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Aviação avança em setembro, mas oferta de voos ainda é 61% menor do que em 2019

Leonardo Cassol
21/10/2020 às 15:28

Aviação avança em setembro, mas oferta de voos ainda é 61% menor do que em 2019

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) divulgou os dados consolidados do setor aéreo para setembro. No último mês, mais de 3,05 milhões de passageiros voaram no Brasil, um aumento de 850 mil em relação a agosto, quando foram embarcados cerca de 2,2 milhões de pessoas. No entanto, se compararmos os números com os de setembro de 2019, temos uma redução de 61% no número de passageiros pagos transportados, o que mostra o impacto que a pandemia teve para a aviação.

Fonte: Anac

Mercado doméstico lidera recuperação

Em setembro a aviação brasileira transportou 38,6% mais passageiros do que em agosto, o que representa 850 mil viajantes a mais. Olhando esse dado isoladamente, temos um avanço significativo e promissor. O setor está recuperando mês a mês a demanda por viagens aéreas!

No entanto, se compararmos os números com o mesmo período de 2019, vemos que a demanda doméstica (RPK) diminuiu 55,2%, enquanto a oferta de assentos por quilômetros (ASK) caiu 54,5%. Ou seja, apesar do avanço, ainda estamos longe de uma plena recuperação.

O transporte de carga tem dados mais animadores no mercado doméstico, com queda de 24,3% em setembro deste ano na comparação com o mesmo mês de 2019. O volume de carga transportada no mês foi de 27.324 toneladas.

Gol lidera e Latam ultrapassa Azul

A Gol segue liderando o mercado doméstico brasileiro, com 38,5% de participação. Mas uma mudança chamou a atenção em setembro, o crescimento da Latam, chegando a 33,7% de participação no mercado, ultrapassando a Azul, que fechou o mês com 27,4%.

Em agosto, o presidente da Latam chegou a dizer que a empresa estava voando menos para perder menos dinheiro, pelo fato da empresa ter um custo de operação maior que as concorrentes e pagar salários mais altos do que a Gol e a Azul para os tripulantes. A empresa segue negociando com os sindicatos uma redução permanente nos valores pagos para evitar novas demissões, mas parece que não está mais disposta a ficar para trás no mercado doméstico.

Como ainda estamos longe de uma plena recuperação da oferta de voos, é possível que novas mudanças ocorram no posicionamento das empresas no mercado doméstico nos próximos meses. Olhando a longo prazo, podemos esperar malhas mais enxutas das três grandes aéreas nacionais. A provável entrada da companhia aérea do grupo Itapemirim (Ita) deve sacudir um pouco o mercado, mas somente uma eventual fusão ou aquisição, ou improváveis mudanças significativas na distribuição slots dos aeroportos monitorados (como Congonhas, Guarulhos, Santos Dumont e Brasília) teriam capacidade de mudar significativamente a participação das três maiores empresas.

Mercado internacional tem recuperação mais lenta do que o esperado

Afetado principalmente pelas restrições de viagens e pelo fechamento de fronteiras em dezenas de países, o mercado internacional apresentou no mês de setembro uma retração na demanda de passageiros pagos transportados de 90,7%, se comparado com o mesmo mês em 2019. De janeiro a setembro deste ano, foram transportados 5,9 milhões de passageiros no mercado internacional. Mas, em setembro, foram apenas 140,5 mil passageiros, queda de 92,6% diante do mesmo mês em 2019.

A agência de classificação de risco Fitch Ratings divulgou uma previsão de recuperação mais lenta para o setor aéreo. De acordo com a agência, o tráfego aéreo global não deverá retornar aos níveis de 2019 antes de 2024. E o ritmo de recuperação será diferente entre as regiões do planeta, como reflexo do elevado nível de infecções pela Covid-19 e pelas restrições de viagens impostas em muitos países.

Com informações da Anac


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