Pagou, levou! Azul deve iniciar testes de venda de comida e bebida a bordo
Pagou, levou! Azul deve iniciar testes de venda de comida e bebida a bordo
A companhia aérea Azul deve iniciar na próxima semana testes de um serviço de venda de refeições e bebidas a bordo de voos domésticos. Os produtos no modelo buy on board estarão na rota Campinas-Recife de 21 a 31 de julho.
As informações foram divulgadas pelo portal AeroIn. O Melhores Destinos consultou a Azul para obter mais detalhes e aguarda a confirmação oficial da companhia que, segundo a assessoria, deve vir por meio de nota.
Os voos-teste serão o AD2805 e AD2810, que ocorrem à tarde, no horário do almoço. A companhia aérea não especificou o menu, e afirmou que o serviço gratuito de snacks continuará disponível.
A Azul já tinha dado sinais claros de que escolheria esse caminho. Em outubro do ano passado, o CEO da companhia, John Rodgerson, apontou para a venda de refeições quentes e bebidas alcoólicas nos aviões.
Redução de snacks gratuitos na Azul e na Gol
Esse não é o primeiro movimento recente da Azul em relação ao seu serviço de bordo, que já foi um dos grandes diferenciais da companhia. Em setembro do ano passado, a companhia anunciou que cortaria os snacks de voos curtos, de até 45 minutos, e limitaria a escolha a apenas um item em viagens acima dessa duração. A medida foi temporária.
À época, a empresa ainda não estava em recuperação judicial, mas já enfrentava dificuldades financeiras. Agora, a iniciativa de venda de comida e bebida a bordo, caso passe nos testes, deve ajudar na geração de receita para o caixa da Azul, ainda que de forma não tão substancial.
A Gol, por sua vez, reduziu a distribuição de snacks a bordo em janeiro deste ano. A medida é válida para voos nacionais com menos de uma hora de duração – o serviço inclui apenas água, servida somente se o passageiro pedir. Apenas a ponte aérea entre São Paulo (CGH) e Rio de Janeiro (SDU), rota doméstica mais nobre e rentável das empresas brasileiras, permanece com a oferta de snacks, café e refrigerantes.
Passageiros têm levado a própria comida a bordo
Diante de situações assim, ou mesmo por conta do nível de qualidade dos snacks (muitos têm alto teor de sódio), muitos passageiros têm levado comida por conta própria para dentro do avião. Os itens são normalmente adquiridos nos bares e restaurantes nas áreas de embarque, já que em muitos casos não é possível passar com comida pelo raio-x do aeroporto.
Em um voo que fiz recentemente de Brasília para São Paulo, uma passageira puxou de dentro da bolsa um poke enorme e se mimou, apesar do cheiro na cabine, enquanto as pessoas ao redor se contentavam com os snacks.
Essa parece ser uma tendência cada vez maior entre alguns passageiros. Para as companhias aéreas, pode ser justamente a oportunidade de oferecer a bordo o que as pessoas eventualmente pagariam para trazer para a viagem.
Também é possível pensar em questões sanitárias e de precaução – se uma pessoa que trouxe a própria comida a bordo passa mal, pode sobrar para a empresa se o caso não for devidamente esclarecido.
Gol e Latam já tiveram modelo de venda a bordo
O buy on board não é novidade no Brasil. A Gol teve venda de comida e bebida a bordo no início da década passada. O formato era ainda mais austero do que o que está sendo testado pela Azul, já que a empresa oferecia apenas a opção paga em algumas rotas, depois de ter removido os snacks que faziam parte do serviço à época.
Menu de comida e bebida da Gol em 2012
A Latam seguiu o mesmo caminho em 2017. O serviço tinha até 50 opções de itens para os clientes, entre lanches, saladas, bebidas, petiscos e outras opções.
Nenhuma das duas empresas tem, atualmente, serviço de bordo pago.
Estará um dos voos da Azul que terá o teste de venda de comida e bebida a bordo? Conte depois para nós como foi a sua experiência!
