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Melhor não ir para lá! Descubra 10 destinos que devem ser evitados em 2025

Rafael Castilho
02/03/2025 às 16:00

Melhor não ir para lá! Descubra 10 destinos que devem ser evitados em 2025

Todos os anos há uma inundação de listas com os melhores e imperdíveis destinos a serem visitados. Há rankings para todos os gostos e bolsos! Tem os 25 lugares indicados pela renomada revista Wanderlust, os destinos mais procurados do mundo para viajar em 2025, tem até a lista dos melhores lugares para se viajar sozinho. Mas duas coisas são bem comuns em qualquer ranking: opiniões controversas e locais bem populares que sofrem com o turismo em massa.

Seguindo uma tendência distinta, a Fodor´s, tradicional produtora de guias de viagem com quase 100 anos de história, produz, todos os anos, uma lista de locais super turísticos que estão à beira do colapso devido à invasão em massa de visitantes. Com isto, estes deslumbrantes destinos sofrem com poluição, superlotação, aumentos de preços, queda na qualidade de serviços, protestos de moradores e muito mais. Então, fique ligado nos 10 destinos que devem ser evitados em 2025.

Agrigento – Itália

Esta pequena cidade na região da Sicília já foi um importante polo econômico durante o domínio grego e hoje é muito procurada por suas fortificações e construções milenares bem preservadas. Fundada em 581 a.C., Agrigento foi escolhida como Capital Cultural Italiana em 2025, mas problemas sérios devem prejudicar as comemorações marcadas para este ano.

“Se o período de seca e emergência hídrica continuar, é claro que isso pode representar um problema sério para um evento como Agrigento Capital da Cultura 2025, que atrairá fluxos significativos de visitantes e turistas italianos e estrangeiros”, disse Giuseppe Abbate, professor de urbanismo na Universidade de Palermo, em entrevista a Fodor’s.

Em 2024, Agrigento sofreu com a pior seca dos últimos 30 anos. Os reservatórios que abastecem a região chegaram a registrar apenas 20% da capacidade e o racionamento de água atingiu todos os moradores, prejudicando, em muito, o turismo, principal fonte de renda local. Infelizmente, as notícias não são animadoras. A falta de investimento público para melhorar o abastecimento e o possível registro de chuvas abaixo da média podem prejudicar as comemorações deste ano. Muitos hotéis estão brecando o número de reservas, com receio de ficarem sem água. Por isso, a Fodor´s alerta que Agrigento é um dos destinos a serem evitados em 2025.

Bali – Indonésia

Bali é um dos paraísos naturais mais famosos no sudeste asiático. A sua fama mundial atrai visitantes de todos os cantos do planeta que chegam à região para apreciar a sua cultura, praias, campos de arroz, vulcões, culinária e muito mais. Para se ter uma ideia, em 2024, 6.333.360 turistas entraram na ilha, mais de 20% do que o número registrado em 2023 e número superior a 2019 pré-pandemia.

Infelizmente, este alto número de turistas vem prejudicando seriamente as belezas da ilha. Além de atrações lotadas, poluição e congestionamentos, a região sofre com o lixo que se espalha pelas ruas e principalmente pelas praias. Segundo a Bali Partnership, ONG procurada pela Fodor, a ilha gera 1,6 milhão de toneladas de resíduos anualmente e apenas 8% deste total é gerenciado de forma responsável. A entidade acredita que “33.000 toneladas de plástico entram nos rios, praias e ambientes marinhos de Bali a cada ano, representando uma grave ameaça aos ecossistemas da ilha”.

Praia de Kuta – foto Nasrul Ma Arif/Shuttershock

Barcelona – Espanha

Aqui a lista da Fodor’s fica polêmica! A capital catalã é uma das cidades mais visitadas do mundo, difícil imaginar deixá-la de fora de um roteiro pela Espanha. Somente em 2024, 11,7 milhões de turistas foram a Barcelona.

O turismo é uma das maiores rendas da cidade, são mais de R$ 60 bilhões que circulam pela região vindos dos visitantes. Entretanto, este alto fluxo de pessoas traz alguns problemas como insegurança, trânsito, depredação, lixo e aumento desenfreado do valor da moradia – problema sofrido por diversas cidades europeias, como Lisboa, uma das mais visitadas pelos turistas brasileiros.

Devido aos problemas crescentes trazidos pelo turismo desenfreado, Barcelona tem sofrido com os protestos constantes de moradores contrários aos visitantes. A prefeitura tem tomado algumas medidas, tidas como insignificantes pelas organizações populares que lideram os protestos.

Devido aos crescentes protestos que dizem NÃO aos turistas, a Fodor´s destaca, além de Barcelona, Veneza, Maiorca, Ilhas Canárias e até Lisboa, como destinos europeus a serem evitados em 2025.

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Ilhas Virgens Britânicas

Como todos os destinos caribenhos, as Ilhas Virgens Britânicas são muito procuradas por suas praias e clima tropical. Mas como as demais ilhas da região, o local sofre com o aumento descontrolado do turismo, principalmente dos cruzeiros. Em 2024, as Ilhas Virgens Britânicas registraram um crescimento de quase 20% no número de turistas, os grandes navios representam pouco mais de 70% deste montante.

Entretanto, o governo local não tem um plano turístico abrangente. São mais de 10 anos de discussões e até hoje nada foi apresentado. Sem um desenvolvimento planificado, o turismo em massa tem começado a apresentar problemas na área ambiental e na falta de infraestrutura para receber tanta gente. Sendo assim, a Fodor`s achou melhor colocar em sua lista de destinos para evitar neste ano.

Kerala – Índia

No sudoeste indiano, o estado de Kerala é um dos mais procurados pelos viajantes devido a seu clima, florestas, canais e praias. No ano passado, mais de 22 milhões de turistas, a grande maioria de indianos, invadiram o local para passar férias, mas este turismo em massa tem trazido sérios problemas para a região. “O turismo desencadeou um boom de infraestrutura local, mas sem controles, está prejudicando não apenas o meio ambiente, mas também começou a afetar a qualidade de vida dos moradores que dependem da agricultura para sua subsistência”, destaca o ambientalista Sridhar Radhakrishnan, em conversa com a Fodor´s.

As construções irregulares e a prática de atividades turísticas têm contribuído para o aumento significativo da poluição no lago Vembanad, nos rios e praias, além de contribuir com o registro crescente de deslizamentos de terra, que só no ano passado mataram mais de 500 pessoas.

Kyoto – Japão

O turismo em massa chegou ao outro lado do mundo e até um novo termo começou a ganhar força na mídia japonesa: “Kankō kōgai” ou “poluição turística”. Assim vem sendo tratada a enxurrada de turistas estrangeiros que inundam o país do sol nascente. Em 2024, mais de 36 milhões de visitantes chegaram ao Japão, cerca de 15% a mais que em 2019 pré-pandemia.

Com este fluxo crescente de tanta gente, os principais centros urbanos e atrações japonesas vem sofrendo com a superlotação, falta de serviços básicos e aumento elevado de custos que não somente atinge a carteira da população local, mas também fortemente do bolso dos turistas com elevação excessiva no valor de ingressos, passes de trem e hotéis.

Outra questão ressaltada pela mídia japonesa, que tem gerado a fúria em algumas comunidades, é o desrespeito dos turistas aos costumes locais, como fotografar as pessoas sem consentimento, principalmente nas ruas históricas de Kyoto. Com tantos problemas, a Fodor´s preferiu fazer o alerta para que os visitantes evitem esta cidade japonesa.

Koh Samui – Tailândia

Localizada no sudeste tailandês, Koh Samui é a única ilha do Golfo da Tailândia que conta com um aeroporto, o que torna as viagens de avião a forma mais fácil de chegar a ela. Menos popular que Phi Phi, entre os brasileiros, Koh Samui é muito famosa entre os asiáticos e estourou mundialmente após a série americana The White Lotus (HBO), que estreou recentemente a terceira temporada.

Com uma população de menos de 70 mil habitantes, a ilha recebeu em 2024 cerca de 4 milhões de turistas que se encantam com suas praias, montanhas, resorts, clubes, restaurantes e muito mais.

Este alto fluxo traz problemas sérios à ilha, principalmente ambientais. “Koh Samui tem 180-200 toneladas de resíduos adicionados por dia. Agora mesmo, ainda estamos enfrentando o problema da gestão de resíduos — da comunidade, dos hotéis, dos turistas”, disse à Fodor´s Wijarn Simachaya, presidente do Thailand Environment Institute, uma organização sem fins lucrativos que se concentra em questões de desenvolvimento sustentável. Além do lixo, a região sofre com o fornecimento de energia e água limpa.

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Monte Everest – Nepal

O Monte Everest, a maior montanha do mundo de 8.849 metros, é sagrado pela etnia sherpa, que vive no Himalaia. O local sempre atraiu a atenção dos aventureiros, mas nos últimos anos vem sofrendo com a degradação e o turismo em massa. Por ano, cerca de 60 mil pessoas visitam este parque natural no Nepal. Alguns até sobem o monte, mas têm que ter dinheiro para fazer esta façanha, pois o escalar pode custar até US$ 60 mil (R$ 347 mil). É claro que este número é bem menor quando comparado com outros destinos famosos, mas este fluxo tem se mostrado danoso para esta região remota e de difícil acesso.

Segundo organizações ambientais citadas pela Fodor´s, cada visitante produz cerca de 3 quilos de lixo por dia de viagem. Grande parte é deixada ao longo do caminho e jogada no parque natural. Além disso, os ambientalistas alertam para os dejetos humanos que também estão espalhados por todos os cantos, já que a infraestrutura é precária.

NC500 – Escócia

Um circuito turístico criado para desenvolver e atrair mais visitantes ao norte da Escócia tem gerado hoje muita dor de cabeça para os moradores. Em 2015, foi criado o giro turístico da NC500, uma estrada costeira que corta belas regiões do país repleta de beleza selvagem, penhascos, lagos, castelos e muita história. O principal objetivo do projeto foi atingido, mas o fluxo em massa de turistas tem ameaçado o meio ambiente e a tradicional tranquilidade.

As estradas estão congestionadas com o tráfego, aumentando a frequência de acidentes e causando atrasos significativos aos moradores. Viagens curtas tiveram o tempo dobrado. Além disto, há registro de diversos acampamentos ilegais ao longo da rota, acarretando mais lixo. Outro problema registrado é a falta de infraestrutura básica para receber os visitantes, sem muitos banheiros e poucas hospedagens por todo o percurso.

Oaxaca – México

Este estado no sul do México tem ocupado com frequência o topo da lista de destinos que devem ser visitados nos últimos anos. O fluxo de visitantes tem aumentado substancialmente nos últimos anos, com isto a problemática frequente tem ganhado força: poluição, queda na qualidade dos serviços básicos, forte aumento nos aluguéis, elevação de custos, desrespeito à cultura local, entre outros.

Um relatório do Centro de Estudos Sociais e Opinião Pública do Congresso de Oaxaca afirmou que, como resultado do fenômeno Airbnb, “foi gerada uma forma de deslocamento coletivo nunca vista antes”, e os mais afetados são os jovens, as mulheres solteiras, os imigrantes e os trabalhadores precários.

Apesar de ser a principal fonte de renda hoje do estado, Oaxaca vem registrando o aumento de manifestações contrárias aos turistas. Muros foram pintados com os dizeres: “ódio aos gringos”, “fora gringos” e “Oaxaca não é mercadoria”. Com este forte apelo popular, nada simpático, a Fodor´s alerta para os turistas deixarem de lado a região em 2025.

Conhece algum destes destinos da lista da Fodor’s? Já passou algum perrengue devido à superlotação? Conte para a gente logo abaixo.  

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