Como é viajar para os Estados Unidos após cumprir quarentena no México?
Como é viajar para os Estados Unidos após cumprir quarentena no México?
Brasileiros podem viajar para os Estados Unidos, mas não é tão simples quanto antes da pandemia. Atualmente, é necessário cumprir quarentena de 14 dias em outro país sem restrições antes de embarcar para os EUA. Fazer quarentena no México para viajar aos Estados Unidos é uma opção cada vez mais procurada pelos brasileiros que precisam ir ao país. Mas a falta de informações ainda causam muitas dúvidas. Nosso leitor Alexander Laska recentemente passou por essa experiência e compartilhou como estão os procedimentos atuais de imigração no México e nos Estados Unidos, a exigência do exame PCR de Covid-19 e todos os detalhes, confira!
Mas vale lembrar: ainda não é hora de viajar a turismo! As dicas e informações abaixo são voltadas para os brasileiros com viagens imprescindíveis aos Estados Unidos.
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Quarentena no México para entrar nos Estados Unidos
Meu nome é Alexander, acabei de chegar aos Estados Unidos após cumprir quarentena no México. Não sou blogueiro nem nada, mas gostaria de compartilhar com vocês minha experiência.
Minha história começa assim: eu tinha uma passagem comprada para Miami saindo de Curitiba com a Latam, para o mês de maio de 2020, mas devido a todas as circunstâncias que todos já sabemos, minha viagem foi cancelada. Devido ao travel ban dos Estados Unidos, eu tive uma leve esperança que logo isso passaria, mas não foi que aconteceu. O tempo se passou e como eu precisava muito ir aos Estados Unidos, vi várias notícias de pessoas fazendo quarentena no México e em outros países, e logo isso foi me despertando o interesse de uma possível quarentena.
Cansado de esperar, em janeiro de 2021 resolvi comprar minha passagem pela Copa Airlines. Tinha uma promoção de Guarulhos para Cancún, com conexão na Cidade do Panamá. Logo vi que não é necessário fazer teste PCR para quem só tem conexão, o que já é uma economia na viagem. Comprei minha passagem separada para Guarulhos partindo de Curitiba pela Azul.
Embarquei dia 1º de fevereiro no voo da Azul de (Curitiba x Guarulhos) às 17h40, um voo rápido de 40 minutos e sempre pontual. Chegando ao Aeroporto de Guarulhos peguei minha bagagem despachada na esteira e fui para o Terminal 3, onde faria um novo check-in. Mas o voo seria somente na madrugada do dia 02, à 0h52, então haja joguinho no celular para passar o tempo! Check-in feito, passei pela segurança como de costume e pronto, embarque pontual.
O voo foi tranquilo até a Cidade do Panamá mas o serviço de bordo não foi como de costume, somente no desembarque nos deram uma sacolinha com água e alguns snacks. Meu tempo de conexão era de 25 minutos e prontamente me dirigi ao próximo portão. Às 6h45 (horário local), começou o embarque para Cancún. Por incrível que pareça, aviões sempre lotados (os dois voos, tanto da Azul quanto da Copa), e o serviço de bordo teve água e snacks. Foi minha primeira experiência com a Copa e gostei.
Sobre onde ficar no México, como eu estava indo a Cancún, me dei conta que os hotéis eram muito caros para uma estadia de 15 dias. Então resolvi ver lugares próximos como Tulum e Playa del Carmen, e acabei optando pela segunda opção, gastando uma diária razoável de R$ 58 em um belo estúdio a 5 minutos de caminhada da praia.
Chegada ao México
Cheguei ao México com o formulário de imigração todo preenchido e a reserva do meu Airbnb em mãos, fui até o agente de imigração para o procedimento e essas foram as perguntas:
- Quantos dias de estadia?
- Qual é o seu trabalho no Brasil?
- Quanto dinheiro você tem?
E logo após carimbou meu passaporte. Em seguida, fui aonde retiram as bagagens e passei pela alfândega. Primeiramente, todas minhas malas pelo raio-x, e logo após uma espécie de sorteio para inspeção secundária de bagagem (um botão que você apertava e ficava vermelho para inspeção, ou verde para liberado). Não fui sorteado.
Saindo da área de desembarque, como já havia pesquisado sobre uma empresa de ônibus chamada “ADO”, que faz vários trajetos saindo do aeroporto de Cancún, fui até o guichê e comprei minha passagem de ida para Playa del Carmen (paguei 216 pesos mexicanos). Uma viagem tranquila em um ótimo ônibus com carregadores USB, ar-condicionado e um filme passando nas televisões. O trajeto durou cerca de 50 minutos.
Cheguei no terminal de Playa e fui até o apartamento a pé (mesmo com a insistência perturbadora dos taxistas). O apartamento dava para duas pessoas tranquilamente, com banheiro, cozinha pequena, TV e AC. Os dois primeiros dias foram de novidades na cidade. Playa tem vários restaurantes na Avenida 5 e na Avenida 10, praticamente só para turistas. Mas cansado disso, fui mais para o outro lado da cidade onde pude comer comida tipicamente mexicana sem um pingo de menu para turistas. Pagando-se de 10 a 16 pesos por um autêntico taco ou 30 pesos por uma quesadilla.
Exame PCR ou Antígeno
Resolvi procurar uma clínica para fazer o exame requerido com três dias de antecedência para viajar aos EUA. Encontrei a Playa International Clinic, fica na Avenida 10. O Exame PCR era 2.499 pesos e o Antígeno era 899. Optei pelo mais barato, pois a exigência nos EUA é de PCR ou Antígeno.
Embarque para os Estados Unidos
Comprei minha passagem para os EUA com a JetBlue pegando 69 dólares e mais 25 dólares pela bagagem despachada. Exame negativo e com a passagem comprada, chegou o dia do meu embarque. Dia 16 de fevereiro peguei o mesmo ônibus da ADO, de Playa para o Aeroporto Terminal 4.
Chegando no terminal, os agentes de terra da JetBlue foram muito solícitos e de sensacional atendimento, logo viram minha reserva no check-in e checaram meu exame. Agora vem um porém: sempre que peguei voos do Brasil para os EUA, minha passagem vinha com o temido código SSSS nela e logo uma dor de cabeça imensa com mais uma revista no Brasil e uma ida a temida salinha da imigração nos EUA. Para minha surpresa, minha passagem não tinha o SSSS dessa vez!
Meu voo partiu de Cancún para Fort Lauderdale, saindo às 16h15. Embarque rápido e eficaz, logo eu estava em minha poltrona 8C com destino a FLL (a JetBlue tem o melhor espaço para as pernas, eu tenho 1,92 de altura e me senti muito confortável). Durante o voo serviram snacks e bebidas. Faltando 20 minutos para aterrissar, as comissárias de bordo passaram entregando o formulário de imigração (achei esquisito, pois em Miami não se usava mais). Preenchi tudo certinho e pousamos em FLL.
Chegada aos Estados Unidos
Desembarque feito, fui para a imigração e logo para meu guichê eletrônico. Quando fui passar pelo agente de imigração, essas foram as perguntas.
- Você está vindo de onde? – Respondi: “México”
- Quanto tempo esteve lá? – Respondi: “15 dias”
- Mas você mora no México? – Respondi: “Não, eu moro no Brasil”
- O que veio fazer nos EUA? – Respondi: “Visitar alguns amigos e fazer negócios”
Para finalizar, também fui perguntado:
- Qual a sua profissão?
- Quantos dias vai ficar?
Após isso, carimbou meu passaporte (o que também achei meio estranho, pois em Miami não se carimbava mais). Peguei minha bagagem e passei pela alfândega entregando um papelzinho a eles.
E pronto, entrei nos Estados Unidos!
Considerações
Os primeiros dias no México são muito legais, tem muita coisa para fazer, mas também tem que se cuidar, pois você tem um exame no qual tem que se obter resultado negativo para poder embarcar. Como eu não estava de férias e não tinha muito tempo para sair, nem queria gastar muito dinheiro, alguns dias se tornaram um puro tédio, mas no qual eu tinha um propósito.
A entrada nos Estados Unidos está garantida após a quarentena?
Não. Mesmo cumprindo o requisito da quarentena de 14 dias fora do país, a imigração americana reserva-se ao direito de negar sua entrada, por qualquer outro motivo, como já ocorria antes da pandemia. Além disso, as regras de entrada podem mudar a qualquer momento.
Agradecemos ao leitor Alexander Laska pelo relato! E você, viajou ou pretende viajar aos Estados Unidos fazendo quarentena no México? Deixe seu comentário!