Carta Verde: o que é, como fazer e onde contratar o seguro obrigatório para viajar ao Mercosul


Carta Verde: o que é, como fazer e onde contratar o seguro obrigatório para viajar ao Mercosul
Carta Verde é um dos documentos mais importantes para quem vai viajar de automóvel alugado ou próprio para países como Argentina, Uruguai ou Paraguai. Esse seguro obrigatório é exigido para veículos com placa brasileira que desejam circular nesses países. Viajar sem ele pode gerar multas, apreensão do veículo e muito problema.
Neste guia, você vai aprender o que é o seguro Carta Verde, como fazer, onde emitir e quais são as coberturas incluídas!
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O que é a Carta Verde?
A Carta Verde é um seguro obrigatório criado pelos países do Mercosul para proteger terceiros de danos causados por veículos estrangeiros.
Em outras palavras, se você causar um acidente fora do Brasil, esse seguro garante que os prejuízos (materiais ou corporais) sejam cobertos, evitando processos e complicações no exterior.
Vale destacar que seguro não é somente para carros, ele também é obrigatório para motos, reboques, bicicletas motorizadas e motorhomes matriculados no Brasil, ao ingressarem nos países do Mercosul.
O seguro é exigido quando você sai do Brasil com um veículo para:
Esses três países são considerados países-membros do Mercosul atualmente, juntamente com o Brasil.

Ponte da Integração que liga Brasil e Paraguai – Foto: Gilson Abreu/AEN
Como fazer a Carta Verde?
A solicitação da Carta Verde é diferente para quem tem carro alugado e para quem vai usar o automóvel próprio na viagem. Quem mora em região de fronteira também pode encontrar diferenças no momento de pedir o seguro.
Carro alugado
Se você vai viajar com carro alugado, a Carta Verde deve ser solicitada diretamente à locadora, que pode cobrar uma taxa extra pelo serviço.
Além disso, é importante fazer esse pedido com pelo menos três dias de antecedência à retirada do veículo, para garantir que vai dar tudo certo!
Portanto, antes de planejar a viagem, entre em contato com locadora e verifique todos os custos, prazos e documentos necessários para garantir o documento e uma viagem tranquila.
Veículo próprio
Para quem viajar com próprio veículo, é possível solicitar a Carta Verde para uma seguradora ou corretora para o período da viagem.
Se você já tem algum seguro no carro, por exemplo, entre em contato com a empresa ou banco e se informe sobre a Carta Verde. Verifique os preços, as condições, as regras e coberturas do seguro obrigatório.
Normalmente, a liberação do documento é rápida, mas faça o pedido com antecedência para evitar transtornos.
Carta Verde incluída
Existe uma versão especial da Carta Verde chamada “Carta Verde Fronteiriço”, pensada para quem mora em cidades brasileiras perto da fronteira com a Argentina, Paraguai ou Uruguai.
Essa modalidade tem um custo mais em conta, vale por um ano inteiro, mas só permite circular até 50 km dentro do país vizinho, pois é justamente para quem cruza a fronteira com frequência, mas não vai muito longe.

Ponte de Amizade, que liga Foz do Iguaçu a Cidade do Leste, no Paraguai – Foto: Itaipu Binacional/Divulgação
Quando me mudei para Foz do Iguaçu, que faz fronteira com o Paraguai e a Argentina, meu corretor me ofereceu Carta Verde Fronteiriço direto no seguro anual do carro. Lembro que o valor aumentava poucos reais por mês, então achei super válido para evitar dor de cabeça quando precisasse atravessar as pontes.
Aliás, tem seguros mais completos que já incluem a Carta Verde sem custo extra — e muita gente nem sabe. Meu primo, por exemplo, mora em outra cidade do Paraná e, quando ia ao Paraguai, só ligava para seguradora avisando o período da viagem. Simples assim.
Por isso, antes de contratar a Carta Verde avulsa, dá uma conferida se o seu seguro já cobre essa parte. Às vezes é só acionar e pronto, sem gastar a mais.
Passo a passo para emitir sua Carta Verde:
- Verifique com locadora ou a sua seguradora se ela oferece o seguro Carta Verde;
- Reúna os documentos necessários;
- Escolha o período de cobertura;
- Faça o pagamento;
- Receba o certificado digital por e-mail;
- Mesmo com a versão digital, recomenda-se levar uma cópia impressa na viagem.
Onde contratar a Carta Verde?
Você pode contratar o seguro em seguradoras brasileiras, corretoras online, alguns bancos autorizados e até consulados.
Certifique-se de que a empresa é autorizada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). Em geral, após o envio dos documentos e o pagamento, a apólice é emitida em poucas horas.
Quanto custa a Carta Verde?
O preço do seguro Carta Verde depende da duração da viagem, da cobertura escolhida e da empresa contratada pelo motorista. Peça um orçamento antes de contratar o serviço.
Quais são as coberturas da Carta Verde?
A Carta Verde cobre apenas terceiros não transportados. Isso inclui:
- Danos materiais a outros veículos, propriedades ou objetos
- Danos corporais ou morte de terceiros
- Despesas médico-hospitalares
- Parte dos custos legais (como honorários advocatícios)
Ela não cobre o motorista, os passageiros do seu carro ou danos ao seu próprio veículo.
Limites máximos de indenização:
- US$ 40.000 por pessoa em caso de morte ou lesões (até US$ 200.000 por acidente)
- US$ 20.000 por terceiro em danos materiais (até US$ 40.000 por sinistro)
O prêmio do seguro deve ser pago em reais, mas com valor calculado em dólares, com base no câmbio do dia do pagamento.
Dúvidas frequentes
Preciso da Carta Verde mesmo para viagens curtas?
Sim, o seguro é obrigatório mesmo que você vá passar só algumas horinhas no país vizinho.
Não importa se a ideia é só dar um pulo no Paraguai pra fazer umas comprinhas. E se, no meio do caminho, acontece um acidente? Aquela saída rápida pode virar uma baita dor de cabeça. Por isso, o melhor é sempre estar com tudo certinho, seguir as regras e evitar problemas. Segurança em primeiro lugar!
A Carta Verde cobre o meu carro ou só terceiros?
Apenas de terceiros não transportados.
A CNH brasileira vale no Mercosul?
Sim! Não é necessário ter PID para circular na Argentina, Paraguai e Uruguai.
Consigo emitir a Carta Verde no mesmo dia?
Talvez seja possível, dependendo da locadora e da seguradora. Mas não é recomendável, o ideal é solicitar com pelo menos 48h de antecedência.
Preciso imprimir a Carta Verde?
Hoje o documento pode ser emitido por meio digital, mas muitas autoridades pedem a versão impressa. Leve os dois formatos por garantia.
Carta Verde para carro alugado: posso emitir?
Sim, é possível usar carro alugado para viajar ao Mercosul com a Carta Verde, mas você precisa:
- Confirmar com a locadora se ela autoriza a travessia de fronteira;
- Emitir a Carta Verde com base nos documentos do carro e do locatário.
Locadoras em regiões como Foz do Iguaçu, Uruguaiana e Ponta Porã estão mais acostumadas com esse tipo de operação e costumam facilitar o processo.
Carta Verde é obrigatória para entrar na Argentina?
Sim! Tanto a Argentina quanto o Uruguai e o Paraguai exigem a apresentação do certificado de Carta Verde para liberar a entrada de veículos com placa brasileira. Mesmo viagens curtas, como um bate-volta para compras, exigem o seguro.
Não apresentar o documento pode resultar em:
- Multa e apreensão do veículo;
- Impedimento de entrada;
- Pagamento integral por qualquer dano causado.
Existe um tipo de Carta Verde especial para fronteira?
Sim. É a Carta Verde Fronteiriço, voltada para moradores de cidades brasileiras próximas à fronteira. Essa modalidade:
- Tem validade de 1 ano;
- Permite circulação até 50 km dentro do país vizinho;
- Pode ter condições mais vantajosas de preço;
- Ideal para quem faz compras frequentes ou trabalha do outro lado da fronteira.
O que acontece se eu viajar sem a Carta Verde?
Viajar sem esse seguro é considerado infração nos países do Mercosul. Além de multas e problemas legais, você poderá ter o automóvel apreendido e será responsabilizado por todos os danos causados a terceiros.
É como dirigir sem habilitação: você até pode dar sorte, mas o risco simplesmente não compensa.
Curiosidade: Por que o nome é “Carta Verde”?
No Brasil, esse seguro ganhou esse nome porque, lá nos anos de 1990, o certificado era impresso numa folha verde, metade de um A4. Essa era uma exigência da norma que criou o seguro por aqui (a Circular SUSEP nº 10/95).
Hoje em dia, o verdinho tradicional até ficou pra trás: o documento pode ser emitido fisicamente ou de forma digital, segundo a regulamentação mais atual (Circular SUSEP nº 614/2020). Mas o nome pegou e continua até hoje!
Outras informações você confere no site do Governo Federal.