Quais são as principais rotas aéreas do Brasil? Sudeste lidera ranking com folga!
Quais são as principais rotas aéreas do Brasil? Sudeste lidera ranking com folga!
No ano passado, 118,3 milhões de passageiros foram transportados em cerca de 1,8 milhão de voos domésticos e internacionais no Brasil (pousos + decolagens), segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). No período, o país viu 5,6 milhões de pessoas a mais bordo em comparação a 2023 e um acréscimo de cerca de 40 mil operações.
Foram os melhores resultados pós-pandemia, mas ainda abaixo de 2019, e que revelam uma sede por viagens aéreas que o setor ainda é incapaz de acompanhar.

Mas para onde vai toda essa gente? A pergunta está respondida no Anuário Estatístico do Tráfego Aéreo de 2024, elaborado pelo Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), órgão subordinado ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea). O estudo considera os 100 aeroportos mais importantes do país.
Rotas domésticas mais importantes do Brasil
Sem surpresas, o Sudeste lidera a lista de operações comerciais domésticas, principalmente por conta dos aeroportos de Guarulhos e Congonhas, em São Paulo, e Santos Dumont, no Rio de Janeiro. As cidades de Brasília, Curitiba, Recife, Florianópolis, Salvador, Cuiabá e Belém completam o topo da lista da CGNA.

A ponte aérea Rio-São Paulo lidera a lista com muita folga, tendo mais do que o dobro de voos operados na segunda rota mais movimentada (Congonhas-Brasília). O terminal paulistano, inclusive, aparece nas quatro primeiras posições do ranking – o que não é nenhum motivo de espanto, já que historicamente os aeroportos da capital paulista são os grandes centros de operações e conexões das companhias aéreas locais.
Vale destacar, ainda, o retorno do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, ao ranking. Se em 2023 não figurava no relatório, agora aparece com destaque para a conexão com Guarulhos. Em contrapartida, o Santos Dumont perdeu bastante espaço versus 2023 em razão da transferência de voos domésticos para o Galeão em uma iniciativa do governo federal para “reativar” o terminal internacional.
Porto Alegre fora da lista

Outro fato que não causa surpresa é a ausência de Porto Alegre. Se no anuário de 2023 a rota entre a capital gaúcha e São Paulo aparecia no top 10, simplesmente desapareceu no ano passado. O motivo, é claro, são as enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul em maio de 2024 e que ocasionaram o fechamento do Aeroporto Salgado Filho.
O terminal ficou inoperante por cerca de cinco meses, tendo sido reaberto somente em outubro. Assim, Porto Alegre naturalmente saiu do topo da lista do CGNA, mas é provável que faça seu retorno no anuário de 2025, que deverá ser publicado no ano que vem.
Confira a lista das rotas comerciais domésticas mais movimentadas do Brasil!
| Rota | Número de voos (ida e volta) |
| Congonhas-Santos Dumont | 36.883 |
| Congonhas-Brasília | 18.955 |
| Congonhas-Belo Horizonte | 17.632 |
| Congonhas-Curitiba | 14.520 |
| Guarulhos-Recife | 12.463 |
| Congonhas-Florianópolis | 11.104 |
| Guarulhos-Belo Horizonte | 11.073 |
| Guarulhos-Galeão | 10.712 |
| Congonhas-Salvador | 10.619 |
| Guarulhos-Curitiba | 9.392 |
| Guarulhos-Brasília | 9.271 |
| Cuiabá-Guarulhos* | 4.057 |
| Belém-Guarulhos* | 4.029 |
*Os trechos Guarulhos-Cuiabá e Guarulhos-Belém não aparecem na lista do CGNA
Rotas internacionais mais importantes do Brasil
Entre as operações comerciais internacionais, destaque para Santiago, no Chile, e Buenos Aires (Aeroparque e Ezeiza), na Argentina – também sem grandes surpresas. As rotas a partir de Guarulhos lideram a lista do CGNA de operações para o exterior, com o Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, em segundo lugar.

Na sequência aparecem as ligações entre São Paulo e Miami, Cidade do Panamá, Bogotá, Lima, Lisboa e Madri. A cidade de Florianópolis é a única que aparece na lista além de São Paulo e Rio de Janeiro por conta de seus voos de/para Santiago. A capital catarinense não aparecia no relatório de 2023.
Chama a atenção, ainda, o avanço do Galeão. Em 2024, o terminal internacional fluminense desbancou as rotas Guarulhos-Miami e Guarulhos-Panamá, que estavam à frente em 2023. Parte dessa movimentação positiva também se dá após as limitações impostas ao Aeroporto Santos Dumont, o que obrigou as empresas a transferir voos domésticos para o Galeão. Isso ajudou a atrair e alimentar novas rotas internacionais.
Confira a lista das principais rotas aéreas internacionais do Brasil!
| Rota | Número de voos (ida e volta) |
| Guarulhos-Santiago | 9.093 |
| Guarulhos-Aeroparque (Buenos Aires) | 7.620 |
| Galeão-Santiago | 5.012 |
| Galeão-Ezeiza (Buenos Aires) | 4.820 |
| Guarulhos-Cidade do Panamá | 3.879 |
| Guarulhos-Ezeiza (Buenos Aires) | 3.677 |
| Guarulhos-Bogotá | 3.499 |
| Guarulhos-Miami | 3.454 |
| Florianópolis-Santiago | 2.956 |
| Guarulhos-Madri | 2.941 |
| Guarulhos-Lima | 2.938 |
| Guarulhos-Lisboa | 2.935 |
Quais são os aviões mais usados no Brasil?
O CGNA também revelou quais foram os modelos de aviões mais usados em 2024 para levar esses 118 milhões de passageiros para destinos no Brasil e no exterior.

Utilizado comercialmente por Latam e Azul, o Airbus A320 foi o avião mais visto pelos céus brasileiros. Segundo o relatório, foram 268 mil pousos e decolagens com este modelo. Na sequência aparece o Boeing 737-800, utilizado pela Gol e que teve 220 mil pousos e decolagens.
Confira abaixo a lista completa!
| Avião | Pousos e decolagens (2024) | Companhia aérea |
| Airbus A320 | 268.672 | Azul e Latam |
| Boeing 737-800 | 220.036 | Gol |
| Airbus A320neo | 210.164 | Azul e Latam |
| Boeing 737 MAX 8 | 154.775 | Gol |
| Embraer E195 | 150.360 | Azul |
| ATR 72-600 | 121.324 | Azul |
| Airbus A321 | 119.380 | Latam |
| Embraer E195-E2 | 98.587 | Azul |
| Airbus A319 | 87.605 | Latam |
| Boeing 737-700 | 55.679 | Gol |
| Airbus A321neo | 37.914 | Latam |
| ATR 72-500 | 31.520 | Voepass (extinta) |
No futuro, a tendência é vermos um número cada vez maior de operações com o Embraer E195-E2, o A320neo e os modelos Boeing 737 MAX, que são as novas gerações de aviões e as apostas das fabricantes para os próximos anos para voos de curta e média distância.
A Latam, inclusive, vai ajudar a aumentar a contagem de E195-E2 no Brasil, já que fechou um contrato com a Embraer para até 74 aviões deste modelo.

O A319, inclusive, tende a ser o primeiro a sair dessa lista de forma “natural” – a Airbus não fabrica mais esse modelo, e a frota da Latam, única operadora no Brasil, já está com idade avançada. Com a extinção da Voepass, o ATR 72-500 deverá, de fato, o primeiro a ser retirado da lista, mas de maneira “forçada”.