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Presidente da Latam fala sobre concorrência, serviços e anuncia novidades para os próximos meses!

Leonardo Cassol
28/08/2019 às 20:43

Presidente da Latam fala sobre concorrência, serviços e anuncia novidades para os próximos meses!

O CEO da Latam Brasil, Jerome Cadier, respondeu a perguntas do Melhores Destinos e da imprensa sobre concorrência no mercado nacional, a chegada de empresas low-cost no Brasil, a entrada da Azul na ponte aérea Rio-SP, o serviço de bordo da Latam em voos domésticos, o potencial interesse da empresa na compra da Passaredo, entre outros temas relevantes. Confira os principais pontos da entrevista, lembrando que hoje pela manhã já publicamos a relevação de que a Latam vai unificar seus programas e criar a quarta maior rede de fidelidade do mundo.

Investimento na melhoria da experiência do passageiro

“Temos o compromisso de estar à frente das transformações para atender as expectativas dos nossos clientes. Foi por isso que desenvolvemos uma nova experiência que assegura ainda mais conforto e comodidade para o viajante, tornando o nosso produto ainda mais competitivo.”, comemorou Jerome Cadier. Toda a equipe da Latam se mostrou bastante satisfeita com a renovação das cabines para voos internacionais, as novas poltronas-cama e o novo serviço de bordo da classe executiva, além da instalação dos assentos Latam+, novos revestimentos e portas USB na cabine econômica.

“Essa classe executiva que vocês viram custa US$ 9 milhões (aproximadamente R$ 37 milhões) para colocar em cada avião. Isso mostra a nossa disposição em melhorar, em evoluir… Mas é só o começo! Teremos novas mudanças e melhorias que serão implementadas gradativamente. Serão várias viradas de chave. De repente você vai entrar no site e vai perceber que o fluxo de compra mudou one way (só ida), depois que mudou o round trip (ida e volta), e por aí vai…”

“Todos as cabines de aeronaves modelo Boeing 777 que voam no Brasil serão reformadas até fevereiro de 2020.”

O executivo também destacou que o novo Centro de Manutenção de Linha inaugurado pela empresa tem relação direta com a experiência de viagem dos passageiros, já que promove melhorias na pontualidade e na regularidade das operações. “Evoluímos muito operacionalmente e o CML é um dos fatores desse salto de qualidade. Já somos a companhia aérea mais pontual do Brasil desde o início do ano”, completa.

Interior dos aviões nos voos nacionais

O presidente da Latam destacou que as melhorias nas cabines não vão se restringir aos aviões de grande porte que fazem as rotas internacionais. “Já temos quatro aeronaves narrow body (se referindo aos aviões de fuselagem estreita, A320, que fazem rotas domésticas ou regionais) voando com mudanças no interior. Foram instalados assentos Latam+ com 34 polegadas de espaço (86cm) nas primeiras cinco fileiras e teremos dezenas de outras até 2020.” A intenção é concluir a reformulação das cabines dos voos nacionais até julho de 2020, o que, além das poltronas Latam+, inclui a renovação no revestimento das poltronas, que terão acabamento em couro.

Em breve a companhia vai revelar mais detalhes do que começou a ser feito para melhorar o conforto dos passageiros nos voos domésticos e regionais.

Serviço de bordo nos voos domésticos

Conforme divulgamos na semana passada, a empresa suspendeu a venda do Mercado Latam, seu serviço de bordo pago, e passou a servir biscoito amanteigado acompanhado de refrigerante, água, suco, ou café, como cortesia. “Apesar de ter baixado o custo para empresa, o Mercado Latam não dava lucro. Deu prejuízo! Tivemos que rever…”, disse, sem relevar números.

Ressaltou que ainda estuda como será o novo serviço e que acredita num misto entre o pago e o gratuito. “Deveremos ter rotas com serviço gratuito e outras com a venda a bordo. Uma decisão final deve ser tomada para estar em vigor já na alta temporada de verão.”

Jerome destacou que a Latam avalia outras mudanças: “Devemos oferecer um serviço diferenciado para o cliente viajando nos assentos Latam+ (sem especificar se seria nos voos domésticos ou internacionais). Não batemos o martelo ainda e tudo está sendo pensado para melhorar ainda mais a experiência do nosso passageiro”.

Internet wi-fi nos aviões da Latam

O presidente comentou que a internet wi-fi vai chegar a 100 aeronaves da Latam em até 18 meses. Hoje 35 aeronaves já oferecem o serviço, incluindo todos os Airbus A319 que operam na ponte aérea Rio-SP. Mas ressaltou a baixa utilização do produto, que é cobrado: “Há pouca gente disposta a se conectar, principalmente em voos mais curtos, que é onde oferecemos a conectividade a bordo”.

Também destacou a possibilidade de, no futuro, a internet a bordo estar incluída como um serviço opcional nas tarifas de passagem comercializadas pela empresa, ou para classes superiores, como acontece nos hotéis: “Lembra quando a internet era cara e pouca gente comprava? Hoje, a maioria dos hotéis oferece o serviço dentro da diária ou de uma tarifa ou categoria de hospedagem superior. Com isso, muito mais hóspedes passaram a ser conectar”, disse.

Concorrência no mercado brasileiro e a chegada de empresas low-cost

O executivo comentou sobre a possível vinda da quarta companhia aérea low-cost para o país, após a Anac autorizar a JetSmart a operar voos entre o Brasil e a Argentina. A empresa se soma a europeia Norwegian, a chilena Sky Airline e a argentina Flybondi. “Eu acho que entrada de companhias de baixo custo é uma realidade de qualquer país e qualquer mercado. O que a gente tem feito nos últimos tempos nos prepara para qualquer tipo de concorrência. O que a gente viu nos últimos anos foi uma Latam buscando muito eficiência na sua operação e bastante preocupada em utilizar sua frota de forma eficiente. A pontualidade, além de ser algo procurado pelo passageiro, faz com que eu consiga ter uma frota adequada a necessidade do mercado, nem mais, nem menos do que o necessário.”

“Acredito que os meus concorrentes no mercado brasileiro também fizeram isso, também buscaram eficiência. Eu considero que a Latam, a GOL e a Azul já são low-cost aqui no Brasil. O que importa é termos condições econômicas favoráveis para buscar mais eficiência, com o ICMS sobre o combustível, o imposto sobre a folha salarial, ações na justiça etc. O Brasil é muito particular nessas matérias”, destacando que isso impacta o mercado como um todo, incluindo qualquer low-cost interessada em operar no Brasil.

Jerome mostrou preocupação com um ponto específico: “Essa semana terá uma discussão no Congresso que pode ter um impacto muito grande no mercado brasileiro e afastar novas empresas low-cost do país. É a discussão sobre o veto do Presidente Bolsonaro do item que proibia a cobrança de bagagem despachada. O Brasil vai decidir se segue como quase todos os países do mundo, ou se quer integrar o grupo de Rússia e Venezuela, como únicos países que tenho conhecimento que proíbem esse tipo de cobrança. Isso sim nos preocupa, concorrência com novas low-costs ou com a Azul não! Corremos o risco de dar um passo para trás e convidar menos empresas a vir para o Brasil. Vai ser uma jabuticaba”, enfatizou, destacando que o modelo que as low-cost precificam e operam é dependente da cobrança da bagagem.

A entrada da Azul na ponte aérea Rio-SP

“Eu acho que a ponte aérea, assim como qualquer outra rota, pode e deve receber concorrência. A gente já tinha a concorrência da Avianca e agora voltamos a ter um terceiro competidor (a Azul). Pode até ter um quarto e um quinto, se fizer sentido economicamente e couber na capacidade dos aeroportos. Eu acho que a Azul está certíssima em investir nas rotas onde ela quer operar e a gente está de braços abertos. Desde o começo a Latam foi a companhia aérea que menos brigou, apoiamos a abertura de capital estrangeiro, apoiamos o acordo de céus abertos, diferentemente da Azul. Então a gente nunca foi contra a concorrência. Bem-vindos a ponte aérea!”, disse.

Perguntado sobre os questionamentos do Presidente da Azul, John Rodgerson, sobre o duopólio da GOL e da Latam em Congonhas, foi firme: “eu não vou gastar uma saliva sequer para comentar essa bobagem que o presidente da Azul falou nas últimas semanas. Deixa ele falando. Estamos num momento que é muito fácil fazer alegações, às vezes, sem nenhuma sustenção. Estamos vendo um embate de um grupo de apoia a concorrência e de outro grupo (se referindo a Azul) que apoia a concorrência que quer!”

Interesse no mercado de aviação regional e na compra da Passaredo?

“É difícil dizer se a gente tem ou não interesse na Passaredo. É dever de todas as companhias aéreas que operam no mercado entender se existem ou não oportunidades. Nesse momento olhamos para as oportunidades (por conta dos horários que a Passaredo ficou no Aeroporto Congonhas), mas não necessariamente é a hora de se considerar uma aquisição no mercado brasileiro. Temos muito trabalho de melhoria no produto (se referindo a renovação das cabines dos aviões), do atendimento, da comida. Acho que essa é nossa agenda imediata, ter uma operação melhor e mais eficiente para o passageiro.”, desconversou.

Sobre o interesse em voos regionais, ressaltou: “Já temos um acordo de codeshare (compartilhamento de voos) com a Passaredo. Nesse momento não temos pensado em nenhuma solução diferente do que já existe, até porque os mercados que competimos hoje são diferentes. A GOL e a Azul são companhias aéreas mais baseadas do doméstico Brasil. A Latam é uma companhia aérea mais multinacional com uma operação internacional mais relevante, por isso temos outras frentes de batalha, quem sabe, simultâneas. Por isso, não vejo muita no curto prazo, na frente regional.”

Joint Venture da Latam com a American Airlines e o grupo IAG

Já na presença do CEO do Grupo Latam Airlines, Enrique Cueto, questionamos a posição da empresa sobre a decisão da Suprema Corte do Chile, que impediu a criação da Joint Venture com a American Airlines e o IAG (holding que controla a British Airways e Iberia). Cueto respondeu, dizendo que a empresa estuda o que fazer. “Devemos avançar sem o Chile, ainda falta ver alguns detalhes”.

Para quem não acompanhou o caso, o Tribunal de Defesa da Livre Concorrência do Chile tinha aprovado o acordo da Joint Venture com ressalvas, mas tudo foi por água abaixo após a decisão da Suprema Corte. Cabe lembrar que a Joint Venture já recebeu aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no Brasil, e também dos órgãos reguladores da Colômbia e do Uruguai.

A sociedade permitiria as empresas coordenar conjuntamente a venda de passagens e a operação de voos entre a América Latina e os Estados Unidos/ Europa, mas agora está indefinida.

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