CEO da Gol diz que aumento no IOF pode impactar aviação em R$ 600 milhões


CEO da Gol diz que aumento no IOF pode impactar aviação em R$ 600 milhões
Em entrevista ao Estadão neste fim de semana, o CEO da Gol, Celso Ferrer, disse que o decreto do governo federal que aumenta o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) pode gerar um impacto anual extra de R$ 600 milhões na aviação brasileira. Parte da afirmação do executivo tem como base o fato de que as companhias aéreas brasileiras têm receita em real, mas custo em dólar.
Segundo Ferrer, o IOF é “central no negócio, é o meu custo operacional sendo impactado”, e destacou a gravidade do cenário para as companhias aéreas com o aumento do imposto.
Além disso, o CEO da Gol fez um alerta: “Vou fazer um voo para os Estados Unidos, as empresas americanas não têm IOF. Como é que a gente garante competitividade?”. A afirmação é especialmente importante em um contexto de saída da recuperação judicial, e a possibilidade de a empresa investir mais em rotas internacionais no continente americano, incluindo os Estados Unidos. Neste domingo (15/06), inclusive, a Gol deu um novo passo neste sentido ao iniciar voos de Belém para Miami.
O fim da história nós já sabemos: se impacta financeiramente a indústria, a tendência é que esse custo chegue de alguma forma ao passageiro, seja no aumento de passagens ou na redução de oferta.
O caso do IOF, porém, pode ter desdobramentos nas próximas horas. Em meio à guerra que se estabeleceu no meio político por conta do decreto e os impactos para a sociedade, a Câmara dos Deputados deverá votar ainda hoje a urgência para análise do projeto de decreto legislativo (PDL) que prevê a derrubada do novo IOF. O presidente da casa, Hugo Motta (Republicanos-PB) já disse que o clima “não é favorável ao aumento de impostos”.