Cade aprova parceria entre Boeing e Embraer
Cade aprova parceria entre Boeing e Embraer
A Superintendência Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica no Brasil (Cade) aprovou hoje (27/01) sem restrição a parceria estratégica entre Boeing e Embraer. A menos que uma revisão seja requerida por um dos Comissários da Superintendência, a decisão deve ser finalizada nos próximos quinze dias. Com exceção da Comissão Européia, que ainda avalia a join-venture, a parceria já conta com autorização incondicional de todos os órgãos reguladores.
Marc Allen, executivo da Boeing e presidente da Parceria Embraer e Operações do Grupo, acredita que a aprovação é mais uma validação da parceria entre as empresas que trará maior competitividade ao mercado de jatos regionais, mais valor aos seus clientes e maiores oportunidades aos funcionários das empresas.
Já o CEO e presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto, diz que a aprovação do acordo pelo Cade é uma demonstração clara da natureza pró-competitiva da parceria.
A parceria entre as empresas já foi aprovada pelo Brasil, Estados Unidos, China, Japão, África do Sul, Montenegro, Colômbia e Quênia. As empresas mantem discussão com a Comissão Europeia desde 2018 e continuam a negociar a medida em que avaliação da Comissão sobre o acordo avança.
“Estamos nos relacionando de forma produtiva com a Comissão para demonstrar a natureza pró-competitiva parceria que estamos planejando e esperamos um desfecho positivo“, disse Allen. “Diante do endosso favorável que temos recebido de nossos clientes na Europa e das aprovações incondicionais de todas as agências reguladoras que analisaram nossa transação, esperamos receber a aprovação final para a transação o mais rápido possível.”
A colaboração estratégica entre as empresas compreende duas joint-ventures: uma composta pelas operações de aeronaves comerciais da Embraer e serviços associados (Boeing Brasil – Comercial), na qual a Boeing terá 80% de participação e a Embraer 20%. Já a outra para promover e desenvolver mercados para a aeronave de transporte multimissão C-390 Millennium (Boeing Embraer – Defesa), na qual a Embraer terá uma participação de 51% e a Boeing os 49% restantes.
Entenda o caso
Não é de hoje que as fabricantes de aeronaves mantêm parceria no desenvolvimento de projetos, como foi o caso do modelo cargueiro KC-390 da Embraer. Mas a Boeing quis ir além visando a expertise da Embraer na fabricação de aviões menores, como os jatos da linha E2. A empresa americana também quis fazer frente ao movimento feito pela Airbus ao adquirir participação majoritária na produção do modelo C-Series da canadense Bombardier (uma das principais concorrentes da Embraer).
Sendo assim, em 2018, Boeing e Embraer anunciaram a criação de uma nova empresa conjunta que contemplaria os negócios de aviação comercial da Embraer alinhada com as operações de desenvolvimento comercial, produção, marketing e serviços de suporte da Boeing.
No ano seguinte o acordo foi aprovado pelos acionistas da Embraer e o nome da nova empresa divulgado: “Boeing Brasil – Commercial”
Com informações enviadas pela assessoria de imprensa da Embraer