logo Melhores Destinos

Como é voar na United em Economy Plus do Rio de Janeiro para Houston

Como é voar na United em Economy Plus do Rio de Janeiro para Houston

GIG Rio de Janeiro
IAH Houston
UA128
Avião Boeing 767-300
Classe Economy Plus
Poltrona 33L
Data 30/12/2023
Partida 21:55
Chegada 05:30
Duração 10:35
Redação Por Sergio Reis
Leitor do Melhores Destinos
23/02/2025 às 14:00

A United é uma das principais companhias aéreas americanas, e há mais de 30 anos opera voos entre o Brasil e os Estados Unidos. De São Paulo, oferece viagens para Nova York, Houston, Washington e Chicago. Já do Rio de Janeiro, os voos são para Houston.

O leitor Sergio Reis voou na classe Economy Plus da United saindo do Aeroporto do Galeão e compartilhou com a gente a sua experiência. Confira a seguir o review do voo!

A viagem

Minha viagem completa foi entre o Rio de Janeiro e Tokyo. A passagem aérea foi adquirida na United, havendo trechos operados pela ANA (All Nippon Airways). Por uma questão prática, só irei analisar o trecho entre Rio de Janeiro (GIG) e Houston (IAH), nos EUA, operado pela United, com pontuais comentários sobre a volta de Los Angeles (LAX) para Houston (IAH) e Rio de Janeiro (GIG).

O voo foi realizado no dia 30/12/2023 em assentos economy plus. Li algumas avaliações da United no MD que me ajudaram bastante, mas achei que valia escrever uma mais atual considerando os atuais padrões pós-pandemia.

O avião e o destino

Uma curiosidade é que anteriormente os voos da United entre o Rio de Janeiro e Houston eram operados no modelos Boeing 777-200. No pós-pandemia, a empresa passou a utilizar o Boeing 767-300. O avião atual é menor e, em geral, mais antigo. A idade não é tão sentida, pois em dado momento as aeronaves foram renovadas e as poltronas e os equipamentos de entretenimento foram atualizados, mas em alguns detalhes percebe-se a idade, como nos banheiros.

Para mim, aviões menores são uma boa opção por conta da configuração de assentos da classe econômica; no caso do 767-300 é no esquema 2-3-2, facilitando o acesso aos corredores e a organização familiar, além de o embarque e desembarque serem mais rápidos. Aviões maiores têm uma configuração 3-4-3 ou 3-3-3, que são menos práticos e envolvem mais passageiros circulando na aeronave.

Compra da passagem

Comprei a passagem diretamente na United. Utilizei o site para realizar pesquisa de voos e destinos (eu estava na dúvida entre ir para os EUA ou para a Ásia) e foi possível pesquisar preços e conexões com bastante facilidade. Como os destinos asiáticos são muito distantes, a minha ideia era inserir uma parada nos EUA na volta, conhecido como stopover.

Eu defini que meu destino final seria Tokyo e até consegui inserir um stopover na reserva, mas o preço subia muito. Fiz uma reserva simples, ida e volta, e depois entrei em contato por telefone com a United para resolver a parada.

Para minha surpresa, o atendimento telefônico da United é extremamente cordial e funcional. Os funcionários prestavam informações precisas e gentilmente faziam de tudo para ajudar. Esclareceram que o stopover era possível somente uma vez (na ida ou na volta), em uma escala, e sem custos, somente sendo cobradas as taxas aeroportuárias (posteriormente vi que a maioria das empresas não permite o stopover). Fiz a emissão das passagens por telefone e a empresa não cobrou a mais por tal emissão, ficando o preço igual ao do site.

O site e aplicativo da United funcionam muito bem, sendo muito úteis para o acompanhamento da viagem. A dificuldade que eu tive foi para reservar assentos nos voos operados pela ANA. Nem o pessoal gentil da United conseguiu reservar os assentos, pois apesar do codeshare entre as empresas, os sistemas não são integrados da forma ideal. Contactei a ANA que também não conseguia fazer a reserva dos assentos porque a reserva era da United.

Check-in

O voo era noturno e cheguei cedo ao aeroporto do Galeão; lá, o atendimento da United foi excelente. Tirei algumas dúvidas com o gerente da United (Robson Gonzalez) em relação à bagagem e ele foi super gentil comigo e com minha família. Robson é o tipo de pessoa que faz a diferença entre um atendimento normal e um excelente atendimento. Ele esclareceu que eu não precisaria pegar a bagagem em Houston e que ela seguiria diretamente para o destino final. Apesar de a regra nos EUA ser a da necessidade de recolher a bagagem e despachá-la novamente após a imigração, a United possui um acordo para conexões internacionais em Houston.

No voo da volta eu não tive a mesma felicidade da ida. Fiz o check-in em Los Angeles (LAX) e acho que em poucas vezes na vida fui tão maltratado em um check-in. Quando viajo em família, por conta do volume de bagagens, prefiro chegar cedo ao aeroporto e pegar a fila para o despacho com o atendente. A atendente não me deixou utilizar tal fila e disse que eu só poderia utilizar a máquina de autoatendimento. Fiz todo o processo na máquina e emiti todas as etiquetas das bagagens.

Quando estava terminando de colocar todas as etiquetas nas bagagens, ela me informou num tom extremamente grosso que eu havia colocado errado, e que a parte tal da etiqueta estava equivocada. Bem, apesar de viajar muito, eu nunca havia etiquetado uma bagagem na vida, muito menos 8 volumes, ela poderia ter me ajudado ao invés de ter uma atitude rude. Logicamente, a máquina de autoatendimento não quis reimprimir as etiquetas das bagagens e tive que chamar a atendente mal-educada para me ajudar; ela ficou bufando como se aquele não fosse o seu trabalho e estivesse me fazendo um favor. Mesma empresa e experiências de check-in completamente diferentes!

Embarque

O embarque nos voos da ida e da volta foram bastante organizados e ocorreram de forma tranquila, uma das vantagens pelo avião não ser tão grande.

No voo da volta, eu tive uma conexão com um tempo bastante apertado, o voo de Los Angeles para Houston atrasou e minha conexão, que já era justa, se tornou mais apertada. Como a bagagem iria direto para o Rio, a preocupação era ir rapidamente para o gate correto num aeroporto gigante. Consegui chegar lá, mas não tive tempo para comer nada – meu voo anterior tinha decolado às 13h10 de Los Angeles e o voo de Houston sairia às 20h20. Acabou que o voo de Houston para o Rio de Janeiro sofreu um atraso de quase 3 horas e eu estava com muita fome.

Concordo que a justificativa para o atraso era correta, pois se tratava de uma questão técnica e segurança deve ser uma prioridade. No entanto, a United ignorou a Resolução 400 da Anac que indica que, na hipótese de atrasos superiores a duas horas, deve ser fornecida alimentação ou voucher para alimentação. A United somente forneceu água, e mais de uma hora depois do embarque.

Ao chegar ao Brasil, reclamei junto à empresa e me deram um voucher de 50 dólares para usar em voos da empresa no prazo de um ano. Atitude ridícula, já que não devo viajar nessa empresa em tão curto prazo.
Mais uma vez, “duas Uniteds”: a experiência de embarque na ida foi boa; na volta, com um atraso, mesmo que justificado, levou a um tratamento inadequado aos clientes.

O voo

Por conta de um status match que vi no MD, eu consegui um status na United que me permitia reservar assentos na Economy Plus sem custo adicional.

As poltronas e as refeições são as mesmas da Economy, a única diferença é a distância entre as poltronas; se o espaço na econômica normal já é bom, na Economy Plus fica enorme. Eu não sei se pagaria a mais por esse espaço um pouco maior, mas como cortesia foi ótimo.

No assento havia disponíveis os tradicionais cobertores, travesseiros e fones de ouvido. A United possui um travesseiro com uma ergonomia diferente (que algumas pessoas curtem e outras não) e também foi oferecida uma segunda opção de fone de ouvido. Achei muito boa a ideia de oferecer um segundo tipo de fone, considerando a preferência dos clientes.

O sistema de entretenimento tinha uma boa variedade de filmes e de séries de TV, incluindo títulos dublados em português e vários lançamentos recentes. Achei o conteúdo bem acima da média quando comparado com outras companhias aéreas.

É possível assistir na tela, no encosto da poltrona, ou através do app da United que carrega o conteúdo de entretenimento idêntico, a vantagem é poder optar por assistir ao conteúdo em seu próprio tablet ou notebook, além de nos voos domésticos que não ofereçam as telas nas poltronas. Achei bom ter essas duas opções, só é necessário lembrar de baixar o app antes de viajar.

A meu ver, poderia haver mais títulos com closed caption, uma ferramenta que ajuda pessoas com deficiência auditiva, assim como pessoas que, como eu, não gostam muito de filmes dublados e ao mesmo tempo preferem o som original, mas não conseguem ouvir com perfeição outros idiomas no avião.

Havia disponibilidade de Wi-fi a bordo, mas não precisei utilizar. O valor era de US$ 9,99 ou mil milhas por uma hora, ou US$ 21,99 ou 2.200 milhas por todo o voo. Em alguns voos, a United oferece o serviço de envio de mensagens de texto de forma gratuita, o que acho bastante conveniente e poderia ser adotado por mais companhias aéreas.

Refeições na United

As refeições foram dentro do atual baixo padrão das companhias aéreas norte-americanas e europeias, porções pequenas no jantar e um café da manhã para lá de modesto, e talheres descartáveis pouco funcionais. Não se espera um menu com estrela Michelin, mas uma refeição saborosa e numa quantidade razoável certamente deixaria os clientes mais satisfeitos.

As refeições, além de alimentar, ajudam o tempo a passar mais rápido num voo, mas cada vez mais sinto a necessidade de fazer um lanche numa sala vip ou no aeroporto antes de um voo mais longo. Nas hipóteses de conexão, isso fica ainda mais delicado, pois existe a necessidade de chegar ao aeroporto com antecedência e a maioria dos voos domésticos não oferece refeições, e quando oferece são caras e bem ruins.

Dentro deste cenário, as refeições na ida e na volta estavam dentro do padrão baixo atual. Na ida pedi a opção de carne, que foi acompanhada de batatas, cenouras, salada de pepino e acompanhamentos.

Na volta também fiz a opção de carne, que veio com arroz e uma salada de grãos. Considerando que minha última refeição tinha sido um lanche em Los Angeles, fiquei com muita fome.

No café da manhã, na ida foi oferecido um iogurte, um bolinho de chocolate seco e pedaços de melancia. Na volta, a oferta era de um iogurte e um biscoito seco.

Um ponto positivo da United é a oferta de bebidas, eles possuem diversos refrigerantes e sucos, além de algumas bebidas alcoólicas. Estas também ficam disponíveis na galley durante o voo.

A tripulação, tanto na ida como na volta, tinha uma postura seca e pouco cordial. Tudo bem, não preciso fazer amigos durante o voo, mas um pouco de cordialidade nunca é demais (basta ver o tratamento em empresas como a Emirates ou a ANA). No voo de volta, por conta do atraso, a falta de gentileza ficou clara: em dado momento a tripulação parou de dar estimativas de tempo em relação ao atraso, e demorou um bom tempo para oferecer água para os passageiros. Mais uma vez, entendo que problemas técnicos podem acontecer e a segurança é prioridade, mas um pouco de cordialidade ajuda a amenizar tal problema.

Chegada aos Estados Unidos

A chegada aos EUA foi pontual, mas mesmo em se tratando de uma conexão internacional foi necessário fazer a imigração. As malas iriam diretamente para o destino final por conta do procedimento estabelecido pela United, mas os passageiros precisam apresentar o passaporte e realizar todo o rito de entrada nos EUA.

Apesar de o voo ter chegado cedo, a fila da imigração foi bastante demorada, outros voos também chegaram em horários próximos e havia pouquíssimos guichês abertos para atendimento a estrangeiros. Ficamos cerca de uma hora e meia numa fila desagradável, longa e demorada. A curiosidade é que nos voos para os EUA pagamos um valor significativo de taxas, incluindo as taxas para os serviços de imigração, e é uma pena que o serviço deixe tanto a desejar na maioria das vezes.

A minha dica é evitar conexões apertadas em Houston. Na passagem em Los Angeles, na volta, a fila da imigração levou duas hora e meia, e também é necessário cuidado em eventuais conexões.

Programa de Fidelidade

Em um período da minha vida, viajei bastante e possuía status elevados na Latam e na Gol, e quando viajava em companhias aéreas estrangeiras buscava creditar nas companhias aéreas nacionais tais milhas, assim como transferências de pontos do cartão de crédito. Recentemente, as milhas dos programas nacionais “viraram pó” e são necessárias muitas milhas para trechos nacionais e internacionais. Mudei de trabalho e passei a viajar menos. Viajando menos fui caindo rapidamente de status.

Após alguma pesquisa optei por aderir ao programa Mileage Plus da United antes dessa viagem. As milhas são vitalícias e, como recebi o status match para Platinum, equiparando ao Diamante da Gol, recebi um número razoável de milhas na ida. Infelizmente, na volta, o meu status mais alto já tinha acabado. Observei que para subir de status na United não é muito fácil, tem que viajar bastante com a United e suas parceiras. Como as milhas são vitalícias, depois posso ver como usá-las com calma.

Conclusão

O voo da United é muito prático para quem mora no Rio de Janeiro, Houston é um importante hub da empresa e existem diversas conexões a partir de lá. Uma das vantagens para os cariocas é poder ir aos EUA sem ter que fazer escala em Guarulhos, o que demanda mais tempo e se trata de um aeroporto que tem um movimento muito grande de passageiros, ou seja, salas vip cheias, filas para o passaporte e circulação ruim, principalmente para quem tem que usar o terminal 1.

O aeroporto do Galeão no Rio de Janeiro é um aeroporto tranquilo, com boa circulação e fácil acesso. O número de salas vip tem aumentado e a qualidade do serviço não deixa a desejar em relação a Guarulhos.

A experiência de voar com a United oscila bastante. A empresa parece querer tratar bem seus passageiros, oferece dois tipos de fones de ouvido, tem ampla oferta de entretenimento, uso de poltronas confortáveis, não cobra pela marcação de assentos normais e tem um atendimento telefônico super gentil e prestativo, mostrando uma preocupação com o cliente.

No entanto, como comentei anteriormente, esse tratamento não é o mesmo do pessoal de terra em algumas posições ou na preocupação com a alimentação do servida a bordo. O check-in e embarque no Rio foram ótimos, com cordialidade e profissionalismo. Em Los Angeles, o check-in foi péssimo e a equipe da conexão em Houston não mostrou um senso de cordialidade que a equipe brasileira havia demonstrado na ida.

A tripulação dos voos internacionais era profissional e não fazia nada além do básico, a do voo doméstico parecia infeliz, tratando com descaso quem fizesse alguma pergunta ou pedisse algo. No momento do problema técnico na volta, a falta de transparência e cordialidade foi bastante sentida. Fica até difícil avaliar uma empresa que oscila tanto sem ser injusto com aqueles que se dedicam a fazer um bom trabalho.


Agradecemos ao Sergio por ter dividido a sua experiência de voo com a gente. Se você tem alguma viagem marcada e quiser compartilhar o review do voo, envie um e-mail para contato@melhoresdestinos.com.br

Nota final.

United

Rio de Janeiro - Houston

Voo UA128

7,0
Embarque 7
Assento 9
Entretenimento 9
Amenidades 6
Equipe 5
Fidelidade 6