Projeto Nexus: conheça o “Pix internacional” entre pessoas de mais de 60 países
Projeto Nexus: conheça o “Pix internacional” entre pessoas de mais de 60 países
Usar dinheiro durante uma viagem internacional pode ficar mais fácil em alguns anos. O Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) está desenvolvendo o projeto Nexus, que tem o objetivo de funcionar como uma espécie de Pix internacional e permitir pagamentos e transferências instantâneas entre pessoas de mais de 60 países.
A ideia do BIS é ter um sistema que permita todos os bancos centrais se conectarem a ele para, assim, movimentar os recursos financeiros mais rapidamente, ao invés de cada país ter sua própria forma de transferência.
O projeto está em fase de testes, fazendo a integração de pagamentos na Malásia, em Singapura e na Itália, que representa a zona do Euro nessa etapa. Ainda não estão claras as regras, mas o objetivo é tornar o Nexus viável em mais de 60 países, incluindo o Brasil.
O BIS disponibilizou um documento (em inglês) que explica os detalhes sobre o Nexus – clique aqui para conferir.
Como e quando deve funcionar o PIX internacional?
De acordo com o BIS, o Nexus “torna mais fácil a conexão de um sistema de pagamento instantâneo a outro além das fronteiras”. Na prática, ele deve substituir os sistemas de transferências de recursos dos países participantes por apenas um, ligado à instituição. Com isso, a movimentação do dinheiro seria mais rápida e transparente, além de custar menos.
Apesar de estar na fase de testes, que segue em andamento fazendo transações sem usar dinheiro real entre a Malásia, Singapura e Itália, o Nexus ainda não tem uma previsão para entrar em funcionamento. A estimativa inicial do BIS é de que um projeto piloto tenha início em 2023, e a adição de novos países ao sistema seja feita gradualmente.
O que falta resolver?
Um dos obstáculos encontrados pela equipe do centro de inovação do BIS, responsável pelo Nexus, tem relação com a tecnologia. Os sistemas utilizados para pagamento instantâneo ao redor do planeta foram desenvolvidos em formatos diferentes, o que dificulta a “conversa” entre eles, e a maioria trabalha com uma única moeda (como o real, no Brasil), sem conversão de câmbio.
Há também as questões das leis e de ordem política e econômica de cada país. Afinal, cada nação tem sua própria legislação sobre movimentação de recursos, proteção de dados e combate a fraudes, por exemplo, e fazer com que todas estejam alinhadas para essa nova ferramenta será um desafio.
Existe Pix em outro país?
O Pix exatamente como nós brasileiros conhecemos não existe em outros lugares do mundo, mas alguns países utilizam ou estão testando sistemas semelhantes.
Veja alguns exemplos:
- Reino Unido (Faster Payments, que existe há mais de 10 anos);
- Austrália (New Payments Platform);
- China (Internet Banking Payment System);
- Índia (Immediate Payment Service, que é parecido com a TED que temos no Brasil)
- Estados Unidos (FedNow, em fase de testes);
Porém, ainda não é possível fazer transferências do Brasil para o exterior utilizando o nosso Pix. Existem algumas plataformas online que disponibilizam serviços para esse tipo de movimentação, mas algumas taxas podem ser cobradas, e a disponibilização do dinheiro não é tão imediata quanto no sistema brasileiro.
O que você faria se pudesse transferir recursos tão rápido quanto um Pix para outros países? O Nexus é um projeto promissor e que pode transformar a forma como vários países lidam com o dinheiro.