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Interrompi minha viagem na metade – como está Orlando à espera do furacão Milton

Bruna Scirea
09/10/2024 às 10:25

Interrompi minha viagem na metade – como está Orlando à espera do furacão Milton

Hoje, quarta-feira, 9 de outubro, o furacão Milton, que já é considerado um dos maiores da história, deve chegar à Flórida. O estado norte-americano é um dos destinos internacionais mais visitados por brasileiros – basta visitar as principais atrações de Miami e Orlando para esbarrar em famílias falando o bom português.

Cheguei a Orlando na quarta-feira passada, exatamente há uma semana. Viajei a convite da Visit Orlando, associação oficial de turismo do destino, com o objetivo de conhecer as principais novidades, dentro e fora dos parques temáticos. Os três primeiros dias da programação incluíram novas atrações da Disney, feira de rua, atividades esportivas, show de jazz e um sol de rachar, com temperaturas próximas aos 30 °C. Tudo ocorria em uma agradável calmaria – não fossem as notícias, jamais poderia se imaginar que um furacão estava a caminho.

Magic Kingdom na sexta, num calor de quase 30 graus

O tempo mudou e o domingo amanheceu chuvoso, seguindo assim pelo dia inteiro. Foi abaixo de uma fina garoa, por exemplo, que vi o Orlando Pride conquistar a NWSL Shield (título concedido à equipe que faz a melhor campanha da temporada regular da liga americana), com gol de pênalti da Marta. A previsão era de que a insistente chuva não cessaria até o fim da minha viagem, previsto para quinta.

Orlando Pride venceu o time de Washington abaixo de chuva

Impossível não associar a precipitação sem trégua, ainda que tranquila, ao furacão Milton. Conversei com quem mora em Orlando – e, portanto, já está de alguma forma acostumado a lidar com eventos como um furacão –, e o que ouvi não chegou a assustar: “o impacto aqui deve ser só a chuva mesmo”. Me agarrei a essa informação e segui a programação.

Na segunda à tarde estava em um dos famosos outlets de Orlando quando algo me disse: “gata, abra os sites jornalísticos e dá uma olhadinha na situação”. Pois bem. Bastou uma simples busca no Google. A velocidade do furacão Milton que avançava pelo Golfo do México em direção à Flórida havia saltado da categoria 2 para a 5 (máxima) em poucas horas, assustando inclusive os especialistas. Começou a se falar da possibilidade de ser um dos piores fenômenos dos últimos 100 anos. O Aeroporto de Orlando já havia anunciado a suspensão das operações a partir de quarta, dia previsto para a chegada do furacão na Flórida.

Céu nublado, oscilando com chuva e pouco vento na segunda

E teve início a curta, porém estressante, saga. Enquanto voltava para o hotel para pegar as malas e ir para o aeroporto, pedi ajuda da minha colega Camille Panzera para entrar em contato com a Azul para antecipar o voo. Ainda no Uber, recebi no celular o alerta disparado pelas autoridades americanas pedindo que ninguém medisse esforços para proteger suas vidas, recomendando o armazenamento de comida, água, combustível e medicamentos para pelo menos três dias.

Alerta que chegou pelo celular na tarde da segunda

O deslocamento até o hotel em Orlando demorou mais do que esperado. O trânsito na cidade já estava carregado e havia filas em alguns postos de gasolina. Nos sites de notícias, li que alguns itens já começavam a faltar nos supermercados.

Pelo atendimento da Azul, foi possível antecipar o voo para o dia seguinte sem qualquer custo. Mas decidi que ainda assim tentaria a sorte no aeroporto. Como o agravamento da situação era ainda recente, julguei que havia chances. E deu certo. Em questão de duas horas e meia havia feito todo o “corre” de malas e aeroporto e deu tempo de conseguir um assento de última hora (por conta de um no show de outro passageiro). Foi sorte. Tivesse me mobilizado 15 minutos depois, certamente não rolaria deixar Orlando ainda na segunda-feira.

Como está a situação hoje

Em Orlando os parques fecham a partir de hoje, sem previsão exata de quando serão reabertos. Os complexos terão de avaliar possíveis estragos e a segurança dos equipamentos antes de retornar às atividades. Com o aeroporto fechado, as companhias aéreas cancelaram seus voos e flexibilizaram as regras para alteração de datas e reembolsos (leia mais no fim do post).

A previsão atual é de que o furacão chegue a Orlando com categoria 1. É a menor da escala, capaz de trazer ventos fortes, mas sem expectativas de maiores danos. Ainda assim, todas as recomendações seguem valendo. Miami, por sua vez, não está na rota do furacão. Algumas companhias aéreas, no entanto, estão flexibilizando as regras de remarcação dos voos para lá.

A região de Tampa, a 135 quilômetros de Orlando, onde fica o parque Busch Gardens, famoso por suas montanhas-russas, deve ser uma das primeiras a serem atingidas. Em duas das cinco zonas da cidade, a evacuação é obrigatória. Autoridades esperam estragos generalizados. Em um anúncio público, a prefeita da cidade resumiu a situação sem papas na língua: “se você ficar, morrerá”.

Com o privilégio e o conforto de estar agora segura em casa, acompanho as notícias torcendo para que os prejuízos deixados pelo furacão Milton sejam bem menores do que se espera.

E com você, viajante, compartilho o ensinamento que esse episódio de viagem me trouxe: não custa nada estar atento ao que rola no entorno, mesmo quando em férias, né? Ainda mais com expectativa de eventos climáticos fora do comum. E mesmo quando o clima parece de normalidade. Não é o caso de viajar “noiado” com o que pode acontecer de errado, mas sim estar minimamente informado para agir a tempo e, principalmente, com segurança.

Companhias aéreas remarcam voos

Aeroportos das principais cidades que devem ser atingidas pela passagem do furacão Milton já anunciaram a suspensão das operações.

O Aeroporto de Orlando (comunicado oficial), o mais movimentado da Flórida, tem fechamento programado para a manhã da quarta-feira. Já os aeroportos de Tampa (nota oficial) e de St. Pete-Clearwater suspenderam as atividades temporariamente ainda na terça-feira. Os terminais informaram que só voltam a operar quando o cenário for seguro para pousos e decolagens.

Diante da situação, as companhias aéreas também tiveram de cancelar voos e oferecer alternativas para os passageiros que estavam ou viajariam para a Flórida nesta semana.

A GOL cancelou os voos entre Brasília e Orlando e Fortaleza e Orlando previstos para os dias 9 e 10 de outubro. Voos extras estão programados para 12 de outubro. Os voos para Miami não foram alterados. Veja o comunicado.

A LATAM cancelou os voos LA8126 e LA8127, que sairiam no dia 9 de outubro de Guarulhos para Orlando. Em nota oficial, a companhia informou que os passageiros afetados podem alterar a data da viagem ou solicitar a devolução de acordo com as condições da tarifa adquirida. Os voos da LATAM para Miami não foram alterados, mas a empresa informa que está oferecendo flexibilidade de alteração de datas por sete dias para voos com data entre 9 e 10 de outubro.

A Azul informou que cancelou os voos com destino ou origem em Orlando no dia 9 de outubro e que os clientes impactados estão recebendo as informações necessárias e sendo reacomodados em voos da própria empresa, conforme disponibilidade. A empresa recomenda que os passageiros não se dirijam aos aeroportos antes de confirmarem o status dos voos utilizando o localizador de reserva no app Azul ou em “Minha Viagens” no site.

Parques temáticos anunciaram fechamento

Os principais parques temáticos de Orlando já anunciaram que vão suspender as atividades a partir desta quarta-feira. Veja os horários:

Disney – o Hollywood Studios e o Animal Kingdom estarão fechados a partir das 13h (horário local). Já o Magic Kingdom, Epcot e a Disney Springs terão o funcionamento interrompido a partir das 14h do dia 9 de outubro. É provável que os parques permaneçam fechados por pelo menos até quinta-feira.

Universal – o Universal Studios Florida, Island of Adventure e o Universal City Walk funcionam até as 14h de quarta-feira e seguem fechados durante toda a quinta. O Universal Volcano Bay não abre nesta quarta e quinta.

SeaWorld – entre os parques do complexo SeaWorld, o primeiro a fechar, ainda na terça, foi o Busch Gardens, localizado em Tampa. O SeaWorld Orlando e o Quatica Orlando têm atividades interrompidas pelo menos entre quarta e quinta.

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