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Com prejuízo de R$ 710 milhões em 2011, GOL anuncia medidas para reverter a situação

Denis Carvalho
27/03/2012 às 22:24

Com prejuízo de R$ 710 milhões em 2011, GOL anuncia medidas para reverter a situação

As coisas não andam nada fáceis para a GOL. Hoje a companhia anunciou prejuízo líquido de R$ 710,4 milhões no acumulado do ano passado, quando comparado ao lucro de R$ 214,2 milhões registrado em 2010 – um dos piores resultados de sua história. Segundo a empresa, o resultado negativo se deve a fatores externos, como a desvalorização de quase 13% do real frente ao dólar e o aumento de 23,2% no custo do querosene de aviação. Além disso, a companhia apontou despesas pontuais, como a devolução de aeronaves B767, multas com rescisão de contratos com fornecedores e mesmo a compra da concorrente Webjet, entre outras.

No quarto trimestre de 2011 a companhia aérea apresentou lucro líquido de R$ 54,3 milhões, queda de 59% em relação aos R$ 132,2 milhões dos três últimos meses do ano. Os resultados do último trimestre do ano já incluem a aquisição do capital da Webjet, adquirida em 3 de outubro. A aprovação ainda está sujeita a análise do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Para sair do vermelho, a companhia adotou medidas duras e até polêmicas. A primeira delas foi o plano voluntário de licenças não remuneradas de pilotos e funcionários, que seria uma forma de evitar demissões. Aliado a ele, a GOL fará um corte de 80 a 100 voos diários de sua malha e na da Webjet, o que corresponde a cerca de 8% do total dos voos. Uma terceira medida é a redução do número de comissários de bordo em cada voo, de quatro para três.

“Você pode perceber no quarto trimestre pressão nos custos de combustível, tarifas aeroportuárias, variação cambial… e no momento em que passou a existir essa pressão, principalmente sobre os custos variáveis, nós nos vimos obrigados a revisar a malha… e nessa revisão nós enxergamos a necessidade de reduzir em torno de 80 a 100 voos diários”, afirmou a jornalistas o presidente da GOL, Constantino Oliveira,  em teleconferência nesta terça-feira.

“E todo esse movimento que tem sido feito em relação a licença não-remunerada, demissão voluntária, vem no sentido de adequar a essa nova realidade da companhia”, prosseguiu Oliveira, afirmando que não é possível divulgar números porque o processo ainda está em andamento.

A empresa diz que parou de vender assentos para os voos a serem interrompidos “há alguns meses”. Segundo Constantino, nenhum destino deixará de ser atendido. Serão cortados frequências e horários de menor demanda, sobretudo voos noturnos.

Constantino também lembrou das medidas desenvolvidas para implementar a rentabilidade. “Em 2011, tomamos medidas para mitigar a pressão do aumento de custos de combustível e tarifas aeroportuárias e de navegação. Exemplo disso foi a devolução de 5 Boeings 767, sendo que 2 deles foram devolvidos no fim do ano, como parte do acordo com a Delta. Esse movimento reforça nosso DNA de empresa de baixo custo e de frota padronizada e com a utilização otimizada dessa frota”, comentou, praticamente enterrando os boatos de que a empresa estaria interessada em encomendar Boeings 787 para sua nova rota a Miami.

Apesar de alguns jornais já tratarem do assunto como uma crise econômica na GOL, é preciso entender que estes movimentos são naturais no mundo da aviação. Com a concorrência em alta, a empresa não pode simplesmente repassar os aumentos de custos para o preço final, como fazem comodamente as companhias de ônibus, protegidas por leis arcaicas que garantem seu oligopólio. Isso obriga as companhias aéreas a tornarem suas operações enxutas e rentáveis ao máximo.

O mercado reagiu bem às medidas da GOL, tanto que apesar das más notícias suas ações seguiram em alta na Bolsa de Valores. Constantino também se mostra otimista, especialmente por conta do espaço conquistado pela empresa com a compra da Webjet, com o acordo com a Delta e com a nova linha a Miami.

Não custa lembrar que tanto a GOL quanto a TAM já deram prejuízos em vários trimestres. Porém a situação dessas empresas é bem diferente do que já vimos no passado com Varig, Vasp, Transbrasil e outras.

Pelo bem da aviação nacional, torcemos para que as medidas alcancem os resultados previstos e a GOL supere com tranquilidade essa turbulência, especialmente sem cortes de destinos e demissões. Nós estaremos aqui divulgando os bons preços e ajudando melhorar a ocupação dos voos.

Com informações da GOL, Folha de S. Paulo e Exame

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