Inusitado e econômico: como é se hospedar em um barco em Amsterdã


Inusitado e econômico: como é se hospedar em um barco em Amsterdã
Quem viaja à capital holandesa, enche a memória do celular com fotos dos canais e rios ultra românticos. Mas você fazia ideia de que é possível se hospedar sobre eles?
Eu reservei duas diárias em um barco em Amsterdã para viver essa experiência curiosa e para economizar um pouco também — veja aqui os preços das diárias. Te conto todas as minhas impressões neste post. Todos a bordo?
Barco-hotel em Amsterdã: vale a pena?
Eu sou uma pão-dura inveterada, então vocês podem imaginar o quanto sofri buscando onde ficar em Amsterdã. Até a diária do Ibis estava na casa de R$ 1,5 mil no final de setembro. Eis que encontrei uma opção bem avaliada e mais em conta do que a média nessa região central, mas tinha algo estranho no mapa do Booking. Era uma localização ótima, mas dentro do rio.
Eu não tenho medo de água, justamente pelo contrário, e tratei de garantir a reserva. Especialmente depois que vi que tinha café da manhã incluído, raridade entre os hotéis mais econômicos em Amsterdã. Não era preciso dizer mais nada: já estava com as malas prontas!
O Felicitas era um barco de carga que foi transformado em hotel na década de 1980, com 12 suítes. Ele costuma ficar atracado no Oosterdok (“Doca Oriental”), um porto profundo isolado da maré do IJ, rio que está ligado ao mar do Norte. É praticamente do lado do Nemo Science Center.
Eu recebi por mensagem no Booking o código para entrar no barco, e a chave da minha cabine estava em um envelope com meu nome junto à caixa de chás. Tinha um funcionário do barco-hotel que morava no barco, mas não era sempre que ele estava por lá.
A primeira impressão já foi massa, especialmente porque a proa foi transformada em área de convivência, com mesa, bancos e cordões de luzinhas, que dão um charme especial ao local de noite.
Assim que entrei no Felicitas, me deparei com essa área compartilhada, que é, ao mesmo tempo, sala de estar e de jantar. Você pode usar as louças, a geladeira e o micro-ondas para preparar sua comida, pode esquentar uma água na chaleira elétrica para fazer um chazinho também.
Ainda tinha jogos de tabuleiro à disposição dos hóspedes, e um rádio antigo, que só tocava músicas antigas. Eu acabei usando bastante esse espaço porque era onde pegava wi-fi — não há sinal nas cabines, segundo eles, para evitar barulho na área privativa.
Os quartos ficam no andar de baixo, e, como vocês podem suspeitar, são bem pequeninos. A minha suíte tinha míseros 7 metros quadrados, basicamente apenas um beliche e um mini armário de uma porta. A mala aberta ocupou praticamente todo o chão. Isso porque eu estava sozinha, imagina se estivesse com alguém bagunceiro como eu?
Esse quarto abriga duas pessoas, mas há opções para três hóspedes. Tipo essa aqui:
A cama não era muito grande. Eu coube bem, mas imagino que para pessoas muito altas pode ser desconfortável. Para ver a vista, era necessário ficar na ponta do pé e espiar por essa janelinha redonda:
A suíte tinha um banheiro pequenino, mas bem funcional. O box ficava um degrauzinho abaixo, ótimo para não inundar tudo. Ele tinha uma cortina de plástico, o que eu não amo, mas o chuveiro era muito bom, tinha bom volume de água e esquentava bem. A água da privada era escura porque era retirada do rio, mas a da pia do banheiro era potável.
A calefação ficava ali no banheiro mesmo. A temperatura ambiente estava fria, mas não gelada, durante a minha estadia, então não posso dizer como é o quarto com temperaturas extremas.
E como eu já dei a entender acima, o isolamento acústico do barco não é muito bom. De noite, era tudo bem silencioso, mas assim que amanhecia dava para ouvir o despertador dos outros hóspedes e os passos no andar de cima. Outro som que me acordou foi o das gaivotas, esse mais aprazível.
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Outro detalhe importante: o barco praticamente não balança, só se estiver rolando um vendaval. Então se eu tive alguma preocupação em ficar mareada, esqueci logo.
O café da manhã era simples, mas bem honesto, com pães, frios, geleias, ovos cozidos, tomate e pepino cortadinhos e alguma fruta — quando eu fui, era maçã. Tinha também café, chás, leite de vaca e de amêndoas.
E o mais legal era a vista: que coisa boa começar o dia em um cenário desses, né?
Se eu acho que vale a pena me hospedar no barco? Eu curti bastante a experiência, estava terminar o dia nas docas desse porto, curtir a vista na proa, me senti bem acolhida também e encantada pelos detalhes de decoração naval.
Mas admito que não gostaria de ficar lá por longos períodos, acho que duas diárias estava de bom tamanho. Você sabe que turistar cansa muito, acaba que ter pouco espaço pode ser estressante, e o lance de não ter wi-fi nos quartos também precisa ser observado.
Quanto custa ficar em um barco-hotel em Amsterdam
As tarifas no Felicitas variam dependendo da época do ano ou mesmo do dia da semana. Quando eu viajei, no final de setembro, paguei R$ 1.025 a diária, mas na baixa temporada, ou seja, o inverno europeu, achei diárias a partir de R$ 405. Veja a disponibilidade e os preços das datas desejas neste link, também dá para fazer a reserva por ali.
Se já não há mais disponibilidade para as suas datas, ou se quer ver outras opções, há também o Houseboat Little Amstel, que conta com vistas incríveis do Rio Amstel, e o Barco hotel Angeline, que tem a excelente nota 9,2 no Booking.
Não deixe de ler o nosso post que explica quais são os melhores bairros para se hospedar na capital holandesa e traz sugestões de hotéis “normais”, hehe.
Ficou com vontade de se hospedar em um barco, ou prefere terra firme? Conta para a gente nos comentários!