Cade aprova compra da Webjet pela GOL
Cade aprova compra da Webjet pela GOL
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deu hoje sinal verde para a compra da Webjet pela GOL. O negócio, anunciado há 15 meses, foi aprovado por unanimidade pelos conselheiros e abre caminho para que a Webjet deixe de existir e seja incorporada pela GOL. No entanto, a companhia terá de cumprir uma meta de eficiência mínima de 85% no aeroporto Santos Dumont, ou seja, apenas 15% dos voos poderão ser cancelados.
Segundo determinação do Cade, a GOL terá de assinar um Termo de Compromisso de Desempenho, determinando que a cada cem pousos ou decolagens previstos, a empresa só poderá cancelar no máximo 15. A medição será feita todo trimestre e em caso de descumprimento a empresa poderá ser obrigada a devolver dois horários (slots) à Anac: aquele onde foi verificado uso abaixo da meta e ainda um segundo que possua horário próximo.
“Acabaram-se os slots ociosos nos grandes aeroportos. Por isso, temos de exigir o máximo de eficiência das empresas. O custo de tirar um avião do chão e colocá-lo em outro lugar, mesmo que seja um voo curto de uma hora, é muito alto. A exigência de cumprir 85% de eficiência fará com que a empresa oferte a capacidade. Se eu retirar a cláusula de 85% o custo da ociosidade passa a ser zero”, afirmou Ricardo Machado Ruiz, conselheiro do Cade e relator do caso.
A medida foi proposta por conta da preocupação do conselho de que a fusão, e consequente concentração pela GOL de horários de pouso e decolagem (slots) em Santos Dumont, possa gerar aumento no valor das passagens ou ineficiência. Com a fusão, a companhia passa a ter 36% dos slots em Santos Dumont. A TAM, maior concorrente da empresa, tem 24%.
Além disso, o Cade avaliou que o aeroporto não comporta a entrada de uma nova empresa por falta de espaço, o que dificulta uma maior competição.
Compra
A Gol investiu R$ 43 milhões na compra da Webjet e assumiu R$ 215 milhões em dívidas da empresa. Até agora as duas companhias vinham operando de forma independente, por conta de um acordo firmado com o Cade em 26 de outubro do ano passado. A Gol possui uma frota de 124 aeronaves e opera 810 voos diários para 63 destinos domésticos e 13 destinos internacionais. Já a Webjet detém 30 aeronaves e faz cerca de 140 voos diários para 18 cidades do país.
Na última entrevista ao Melhores Destinos, o presidente da GOL, Paulo Kakinoff, afirmou que não havia ainda uma definição sobre o que seria feito com a Webjet após a aprovação, mas fontes ligadas à companhia afirmam que o fim da marca é certo e está previsto para meados do próximo ano.
A Webjet foi criada em 2005 por empresários cariocas para ser uma companhia aérea de baixo custo. Dois anos depois, foi comprada pelo empresário Guilherme Paulus, então dono da agência de viagens CVC. Paulus tentou reestruturar a companhia, mas não teve sucesso.
Com informações da Folha de S. Paulo, G1 e O Globo