Azul estuda transformar o TudoAzul em empresa de capital aberto, seguindo tendência do Multiplus e do Smiles
Azul estuda transformar o TudoAzul em empresa de capital aberto, seguindo tendência do Multiplus e do Smiles
Em entrevista à Revista Exame, o fundador da Azul Linhas Aéreas, David Neeleman, informou que estuda levantar recursos para investir na companhia aérea, transformando o TudoAzul numa empresa de capital aberto, ou negociando uma parcela do programa com um investidor privado.
As companhias aéreas e seus controladores descobriram uma “mina de ouro” em seus programas de fidelidade. Inspirado no Aeroplan (Air Canada), o Multiplus foi o primeiro programa brasileiro ligado a uma empresa aérea a se transformar numa empresa independente e a ter ações negociadas na Bovespa. Criado em junho de 2009, passou a ter um valor de mercado que superou o da própria TAM, empresa que lhe deu origem. Em 2013, foi a vez do Smiles declarar independência da GOL e estrear na Bolsa de Valores.
Os programas lucram com a venda de pontos para bancos, hotéis, locadoras de automóveis, seguradoras e outros parceiros, ganhando com os juros cobrados sobre o dinheiro antes que as recompensas sejam resgatadas pelos clientes, com pontos vencidos, bem como com a diferença entre o custo do item resgatado e o valor cobrado pelas milhas usadas no resgate.
No entanto, apesar de ser um excelente negócio para os seus controladores, há controvérsia quanto ao potencial conflito de interesses depois que esses programas se tornam independentes. De um lado, o objetivo de fidelizar o cliente, através de vantagens e benefícios exclusivos, associados ou não à companhia aérea que lhe deu origem. De outro, a necessidade de lucrar, comercializando milhas e serviços, reduzindo benefícios e/ou aumentando o custo de resgate de prêmios.
As experiências pregressas do Multiplus e do Smiles indicam que esse movimento beneficia muito mais a companhia aérea e seus controladores, do que os consumidores. Os programas de fidelidade acabam usados para antecipar caixa para as empresas aéreas e para distribuir dividendos para investidores, aumentando seu valor de mercado. Os custos de resgate acabam subindo num ritmo muito maior do que as oportunidades de acúmulo e a ampliação das parcerias.
Concluída essa operação, restará apenas o programa Amigo da Avianca Brasil no modelo tradicional de programa de fidelidade de companhia aérea. Resta saber por quanto tempo…
Qual sua opinião sobre esse tema? A transformação do TudoAzul numa empresa traz mais riscos ou oportunidades para os clientes? Comente e participe!
Com informações da Exame.com