Adeus, Selina: famosa rede de hotéis fecha unidades no Brasil após crise global


Adeus, Selina: famosa rede de hotéis fecha unidades no Brasil após crise global
Após conquistar muitos viajantes jovens e nômades digitais, a rede de hotéis e hostels Selina passou por vários desafios e encerrou neste mês suas atividades no Brasil.
Com um conceito que misturava hospedagem acessível, coworking, bem-estar e eventos culturais, os hotéis Selina estavam espalhados por vários países e tinham presença marcante no Brasil.
Selina: do sucesso à crise financeira
O Selina surgiu em 2015 com um conceito diferenciado: criar espaços onde os hóspedes pudessem trabalhar, se conectar e conhecer o mundo ao mesmo tempo.
A proposta atraiu uma geração de viajantes que buscava mais do que uma simples hospedagem – queriam experiências autênticas, eventos, festas e uma rede de networking global (minha amiga Amanda tem exatamente esse perfil e era apaixonada pela rede!).
Porém, a expansão acelerada trouxe desafios financeiros para a empresa. No final de 2023 e início de 2024, o Selina enfrentou dificuldades para manter suas operações em vários países e entrou em administração judicial. Com isso, a empresa foi colocada sob controle de administradores financeiros, que buscaram vender ativos e reorganizar as finanças da companhia.
Collective Hospitality
Em agosto de 2024, a Collective Hospitality, uma empresa especializada em hotéis e experiências voltadas para a Geração Z e Millennials, anunciou a compra da maior parte das subsidiárias operacionais da Selina.
O negócio envolveu aproximadamente 100 hotéis em 22 países, garantindo a continuidade de hotéis da marca em algumas localidades, inclusive nas unidades brasileiras de Copacabana e Lapa no Rio de Janeiro.
“A abordagem inovadora de Selina para misturar trabalho, lazer e cultura se alinha perfeitamente com nossa visão de criar experiências memoráveis para nossos hóspedes da geração Y e Z. Esta aquisição não apenas expande nosso portfólio de propriedades, mas também fortalece nosso compromisso em redefinir a hospitalidade na era moderna”, disse no anúncio de agosto Gary Murray , CEO da Collective Hospitality PTE Ltd.
A Collective Hospitality tem um portfólio de marcas que seguem um modelo semelhante ao da Selina, com experiências de socialização, festas, aventuras e hospedagens para nômades digitais. Entre elas estão:
- Slumber Party: focada em festas e viagens com muita diversão.
- Bodega Hostels: voltada para viajantes que buscam experiências locais e trabalho remoto.
- Socialtel Resorts: um conceito de hospedagem quatro estrelas com foco em socialização.
Com essa aquisição, a expectativa era que muitos dos hotéis Selina ao redor do mundo passassem por um processo de rebranding e continuassem operando sob novas direções.
Fim da rede Selina no Brasil
Apesar da aquisição global, a história do Selina no Brasil teve um desfecho diferente. Neste início de ano, a empresa encerrou definitivamente todas as suas operações no país. Os hotéis que faziam parte da rede foram fechados e aproximadamente 220 funcionários foram desligados.
As hospedagens no Brasil nem aparecem mais no site oficial da Selina. Na América do Sul restaram hotéis apenas em Lima, no Peru, e Salta, na Argentina.
Atualmente, o nome da rede só aparece em algumas das avaliações dos usuários da Booking.com, já que as unidades da Lapa e Copacabana são, agora, Socialtel Lapa Rio de Janeiro e Socialtel Copacabana, respectivamente. Nos bastidores da hotelaria, muito se falou das dívidas da rede no Brasil. Uma pena ser esse o fim de uma empresa que conquistou tantos viajantes.
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Com informações da Collective Hospitality, da rede Selina e do site Hotelier News.