Qual a melhor companhia aérea para transportar bicicleta nos voos?

Vai viajar de avião e precisa transportar sua bicicleta no voo? Saiba aqui como levar a bike, os valores e todas as informações para você embarcar tranquilo e não ter nenhuma dor de cabeça na viagem.

Antes de tudo, você precisa saber que vários fatores podem influenciar no seu planejamento da viagem com a bicicleta para saber exatamente como proceder: o valor da bike, o tipo de viagem e quantos dias vai ficar no destino, por exemplo.

Com isso em mente, vamos aos passos seguintes: como embalar o equipamento, qual será o custo e será que realmente vale a pena levar a bicicleta de casa ou é melhor alugar uma ao chegar?

E, diante disso tudo, qual é a melhor companhia para viajar com a bike? Fomos conferir as regras da Azul, Gol e Latam e mostramos tudo a seguir.

O ciclista, a viagem e a bicicleta

Enquanto algumas pessoas viajam para competir, outras só querem colocar a bicicleta no avião para fazer passeios no destino – seja para curtir momentos de lazer ou se aventurar em trilhas. E, para cada objetivo, há uma bike específica. Mas todas elas precisam seguir algumas regras para embarque.

Regras básicas para despachar a bicicleta

– Toda bicicleta deve ser despachada com o guidão virado, pneus murchos e sem pedal.

– É proibido viajar no Brasil com o cilindro de CO2 usado para encher os pneus.

Tipos de bicicletas

A seguir, vamos resumir alguns tipos de bicicletas que encontramos no mercado:

• Bicicletas urbanas ou de passeio. Elas costumam ser mais robustas e até mais antigas – quem não tem uma bike de anos atrás e que ainda está inteira? Não é tão usual, mas pode ter passageiro que pretende fazer uma viagem de avião e levar a bicicleta para pedalar no destino – o Rio de Janeiro é um bom exemplo de cidade com ciclovias para os moradores e turistas.
• Mountain bike. Também são bastante rígidas e resistentes, e seu preço depende do material usado – as de fibra de carbono são mais caras.
• Bicicletas de estrada (speed). Esse tipo de bike tem como característica a velocidade, muito usada em competições de ciclismo. Elas têm quadros e acessórios mais leves e por isso são mais frágeis – além de serem bem caras.
• Bicicletas BMX. Outro tipo de bike usada em competição, em uma modalidade que foi inspirada no Motocross.

Como proteger as bicicletas para uma viagem de avião

Em qualquer companhia aérea que seja, será preciso seguir algumas regras para viajar com a bicicleta. Para começar, ela precisar ser despachada – e aí cada companhia tem a sua própria determinação, como ainda veremos neste texto.

O importante é você conhecer como é possível proteger o equipamento esportivo – e por isso trouxemos anteriormente a explicação dos modelos de bike, pois uma coisa é certa: quanto mais cara e frágil a bicicleta, melhor deve ser a sua proteção.

Caixa de papelão e plástico bolha

Essa é a proteção mais barata que existe no mercado – pode ser até de graça! Pense bem: se uma bicicleta nova já é transportada na caixa, é de se imaginar que ela é segura. E é mesmo! Uma boa opção, principalmente nas bikes mais robustas e não tão caras, é protegê-la com a própria caixa.

Uma dica é antes da viagem ir em uma loja de bicicletas e ver se há alguma embalagem vazia para pegar. Só não se esqueça de fechar bem a caixa com adesivos, inclusive na parte de baixo (normalmente ela é só grampeada e no transporte os grampos podem cair). Se possível, use plástico bolha também em volta da bike antes de colocá-la na caixa.

• Vantagens: é super barato (até de graça), protege bem, fácil de usar (para guardar, só precisa tirar a roda dianteira, tirar os pedais e deixar o guidão virado) e é mais fácil de transportar depois no destino (você pode até jogar fora assim que chega e depois conseguir outra para o voo de volta), além de ser bem mais leve que outros tipos de case.
• Desvantagens: pode rasgar se não estiver em bom estado.

Mala-bike

Hoje em dia a mala-bike é uma das principais opções de transporte de bicicleta. Esse acessório específico para a viagem normalmente é fabricado com lona, vem com diferentes compartimentos, mas costuma custar mais caro: uma mala-bike mediana passa fácil dos R$ 3 mil – as melhores chegam a custar mais de R$ 10 mil aqui no Brasil.

• Vantagens: Fácil de manusear e protege bem quando é de boa qualidade.
• Desvantagens: As mais baratas não têm boa proteção e quando caem podem danificar a bike. Normalmente a bicicleta tem que ser desmontada ao guardar (tirando também as duas rodas, selim e até o câmbio traseiro).

Dica: Se não viaja tanto de bicicleta e quer usar uma mala-bike de qualidade, uma alternativa é alugar o acessório. E na dúvida de uma mala-bike barata e uma caixa de papelão, prefira a segunda opção.

Case rígido

Enquanto a Gol e a Latam aceitam despachar as bicicletas com proteção de mala-case e caixa de papelão, a Azul é mais dura em suas regras e só recebe equipamentos em cases rígidos.

• Vantagens: Sem dúvida nenhuma é a melhor proteção entre todas, dificilmente a bike será danificada lá dentro.
• Desvantagens: Pesa quase 20 kg, é mais cara e precisa desmontar a bicicleta toda para guardar.

O peso da proteção tem que ser levado em conta porque o transporte de bagagens especiais nas companhias aéreas tem um limite de peso – e se passar será cobrado um valor extra.

Para ser ter uma ideia, uma bicicleta de passeio costuma pesar até 15 kg. Já uma mountain bike de alumínio e carbono das mais tops pesam entre 9 kg e 12 kg. E uma bike top de velocidade pesa em torno de 7 a 8 kg.

A seguir, vamos ver as regras das três principais companhias aéreas brasileiras: Gol, Latam e Azul.

Transporte de bicicleta em voos da Gol

Na Gol, o material esportivo (a bicicleta, no caso) é considerado como bagagem ‘normal’, ou seja, se o cliente possui algum status que contempla um despacho gratuito ou já comprou sua passagem aérea com direito a bagagem despachada, ele não precisará pagar nada a parte para levar a bicicleta.

Já nas tarifas que não contemplem peça de bagagem, o passageiro poderá fazer a compra adicional. E os custos são os seguintes:

Segundo a Gol, o transporte de bicicleta precisa ter a aprovação prévia da companhia, mas dificilmente alguém vai ter o item negado de ser levado. E em comunicado a Gol diz que “fica limitado o despacho de até 5 peças de bagagem por cliente, que serão alocadas no porão da aeronave. Para casos especiais, como eventos esportivos em que haja a necessidade do despacho de peças excedendo a limitação prevista, será analisada a possibilidade desde que previamente a companhia seja informada.”

Proteção da bicicleta na Gol

Como cada companhia aérea tem a sua própria regra, a Gol diz que os equipamentos esportivos podem ter no máximo 292 cm (somando-se altura, largura e comprimento). A bicicleta não pode ser embalada apenas no plástico bolha para ser transportada no avião e deve seguir as seguintes normas de proteção:

• Bicicletas com aro superior a 20: a bicicleta deve ser acondicionada em case próprio para bikes, em caixa de papelão ou embalagem original, em embalagem de plástico resistente ou em malas específicas para transporte de bicicleta com laterais resistentes. A bike deve ter seus pedais removidos ou embalados em espumas de plástico ou material semelhante; o guidão deve ser virado paralelamente ao quadro (ou suas extremidades devem ser embaladas); a roda dianteira deve ser retirada e afixada no quadro.
• Bicicletas de aro inferior a 20: só precisam estar embaladas adequadamente em sua caixa original ou embalagem própria para transporte.

Saiba mais sobre o transporte de bagagens da Gol no site oficial da companhia.

Transporte de bicicleta em voos da Latam

O modo de transporte da bicicleta nos voos da Latam não são muito diferentes das regras da Gol. Montada ou desmontada, a bike deve estar embalada com pneus murchos, sem pedais e com o guidão amarrado na lateral. Se for desmontável, as alças de transporte devem ser amarradas nas laterais e os pedais devem ser removidos ou embalados.

O serviço para despachar a bicicleta pode comprado no site da companhia, na central de vendas da companhia ou direto no aeroporto no dia da viagem.

E o peso da bagagem especial não pode exceder 32kg (Argentina, Aruba, Oceania e Europa) ou 45 kg (outros destinos) nem seu tamanho passar dos 300 cm lineares. Neste caso, é necessário consultar os serviços da Latam Cargo.

Mais informações sobre o transporte de bagagem especial da Latam aqui.

Destino	Valor
Voo doméstico (no Brasil)	R$ 175
América do Sul	US$ 65
Estados Unidos, Europa, América Central e Caribe	US$ 125

Transporte de bicicleta em voos da Azul

No ano passado, a Azul aumentou o valor para transportar bicicleta em seus voos – e não foi pouco. Passou de R$ 150 para R$ 250 nas viagens internas do Brasil, fazendo com que muitos ciclistas que viajam bastante prefiram fazer voos com outras companhias aéreas.

Segundo as regras da Azul, as bicicletas despachadas devem estar em cases rígidos. Além disso, o guidão deve estar dobrado e os pedais removidos.

A companhia aérea alerta ainda que o despacho de bagagens especiais, como de bicicletas, está sujeito a disponibilidade no porão da aeronave no dia do voo. E o serviço só pode ser contratado no aeroporto.

A bagagem especial não pode ultrapassar os 23 kg e, em caso de excesso de peso, será cobrada uma nova taxa de serviço.

Destino	Valor
Voo doméstico (no Brasil)	R$ 250
América do Sul	R$ 370
Estados Unidos e Europa	R$ 790

Já faz um tempo que a Azul tem desagradado os viajantes que precisam ou querem levar a bicicleta junto no voo. Por um tempo, ela chegou até a parar de vender o serviço, causando uma indignação nos viajantes ciclistas. Por essa série de fatores, a companhia aérea tem sido preterida quando o assunto é viajar de avião com bicicletas.

Apesar das regras mais rígidas, a Azul chegou a flexibilizar suas normas no ano passado para os participantes que iriam fazer as provas Santander Brasil Ride e Santander Maratona dos Descobrimentos em Porto Seguro, cancelando a obrigatoriedade de transportar a bicicleta em case rígido.

As companhias aéreas se responsabilizam por algum dano à bicicleta (ou perda) ocorrido durante o transporte?

Essa é uma dúvida e uma questão que os ciclistas têm se deparado quando precisam despachar a bicicleta. Meu colega Marcel Bruzadin estranhou quando em uma viagem com a Azul no ano passado foi informado que a companhia não se responsabilizaria por qualquer dano.

No caso, ele estava indo fazer uma viagem para pedalar em uma prova em Bento Gonçalves, a GFNY Bento, e no Aeroporto de Viracopos conseguiu embarcar para o Aeroporto de Caxias do Sul mesmo não estando com um case rígido – estava apenas com uma mala-bike. Por vias das dúvidas, ele reforçou a mala com canos de PVC e a bagagem chegou intacta – apenas um pouco suja do lado de fora, mas sem nenhum dano.

Questionada se a companhia se responsabiliza por algum dano à bicicleta (ou perda) ocorrido durante o transporte, a Azul informou que “não transporta como bagagem despachada bens cujo valor ultrapasse o limite de indenização de 1.131 (mil cento e trinta e um) DES”. Para efeito de comparação, 1 DES (Direitos Especiais de Saque) está valendo cerca de R$ 7.

Ainda segundo a companhia, “a Azul tem o direito de recusar qualquer bagagem ou carga que coloque em risco a segurança do voo. Ou que pelo tamanho, peso ou tipo não seja indicado o transporte na aeronave. Por exemplo: instrumentos musicais e equipamentos esportivos volumosos, algo que não possa ser levado no porão do avião ou valor acima do limite (DES).”

Gol

Já a Gol afirmou que em caso de extravio definitivo, por regra a bicicleta será tratada como bagagem e a indenização será calculada de acordo com o peso despachado. “Salientamos que por se tratar de itens específicos, poderá ser analisado o caso pela cia”, afirmou.

E, para os casos em que o item sofreu algum dano, a Gol diz que por regra para estes itens há uma limitação de responsabilidade, quando não é passível de abertura de procedimento de reparo. “Porém, existem as exceções, e se for identificado que houve uma falha no transporte que causou o dano serão realizadas todas as tratativas para o conserto ou indenização”.

Latam

Também questionada, a Latam disse apenas que “a política de danificação pode ser consultada diretamente pelo site“, mas não encontramos nenhuma especificação quando o assunto é bagagem especial ou bicicleta.

Em caso de algum dano à bagagem, caso o passageiro perceba ainda no aeroporto, a companhia diz para dirigir-se ao pessoal da Latam na zona de retirada de bagagem e fazer a reclamação com seu passaporte ou documento de identidade, cartão de embarque e o comprovante de bagagem despachada. Se perceber o problema depois de sair do aeroporto, o passageiro tem até 7 dias da chegada do voo para fazer uma reclamação por whatsapp.

Veja também:

– Extravio de bagagem: como evitar e o que fazer quando suas malas não chegam ao destino!

Vale a pena contratar o serviço de despacho de bicicleta nos voos?

Para responder a essa pergunta, voltamos às considerações do início do texto: qual o seu objetivo com a viagem?

Se sua ideia é viajar para uma competição, é praticamente certo que você deve voar com a sua bicicleta. Mas se só quer levar sua bike de passeio para pedalar no destino, considere alugar uma por alguns dias – pode sair mais barato do que pagar o despacho.

Em uma viagem nacional na Azul, por exemplo, o custo apenas para despachar ida e volta vai sair por R$ 500 – já uma viagem internacional para os Estados Unidos quase chega nos R$ 1600, sem contar a preocupação em embalar a bicicleta e todos outros transtornos (transportar do aeroporto até o hotel, guardar a embalagem, etc). Por esse valor, na maioria das vezes vai valer a pena alugar a bicicleta no seu destino.

Um dos objetivos principais de uma viagem é curtir o momento e o destino. Se o transporte de bicicleta se transformar em dor de cabeça, deixa-a em casa e alugue outra durante a viagem.

Transporte de bicicletas elétricas

No geral, as três principais companhias do Brasil não levam bicicletas elétricas em seus voos – mas há algumas exceções.

Segundo comunicado da Gol, “por questões de segurança, está proibido o embarque de dispositivos eletrônicos com pilhas e baterias de lítio acima de 100Wh, seja como bagagem de mão, bagagem despachada ou junto ao corpo. A exceção será para as bicicletas em que a bateria poderá ser removida e levada a bordo, respeitando as regras para o despacho de bicicletas e de baterias.”

A Latam afirmou que “bicicletas elétricas não são permitidas, apenas as convencionais ou carrinho de reboque para crianças, uma Tandem ou monociclo.”

Já na Azul, a permissão para embarcar com bicicleta elétrica vai depender do tipo de bateria que é utilizada. Se estiver sem bateria, poderá ser aceita.

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Agradecemos ao leitor Leonardo Pereira Lopes, que nos enviou um e-mail afirmando da sua dificuldade em transportar bicicleta com a Azul, já que normalmente ele vai para alguns destinos para fazer uma cicloviagem – o que acaba inviabilizando a questão de voar com um case rígido, pois nem sempre vai ou volta do mesmo lugar. Diante de seu relato, fomos conferir com as três principais companhias nacionais como são as regras para o transporte de bicicleta.

Vocês já precisaram despachar a bike durante uma viagem de avião? Participe do comentários!