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Agora vai? FAA formaliza 4 mudanças necessárias para o retorno dos voos do Boeing 737 MAX

Leonardo Cassol
04/08/2020 às 18:08

Agora vai? FAA formaliza 4 mudanças necessárias para o retorno dos voos do Boeing 737 MAX

A Agência Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês), informou que vai exigir quatro mudanças importantes no Boeing 737 MAX para resolver todas as questões de segurança observadas nos dois acidentes fatais que levaram a suspensão dos voos do modelo, em março de 2019.

A decisão cria uma perspectiva bem mais clara para a Boeing sobre o retorno do 737 MAX aos céus. Mas ainda não dá para garantir que os voos serão retomados neste ano. Isso porque existem outras etapas importantes, como a finalização dos procedimentos de treinamento de pilotos, além do processo de recertificação da aeronave junto às demais agências de aviação do mundo, que podem fazer exigências adicionais. Nesse sentido, o cenário mais provável é que os voos comerciais voltem a ocorrer no primeiro semestre de 2021.

Mudanças exigidas pela FAA para o retorno do Boeing 737 MAX

A diretriz de aeronavegabilidade do FAA vai exigir a atualização de software de controle de voo, a revisão de certos procedimentos operacionais da tripulação de voo e a alteração do roteamento de alguns pacotes de fiação da aeronave.

Na prática, a Boeing vai precisar alterar o software no computador da aeronave para que ele passe a utilizar dados de dois sensores de ângulo de ataque (AOA) para ativar o sistema de estabilização (MCAS), e não apenas um, como era antes. Esse novo sistema também vai limitar as intervenções do computador no comando da aeronave, em caso de erro na leitura de dados.

Além disso, a agência também determinou que as companhias aéreas realizem um teste do sistema de sensor de ângulo de ataque (AOA) e um voo de prontidão operacional antes de retornarem as viagens com o MAX.

As mudanças devem custar cerca de R$ 75.000 por aeronave, sem contar, o custo com o treinamento dos pilotos e voos obrigatório de testes.

O FAA, juntamente com a Agência Europeia (EASA), a Agência Canadense (TCCA) e a Anac no Brasil, também formarão um conselho para a elaboração de um documento de padronização de voo, de modo a definir diretrizes conjuntas para a atualização do manual dos pilotos e seu treinamento.

A FAA destacou que as mudanças minimizam “a dependência da ação do piloto e o efeito de qualquer possível falha única”. E que as medidas são o resultado de mais de 18 meses de trabalho de mais de 40 engenheiros, inspetores, pilotos e equipe de suporte técnico. A Agência reforçou também que já realizou mais de 60 mil horas de revisão, voos de certificação e avaliação de documentos até o momento.

Quais foram os problemas que levaram ao acidente com o Boeing 737 MAX

A Boeing implementou um sistema de manobra que interfere no controle de voo usando dados válidos de apenas um sensor. Nos dois acidentes, houve uma divergência nos dados dos sensores que gerou uma desestabilização da aeronave.

Outro problema encontrado é que no manual do avião não tinha informações claras para os pilotos sobre o funcionamento do MCAS. Lembrando que esse sistema que não existe em nenhum outro modelo de aeronave. Houve ainda questionamentos sobre a adequação do treinamento dado aos pilotos para a operação do MAX e o funcionamento do MCAS, e da falta de simulação de situações semelhantes, como as que levaram aos dois acidentes.

Nesse post “Boeing 737 MAX: o que deu errado e o que está sendo feito para garantir a segurança dos voos” eu explico em detalhes as características do projeto de concepção dessa aeronave, o que já se sabe sobre o acidente com os voos da Lion Air e da Ethiopian, e quais as correções adotadas para evitar novos desastres.

Imagem de Jon Ostrower (@jonostrower)

A crise do 737 MAX já custou à Boeing mais de R$ 100 bilhões (19 bilhões de dólares). Com centenas de pedidos cancelados, a empresa ainda enfrenta investigações criminais e do Congresso norte-americano. Mas, finalmente há uma luz no fim do túnel para seu polêmico projeto.

Vale destacar que depois de todas as etapas de recertificação, o Boeing 737 MAX passa a ser a aeronave mais testada e analisada da história da aviação mundial.

E você, encararia um voo no MAX na sua próxima viagem? Comente e participe!

Com informações da Agência Reuters e do FAA


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