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Alta do dólar: o que esperar nos próximos meses e dicas para adequar suas viagens à nova realidade cambial

Leonardo Cassol
23/09/2015 às 8:46

Alta do dólar: o que esperar nos próximos meses e dicas para adequar suas viagens à nova realidade cambial

O dólar ultrapassou ontem a barreira histórica dos R$ 4,00, pela primeira vez, desde a implantação do Plano Real. A cotação comercial da moeda norte-americana fechou o dia em forte alta, a R$ 4,05, enquanto o euro fechou a R$ 4,50. Nos bancos comerciais e nas casas de câmbio, é necessário desembolsar cerca de R$ 4,30 para comprar 1 dólar em espécie e R$ 4,75 para comprar 1 euro. Será o final dos tempos para os turistas brasileiros?

Confira o que esperar do câmbio daqui pra frente, quais moedas tiveram maior ou menor valorização perante a moeda brasileira e algumas dicas para adequar seus planos de viagem durante esse período de instabilidade, nesse artigo exclusivo!

dolar

Por que o real se desvalorizou tanto, em tão pouco tempo?

Devido a uma conjunção de fatores internos e externos que ampliam a demanda e reduzem a oferta de moedas estrangeiras na economia brasileira.

No Brasil, a crise econômica, as incertezas políticas e a indefinição quanto as medidas econômicas que serão adotadas pelo Governo são os principais fatores que contribuem para a instabilidade do câmbio. O mercado já espera, por exemplo, o rebaixamento da nota do Brasil por outras agências internacionais de classificação de risco, o que tem levado a uma fuga de investidores estrangeiros, que vendem os ativos em reais e trocam por moedas estrangeiras.

No exterior, a queda nos preços internacionais das commodities tradicionalmente exportadas pelo Brasil, como produtos agrícolas e o minério de ferro, a desaceleração da economia chinesa, nosso principal parceiro comercial, e a expectativa de elevação dos juros pela Banco Central dos Estados Unidos são fatores que contribuem para a valorização das moedas estrangeiras perante o real. Em síntese, há uma expectativa de que o Brasil exporte menos, diminuindo a oferta de moedas de outros países.

O preço dólar e o euro ainda pode subir mais?

Infelizmente, sim. Especialistas projetam que o ano de 2015 vai terminar com o dólar entre R$ 3,80 e R$ 4,25. Mas, no curto prazo, a moeda norte-americana pode oscilar fora desses parâmetros, caso haja um agravamento da crise política ou uma mudança na política econômica do governo brasileiro, por exemplo.

Vou viajar nos próximos meses, devo esperar ou comprar logo a moeda estrangeira?

Se a viagem ocorrer até dezembro de 2015, a recomendação dos especialistas é comprar logo a moeda estrangeira. O risco do valor do dólar e do euro aumentar ainda mais é bem maior do que as chances de uma redução expressiva na cotação dessas moedas.

Esse patamar do dólar veio para ficar?

Não. Trata-se de uma volatilidade temporária. Muitos leitores devem lembrar que em setembro de 2002 o dólar chegou R$ 3,99, por conta do período eleitoral e da incerteza quanto à política econômica do governo que se iniciaria no ano seguinte. Alguns anos depois, a cotação ficou abaixo de R$ 1,70, como ocorreu em 2010. O mais provável é que a cotação retorne abaixo dos R$ 3,00, uma vez superado o período de crise e de incertezas. Por outro lado, é pouco provável que algum dia ele volte a valer menos do que R$ 2,00.

Existe algum país cuja moeda se valorizou menos perante ao real?

Sim. O dólar canadense e o dólar australiano, por exemplo, tiveram uma valorização muito inferior perante o real, quando comparado ao dólar norte-americano. O peso argentino e o peso chileno também foram moedas cuja valorização frente ao real ficou bem abaixo do ocorrido com as demais moedas estrangeiras. Isso significa que o poder de compra do real ficou menos comprometido nesses países, tornando o turismo menos caro para os brasileiros.

Confira um comparativo exclusivo da variação na taxa de câmbio das moedas dos principais destinos turísticos dos brasileiros, entre 01/01/2014 e 22/09/2015:

Cambio-real-dolar-moedas

O que muda nos preços das passagens para voos internacionais e domésticos?

Grandes promoções para voos internacionais devem continuar ocorrendo com frequência, até o final do ano, tendo em vista a redução da taxa de ocupação das aeronaves. Afinal, as pessoas evitam viajar para o exterior em tempos de crise e com esse patamar de câmbio. Apesar da alta do dólar, o custo médio em reais das passagens internacionais em 2015 tem sido menor do que em 2014.

Por outro lado, as promoções para voos dentro do Brasil devem se tornar menos frequentes, em função da redução de capacidade implementada pelas companhias aéreas em 2014 e em 2015, bem como pela migração do interesse dos turistas dos voos internacionais para os voos domésticos. Portanto, não espere nenhuma grande pechincha se decidir programar as suas férias do final do ano para algum destino nacional. Os preços devem continuar altos para a maioria dos destinos E, se decidir viajar para o exterior, fique ligado que a passagem representa apenas uma parte dos custos totais da viagem, devendo ser calculados os custos com estadia, deslocamento e alimentação.

Devo abandonar meus planos de viagem para os próximos meses?

Não necessariamente. É preciso fazer contas e planejar muito bem a viagem, para evitar um rombo no orçamento. Confira 13 dicas imperdíveis para economizar em viagens internacionais em tempos de dólar e euro nas alturas.

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