7 comidas típicas de Minas Gerais que provamos e você também precisa conhecer

A comida mineira é cheia de clássicos, que não recebem esse título à toa. Seus pratos se tornaram não só representantes do estado, mas do país, sempre marcando presença na lista das melhores comidas brasileiras. O frango com quiabo, o doce de leite, as cachaças e o pão de queijo (claro!!), estão entre os mais aclamados. Mas há muitas outras comidas típicas de Minas Gerais maravilhosas e que merecem a sua atenção. Porque se tem um “trem” de que o mineiro entende, é de comida boa.

Estivemos por lá, a convite do Governo do Estado de Minas Gerais, para conhecer as delícias da mineiridade – das mais tradicionais, feitas em fogões a lenha, com receitas que passam de geração em geração, a menus reinventados a partir de sabores já típicos. E olha, comemos muito bem! O roteiro passou por Belo Horizonte, Vila de Biribiri, Diamantina, Milho Verde e Serro. Ao final, selecionamos 7 pratos da comida mineira que você deve provar na próxima visita ao estado.

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Comidas típicas de Minas Gerais: origem e tradição

Em uma fazenda de Minas Gerais, daquelas com um sobrado branco de frente para o lago e rodeada por serras, a recepção do grupo acontece na cozinha. Assim como seria em várias outros lares mineiros, que tem a cozinha como o coração da casa. A mesa está posta com café, pães de queijo, broa de milho e generosas peças de Queijo do Serro, produzidas na própria fazenda. Um processo super tradicional e reconhecido como Patrimônio Imaterial de Minas Gerais e Cultural do Brasil.

O orgulho das raízes culinárias esta presente por onde se passa, com histórias de pratos feitos por avós, mães e agora filhos. Mas essa é uma herança que ultrapassa gerações, vindo de muito tempo atrás, em período onde as bases da cultura mineira, e do Brasil, foram formadas. Foi no século XVIII, durante o Ciclo do Ouro, que a cozinha mineira como conhecemos hoje começa a tomar forma.

Na época, Minas Gerais efervescia, com foco total na extração e exportação do minério dourado, enquanto pouco produzia alimento. O cenário era de muita gente para pouca comida. Além disso, o acesso a outras regiões, já produtoras de alimentos, como São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, não era tão fácil. Assim, os mantimentos, quando chegavam, não custavam barato. Daí entendemos a importância que o mineiro da à comida e ao aproveitamento máximo dos insumos.

O cardápio é prova disso. O porco, a proteína mais consumida no estado, é aproveitado por inteiro, da carne à gordura. A mandioca e o milho, de fácil plantio, são preparados de diversas maneiras. O açúcar não só dá sabor, mas também ajuda a conservar doces. Além disso, as origens de seu povo também impactaram na culinária, que combinou pratos e modos de preparo dos povos indígenas, africanos e portugueses. Na lista abaixa, você confere pratos que são a cara da comida mineira.

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7 comidas típicas de Minas Gerais que você deve provar

Pastel de Angu

O Pastel de Angu surpreende pela textura, crocante por fora e macia por dentro, com um sabor de milho bem presente e um recheio cremoso. Seu modo de preparo é considerado patrimônio imaterial de Itabirito, cidade onde o prato teria origem e onde, até hoje, é mantido o seu modo de fazer. O angu, uma mistura de fubá, água e sal, é cozido e mexido até pegar ponto, depois, modelado manualmente.

Provamos essa delícia em Milho Verde, uma pequena cidade próxima a Serro, que conquista pela simplicidade, com ruas de terra e casinhas charmosas. Chegando ao restaurante Angu Duro, um cheiro maravilhoso vinha do fogão a lenha, com panelas borbulhando com frango ensopado, feijão e refogados. A estrela da visita, o Pastel de Angu, era recheado de carne e queijo, e estava ótimo. Não deixe de experimentar esse prato típico de Minas!

Frango ao Molho Pardo

O Frango ao Molho Pardo é daqueles pratos que ou você ama, ou odeia. Isso porque seu preparo leva um ingrediente polêmico, que faz muitos torcerem o nariz, o sangue do próprio animal. O molho é encorpado e com bastante tempero, e o frango bem cozido, mas ainda macio. Eu nunca havia comido e amei!

 

Para provar esse prato mineiro, fomos até a Vila de Biribi, fundada em 1867 para abrigar trabalhadores de uma das primeiras fábricas têxteis do estado (desativada há muitos anos). Por lá, há pouco mais de uma duzia construções, todos com fachadas brancas e janelas azuis. Cenário mais mineiro impossível! Comemos no Restaurante da Vila, que conta com ótima comida e uma equipe querida.

Arroz com Pequi

O Pequi é um fruto típico do cerrado brasileiro e muito popular na gastronomia do Centro-Oeste e norte mineiro. Ele é usado em ensopados, conservas, doces e bebidas, mas um dos pratos mais tradicionais feitos com o “tesouro do Cerrado” é o arroz com pequi, que provamos em Diamantina.

A cidade, reconhecida como Patrimônio Mundial pela UNESCO, está repleta de história, com suas ladeiras de pedra e casarões muito bem preservados. Em uma de suas charmosas esquinas, fica o restaurante Relicário, onde provamos o Arroz de Pequi, adaptado com arroz arbóreo, que deu ao prato a cremosidade de um risoto. Uma forma diferente de provar um sabor tão brasileiro.

Bambá de Couve

O Bambá de Couve é um caldo bem cremoso feito com fubá, couve, carne e condimentos. É um prato com sustância, que combina super bem com climas frios e perfeito para dar aquele up após um dia subindo e descendo as ladeiras mineiras (que não são moleza). Provamos o Bambá de Couve do Restaurante Vila do Príncipe, em Serro, que estava muito gostoso.

O restaurante fica perto da escadaria da Igreja de Santa Rita, cartão postal e parada obrigatória para quem visita Serro. A região mantém preservados casarões em estilo colonial de quando Serro era uma das mais importantes cidades de Minas Gerais. No Vila do Príncipe também comi o melhor Tutu de Feijão de toda a minha vida. A dica é: comece pelo Bambá, mas não deixe de provar os outros pratos.

Queijo do Serro

O Queijo do Serro é um dos mais ilustres representantes da culinária mineira. Seu modo de preparo foi o primeiro registrado como Patrimônio Imaterial de Minas Gerais, em 2002. Já o reconhecimento nacional veio em 2008, pelo Iphan, junto de outro ícone da comida mineira, o Queijo da Canastra. Ambos são feitos com leite cru e levam o “pingo”, fermento natural recolhido do soro do próprio queijo. Mas o clima e a altitude tornam o queijo do Serro e da Canastra distintos. Experimente os dois em sua visita à Minas, sem clubismo, eles são maravilhosos.

Visitamos a Fazenda Engenho da Serra, a cerca de 18 km de Serro, que preserva a história desse tesouro da região. No antigo “quarto do queijo”, agora adaptado em um museu, o Sr. Jorge Brandão Simões, proprietário da fazenda, nos explica o processo e as mudanças ao longo dos anos, destacando a importância de manter a essência do fazer. Embora gamelas e formas de madeira tenham sido substituídas, a ordenha manual, os oito litros de leite por queijo e o tempo de maturação de pelo menos 17 dias permanecem os mesmos. O resultado é um queijo de textura suave e sabor delicioso. Conhecer sua tradição o torna ainda mais especial.

Carne de lata

A carne de lata é um tipo de carne conservada em sua própria gordura. Ela é cozida lentamente e armazenada com o óleo do preparo em latas, daí o nome. O processo, além de preservar o alimento, confere um sabor e uma textura especial ao prato. Geralmente, é servida com arroz, couve, tutu de feijão e ovo frito, ou consumida como petisco. Muito popular, a carne de lata é encontrada em qualquer bom restaurante de comida mineira.

Em Belo Horizonte, próximo à Lagoa da Pampulha, o Xapuri é um dos restaurantes mais tradicionais. A comida ali é maravilhosa, feita no fogão a lenha e baseada em receitas de família. Lá, experimentei ótimos bolinhos e um frango com quiabo delicioso. Já no centro de BH, no Mercado Central, há várias opções para provar a carne de lata, além de ser um excelente lugar para comprar delícias mineiras para levar para casa. Para quem prefere um ambiente mais jovem, o Mercado Novo oferece bares e restaurantes moderninhos, por ali, não deixe de experimentar as cachaças.

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Vinhos

Os vinhos mineiros têm atraído turistas para a Serra da Mantiqueira, no sul, e para a Cordilheira do Espinhaço, no norte, regiões altas e ideais para a produção. A ideia é, além de provar os vinhos, conhecer os locais de fabricação. Visitei a Quinta do Campo Alegre, próxima a Diamantina, uma vinícola que impressiona pelo cuidado com o plantio, com 12 mil plantas monitoradas diariamente, uma a uma. Um cuidado que reflete no produto final.

A degustação combinou vinhos, queijos, geleias e a Grappa, um destilado de casca de uva maravilhoso. O mais interessante para quem aprecia (como eu) mas não é especialista (definitivamente eu) são as explicações sobre cada rótulo. Perceber como o tempo de colheita, fermentação e maturação impacta nas características da bebida é bem legal. O mais difícil é não voltar com algumas garrafas na mala!

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E aí, ficou com vontade de provar qual desses pratos? Participe nos comentários!

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