Jerusalém – o que você precisa saber para viajar à Terra Santa, em Israel
Jerusalém – o que você precisa saber para viajar à Terra Santa, em Israel
Jerusalém, em Israel, faz parte da chamada Terra Santa e, por isso, a capital do país israelense está no imaginário e no coração de muitos turistas religiosos. Mas, acredite (e vou te mostrar o por quê), o destino também pode ser surpreendente para outros tipos de viajantes, principalmente aos que gostam de ver e sentir de perto a história da humanidade!
Localizada no Oriente Médio, Jerusalém é uma das cidades mais antigas do mundo. Rica em história, cultura e fé, a cidade fascina turistas do mundo inteiro ao manter suas raízes ao lado de muita modernidade. Por isso, reunimos neste post dicas e curiosidades para quem sonha ou ainda está em dúvida em conhecer Jerusalém.
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Para planejar sua viagem, separamos informações importantes sobre os pontos turísticos de Jerusalém (com passeios de graça!), como a Cidade Velha, o Monte das Oliveiras, o Jardim Getsêmani, o Santo Sepulcro, o Muro das Lamentações e o Domo da Rocha. Além disso, contamos sobre os custos da viagem, qual moeda usar, como ir e onde ficar em Jerusalém. Veja a seguir.
Como bônus aos nossos leitores, também fizemos sugestões de atrações não tradicionais interessantes 🙂 E já adianto que no aplicativo dos Melhores Destinos sempre tem promoções de passagens aéreas para você realizar seus sonhos de viagens!
O que fazer em Jerusalém (com atrações turísticas grátis!)
Talvez você já tenha ouvido falar que fazer uma viagem para Jerusalém pode sair caro (darei detalhes depois sobre os custos para esse destino). Mas é importante dizer que o acesso à maioria dos pontos turísticos da cidade é de graça! Sim, basta ter disposição para explorá-los na capital de Israel. Veja a seguir.
Monte das Oliveiras
Comecei conhecendo os principais lugares de Jerusalém pelo Monte das Oliveiras, onde você vai poder ver uma das mais belas e famosas vistas da cidade. Do alto, é fácil perceber a grandiosidade de Jerusalém. Dali, foi como se eu recebesse boas-vindas desse lugar milenar e sagrado para tanta gente, considerado centro espiritual do mundo!
No mirante do monte é possível ver outros lugares importantes, como as muralhas da Cidade Velha de Jerusalém; a cúpula dourada do Domo da Rocha, no Monte do Templo; a Igreja de Todas as Nações; o Jardim de Getsêmani; a Porta Dourada do muro e os cemitérios judaico e muçulmano.
Do topo você tem ideia da imensidão da cidade de quase um milhão de habitantes e do que vai poder conhecer na sequência (caso comece o passeio por lá). Se você visitar o lugar em outro momento, não se preocupe, pois a experiência continuará sendo especial. Inclusive, o pôr do sol no Monte das Oliveiras é um espetáculo à parte.
Descrito em livros sagrados há séculos, o Monte das Oliveiras tem esse nome justamente por causa da presença de árvores de oliva. Antigamente, elas cobriam as encostas do monte. Apesar de a paisagem ter mudado muito ao longo dos séculos, ainda é possível ver oito pés de oliveira milenares no Jardim de Getsêmani, aos pés do monte.
Para os cristãos, o lugar é sagrado porque, segundo a tradição, Jesus teria passado pelo Monte das Oliveiras várias vezes, inclusive, fazendo sermões para seus discípulos e seguidores.
Como o ponto turístico é justamente um monte, será preciso subir até o ponto que serve como mirante da vista mais famosa de Jerusalém. O lugar é aberto ao público e dá para chegar de carro (o que economiza tempo e disposição).
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Jardim de Getsêmani
Após descer pelo Monte das Oliveiras, o turista chega ao chamado Jardim de Getsêmani, onde Jesus teria orado e suado sangue pouco antes de ser preso.
O lugar é tranquilo e bonito, ocupado por oliveiras que podem ser tão antigas quanto as histórias bíblicas. Getsêmani, que significa prensa de azeite, é referência direta a elas.
Durante a minha visita foi possível observar vários fiéis no local, já que a tradição aponta que sob aquelas árvores Jesus teria passado seus últimos momentos em oração, antes de suar sangue sobre a pedra (representada hoje pela rocha dentro da Basílica da Agonia).
Caso não seja um turista religioso, o lugar é perfeito para um passeio tranquilo, pois emana calmaria. A beleza das oliveiras e as histórias de suas origens milenares também tornam-se interessantes para todo visitante.
Igreja de Todas as Nações (Basília da Agonia)
Ao lado do Jardim de Getsêmani está a Igreja de Todas as Nações, a qual foi construída com a doação de igrejas cristãs do mundo todo, inclusive do Brasil. Com a fachada trabalhada em mosaicos de cores fortes, ela se destaca na paisagem monocromática de Jerusalém.
A região onde ela está localizada já foi território de outras duas igrejas: uma capela construída pelos Cruzados no século XXII, e outra em estilo bizantino do século IV. Durante a sua construção, foram encontrados resquícios das obras anteriores, o que alterou o projeto original para preservar as descobertas.
No interior é possível ver a pedra onde Jesus teria realizado a sua oração um dia antes de ser preso, o que deu origem ao nome de Basílica da Agonia.
Apesar da simbologia cristã que o lugar carrega, acredito que a visita também vale para não religiosos, já que é possível apreciar a arquitetura, os mosaicos que fazem homenagem aos países que ajudaram na construção da igreja e os belos vitrais do local.
Portas de Jerusalém
Do outro lado da rua, na frente da Igreja de Todas as Nações, facilmente você notará uma das oito portas da Cidade Velha de Jerusalém: a chamada Porta Dourada ou Porta da Misericórdia, a única fechada e a mais antiga de todas. Conforme a tradição judaica, a Porta Dourada será aberta apenas para o Messias, quando ele chegar a Jerusalém.
Cidade Velha de Jerusalém
A chamada Cidade Velha de Jerusalém nada mais é do que a área dentro das muralhas da capital israelense. Poder caminhar por lá é um dos passeios mais interessantes do país, pois apesar de Israel ser um país moderno, a região preservada intramuros nos permite, facilmente, imaginar uma viagem no tempo.
O lugar, com data de 3.000 anos a.C, conta com 220 monumentos históricos e é considerado Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Suas construções, templos, escavações, trechos com pisos milenares e a mistura de culturas em um só lugar são fascinantes.
Cercada por mais de 4 quilômetros de muralhas, que representavam os limites otomanos do século XVI, essa região é historicamente dividida em quatro bairros: armênio, cristão, judeu e muçulmano, onde você vai encontrar comércio, igrejas, restaurantes e casas.
Atualmente, cerca de 40 mil pessoas moram na Cidade Velha. Com ruas estreitas e pouca acessibilidade para carros, apenas veículos menores conseguem se locomover dentro dos muros. Mas não se engane, mesmo sem veículos dominando o espaço, o movimento por lá é intenso.
Se quiser andar dentro das muralhas sem aglomerações, vá bem cedinho. O comércio costuma a abrir depois das 9h e, conforme a hora avança, o número de pessoas no local aumenta significativamente.
Apesar de quase tudo ser feito a pé na região, essa área é acessível para pessoas com mobilidade reduzida. Em trechos com pequenas escadas, por exemplo, há também rampas de acesso. A acessibilidade é um ponto muito interessante na cidade histórica, já que muitos fiéis idosos visitam o local.
Muro das Lamentações
O Muro Ocidental, mais conhecido pelos brasileiros como Muro das Lamentações, é um dos lugares mais sagrados para os judeus atualmente, pois naquela área ficava o Templo de Salomão original – construído há 3.000 anos para abrigar a Arca da Aliança. Por isso, os religiosos acreditam que a presença de Deus nunca deixou aquele lugar.
Diariamente, milhares de judeus fazem suas orações ali. O lugar realmente tem uma energia diferente e ver as preces constantes é algo único.
No dia do shabat (dia sagrado para os judeus), o muro fica cheio de judeus que cantam e oram em agradecimento. O local também recebe as cerimônias do Bar-Mitzvá, as quais inserem o jovem judeu como um membro na comunidade judaica.
Ao chegar ao local é possível perceber que existe uma separação entre os públicos, os homens ficam do lado esquerdo e as mulheres do lado direito para as orações. O lugar fica aberto à visitação 24 horas por dia.
É provável que você já tenha ouvido falar que quem passa por lá coloca pequenos pedaços de papel com nomes, pedidos, agradecimentos ou orações nas frestas das pedras do muro. Quando visitei fiz o mesmo e confesso que fiquei bastante emocionada ao seguir o ritual tão tradicional.
Para ficar mais clara a importância do muro, vale mencionar um pouco da história local. Depois que o Templo de Salomão foi destruído, em 586 a.C pelos babilônios, o rei Herodes, o Grande, construiu outro templo no local e adicionou grandes muros de proteção. No ano de 70 d.C., as tropas romanas do Imperador Tito invadiram e destruíram a cidade, inclusive esse segundo templo – o que levou à expulsão da maioria dos judeus da terra natal.
O curioso é que o imperador decidiu deixar a parede do muro, quase 490 metros do lado ocidental, como símbolo da vitória de Roma. Entretanto, os judeus associaram o único remanescente do muro à promessa de Deus, que era a de sempre manter uma parte do sagrado templo como símbolo da aliança dEle com o povo judeu.
Para orar no Muro das Lamentações, os homens precisam colocar um quipá, peça do vestuário judeu utilizado na cabeça. Caso o visitante não tenha, ele pode emprestar um nas proximidades do muro.
Uma curiosidade é que os papeizinhos colocados nas frestas são retirados do muro no Ano Novo, conforme o calendário judaico. Depois, todos são enterrados no Monte das Oliveiras.
Via Sacra: Santo Sepulcro e Jardim do Túmulo
Me arrisco a dizer que o trajeto da Via Sacra, também chamada de Via Dolorosa, tem grande importância para tornar Jerusalém como um destino tão desejado por inúmeros cristãos. A todo momento era possível ver dezenas de peregrinos fazendo o percurso na Cidade Velha onde, segundo a tradição, Jesus Cristo teria percorrido nos últimos momentos de vida na Terra.
Entretanto, a Via Dolorosa conta com um ponto delicado, pois oferece dois caminhos diferentes por onde Jesus teria passado antes de ser crucificado. O mais antigo e mais conhecido leva à Basílica do Santo Sepulcro, enquanto o outro dá acesso ao Jardim do Túmulo.
Santo Sepulcro
Um dos lugares mais visitados pelos brasileiros, principalmente os cristãos católicos, é a Via Sacra que dá acesso ao Santo Sepulcro. Esse trajeto mais antigo tem 600 metros e 14 pontos demarcados como estações. O circuito, um pouco confuso, tem marcações simbólicas e, para ser visto com calma, é interessante reservar um dia para o passeio.
Normalmente cheio de turistas, a quinta estação marca onde Simão Cirineu teria ajudado Jesus a carregar a Cruz. O lugar fica muito movimentado porque ali fica a pedra em que Cristo teria se apoiado para descansar, então os fiéis se aglomeram para colocar a mão nessa parede.
Depois da nona estação, a via sacra continua dentro da Basílica do Santo Sepulcro, um dos lugares mais sagrados para os cristãos do mundo inteiro. Isso porque ela marca o ponto onde Jesus, segundo a tradição, teria sido sepultado. Por isso, passar pela via dolorosa é o sonho de muitos viajantes religiosos.
Várias igrejas diferentes são responsáveis, de forma conjunta, pela Basílica do Santo Sepulcro. Por isso, é fácil notar diferenças na decoração interna dela.
Logo na entrada da basílica, dá para ver a representação da pedra da unção, onde Jesus teria sido preparado para o sepultamento. Muitos fiéis se ajoelham sobre a pedra enquanto fazem suas orações. O ambiente carrega uma energia diferente e ver a fé das pessoas dessa forma foi algo bem emocionante.
Para chegar a uma das estações mais importantes, a décima segunda, é preciso subir em uma escadinha estreita. Ela é disputada porque dá acesso à Pedra do Calvário, ou chamado de Gólgota. Esse ponto é onde Jesus teria sido crucificado e morto.
Bem abaixo da rotunda da igreja, uma pequena câmara abriga o Santo Sepulcro, onde Jesus teria sido sepultado. Para ver o túmulo é preciso encarar fila porque o espaço é pequeno e permite um visitante por vez. Não dá pra tirar foto lá dentro.
Para tentar evitar tanta aglomeração, a sugestão é começar a Via Sacra pelo final, visitando o Santo Sepulcro primeiro e bem cedinho. Para ter ideia, dependendo do movimento, é preciso esperar 4 horas para conseguir entrar no túmulo. Na manhã que visitei, a espera estava em cerca de 30 minutos.
Jardim do Túmulo
Apesar de ser de livre acesso para todos os visitantes, a Via Dolorosa que leva ao Jardim do Túmulo é mais procurada por cristãos evangélicos e protestantes. Os dois possíveis caminhos que Jesus teria percorrido partem da mesma estação, local que teria sido a Fortaleza de Antônia, onde Jesus foi condenado à crucificação. No mesmo ponto, ele também teria sido flagelado.
Na sequência, a Via Dolorosa se divide: ao caminho que dá acesso ao Santo Sepulcro, pela esquerda, e ao que leva ao Jardim do Túmulo, seguindo pela direita.
Para ir até o jardim, é preciso andar por cerca de um quilômetro e sair da área das muralhas da Cidade Velha, pelo Portão de Damasco. Ao chegar ao fim da Via Dolorosa, é possível ver o monte do calvário, que era uma área de crucificação na época de Jesus. Do lado, há um jardim e uma tumba, que também pode ser onde Jesus foi sepultado.
Apesar dos dois circuitos serem refeitos por inúmeros fiéis, é importante dizer que não existe embasamento arqueológico para eles – inclusive, os trajetos já foram alterados ao longo dos anos. De todo modo, milhares de peregrinos refazem a rota sugerida com a fé de que fazem o mesmo caminho que Jesus fez um dia, dois mil anos atrás.
Domo da Rocha
Em várias fotografias panorâmicas da Cidade Velha de Jerusalém é possível ver uma bela cúpula dourada. Trata-se do Domo da Rocha, verdadeiro símbolo da história de Jerusalém e reconhecido pelas três religiões monoteístas como o local do sacrifício de Abraão.
O nome dele se dá porque o santuário foi construído sobre uma rocha sagrada para muçulmanos e judeus. A título de localização, o Domo da Rocha fica em um dos pontos mais importantes da Cidade Velha, lugar que pode ser chamado de Monte do Templo, em alusão ao antigo templo, ou Esplanada das Mesquitas, já que também abriga a Mesquita de Al-Aqs.
A região está sob domínio árabe e os judeus não podem frequentar o interior dos muros, restando a eles apenas as paredes pelo lado externo, o que é conhecido como Muro das Lamentações.
Dentre os mais de 200 monumentos históricos da Cidade Velha, o Domo da Rocha se destaca. Ele foi construído no século VII e é decorado com belos motivos geométricos e florais, usados na arquitetura islâmica.
Também conhecido como Cúpula da Rocha, o lugar é terceiro mais sagrado para o Islã, depois de Meca e Medina. Conforme a tradição muçulmana, a rocha do local foi onde Maomé, fundador do Islã, ascendeu ao céu.
A entrada no templo é proibida para não-muçulmanos, mas vale a pena visitar o Monte do Templo para ver de perto a beleza do Domo da Rocha. Para isso, é preciso se programar bem, pois os horários são restritos. A sugestão é ir pela manhã, para evitar filas e ter tempo de fazer a visita.
Para visitantes não-muçulmanos, o Monte do Templo pode ser visitado de domingo a quinta-feira. De abril a setembro, o horário de funcionamento é das 8h30 às 11h30 e das 13h30 às 14h30. De outubro a março, ocorre das 7h30 às 10h30 e das 12h30 às 13h30.
Torre de Davi
A construção que envolve a Torre de Davi foi um dos lugares que mais me impressionou em Jerusalém. Sem dúvida, a imponência da arquitetura fez meus olhos se voltarem para torre todas as vezes que passei por ela.
A Cidadela de Jerusalém, conhecida como a “Torre de Davi”, é um patrimônio histórico e arqueológico de importância internacional.
Construída no século II a.C. pelo rei Herodes, o Grande, a fortaleza medieval vai muito além de uma bela torre com vista panorâmica para além dos muros da antiga Jerusalém. Ela foi levantada para proteger e fazer parte dos muros da Cidade Velha. Depois, foi destruída e reconstruída várias vezes.
Atualmente, as ruínas do local são um museu da rica história de Jerusalém, onde o visitante pode ouvir sobre lendas do passado e perceber que as pedras do local fazem parte da história viva da cidade. O prédio que permanece de pé tem aproximadamente 500 anos.
Toda área da Torre de Davi também faz parte do cenário de concertos, festas particulares e um show de luzes realizado à noite. O espetáculo, chamado de Night Spectacular, apresenta projeções sobre os muros contando a história de Jerusalém e do rei Davi, e custa 67 shekels por adulto, mais ou menos R$ 100.
Apesar de ser todo em inglês, o show conta com muita música e os vídeos projetados permitem uma compreensão da história mesmo por quem não compreende a outra língua. O público fica sentado em uma área sem cobertura, por isso, o evento pode ser cancelado em dias de mau tempo.
Interessados em assistir ao espetáculo podem comprar os ingressos pela internet ou na bilheteria. A minha orientação é que você compre pelo site do museu antecipadamente, pois em algumas datas os ingressos esgotam rápido.
Achei a experiência interessante. O show é parecido com alguns que ocorrem no Brasil, com projeções nas paredes, só que o diferencial é o lugar onde tudo isso acontece, por isso, o ingresso vale a pena.
A Torre de Davi fica ao lado do Portão de Jaffa e passava por reformas em setembro de 2022.
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Souk do Bairro Muçulmano
Se você gosta de fazer compras nas suas viagens, o souk do Bairro Muçulmano, na Cidade Velha, é uma opção bem interessante. O lugar é perfeito para comprar presentes e experimentar sabores locais! Ah, não se esqueça: pechincar por lá é obrigatório!
O verdadeiro mercado árabe, o souk do Bairro Muçulmano, fica perto do Portão de Damasco. Diferentemente de outras áreas com mais turistas, a própria população faz suas compras neste souk, por isso, a experiência é uma imersão na cultura local.
Por lá você vai encontrar lojas de joia, perfumes feitos na hora, comidas típicas e temperos, incensos, cafés (inclusive brasileiros), calçados, souvenir, muitas frutas, roupas em geral e também da tradição muçulmana.
O movimento por lá é intenso e há muito trabalho braçal para levar as mercadorias, já que é complicado (quase impossível) o transporte de carro na Cidade Velha. Um lugar tradicional na região é a loja de doces Ja’far Sweets, para comer o típico Knafeh – um doce feito a base de queijo. Vale a pena ainda tomar suco de romã e comer um shawarma para experimentar os deliciosos sabores locais.
Uma curiosidade é que os vendedores árabes que seguem o Islamismo deixam as lojas quando escutam o chamado das mesquitas. Enquanto eles saem para orar, o atendimento fica suspenso, mas as lojas não são fechadas. Ou seja, a mercadoria continua exposta e, mesmo assim, ninguém mexe nelas – o que indica como a cidade é segura.
Mercado Mahane Yehuda
Outro lugar singular para sentir de perto a cultura local é no Mercado Mahane Yehuda – a maior feira de Jerusalém. Por lá é possível observar a riqueza da diversidade cultural da cidade.
Além disso, a feira também é ponto de encontro durante as noites dos israelenses, quando apenas os bares ficam abertos e o pessoal se diverte. O visitante pode aproveitar um pouco dessa experiência às quintas-feiras, em ótimos pubs e com música ao vivo a noite toda.
Durante o dia, muita gente passa pela feira e é possível encontrar de tudo! Não deixe, principalmente, de experimentar as bebidas e pratos típicos ao passar pela Mahane Yehuda.
Museu do Holocausto em Jerusalém
Museus destinados à memória das vítimas do Holocausto estão espalhados por todo o mundo. Porém a visita ao Yad Vashem – Museu do Holocausto é, sem dúvida, uma das mais especiais. Além do emocionante acervo, você poderá fazer uma visita guiada com judeus que contarão detalhes da história e dos objetos em exposição.
É possível até mesmo agendar uma visita em português (faça o contato prévio com o museu). O lugar é importante não só pela história, mas também para conscientizar os frequentadores de que essa história não deve se repetir.
Túneis do Muro da Lamentações
O Muro das Lamentações é mundialmente conhecido e um dos lugares mais visitados pelos turistas em Jerusalém. O que nem todo mundo sabe é que existe um passeio incrível para além do muro: é possível visitar os túneis de onde se tem vista para os pilares da construção.
Abaixo do Bairro Muçulmano, o passeio pelos túneis é rico em história e também é bem interessante aos turistas religiosos, pois nesta atração é possível visitar um dos lugares que ficam mais próximos da localização do antigo templo, onde ficava a Arca da Aliança.
Outra curiosidade, comprovada pelas pesquisas arqueológicas, é que a escavação conseguiu chegar em uma rua com piso e colunas originais da época de Jesus. Atualmente, Jerusalém fica acima deste trecho do túnel, pois a cidade foi soterrada várias vezes.
Abertos ao público em 1998, os túneis compõem um importante sítio arqueológico. Durante 20 anos, arqueólogos trabalharam para abrir o Bairro Muçulmano por debaixo das casas muçulmanas. Um trabalho impressionante e que permite o visitante conhecer lugares incríveis.
Para ter ideia, a maior pedra do muro, que é possível ver pelos túneis, tem quase 14 metros de comprimento e 570 toneladas. Dá para imaginar como isso foi construído milhares de anos atrás? É impressionante!
Aqui vale a pena resumir um pouquinho da história para entender melhor a localização dos túneis. Vamos lá!
A Jerusalém de 960 a.C tinha o templo do rei Salomão. Ele foi destruído e sobraram apenas ruínas. Depois, o próximo império soterrou a cidade. Até que ocorre a construção do Segundo Templo, do rei Herodes (em 36 a.C). Esse templo dura alguns anos, até que também é destruído e soterrado. Mais uma vez restam apenas as ruínas. Chegado mais um império, em 638 d.C é construído o Bairro Muçulmano e a Cúpula Dourada acima de todas essas “cidades soterradas”. Ou seja, para conseguirmos ver as construções originais, é preciso descer pelos túneis até os pisos das épocas de Salomão e Herodes. Para ter noção, o muro do templo chegava a ter 60 a 70 metros de altura.
No nosso Guia de Destinos você também pode tirar a dúvida sobre quando ir para Israel. Nele há detalhes sobre o clima e datas comemorativas que deixam as cidades movimentadas!
O que posso adiantar é que Jerusalém tem o clima seco e temperaturas amenas no verão. O inverno costuma ser mais rigoroso e com muita chuva. Inclusive, dependendo do ano, pode ser que você veja neve em Jerusalém.
Enquanto Jerusalém esbanja tradição e história, Tel Aviv – a cidade mais jovem de Israel – surpreende com tanta modernidade. As duas grandes cidades ficam apenas a 65 km de distância uma da outra, por isso, recomendo que visite Tel Aviv na sua passagem pelo país. Para isso, confira nosso mini guia sobre o destino, com tudo o que precisa saber!
Dicas sobre Jerusalém
Aproveitando o tema, vale dizer que é comum ouvir pessoas falando em português pelas ruas de Jerusalém. Há muitos brasileiros em excursões ou peregrinações pelos atrativos. Mas fica o alerta, pois, apesar de dar para “se sentir em casa” em alguns momentos, são poucos os guias de Israel que falam português.
Portanto, se quiser contratar um profissional que fale a nossa língua, é preciso se antecipar ou buscar por pacotes de viagens vendidos em agências no Brasil, com guias brasileiros.
Dicas e curiosidades sobre Jerusalém
É bem comum encontrar jovens israelenses, entre 18 e 22 anos, andando de farda e armados por Jerusalém. Mas não se preocupe, isso não significa que o local onde você está oferece algum risco.
Na verdade, eles estão no serviço militar obrigatório e acabam passando por diferentes lugares da cidade, inclusive, turísticos. Se você pedir, é bem provável que eles tirem foto com você (até nos autorizaram a fotografá-los).
Algumas pessoas têm dúvidas sobre como devem se vestir em Jerusalém. No geral, você pode usar qualquer tipo de roupa na cidade. A diferença é que em lugares sagrados, é necessário usar roupas apropriadas, que cubram braços e pernas. É muito importante respeitar a cultura e religião local, principalmente, quando você é turista.
Tente evitar pegar táxi nas ruas de Jerusalém para não pagar mais caro! Como não dá para usar Uber na cidade, use o aplicativo chamado Gett – que é excelente e usado para pegar táxi.
Outra coisa interessante é que domingo em Jerusalém é dia útil, como qualquer outro dia da semana. Ou seja, as pessoas trabalham e as crianças estudam normalmente aos domingos – como se fosse a nossa segunda-feira.
O serviço de gorjeta costuma ser entre 10% e 12%, por isso, se organize para sempre ter uma graninha a mais na hora de pagar pelo seu serviço.
Há vários restaurantes em Jerusalém que são kasher (ou kosher), ou seja, contam com alimentos que foram preparados de acordo com as leis judaicas de alimentação, de origem bíblica.
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Turismo durante o shabat
O shabat é considerado o 7° dia da semana e ocorre entre o pôr do sol de sexta-feira até o de sábado. Nesse período, alguns estabelecimentos de judeus podem ficar fechados, mas isso varia muito de cidade para cidade.
Em Jerusalém é mais fácil ver as lojas fechadas, diferente do que vi na cidade litorânea de Éilat. No bairro de maioria judaica, por exemplo, quase tudo fica fechado. Entretanto, hospitais funcionam normalmente, 24 horas.
É importante saber que durante o shabat o transporte público não funciona em Jerusalém. Portanto, se estiver na cidade neste dia, precisa se organizar de outra forma para se locomover. Os ônibus voltam a funcionar apenas à noite, após o pôr do sol. Além disso, parte dos bairros tem placas proibindo a circulação de carros no sábado – isso ocorre normalmente em bairros de judeus ortodoxos.
Muitos judeus que seguem o judaísmo aproveitam o shabat para descansar e ficar com a família, passeando em praças, lendo livros, brincando com os filhos e visitando amigos.
Outra coisa que percebi é que um dos elevadores do hotel funcionava de um jeito diferente durante o shabat. Como os judeus não trabalham no sábado, o elevador não precisava ser acionado, pois parava em todos os andares do hotel. Assim, o elevador ficava destinado aos hóspedes que cumprem o shabat, enquanto o outro funcionava normalmente.
Jerusalém e a Terra Santa
Falar de Jerusalém e não mencionar o turismo religioso é impossível. Isso porque o destino é como lar para as três principais religiões monoteístas: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. Por isso, vale mencionar aqui porque quando falamos de Israel, principalmente da cidade de Jerusalém, mencionamos o termo Terra Santa.
Para gente se localizar, os vários lugares considerados como parte da Terra Santa ficam em Israel, em algumas partes dos territórios palestinos e no Egito. Pontuar os locais específicos da Terra Santa é uma tarefa difícil e delicada, que não cabe a mim discutir aqui, mas posso dizer que esses lugares são considerados parte da Terra Santa porque são locais mencionados na Bíblia. O desafio diante do termo é que cada religião tem seus próprios lugares considerados sagrados.
Em poucos metros de caminhada por Jerusalém você poderá visitar o Santo Sepulcro (cristão), o Muro das Lamentações (judeu) e a Esplanada das Mesquitas (muçulmano). É um grande caldeirão repleto de fé e importância para muitos povos e religiões. Não podemos deixar de dizer que esse pequeno pedaço de terra é um dos motivos que mais geram desacordo no Estado de Israel, mas em dias normais é possível visitar todos eles tranquilamente (mulheres têm acesso limitado aos templos muçulmanos).
É seguro viajar para Israel?
Sim! Israel é um país seguro para visitar e viajar! Infelizmente, os destaques dos noticiários mostrando apenas os conflitos que envolvem Israel podem influenciar muita gente a pensar ser perigoso visitar o país. Mas é importante dizer que o que é divulgado é só um recorte da realidade e em locais bem específicos.
As regiões turísticas são seguras para visitantes em Israel – tanto no quesito urbano, como andar pela rua sem medo durante a madrugada, quanto nas questões relacionadas aos conflitos, que permeiam a história e atualidade do país.
Sim, as tensões entre israelenses e palestinos existem. Entretanto, o país tem muita tecnologia e preparo para qualquer situação que coloque em risco a segurança local. O governo de Israel, inclusive, garante que é seguro visitar o país:
“Não pediríamos que você viesse, se não fosse seguro. Todos os anos, entre 3 e 4 milhões de turistas passam férias em Israel e todos voltam para casa sãos e salvos. Os aviões de mais de 90 companhias aéreas não voariam para Israel se não fossem seguros.”
Além disso, o mais importante é que as áreas de conflito não são regiões turísticas. Ou seja, é só evitar as zonas de risco, principalmente áreas de fronteira, como Gaza, Síria e Líbano, e não enfrentará maiores problemas.
Se ainda assim você ficar inseguro para comprar sua passagem aérea para Israel, consulte antes as recomendações das instituições oficiais para verificar se é indicado ou não visitar Israel naquele momento. Você pode consultar, por exemplo, o Ministério das Relações Exteriores de Israel. Acredite, nenhum país do mundo que incentiva o turismo tem a inteção de colocar viajantes em risco.
Quanto custa viajar para Jerusalém
Israel é um país caro para muitos brasileiros, já que estamos com o real tão desvalorizado. Posso dizer que dá até para comparar os custos nas cidades israelenses com destinos europeus. A moeda do país é o Novo Shekel Israelense (NIS). Para ter ideia da conversão, 1 shekel vale cerca de R$ 1,50, na cotação de janeiro de 2023.
Ao chegar em Israel você pode sacar o dinheiro local (há caixas eletrônicos em várias ruas) ou trocar euro e dólar em casas de câmbio, além de usar cartões de débito de contas digitais internacionais, como a Nomad, ou ainda usar seus cartões de crédito.
No meu caso, usei o cartão de débito da Nomad. Ele tem a bandeira Mastercard e foi aceito em todos estabelecimentos que usei. Ah, vale destacar que a maioria dos lugares aceita cartão.
Alimentação
A recomendação é que você leve pelo menos 170 NIS para gastar por dia apenas com alimentação, o equivalente a R$ 250 (no valor da moeda comercial, sem taxas).
Café da manhã | Almoço | Jantar |
De 40 a 70 NIS | De 60 a 90 NIS | A partir de 70 NIS |
Os custos indicados acima são das alimentações mais consumidas pelos turistas e mais comuns de encontrar. Claro, pesquisando bem, você verá comidas mais baratas se não considerar a refeição do período. Por exemplo, se não quiser um almoço completo, você pode optar por um lanche e uma bebida na rede Aroma, que custa cerca de 54 NIS.
Há ainda restaurantes tradicionais que oferecem humos, salada, falafel e bebida por 40 NIS. Os mais econômicos vendem falafel com refrigerante por 20 NIS. Também é possível fazer compras em mercados, alguns funcionam 24 horas.
Para saber mais sobre as comidas típicas que você vai encontrar em Israel, acesse essa página do nosso Guia de Destinos.
Bebidas alcoólicas e cigarros: Esses produtos têm uma taxação alta no país, por isso, são mais caros em Israel. Um copo de cerveja, por exemplo, costuma ser a partir de 25 NIS (cerca de R$ 40).
Transporte
Táxi: É muito fácil encontrar um táxi em Jerusalém, mas a minha indicação é que você use o aplicativo Gett para pedir o serviço (dica: se usar o app Moovit, para ser encaminhado ao Gett, aparecerá o valor aproximado da sua corrida). Fique atento se o taxímetro está ligado, ele é a sua “segurança” de que o trajeto será cobrado adequadamente. Usar táxi à noite e aos sábados é um pouco mais caro.
O preço médio por quilômetro rodado andando de táxi pode ficar em torno de 12 NIS. Caso queira usar um táxi para viajar entre cidades israelenses, como Éilat, combine o preço antecipadamente com o taxista.
Trem leve: Em Jerusalém você também pode se locomover de trem leve (tram). Muitos trajetos com ele custam 5,90 shekels. Com o cartão de transporte carregado, você pode usar ônibus e trem leve quantas vezes quiser durante 1 hora e meia. O tram faz mais de 20 paradas cruzando a cidade.
Trem rápido: A estação do trem rápido, chamada de Yitzhak Navon, fica perto da Rodoviária de Jerusalém Tahana Merkazit, que oferece ônibus com trajetos por toda cidade e pelo país, inclusive, é onde chega o trem leve.
Já na estação, os usuários podem comprar os tikets na bilheteria ou nas máquinas disponíveis. Mas, antes, a pessoa terá que passar pela área de segurança e raio x dos objetos pessoais.
Para fazer a compra dos créditos do transporte, o usuário pode selecionar a opção das informações em inglês no display disponível. A tarifa pode ser comprada por 5 shekels para andar em quase todo lugar de Israel. O uso do cartão local dá desconto, mas a compra avulsa do serviço custa 22 shekels para viajar entre Tel Aviv e Jerusalém. Já o passe diário, que dá direito de acesso a uma área maior, custa 32,50 shekels. Ele pode ser usado em trem e ônibus entre as cidades, e em trem leve dentro de Tel Aviv e Jerusalém.
A estação funciona de domingo a quinta-feira e conta com trens a cada 30 minutos. Para ficar por dentro, a viagem de trem rápido entre Tel Aviv e Jerusalém dura apenas 31 minutos. Portanto, não deixe de visitar as duas cidades quando estiver em Israel.
Passagem aérea: Conforme o banco de dados do Melhores Destinos, as passagens aéreas do Brasil para o Aeroporto Ben Gurion – Tel Aviv (a 50 km de Jerusalém) está custando em média de R$ 5 mil a R$ 8 mil, dependendo da cidade de saída e do mês da viagem. Confira aqui os preços atualizados das passagens aéreas para Israel.
Como deu para ver, o destino não é dos mais baratos, mas, apesar de ser mais difícil, é possível encontrar promoções para Israel. Por isso, não deixe de baixar o aplicativo do Melhores Destinos para não perder nenhum alerta de promoção!
Agências de turismo que oferecem pacotes de viagem para Israel podem conseguir preços melhores por serem passagens compradas para grupos e com antecedência. Vale a pena pesquisar.
Caso queira fazer orçamentos com as empresas de Israel, é só acessar o site do Ministério do Turismo do país, que conta com o registro dos operadores de turismo cadastrados. Um dos profissionais locais que oferece esse tipo de serviço é a Aline, brasileira que é guia de turismo em Israel e faz um trabalho muito legal divulgando o país nas redes sociais.
Hospedagem
Hotéis: Há muitas hospedagens em Jerusalém, para todos os tipos de viajantes e bolsos (mais abaixo você encontra informações sobre onde ficar na cidade). Há opções de hostels com diárias a partir de R$ 350 e hotéis a partir de R$ 460 – considerando a diária para um casal.
Fiquei hospedada no Prima Kings Hotel. Ele tem diárias a partir de R$ 887 e foi reformado recentemente. A hospedagem conta com banheira e é muito confortável, o café da manhã é super completo e a localização é ótima (fica a cerca de 350 metros do Centro).
Passeios
O custo com os passeios vai variar muito conforme o que visitante pretende fazer na cidade ou o que já está incluso no pacote da viagem que contratou. Os principais passeios por Jerusalém não têm custo, como a Via Dolorosa, Muro das Lamentações e Monte das Oliveiras. Entretanto, uma visita guiada por Jerusalém, por exemplo, pode custar cerca de R$ 400 por pessoa (veja aqui).
Outras informações sobre custos em Jerusalém você pode conferir neste site – ele atualiza os preços de itens e serviços em diferentes lugares do mundo, conforme os dados dos usuários.
Mapa de Jerusalém
Para enriquecer o seu passeio e não se perder, recomendamos ter um guia para te acompanhar nessa região. Por lá você vai literalmente pisar sobre a história, como em pisos milenares da época de Jesus, por isso é tão importante saber por onde passa.
O interessante de ter um guia local é que, além de saber que você estará com um morador, os guias de turismo de Israel são muito bem preparados para divulgar a história do país. Para poder atuar, o governo exige que o profissional faça um curso de turismo, com duração de cerca de dois anos, e tenha uma licença do Ministério do Turismo.
Só que é bom preparar o bolso, pois o serviço pode não ser muito barato. A guia israelense que nos acompanhou, Dina Shaked, por exemplo, cobra 300 dólares (mais de R$ 1,5 mil) por dia de passeio. Esse valor pode alterar, conforme as demandas do viajante. Sem dúvida, com a guia, o passeio ganha outra perspectiva. E o legal é que ela nasceu no Brasil e fala em português – uma facilidade para muitos viajantes.
Caso opte por profissionais brasileiros, é possível contratar o guia antes mesmo de sair do Brasil. Há agências de viagens que oferecem o pacote completo, com passagem, hospedagem, transfer e guia turístico que fala em português. É importante avaliar as opções e escolher a que é melhor para você.
A empresa Civitatis também conta com alguns passeios interessantes em Jerusalém e região (confira aqui).
Conhecendo Jerusalém
Se me pedissem para resumir em um palavra minha viagem a Jerusalém seria: surpresa! Apesar de ter imagens da cidade na minha mente e ouvir muito sobre o destino, estar lá me mostrou como a gente pode se enganar com achismos e ter expectativas superadas em tão pouco tempo. E digo aqui “pouco tempo”, porque de fato foi só pisar em Jerusalém para ter novas e ótimas impressões do lugar.
Uma das primeiras foi em relação à limpeza e beleza das regiões mais novas de Jerusalém. A maioria dos edifícios é construída em pedra – mesmo na parte mais moderna da cidade. Isso torna o visual único. É lindo de ver prédios, casas e estabelecimentos novos em sintonia com o visual da Cidade Velha de Jerusalém, bem clara com suas paredes beges amareladas.
Também identifiquei como algo singular a pluralidade da capital israelense. Jerusalém, a maior cidade de Israel, tem uma incrível diversidade cultural. Além das próprias religiões que destacam esse contexto de diferenças, a população da cidade também conta com muitos imigrantes do mundo inteiro.
Cristianismo e brasileiros
Meu querido leitor, quero deixar claro que esse post não é direcionado para peregrinos de nenhuma religião específica. O foco aqui é te contar e mostrar um pouco da grandiosidade de Jerusalém, como destino turístico de maneira geral.
Entretanto, deixo uma ressalva importante. Mais de 80% da população brasileira é cristã e, não à toa, a maioria dos brasileiros que visitam Jerusalém segue o cristianismo. Por isso, posso ter dado maior destaque para alguns pontos mais procurados pelos turistas brasileiros cristãos. Mas isso não significa que os demais atrativos ou as outras religiões sejam menos importantes.
Onde ficar em Jerusalém
Ficar em Jerusalém é uma ótima opção se você também pretende visitar outras cidades do país fazendo bate e volta. A partir de Jerusalém é possível fazer passeios para várias regiões de Israel e também conseguir transporte para a maioria das áreas turísticas. O conselho vale para quem usa rá os hotéis apenas para uma boa noite de sono.
Jerusalém, capital de Israel, tem grande oferta de hotéis, porém a relação custo x benefício não é tão boa quanto em Tel Aviv. As hospedagens têm preços bem altos e o padrão de qualidade nem sempre segue os valores. Como a maior parte dos passeios se restringe à Cidade Antiga, o ideal é se hospedar nas regiões próximas aos muros. Infelizmente, é exatamente neste ponto que estão os hotéis com preços mais salgados.
Apesar do alto preço, a dificuldade para circular pela cidade de carro torna bem atraente a opção de ficar perto das principais atrações. Dentro dos muros, os hotéis são escassos. Onde está a maior parte das opções de hospedagem em Jerusalém é do lado oeste, conhecido como Jerusalém moderna. Lá se encontram muitas hospedagens tipo boutique e grandes complexos hoteleiros.
Confira as opções de hospedagem em Jerusalém
Idioma
O idioma oficial de Israel é o hebraico, mas quase todo mundo também fala inglês por lá. Inclusive, verá placas escritas em hebraico, árabe e inglês.
Se você falar apenas português ou espanhol, poderá ter certa dificuldade em alguns lugares. Por isso, se não dominar inglês, confira esse post com dicas para viajar com ajuda do Google Tradutor.
Uma informação importante é que, segundo o Ministério do Turismo, são poucos os guias de Israel que falam em português. Por isso, se tem interesse em contratar um profissional que fale na nossa língua, é importante se antecipar e garantir a reserva previamente. Outra opção é viajar ao destino com agências brasileiras, que normalmente têm um roteiro pré-definido.
Como chegar a Jerusalém
Quem deseja visitar Israel deve se preparar para longas horas dentro de um avião e aeroporto. Para chegar ao país, localizado no Oriente Médio, não há nenhuma opção de voo direto saindo do Brasil. As rotas oferecidas por enquanto passam obrigatoriamente ao menos por uma escala. O caminho mais comum é saindo do Brasil para a Europa, de onde há vários voos para Israel.
A principal porta de entrada para voos internacionais é o Aeroporto Internacional de Ben-Gurion (TLV), localizado na cidade de Lida, a apenas 50 km de Jerusalém.
O mais rápido trajeto entre Brasil e Jerusalém é com saída do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, conexão em Zurique, na Suíça, e chegada em Tel Aviv. O tempo total do percurso é de 16h50 e o voo é operado pela Swiss. Outras opções são pela Emirates, via Dubai; Turkish Airlines, via Istambul; KLM, via Amsterdã; TAP, via Lisboa; Lufthansa, via Frankfurt; Air Europa e Iberia, via Madrid. As opções são muitas para quem fará escala na Europa.
Minha viagem foi feita pela ITA Airways, com conexão em Roma, na Itália, e destino final Tel Aviv. Na ida, saindo de Londrina, no interior do Paraná, até Tel Aviv, todos os trajetos somaram 26 horas. Na volta, entre espera nos aeroportos e voos, foram 34 horas.
Meu voo para Israel: Guarulhos > Roma (11 horas de voo) | Roma > Tel Aviv (3 horas de voo).
Como o trajeto é bem cansativo, minha sugestão (quando for possível e interessante para você) é fazer um stopover. Por exemplo, ficar uns dias em Roma e, depois, seguir para Tel Aviv.
Entrada e saída de Israel
Os brasileiros não precisam de visto para viagens de até 90 dias em Israel. Para entrar no país é bem tranquilo, a exigência é que o turista tenha um passaporte com, pelo menos, seis meses de validade a partir da data de entrada em Israel e seguro saúde para a viagem.
É importante saber que ao chegar em Israel você precisará registrar a sua chegada em um painel eletrônico disponível no aeroporto ou com um funcionário do local, para receber um pequeno cartão em papel que indicará sua entrada e saída prevista no país. Você deverá guardar esse registro até o final da sua estadia em Israel, quando passará por um sistema de segurança com guardas israelenses.
Antes de sair do país, na imigração, a equipe de segurança te fará várias perguntas sobre sua passagem por Israel, como os lugares que visitou e se você recebeu algo de alguém desconhecido. Evite distrair-se, não minta em nenhuma hipótese e responda calmamente a todas as perguntas. Depois, você receberá uma etiqueta na sua bagagem e poderá ir para área de check-in.
Apesar de ser burocrático, o procedimento é tranquilo. O guarda que me atendeu, por exemplo, conversou calmamente e foi muito educado. Nos questionamentos, perguntou até os nomes dos hotéis que fiquei e minha profissão. Algumas perguntas podem parecer invasivas, mas fazem parte do procedimento de segurança. Tudo foi muito rápido, em menos de cinco minutos fui liberada.
Depois desse procedimento, na hora do embarque, meu passaporte não passou de primeira no leitor eletrônico, e o sistema indicou que fosse para o setor de imigração. Fui encaminhada para um funcionário da imigração, que passou meu passaporte em outro leitor e fui liberada na sequência. Caso isso aconteça com você, talvez te façam mais perguntas. Entretanto, não tenha medo, responda os questionamentos e logo será liberado também.
Mais detalhes sobre o processo de imigração você confere no Guia de Destinos de Israel.
Bônus: Se tiver tempo, visite!
Colônia de Artistas
Para quem gosta de produtos locais para levar de lembrança, vale a pena conhecer a Colônia de Artistas de Jerusalém. Ela existe desde a década de 1960 e fica aos pés das muralhas, perto do Portão de Jaffa. Por lá você vai poder conhecer vários produtos artesanais e tradicionais, como o talit, uma vestimenta judaica. É tudo de muito bom gosto e requinte, por isso, os preços também são mais altos.
Centro de Jerusalém
A principal rua do Centro de Jerusalém chama Ben Yehuda Street. Por lá você vai encontrar lojas de todos os tipos. Um destaque é para as decorações bem coloridas e instagramáveis penduradas na região central, e uma pracinha deliciosa para relaxar chamada Zion Square.
Vinícola Jerusalém
Para quem gosta de vinho, um delicioso passeio pela Vinícola Jerusalém pode surpreender. Durante a visita você vai degustar vinhos produzidos em Israel enquanto aprecia uma bela vista da Cidade Velha.
A vinícola é uma das mais importantes de Israel e a adega fica no Moinho de Montefiore, do século XIX, no primeiro bairro judeu construído fora das muralhas da Cidade Velha.
A degustação parte de 35 shekels, aproximadamente R$ 50, e recomendo que a visita seja no fim de tarde, para a paisagem ficar ainda mais bonita. Durante o passeio você vai aprender sobre a história da vinícola, além de ouvir sobre produção e harmonização dos vinhos.
Mamilla Mall
Uma sugestão é andar sem pressa pelo shopping Mamilla, que mais parece uma rua comercial de luxo. O lugar é muito chique, tem várias lojas de grife e restaurantes.
Apesar de moderno e sofisticado, parte do shopping ao ar livre foi construída com o reaproveitamento das pedras originais, para preservar a história do edifício considerado patrimônio histórico. Por isso, você vai ver essas pedras marcadas, que são originais e foram recolocadas aqui depois da infraestrutura do shopping ficar pronta.
Durante a caminhada também vale ficar atento para apreciar o Convento de São Vicente de Paulo, mantido no local.
Primeira Estação de Trem
Outro lugar cheio de história e com o visual moderno é Primeira Estação de Trem de Jerusalém, do século XIX. Revitalizada e reaberta em 2013, agora, é um complexo de entretenimento, cultura e gastronomia. É uma delícia passear por lá.
Museu de Israel
Um dos maiores museus do mundo em artefatos arqueológicos ligados à Bíblia, o Museu de Israel atrai não só o público fã de artes, mas também peregrinos de todos os continentes.
A principal estrela do museu, além da belíssima arquitetura, é a sessão onde estão os Manuscritos do Mar Morto. O local, construído especialmente para abrigar o material descoberto em 1946 nas cavernas de Qumran, apresenta aos visitantes as mais antigas escrituras já encontradas com referência à Bíblia Hebraica.
Outros lugares para visitar:
- Museu de Terras da Bíblia
- Zoológico Bíblico
- Museu Burnt House
- Janelas Chagall na Sinagoga do Centro Médico Hadassah em Ein Karem
- Grande Sinagoga
- Campus da Universidade Hebraica de Jerusalém
- Sinagoga Italiana
- Jardim Botânico de Jerusalém
- Museu de Arte Islâmica L. A. Mayer
- Mea Shearim
- Museu Menachem Begin Heritage Center
- Monte Herzl
- Monte Zion
- Ramparts Walk na Cidade Velha
- Museu Old Yishuv Court
- Suprema Cort
- Church of Mary Magdalene
- Igreja do Pai Nosso
*A repórter viajou a convite do Ministério do Turismo de Israel, e a reportagem também conta com contribuições da jornalista Monique Renne.
Tem vontade de conhecer Jerusalém? Ou já conhece Jerusalém? Me conta nos comentários por que você sonha visitar o destino ou o que achou do lugar!