da vontade dos parisienses, deverá ser trazido de volta à vista ao longo dos próximos anos.
O Rio Bièvre é o único afluente do Sena e, desde o século 14, foi importantíssimo para a indústria de curtumes, além de açougues e moinhos localizados ao longo de suas margens. No entanto, devido à poluição e ao mau cheiro, no início do século passado decidiu-se que o melhor seria enterrá-lo, desviando suas águas para a rede de esgoto de Paris.
Desde então, o Bièvre divide-se em duas partes: uma aberta, ao ar livre, correndo nos subúrbios ao sul de Paris antes de ingressar pelos encanamentos da região metropolitana, a segunda parte, subterrânea, da qual as únicas lembranças são algumas placas no nível da rua trançando o antigo curso do rio.
Foi somente nas últimas duas décadas que ambientalistas, especialistas e parisienses se reuniram em conselhos locais, sugerindo projetos para trazer o Rio Bièvre de volta à luz do dia. Agora foi aberto um estudo de viabilidade para um projeto de revitalização do rio, que tem custo estimado em 50 milhões de euros (mais de R$ 300 milhões).
“Vamos estudar como reabrir vários trechos em Paris, especialmente nos parques e jardins que seguem o caminho histórico do Bièvre, um percurso de cerca de seis quilômetros no total”, afirmou o chefe de ecologia da prefeitura de Paris, Dan Lert, à agência Efe.
A montagem a seguir traz uma das ruas por baixo das quais o Bièvre passa. Na imagem um, como é hoje, com o rio escondido no subsolo. E na segunda figura, como seria após o projeto de revitalização e exposição do rio:
Paris está, aos poucos, fazendo as pazes com o seu meio ambiente urbano e este é mais um dos projetos de transformação ecológica da cidade. Recentemente foi anunciado um projeto de mais de R$ 1,6 bilhões de reais que irá transformar toda a avenida Champs Élysées em um extenso jardim, com menos faixas para carros e mais espaços verdes para pedestres.
E você? O que achou da novidade de trazer o Bièvre de volta à luz do dia? Conhece outras cidades brasileiras ou do exterior que também têm rios que correm por túneis subterrâneos? Participe nos comentários!