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Crise dos refugiados ameaça por fim à livre circulação na Europa: veja o que pode mudar para os turistas brasileiros

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16/09/2015 às 15:03

Crise dos refugiados ameaça por fim à livre circulação na Europa: veja o que pode mudar para os turistas brasileiros

A fuga dos refugiados da Síria para a Europa tem chamado a atenção do mundo todo. Uma crise sem precedentes na qual crianças, adultos e idosos estão fugindo dos conflitos que assolam o país árabe há quatro anos, em busca de uma vida melhor em países europeus desenvolvidos como a Alemanha e a Áustria.

Muitas dessas pessoas enfrentam uma dura jornada no intuito de cruzar as fronteiras de países como a Turquia e a Hungria, até chegarem à Alemanha e a Áustria, em condições verdadeiramente precárias. Outras, infelizmente, não conseguem completar a travessia e morrem pelo caminho, como é o caso do garoto sírio Aylan Kurdi, cujo corpo foi encontrado numa praia do Mediterrâneo.

Muita gente ao redor do globo tem se mobilizado para ajudar os refugiados, no entanto, várias outras perguntas têm surgido ao longo de toda essa situação terrível e triste não só para os europeus – como pude ver de perto aqui – mas para o restante do mundo: será que a crise pode acabar com o acordo de livre fronteira, o chamado Tratado de Schengen, afetando a vida dos milhares de turistas que visitam o continente?

Manchetes do mundo todo, publicadas nesta quinta-feira (17), afirmam que quatro países europeus já estão fazendo o controle fronteiriço. São eles: Alemanha, Áustria, Eslováquia e Eslovênia. O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, admitiu hoje, no parlamento, a possibilidade de a França seguir a mesma linha.

Imigração no Aeroporto de Madri

Aeroporto de Madri

Seria o fim de Schengen?

Há pelo menos 20 anos o Acordo de Schengen permite que nós, turistas brasileiros, entremos na Europa sem a necessidade de visto. Por meio dele, passou a ser necessário apresentar o passaporte apenas uma única vez, ao chegar ao continente europeu, podendo circular por até 90 dias na Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia e mais 14 países. Apesar de estarem na Europa, Reino Unido, Irlanda e Croácia estão fora deste “espaço livre”.

O volume crescente de imigrantes chegando à Europa tem feito com que os países integrantes de Schengen repensem a livre fronteira. A Alemanha, um do países mais afetados, foi um dos primeiros a tomar uma atitude mais severa. Segundo o ministro do Interior alemão, Thomas de Maiziere, o país está introduzindo o controle de fronteiras internas por estar no “limite da capacidade” e o foco, inicialmente, é a divisa com a Áustria.

Já a Hungria surpreendeu vários imigrantes na última segunda-feira (14), ao bloquear a fronteira com a Sérvia, enquanto a Eslováquia e a Áustria seguem na mesma linha. Governantes de outros países têm demonstrado apoio à decisão da Alemanha e de outros membros de Schengen, mas ainda é prematuro afirmar que isso signifique o término do espaço livre na Europa.

Entretanto, para o líder do Ukip, Nigel Farage, ao adotar a medida, o governo alemão pode ter dado a largada ao fim do tratado. “Ao fechar a fronteira com a Áustria, está claro que o governo alemão já percebeu a dimensão de seus medos. Schengen, certamente, não poderá sobreviver neste momento”, afimou Farage em sua conta no twitter.

Se isso acontecer, poderemos voltar ao cenário que existia antes da criação da União Europeia, com o turista tendo que apresentar seu passaporte e documentação ao entrar em cada país durante sua viagem pela Europa. Vale destacar que cada nação tem exigências diferentes, incluindo quanto ao valor necessário para se manter durante a viagem. Também há a possibilidade, ainda que remota, que algum país volte a exigir visto de brasileiros.

Aeroporto de Zurich

Aeroporto de Zurich

Está de malas prontas para a Europa?

A principal dica para os que estão de passagens compradas para a Europa, no momento, é manter a calma.Apesar da situação dos imigrantes no continente, por enquanto nada (ou quase nada) mudou para os brasileiros que estiverem vindo a turismo. Ainda assim fique atento ao noticiário, já que podem ser criadas novas exigências para a entrada de estrangeiros em cada país.

Confira algumas dicas importantes:

– Não se esqueça que o seu passaporte deve estar dentro do prazo, ou seja, com pelo menos 6 meses de validade;

– Adquira um seguro saúde válido na Europa (confira aqui os 7 Melhores Seguros de Viagem) e reúna documentos como passagem de volta, comprovantes de hospedagem em hotéis ou apartamentos de temporada, aluguel de carro e etc. O ideal é colocar tudo isso numa pasta, devidamente acomodada na bagagem de mão. Caso você seja questionado ao passar pela fronteira, tem como comprovar tudo;

– Você ainda pode incluir, nesta pasta de documentos, comprovantes de renda ou extratos de cartão de crédito, caso precise mostrar que consegue se sustentar na Europa durante o período de férias;

– Ter algum dinheiro em espécie dentro da carteira, além de cartões de crédito, também são importantes para comprovar que você consegue se sustentar no continente durante a viagem;

– Segundo leitores do Melhores Destinos, alguns transtornos estão ocorrendo nas regiões mais afetadas, como engarrafamentos nas estradas e trens cancelados. Nessas horas o melhor é manter a calma e ter bastante paciência;

Doações para os refugiados

Moro na Holanda e, infelizmente, estou bem próxima desta crise que assola o continente. No intuito de ajudar, fiz algumas doações para algumas instituições e ONGs que estão fazendo a diferença nas áreas mais afetadas. Alguns amigos próximos preferiram montar cestas de boas-vindas para os refugiados que estão a caminho.

No geral, estas cestas contém itens básicos para crianças e adultos, como brinquedos, material de higiene, primeiros socorros, etc. Várias dessas caixas contém um item que, na minha opinião, é tão importante quanto o restante já citado: desenhos de crianças holandesas desejando boas-vindas e um futuro melhor para os que estão chegando aos Países Baixos.

Se você deseja ajudar os refugiados mas não sabe como, pode escolher instituições como a Migrant Offshore Aid Station, que realiza salvamentos no mar Mediterrâneo. Já a Rescue International é uma ONG que está trabalhando diretamente nas ilhas gregas, montando e distribuindo kits de sobrevivência, enquanto a Save the Children está arrecadando dinheiro com foco no amparo de crianças órfãs.

Interessado em saber mais sobre a questão do Tratado de Schengen? Clique nas matérias abaixo:

Económico

Veja

Le Monde Diplomatique Brasil

SBS

Financial Times

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