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9 coisas que você precisa saber antes de viajar para Ouro Preto

Aline Bernardes
16/08/2025 às 16:00

9 coisas que você precisa saber antes de viajar para Ouro Preto

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Costumo brincar que existem dezenas de cidades históricas no Brasil e existe Ouro Preto. No meu ponto de vista, esse pedacinho de Minas realmente está em outro patamar. Morei por lá durante 4 anos, enquanto cursava Turismo na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), e sou apaixonada pela cidade.

Compartilho aqui dicas sobre o que você precisa saber antes de viajar para Ouro Preto, desde indicações de atrativos até percepções muito particulares de quem conhece bem o destino. Tudo isso costurado com curiosidades históricas que vão enriquecer sua visita antes mesmo de chegar.

1. É uma das cidades mais importantes da história do Brasil

Enquanto extraíam toneladas de ouro das minas, os portugueses foram levantando igrejas e construindo pequenos arraiais próximos uns aos outros. Quando todos se fundiram em um só, nasceu Vila Rica, mais tarde rebatizada como Ouro Preto.

Igreja de São Francisco de Assis vista a partir da antiga Casa do Ouvidor, atual Secretaria de Turismo da cidade

A cidade foi capital de Minas Gerais por mais de 170 anos e, no auge do Ciclo do Ouro, isto é, na primeira metade do século XVIII, chegou a ser o maior centro urbano do país. Por suas ruas circularam personalidades importantes: Tomás Antônio Gonzaga, poeta do Arcadismo; Tiradentes, mártir da Inconfidência Mineira; e Aleijadinho, escultor e arquiteto do Barroco e do Rococó.

As igrejas imponentes e o casario colonial branco de portas e janelas coloridas são testemunhas dessa época e nos fazem voltar no tempo. Não por acaso, o conjunto arquitetônico do Centro Histórico de Ouro Preto foi o primeiro no Brasil a receber o título de Patrimônio Mundial pela Unesco, em 1980.

2. Chegar é mais fácil do que parece

No século XVIII a Coroa Portuguesa precisou abrir caminhos para escoar o ouro e o diamante das minas até o porto do Rio de Janeiro. Mais de três séculos depois, o movimento é inverso: visitantes querem chegar até lá.  

A partir da capital, Belo Horizonte, são 100 km de distância, percorridos em cerca de 2 horas. Se estiver chegando de avião, adicione mais uma hora no percurso, uma vez que o aeroporto de Confins fica a 40 km da capital. 

 

De ônibus, é a Pássaro Verde quem opera a rota Belo Horizonte – Ouro Preto, com saídas praticamente de hora em hora. 

Ouro Preto está relativamente próxima de outros centros urbanos:

    • Rio de Janeiro: 400 km 
    • Vitória: 440 km 
    • São Paulo: 650 km 
    • Brasília: 830 km

É possível chegar a Ouro Preto de ônibus a partir dessas quatro capitais. As rotas, operadas pela Útil, Gontijo e Pássaro Verde, variam de 8 a 14 horas. Nada mal para uma cidade do interior com 74 mil habitantes, né? 

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3. Todos os caminhos começam pela Praça Tiradentes

Você vai sentir que chegou mesmo a Ouro Preto quando estiver descendo a ladeira que leva à Praça Tiradentes. De lá, construções coloniais imponentes, uma estátua no centro, algumas igrejas próximas e as montanhas que cercam a cidade compõem o cenário. É uma vista que nunca deixa de me impressionar.

Ao contrário de outras cidades históricas, a praça principal de Ouro Preto não tem uma igreja. A construção de destaque é o Museu da Inconfidência, antiga Casa de Câmara e Cadeia, transformada em museu na década de 1930, e visita obrigatória. Em frente está a estátua de Tiradentes, erguida no centenário de sua morte no exato local onde esteve exposta sua cabeça. Pois é, tem um quê de macabro, mas é verdade. 

No outro lado da praça, o prédio branco que chama atenção já foi o Palácio dos Governadores, na época em que Ouro Preto era capital de Minas. Hoje pertence à UFOP e abriga o Museu de Ciência e Técnica da Escola de Minas.

E sabe por que não existe uma igreja aqui? Porque a praça foi construída depois do surgimento dos pequenos arraiais que deram origem a Vila Rica. E propositalmente no local mais alto e central. Quando eu digo que todos os caminhos levam à Praça Tiradentes não é força de expressão.  

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4. As igrejas revelam costumes da época

Quem visita Ouro Preto pela primeira vez logo se pergunta: por que tantas igrejas? 

A explicação é complexa, mas um dos fatores que contribuíram é o fato de que cada classe da sociedade frequentava sua igreja. Assim, havia aquelas frequentadas apenas por brancos ricos, outras por pardos e outras ainda por negros escravizados e libertos. A igreja matriz seria o local onde, em tese, todos eram bem-vindos. 

Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição do Antônio Dias

Entre capelas que remontam ao início da colonização e igrejas erguidas já no período de declínio da extração do ouro, existem mais de 20. Saber o nome e a localização de todas já é tarefa difícil, que dirá visitá-las. Vale priorizar as mais importantes:

5. Os atrativos vão além da história — tem natureza também

Quando os bandeirantes percorriam essa região em busca de ouro, uma formação rochosa que se destacava na linha do horizonte servia como ponto de orientação: o Pico do Itacolomi. Com 1.772 metros de altitude, hoje ele é visível de vários pontos do Centro Histórico de Ouro Preto.

Pico do Itacolomi se destaca na linha do horizonte do Centro Histórico

O Parque Estadual do Itacolomi é a pedida para quem gosta de aventura. Existem diversas trilhas demarcadas, mas a mais desejada é a que leva até o topo do pico. Seus 6 km de percurso (12 km ida e volta) podem ser percorridos em cerca de 5 horas de caminhada. Do alto, numa visão 360º, é possível avistar Ouro Preto, Mariana e as montanhas que desenham a região.

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O clima tá quente? Coloque roupa de banho na mala e inclua nos planos a visita ao Parque Natural Municipal das Andorinhas. A área protegida fica a menos de 5 km do Centro, mas é morro acima e por ruas bem íngremes. As cachoeiras e piscinas naturais, bem como os mirantes, garantem um dia de passeio muito diferente.

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6. Comer bem é fácil, difícil é escolher

Como falar de uma viagem a Minas Gerais sem pensar logo em feijão tropeiro, frango com quiabo, angu e couve feitos no fogão a lenha? A comida é parte da identidade cultural do estado e tem lugar garantido em qualquer roteiro.

Por sorte, em Ouro Preto existem inúmeros bons restaurantes — não só de culinária mineira. Juro que difícil mesmo é escolher onde ir em uma estadia de poucos dias. Volto à cidade todos os anos e continuo descobrindo novos lugares.

Para provar iguarias da comida mineira em sistema a la carte, vá ao Restaurante Chafariz ou ao Restaurante Conto de Réis. Mas se preferir experimentar de tudo um pouco, em formato self service, minha dica é o Adega Ouro Preto

 

O meu restaurante favorito é O Passo Pizza Jazz que oferece pizzas, carnes, risotos e massas. Tudo absolutamente delicioso e servido em ambientes externos super agradáveis. A mesma família é dona do Tropea Cantina e Armazém, de cozinha italiana, e do Escadabaixo, que oferece pratos e petiscos da cozinha internacional com uma pitada mineira.

A pausa pro cafezim em qualquer hora do dia pode ser tanto no O Único Lugar do Mundo quanto no Café das Flores, ambos saborosos e proporcionando experiências muito diferentes. Vá aos dois. Se houver vontade de uma cervejinha, o Bar da Cervejaria Ouropretana é uma ótima pedida. Frequentado especialmente por moradores, oferece diversos tira-gostos que combinam com a cerveja artesanal fabricada na cidade.

7. Graças aos estudantes, a cidade segue pulsante

Descendo a Rua Direita você logo vai notar plaquinhas coloridas talhadas em madeira: República Tabu, República Gaiola de Ouro, República Éternamente. Quanto mais circular pela cidade, mais vai encontrar. Reparar nos nomes e nos desenhos das placas é divertido e faz parte da experiência da visita.

São os estudantes dos mais de 50 cursos de graduação da UFOP que moram nesses casarões. E tem sido assim há décadas, em algumas há mais de um século. O modelo de moradia universitária em Ouro Preto é único: são cerca de 60 repúblicas federais que pertencem à universidade, mas os estudantes têm autogestão e seu próprio processo seletivo para escolher quem lá reside. 

O modelo foi copiado e adaptado pelas repúblicas particulares que surgiram depois. É até difícil mensurar, mas estima-se que, no total, existam mais de 300. Quem se forma na UFOP enquanto mora na república se torna ex-aluno e passa a manter laços com a casa por toda a vida. É exatamente o meu caso. Em feriados como 21 de abril e 12 de outubro, quando acontecem festas republicanas tradicionais, volto à cidade para reencontrar meus amigos dessa fase da vida.

As repúblicas podem ser consideradas patrimônio imaterial de Ouro Preto em razão de tudo o que representam. Sem conhecer alguém que faça parte, pode ser difícil adentrar nesse universo paralelo. No entanto, me arrisco a dizer que se você tocar a campainha e pedir para conhecer a casa, vai ser muito bem recebido. Faz parte da hospitalidade — mineira e republicana.

8. Subir ladeiras é parte da programação

Ao comentar com qualquer conhecido que já tenha ido a Ouro Preto, é provável que você escute alertas como “prepare-se para as ladeiras!”. Imagine que a topografia é algo tão marcante que esse foi um dos motivos pelos quais a cidade deixou de ser capital. Seria inviável propor o desenvolvimento urbano esperado em um relevo tão acidentado.

Vista do Centro Histórico a partir do Mirante da Igreja de Santa Efigênia

A parte boa disso tudo? Como Ouro Preto ficou esquecida por um tempo, ninguém se deu ao trabalho de demolir o antigo para erguer o novo, por isso a cidade pôde ser preservada. Outra vantagem é que em razão dos diferentes níveis, existem muitos mirantes que permitem avistar o Centro Histórico de vários ângulos.

Para conhecer bem a cidade, é preciso caminhar por suas ruas estreitas e sinuosas. Não tem como fazer isso sem encarar uma subida vez ou outra. Portanto, calçado confortável no pé e disposição de sobra! 

Percebeu? Te convenci que ladeira pode ser algo bom. E, adiantando a resposta de uma pergunta que ouvi muito ao longos dos anos: não, a gente não se acostuma. Pelo menos o visual compensa.

9. Ir na estação certa faz diferença

Basta buscar por informações relacionadas ao índice pluviométrico de Ouro Preto para entender porque existe uma época adequada para visitá-la. No verão, especialmente entre novembro e janeiro, chove muito. Nada impede você de visitar as atrações fechadas, mas garanto que subir e descer ladeiras não vai ser nada agradável.

Por isso, prefira vir entre abril e outubro, época em que chove pouco e aumentam as chances de dias de céu azul. Como a cidade está a 1.179 metros de altitude, no inverno faz frio de verdade. Delicioso para bater perna de dia e tomar um vinho à noite. Durante o mês de julho acontece o Festival de Inverno de Ouro Preto, cuja programação envolve shows e apresentações culturais. 

Cabe ainda fazer menção a outras duas datas festivas. O Carnaval, que tem público tanto para os blocos de ruas tradicionais quanto para as festas universitárias, e a Páscoa, marcada pelos tradicionais tapetes de serragem montados em frente às igrejas. Entre o profano e o sagrado, Ouro Preto encontra eco para se destacar em ambos.

Tem outras dicas sobre Ouro Preto ou viveu algo especial por lá? Divide com a gente nos comentários!

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