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O que fazer em Cinque Terre na Itália: dicas para a sua viagem à costa da Ligúria

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27/07/2017 às 17:13

O que fazer em Cinque Terre na Itália: dicas para a sua viagem à costa da Ligúria

Quer saber tudo o que tem para fazer na belíssima Cinque Terre? Nesse post a gente te conta todos os detalhes: como planejar a sua viagem, onde se hospedar, como se locomover entre uma terre e outra, melhores trilhas e muito mais!

Riomaggiore, Manarola, Corniglia, Vernazza e Monterosso al mare são as famosas Cinque Terre (cinco terras) cravadas na costa italiana da Ligúria. Uma região turística especial, cercada de uma paisagem natural que mais parece ter saído de filme: mar de um azul estonteante e colinas “adornadas” por edificações coloridas, em meio a terraços de oliveiras e uvas usadas para a fabricação do vinho Sciacchetrà.

Adicione a este cenário trilhas que ligam as cinco vilas e oferecem vistas magníficas, com destaque para a Sentiero Azzurro, banhos de mar que aplacam o calor durante os meses mais quentes do ano e belíssimos pôres do Sol, verdadeiros presentes ao final de dias intensos como os que passamos recentemente por lá e que resultaram nesta matéria com dicas essenciais para os que estão de malas prontas ou planejando uma viagem dos sonhos para a riviera italiana.

Marina de Riomaggiore/fotos: Gisela Cabral e Rafael Dantas

Cinque Terre

Patrimônio da Unesco, Cinque Terre é, na verdade, um dos menores e mais populosos parques nacionais da Itália, o Parco Nazionale delle Cinque Terre. E quando a gente vê tanta beleza concentrada em uma só área, nem imagina que tudo aquilo quase sumiu do mapa, devido a uma terrível enchente em 2011.

Os efeitos da tragédia foram enormes – especialmente em vilas como Vernazza e Monterosso – e apesar dos milhões gastos em reparos desde então, alguns estragos podem ser vistos até os dias de hoje, em atrações como a famosa via dell’Amore. A trilha de 1 quilômetro, rente ao mar, saindo de Riomaggiore em direção a Manarola, continua fechada e não há previsão de abertura.

Riomaggiore

Apesar de um pouco decepcionada por não ter percorrido a romântica e cênica via, posso afirmar que o meu tour por Cinque Terre não ficou prejudicado. Na semana que passei por lá percorri a região de trem, de barco alugado, barco público e à pé. Durante a minha estada também cruzei com muita gente, das mais diversas partes do mundo, o que me fez constatar que as terres, realmente, são um dos destinos mais procurados da Itália.

Inclusive, no ano passado foi noticiado que um sistema de venda de ingressos seria implementado para conter a quantidade excessiva de visitantes – em especial aqueles que vão apenas para passar o dia – e a degradação do parque, mas até o momento nada foi formalizado. O único ingresso que paguei durante os dias que estive lá foi para percorrer a Sentiero Azzurro, logo mais contarei todos os detalhes sobre a experiência. Antes disso, vamos às dicas de organização da viagem:

Quando ir a Cinque Terre

Aqueles que desejam aproveitar um clima mais ameno/calorzinho e evitar multidões (se é que isso é possível em Cinque Terre) podem optar pela segunda quinzena de maio até meados de junho. Julho e agosto são os meses mais quentes do ano, mais cheios de turistas e, portanto, mais caros. Reserve o seu hotel ou apartamento de temporada com antecedência, caso pretenda viajar nesse período.  

A partir de outubro os termômetros já começam a registrar temperaturas mais baixas e as chuvas começam a ficar mais frequentes na área, ocasionando, inclusive, no fechamento de algumas trilhas. Em dezembro e janeiro, algumas vilas – apesar de bem vazias – ficam lindas e enfeitadas para o Natal, porém, as baixas temperaturas e as chuvas acabam dificultando a vida daqueles que desejam explorar o que a região tem de melhor: as inúmeras atrações ao ar livre. Não compensa!

Veja aqui as médias meteorológicas anuais em cinque terre; 

Pôr do sol em Riomaggiore

Como chegar

Os aeroportos mais próximos das cinco vilas da Ligúria ficam em Florença, Pisa e Genova. *Florença, por exemplo, está a duas horas e meia, de trem, de La Spezia, Pisa a mais ou menos uma hora, enquanto Genova está a mais ou menos uma hora e meia de trem. Roma e Milão ficam mais distantes, portanto, tenha em mente que a viagem dessas localidades até cinque terre pode durar de três a quatro horas.

No meu caso, voei de Amsterdã, na Holanda, até Florença e da Firenze Santa Maria Novella, a estação principal, peguei um trem até La Spezia. Adquiri o meu bilhete momentos antes do embarque e sem dificuldade alguma. Para saber como sair do aeroporto até a estação de trens de Florença, clique aqui.

De Pisa é possível pegar um trem shuttle do aeroporto até a estação central, de onde saem os trens para La Spezia e, consequentemente, cinque terre. De Genova, um ônibus shuttle faz o trajeto do aeroporto até a estação central, onde você vai poder pegar um trem para acessar La Spezia ou uma das terres. Confira aqui os horários e preços dos trens dessas localidades para cinque terre.

*A duração da viagem de trem pode aumentar ou diminuir por conta da quantidade de paradas.

Quanto tempo ficar

Dá para passar apenas o dia? Esta foi a pergunta que as pessoas mais fizeram pelo instagram do MD, durante os dias em que estive lá. A resposta é sim. Porém, não acho que seja a melhor opção, pois dessa maneira você vai apenas “ver” muita coisa, mas dificilmente aproveitará de verdade.

Não deixe de conferir a #MDemCinqueterre no Instagram;

Para percorrer a região sem muita correria e preocupação em perder o horário do trem de volta, a minha dica é que você passe ao menos uma noite em uma das terres ou em La Spezia, que fica a pouco mais de cinco minutos de Riomaggiore, de trem, e oferece mais opções de hospedagem.

No entanto, se o “bate e volta” de cidades como Florença, Pisa e Genova for inevitável, eu o aconselharia a sair bem cedo da cidade-base e percorrer as terres (menos Corniglia, que fica no alto) de barco, em vez de trem. Muito mais agradável, principalmente durante os meses mais quentes do ano. Ah, comprando o daily ticket do barco você pode subir e descer a hora que quiser!

Tchibum em Manarola

Hotéis em Cinque Terre

Montei a minha base numa pousada em Riomaggiore. A reserva foi feita de última hora, via Booking.com, num estabelecimento, que, apesar de simples, oferecia toda a estrutura para uma boa estadia.

Porém, na minha opinião é possível ficar muitíssimo bem localizado montando base em qualquer uma das terres, lembrando que Corniglia fica no topo de uma colina e para acessá-la, você vai ter que encarar mais ou menos 360 degraus ou pegar o ônibus que sai da estação de trens com destino ao centro da vila.

Construções coloridas, típicas das vilas de Cinque Terre

La Spezia também é uma excelente opção, principalmente se a intenção é encontrar hospedagem mais barata, fora que trens com destino a Cinque Terre partem da estação central da cidade a TODO instante e até mais tarde. Outra opção saindo de La Spezia são os barcos, porém em horários mais limitados.

Como eu disse, acabei reservando o meu hotel de última hora, mas a vontade era ter alugado um apartamento de temporada em Riomaggiore, de preferência, com vista para a marina. O problema foi encontrar algum disponível, principalmente na época em que estive lá, no final do mês passado. No site oficial do Parco Nazionale há uma lista com opções de apartamentos por toda a região, mas não se esqueça, antecipe-se caso queira garantir o seu. 

Como locomover-se

O meio de transporte mais rápido e eficiente de Cinque Terre, sem dúvida alguma, é o trem. Aproximadamente cinco minutos de viagem separam uma terre da outra – La Spezia está a oito minutos de Riomaggiore – fora que as estações (com exceção de Corniglia, que fica no alto) ficam dentro das pequenas vilas, o que facilita demais a vida.   

Estação de trem de Riomaggiore

Para adquirir a sua passagem, basta procurar pelas máquinas que ficam nas estações, escolher o idioma (italiano, espanhol, alemão, inglês, etc) e seguir as instruções. As máquinas aceitam moedas, cartões de crédito e notas, só não se esqueça de validar o seu bilhete em uma das pequenas máquinas “de parede” existentes no local. É importante não se esquecer disso para não correr o risco de pagar multa, caso seja abordado por um funcionário da companhia de trens. 

Uma única viagem custa 4 (adultos) ou 2 (crianças de 4 a 12 anos) e vale por até 75 minutos, depois da validação. Uma das desvantagens do trem é que durante o trajeto não dá para curtir muitas paisagens, já que a viagem acontece, na maior parte do tempo, por dentro de túneis.

Vai fazer a trilha Sentiero Azzurro (trilha azul/número 2)? Neste caso, compensa mais adquirir o Cinque Terre Treno MS Card. O cartão existe nas versões 1 dia (€16), 2 dias (€29) e 3 dias (€41) e dá acesso a todas as trilhas pagas, além de permitir o uso ilimitado de trem na rota Levanto-La Spezia (e vice e versa), dos banheiros públicos nas estações, ônibus da ATC (que fazem o transporte entre vilas e dos estacionamentos até as vilas), visitas guiadas divulgadas pelo escritório de turismo local e mais. O cartão pode ser adquirido nos escritórios do Parque Nacional, nas estações de trem de Cinque Terre, mais informações aqui.

O Cinque Terre Card

De barco

Se você gosta de navegar, anseia por belas paisagens e não tem paciência para ficar entrando e saindo de trens, pode optar pelo barco como meio de transporte em Cinque Terre. A empresa Consorzio Marittimo Turistico 5 Terre disponibiliza embarcações dos mais diversos tamanhos e que fazem rotas como a que sai de La Spezia e percorre as quatro terras + Portovenere (a belíssima e tranquila terre não-oficial, mais abaixo eu falo sobre ela).

Passageiros desembarcam na marina de Riomaggiore

No site da empresa você confere todos os trajetos disponíveis, horários e preços, lembrando que o mais indicado/mais barato para os que vão passar o dia é o daily pass, um bilhete único que dá direito a subir e descer onde e quando você quiser. Utilizei o ferry no trajeto Riomaggiore-Portovenere/Riomaggiore-Monterosso e super aprovei os passeios. Ah, comprei o meu tíquete minutos antes das viagens, sem dificuldade alguma.

Outra opção é alugar um barco privativo, seja para um passeio romântico ou em grupo. Fiz o passeio durante o pôr do sol, começando em Riomaggiore e terminando em Monterosso e acho que valeu cada centavo! A empresa escolhida foi a Cinque Terre Dal Mare tours, que foi profissional do começo ao fim, desde a reserva por e-mail até a escolha do capitão, que deu uma verdadeira aula sobre a região. O tour de uma hora, em um barco que comporta até seis pessoas, custa €90. No momento da reserva também dá para pedir bebidas e petiscos para o passeio.    

Barcos em Vernazza

Cinque Terre de carro?

Muita gente também pergunta se é possível chegar e locomover-se em Cinque Terre de carro e a resposta é sim e não. Você pode até chegar à região de carro, as estradas, apesar de sinuosas, são bem bonitas. Mas saiba que terá que deixar o veículo em um dos estacionamentos que ficam fora das vilas, pois dentro delas não é permitido circular com carros e motos.

Outra coisa que se deve ter em mente é que alguns desses estacionamentos são pagos e ficam na parte alta das vilas. Em Riomaggiore, por exemplo, é preciso enfrentar uma escadaria para acessar o centro da vila, pense bem caso esteja com um volume grande de bagagens.

Monterosso Al Mare

Uma alternativa viável, caso precise ir de carro, é usar os estacionamentos da estação de trem de La Spezia ou da estação de Levanto. Ambas as cidades têm saídas para a rodovia e as estações são fáceis de serem acessadas, sem contar que deixar o carro nestes estacionamentos acaba saindo mais barato do que em outros lugares.

Quer saber minha opinião pessoal? Acho que a melhor maneira de visitar Cinque Terre é à pé ou usando trens ou barcos. Neste site, porém, você encontra informações sobre estacionamentos nas cinco terras, já nesta página encontra-se a tabela de horários dos ônibus da ATC, que circulam entre as terres (geralmente levando e trazendo moradores) e que podem ser uma boa opção para acessar o centro das vilas, partindo dos estacionamentos (o uso desses ônibus também está incluído no Cinque Terre treno card).

Trilhas em Cinque Terre

No parque nacional de Cinque Terre o visitante encontra trilhas com vistas de tirar o fôlego. A Sentiero Azzurro, sem dúvida alguma, é a mais famosa de todas e eu tive a oportunidade de percorrê-la em dois sentidos: Monterosso-Vernazza, com 4 km de extensão e tempo médio de caminhada de 2 horas, e Vernazza-Corniglia, 4 km de extensão e tempo médio de 1 hora e 40 minutos.

Vou confessar que não sou das mais animadas quando o assunto é aventura, fora que o meu preparo físico é médio (não sou sedentária, mas também estou longe de ser uma atleta). Porém, curti calçar o tênis, estocar garrafas de água na mochila e subir e descer escadarias entre parreiras e oliveiras, bem “ao lado” de toda aquela paisagem do mar da Ligúria. O único “problema” é que é tudo tão bonito, que 1 hora e 40 minutos de caminhada transforma-se, facilmente, em três horas ou mais.

Para fazer essas trilhas comprei o Cinque Terre Trekking Card, o mesmo que citei alguns parágrafos acima, mas sem o benefício do trem. O cartão está disponível na versão 1 e 2 dias, €7,50 e €14,50, respectivamente, e também inclui o uso de banheiros públicos nas estações, dos ônibus da ATC, visitas guiadas divulgadas pelo escritório de turismo local, etc. Como fiz as trilhas em dias alternados, comprei um cartão no escritório do parque nacional, na estação de trens de Monterosso e o outro, no quiosque de controle de tíquetes na entrada da trilha.

Mapa

Ao adquirir o cartão você também recebe um mapa com informações detalhadas/atualizadas sobre as trilhas abertas. Como fiz as trilhas no mês passado, ou seja, os termômetros já estavam marcando temperaturas altas, optei por começar a caminhada bem cedo, por volta das 8h eu já estava na ativa. Ah, além de água suficiente para todo o tempo da caminhada, protegi a cabeça do sol e também usei bastante filtro solar. Dica de amiga: nem tente fazer a trilha usando chinelos ou qualquer outro calçado que não seja um tênis.

Corniglia vista da trilha Sentiero Azzurro

Em Cinque Terre há trilhas para os mais diversos níveis de preparo físico, a Via dell’Amore seria a mais fácil delas, porém está fechada para reparos e até o momento não há previsão de abertura. O meu conselho para os que desejam ter uma amostra do que são as trilhas da região é o trecho Vernazza-Corniglia, repleto de paisagens maravilhosas. Sem contar que Corniglia é a terre que fica no alto, para chegar lá são 365 degraus, fazendo o caminho inverso, portanto, você vai descer a escadaria. Bem mais fácil!

Vilas “al mare”

Cinque Terre é famosa pelas paisagens de mar, rodeada de colinas cobertas por uma flora exuberante, porém o que seria desse cenário sem as charmosas e multicoloridas vilas? Essas cidadezinhas minúsculas ficam uma ao lado da outra e oferecem uma boa estrutura para o visitante com bares, restaurantes e lanchonetes que vendem paninis, pizzas, focaccias (especialidade local) e cones de frutos do mar a preços mais em conta, lojinhas e uma atmosfera vibrante. Daqueles lugares pitorescos que mais parecem terem saído de um conto de fadas.

Monterosso Al Mare

Durante os meus dias em Cinque Terre aproveitei para explorar bastante estas vilas, que além de beleza exalam história por todos os lados. Como visitei a região no alto verão, a minha estratégia era começar a bater perna bem cedinho ou então depois que o sol se punha, com o objetivo de evitar as multidões.

Nessas minhas andanças descobri igrejas e castelos seculares, praças e praias deliciosas para estender a toalha, relaxar e também refrescar-se na água do mar, cuja temperatura, nesta época do ano, gira em torno de 20°C. Nada mal para um calor de 35°C. Confira abaixo cada uma dessas vilas, um roteiro que, inclusive, pode ser útil para os que desejam percorrer Cinque Terre em um dia:

Riomaggiore

Acredita-se que Riomaggiore – a primeira terre para quem sai de La Spezia – tenha sido fundada no século 7 por um grupo de refugiados gregos. Para acessar o centro da vila, basta virar à direita, assim que sair da estação de trens; depois é só seguir por um túnel que vai dar direto na Via Colombo, a rua principal.

Em Riomaggiore não deixe de conhecer a chiesa di San Giovanni Battista, construída entre 1340 e 1343 com três naves, dois portais góticos e fachada com elementos da arquitetura românica, anteriores à construção. Uma passadinha pelo “quase vizinho” Castello di Riomaggiore também deve ser incluída no roteiro, pois lá do topo se tem belas vistas do mar e da cidade.

Via Colombo – Riomaggiore

A Via Colombo, a principal rua de Riomaggiore, está repleta de bares e restaurantes – a grande maioria deles armadilhas para turistas. Boas opções por lá, no entanto, são o Il Pescato Cucinato, que vende o famoso cone com um mix frutos do mar fritos e supercrocantes, o take away Mama Mia, com pizzas a partir de €5, e o animado bar Vertical, com petiscos, drinques deliciosos e animação até bem tarde da noite.  

Uma escadinha à direita, no início da via Colombo, dá acesso à marina de Riomaggiore, excelente local para um banho de mar ou estender a toalha nas pedras e assistir ao pôr do sol, tomando uma taça de vinho local. Minha sugestão é o terraço do bar La Conchiglia. Outra dica na área é o restaurante Dau Cila, especializado em frutos do mar, que serve um gnochetti della casa con scampi freschi – gnocchi com camarões – dos deuses (€20). Faça a sua reserva com antecedência, de preferência uma mesa com vista para a marina, pois o lugar é concorrido!

Outros locais que valem a pena conhecer na vila são o bar Fuori rotta – quase vizinho à igreja de San Giovanni – com menu sazonal e drinques super bem feitos (destaque para o Aperol Spritz) e a gelateria Sottozero, na marina de Riomaggiore, com sorvetes artesanais deliciosos.

Manarola

Manarola é a terre vizinha a Riomaggiore que pode ser acessada a pé – atualmente só pela trilha 531, via Beccara – ou de trem, numa viagem de mais ou menos cinco minutos. Eu achei Manarola simplesmente encantadora, uma vila que, acredita-se, tenha surgido na era romana e cujas construções estão agrupadas em um afloramento rochoso, ao longo do vale do Rio di Groppo.

O Groppo, inclusive, é um dos destaques locais. Uma área na parte de cima da vila onde encontram-se vinícolas que produzem os famosos vinhos de Cinque Terre, entre eles o Sciacchetrà. Aqueles que desejam conhecer de perto uma vinícola e participar de degustações, a dica é fazer um dos tours promovidos pela Arbaspàa.

Manarola

A chiesa di san Lorenzo, de 1338, com três naves, fachada gótica e interior barroco, também é outro ponto turístico da vila a ser visitado. Assim como a marina que, de tão bonita, parece uma pintura e também se transforma em praia nos dias mais quentes do ano. E só estender a toalha nas pedras e se jogar na água.

Ao visitar a marina, não deixe de caminhar pelo curto trecho da trilha que ainda está aberto (é só seguir pelo lado direito/sentido Norte). No local, além da bela vista que se tem do mar e da vila vizinha, Corniglia, há também o restaurante Nessum Dorma (no alto, siga as placas), que serve comidinhas, coquetéis e é perfeito para curtir o pôr do sol.

Sciacchetrà, o famoso vinho doce de Cinque Terre, no Restaurante Il Porticciolo

Minhas dicas de restaurantes na vila são o especializado em frutos do mar, Da Billy e o Il Porticciolo, onde comi um espaguete com frutos do mar divino (pratos a partir de €8). Para uma ou várias taças dos deliciosos vinhos locais, uma boa pedida é a Azienda Agricola Burasca, na Via Discovolo, 267.

Corniglia

Corniglia é a única “terre” que fica no alto, onde o barco – por razões óbvias – não para. Para acessar o centro da vila é preciso subir uma escadaria de mais ou menos 360 degraus ou então pegar o ônibus que sai da estação de trens, lembrando que a passagem está inclusa no Cinque Terre Card.

Aqueles que não querem saber de escadas ou pegar o ônibus, podem fazer o caminho inverso, como eu fiz: percorrer a trilha saindo de Vernazza, conhecer/explorar Corniglia e depois descer a escadaria até a estação, afinal, “para baixo todo santo ajuda”.

Corniglia

De todas as terras, Corniglia  é a que tem o aspecto mais rural, com algumas poucas ruelas estreitas, entre elas a principal Via Fieschi, cheias de pequenos estabelecimentos comerciais como gelaterias, lojinhas de souvenir, restaurantes e lanchonetes. Construções como a Igreja de São Pedro, de 1334, toda em estilo gótico liguriano, e o Oratório dos Flagelantes de Santa Catarina, também fazem parte do acervo da vila e valem a pena serem visitadas.

Em Corniglia também há opções de bons restaurantes e a minha dica de ouro é a osteria A Cantina de Mananan: pequenina, intimista e com um cardápio fantástico. No dia que almocei no local degustei um antipasto misto mare, com frutos do mar e peixes como as superlocais anchovas (€18/serve duas pessoas) e o delicioso espaguete ao molho pesto, outra especialidade gastronômica da região (€10).

Vernazza

Vernazza foi uma das vilas que mais me impressionou e eu aconselharia fortemente aos que terão pouco tempo em Cinque Terre a não ignorá-la. A pitoresca vila, cuja origem remonta à era romana, tem as mesmas construções coloridas típicas, porém com a presença de elementos arquitetônicos mais refinados como portais decorados, pórticos e loggias.

A marina da vila é uma graça, com uma praia que atrai muita gente durante o verão, barcos coloridos ancorados e, claro, vários restaurantes e bares. Para uma vista fenomenal do mar, da cidade e arredores, não deixe de subir até o topo do Castello Doria (€1,50), a fortificação mais antiga de Cinque Terre, sobrevivente ao tempo. É bom se preparar para enfrentar alguns degraus até o topo, um esforço que vale muito pela paisagem que se tem lá de cima.

Vernazza

A Igreja de Santa Margherita também é outro ponto importante da vila, erguida em 1318 no estilo gótico da Ligúria. O templo religioso tem três naves e um campanário de 40 metros de altura; ao visitar o interior do local não deixe de admirar a vista que se tem das janelas, um contraste entre a sobriedade da construção e o azul do mar lá fora.

E se durante o giro em Vernazza bater aquela fome, a dica é esbaldar-se com as focaccias da focacceria Batti Batti, entre elas a de pizza com pesto (€4). Se a intenção, no entanto, é uma refeição completa, uma boa pedida é o restaurante Gambero Rosso, que fica de frente para a praia e onde comi um tagliatelle fresco, preparado com camarões frescos e zucchini (€17). Dos deuses!

Focaccia em Vernazza! Huuum!

Monterosso al mare

Monterosso, a quinta e última terre para quem sai de La Spezia, é uma vila com duas praias supergostosas, conhecidas pelos guarda-sóis coloridos e enfileirados de maneira organizada: a praia da Vila Antiga – ao lado do ponto de chegada e partida dos ferries – e Fegina, de onde se tem a visão da imensa estátua de Netuno, de 1910.

Para alugar uma cadeira e uma guarda-sol em Fegina você vai ter que desembolsar €20, além de ter que chegar cedo para garantir um lugar mais próximo ao mar. Aqueles que não estiverem a fim de desembolsar nenhum centavo sequer, no entanto, poderão estender a toalha numa área ao lado.

Praia de Fegina

Antes de relaxar na praia não deixe de conhecer a parte de cima de Monterosso, onde fica o Mosteiro dos Capuchinhos e de onde se tem uma vista estonteante do mar e da vila. Na subida não se esqueça de admirar a bela estátua de São Francisco e toda a paisagem ao redor, lembrando que lá em cima você ainda pode conhecer a Igreja de São Francisco e o cemitério, que fica a poucos metros do templo religioso.

Além de várias lojinhas, as ruelas da vila antiga de Monterosso guardam tesouros como a Igreja de San Giovanni Battista, de 1244, seriamente danificada durante a enchente de 2011. Restaurantes também estão por todos os lados e a minha dica na vila é o Da Eraldo, famoso pelas tábuas de antepastos e massas frescas, e o Ristorante Miky. Se o desejo, no entanto, for por um bom gelato, não deixe de visitar a Gelateria Il Golosone. O sabores Stracciatella e pistache são maravilhosos! 

Porto Venere

Oficialmente, Porto Venere não faz parte de Cinque Terre, porém vale a pena visitar a bela vila “al mare” que reúne uma série de belezas – entre elas as ilhas Palmaria, Tino e Tinetto – e é um pouco menos badalada do que as “vizinhas”. Pelo menos foi a impressão que tive ao passar um dia inteirinho por lá, explorando pontos turísticos e tomando vários banhos de mar neste cenário que também é patrimônio da Unesco.

Erguida no século 12, Porto Venere é uma vila fortificada que hoje em dia “vive” do turismo e do cultivo de mexilhões, iguaria que pode ser degustada em vários restaurantes locais. Ao andar pelas ruelas de lá a gente meio que se sente em um filme da era medieval, especialmente diante de construções como a cênica Igreja de San Pietro e o Castello, de 1116. Ambos com uma vista estonteante do mar.

Porto Venere

De Riomaggiore até Porto Venere são uns 30 minutos de ferryboat, numa viagem super agradável e cheia de surpresas, como um grupo de golfinhos fazendo peripécias junto à embarcação. Assim que desembarquei no cais de Porto Venere, adquiri o tíquete e já garanti o meu assento no primeiro andar do barco (lado direito, para admirar as paisagens), que faz um tour de 40 minutos pelas ilhas Palmaria, Tino e Tinetto (€13).

Palmaria é a principal ilha do arquipélago de Porto Venere com fortalezas como a Cavour, de 1857, e a Fortaleza Umberto I. Em Palmaria também encontram-se várias cavernas, entre elas a Grotta dei Colombi onde arqueólogos encontraram elementos do período paleolítico.

A ilha de Tino, com uma superfície de 13 hectares, está sob comando militar e só recebe visitas durante as celebrações de São Venerio, em setembro, lembrando que lá também podem ser vistas as ruínas de um mosteiro do século 11. Enquanto Tinetto abriga ruínas de uma igreja pré-românica.

Onde comer em Porto Venere

Minha sugestão é o restaurante Portovene, na Via Capellini – uma ruela super charmosa da vila, cheia de lojinhas, que você não pode deixar de explorar. Como Porto Venere é famosa pelo cultivo de mexilhões, minha escolha no local foi um gnocchi di mare (€12), degustado numa das poucas mesas que ficam na parte de fora do restaurante, com vista para as construções típicas da vila. Para acompanhar, uma taça do super-refrescante vinho branco Portolano, produzido na região da Ligúria.

Confira aqui os horários dos barcos de Porto Venere;

Salada caprese do restaurante Portovene

Vale a pena conhecer Cinque Terre?

Muito! Confesso que estava apreensiva por saber que este é um dos destinos mais procurados por turistas do mundo todo, mas os dias em Cinque Terre foram um verdadeiro sonho. Antes de ir também li muitas informações truncadas sobre a situação das trilhas, quais estavam abertas ou não, mas ao chegar lá tratei logo de procurar os escritórios do parque para sanar todas as minhas dúvidas.

E você, já esteve em Cinque Terre? Conta pra gente, nos comentários, como foi a sua experiência por lá!

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