Como é voar na classe econômica da Qatar Airways de São Paulo para Doha
Como é voar na classe econômica da Qatar Airways de São Paulo para Doha
Eleita a melhor companhia aérea do mundo em 2017, a Qatar Airways possui uma frota de quase 200 aeronaves, voando para mais de 150 destinos ao redor do mundo. Conhecida por proporcionar experiências diferenciadas aos seus passageiros, a companhia faz parte da aliança global OneWorld desde 2013 e recentemente sofreu algumas alterações em suas rotas devido à crise diplomática no Qatar, sem afetar consideravelmente a qualidade de seus serviços.
Nosso leitor Victor Millarch aproveitou o primeiro trecho de sua viagem de volta ao mundo para voar pela Qatar. Confira a avaliação que ele fez para o Melhores Destinos:
No início do ano, realizei uma viagem de volta ao mundo, passando por cinco continentes durante quinze dias e tive a oportunidade de experimentar um pouco da cultura de cada um desses lugares.
Além disso, também tive o prazer de voar com renomadas companhias aéreas, as quais sempre tive grande admiração. Nesta avaliação, irei contar um pouco da minha experiência com a Qatar Airways nos trechos de São Paulo para Doha e de Doha para a Cidade do Cabo, na África do Sul.
A compra das passagens foi emitida com pontos Multiplus através do call center, pois essa rota raramente está disponível no site da empresa. Simples e rápido!
Check-in
Ao chegar no aeroporto de Guarulhos, tive que aguardar um longo tempo até que o check-in fosse aberto para despachar as malas. O voo proveniente de Doha segue até Buenos Aires e só retorna a São Paulo as 03:00 da manhã. Sendo assim, o check-in foi liberado a partir da 00:30 pela tripulação que iria assumir o nosso voo até o Qatar.
O problema do voo sair tão tarde de São Paulo, tirando o cansaço de ter que esperar tanto tempo, é que muitas lojas e restaurantes do aeroporto já estão fechadas nesse horário. Sendo assim, utilizei o meu cartão do Priority Pass e aguardei no lounge da Star Alliance, o qual considero um dos melhores do país.
O embarque começou precisamente as 03:58 da manhã. A tripulação estava visivelmente impaciente e o procedimento estava bem tumultuado, principalmente no momento de verificar os passaportes. Como eu tenho status Emerald na OneWorld, fui um dos primeiros a embarcar na aeronave.
Cabine
O voo foi operado por um Boeing 777-300ER, o qual é um dos meus favoritos. Embora a aeronave fosse nova, a falta do Wi-Fi nesse avião fez uma grande diferença, tendo em vista a duração do voo. Acredito que nesse ponto, a Qatar fica atrás de suas principais concorrentes, como a Emirates e a Etihad, pois apenas algumas aeronaves mais novas de sua frota estão equipadas com essa tecnologia.
A cabine é nova, com poltronas confortáveis e um espaço para as pernas razoável, mas claro, em um voo de quase treze horas, é necessário sair do assento algumas vezes para evitar o inchaço das pernas.
Entretenimento
O entretenimento de bordo é extremamente completo, com muitas opções de filmes, música e jogos. Senti falta de algumas opções de filmes legendados, mas ainda assim o sistema é bem fácil de manusear e possui boas alternativas para os passageiros.
Achei interessante que durante o airshow, a tela individual está sempre mostrando em uma bússola o sentido para onde Meca está e na sequência aparece um aviso para evitar orações no corredor da aeronave. Certamente algo bem diferente do que estamos acostumados!
Serviço de Bordo
Ao embarcar, os passageiros receberam um kit de amenidades com alguns produtos de higiene pessoal, tapa olhos, meias e protetores auriculares. Também sobre os assentos tinha uma manta e um travesseiro.
Uma hora após a decolagem, foi servido a primeira refeição. Tecnicamente era para ser o café da manhã, mas as opções eram idênticas às do jantar. Frango, massa ou vegetais.
Não sou de reclamar da comida servida a bordo, mas para uma companhia como a Qatar, confesso que esperava muito mais. Os pratos eram extremamente fortes e com um tempero marcado. O frango era apimentado e o arroz sem graça. Em compensação, a sobremesa estava deliciosa. Cheesecake de morango! Todos os talheres eram de metal e com certeza isso fez uma boa diferença.
Na metade do voo foi servido um sanduíche de queijo, sem grandes novidades, porém gostoso.
Próximo ao pouso, foi servida a terceira e última refeição. Optei pelo frango com legumes, mas o tempero acentuado e estragou o sabor do prato. O mesmo foi acompanhado por uma salada de arroz com vegetais, pães com geléias e de sobremesa, uma torta de limão.
Durante o voo, os passageiros podem ir nas galleys pegar sorvete, snacks e sanduíches a vontade.
No outro voo até a Cidade do Cabo, foram servidas duas refeições.
A primeira refeição era batata provençal com legumes no vapor, regadas ao molho de coentro e curry. Particularmente não gostei, pois era muito forte. De acompanhamento tinha uma salada de grão-de-bico com pães e molho de ervas. De sobremesa um fudge de chocolate que estava bom.
De café da manhã, foi servido uma única opção, a qual era composta por omelete, batatas e salsicha. Iogurte e salada de frutas acompanhavam o prato.
Comissários e equipe de solo
Em ambos os voos que realizei com a Qatar, os comissários eram profissionais, mas sem nenhum diferencial de exclusividade. Eles não faziam questão de ser simpáticos e apareceram poucas vezes pelos corredores da aeronave. Neste voo, apenas um comissário falava português, o qual dava os avisos de segurança.
No próximo voo que me levaria até a Cidade do Cabo, minha conexão era de aproximadamente três horas. Neste tempo, fui na sala VIP Al Safwa do aeroporto e aproveitei o tempo para me preparar para a próxima aventura, com mais nove horas de voo.
Inicialmente, o voo até a Cidade do Cabo seria operado por um Boeing 787-8, mas, algumas semanas antes da data da viagem, houve uma alteração para um Boeing 777-300ER idêntico ao do primeiro trecho. Uma pena!
O procedimento de embarque deste voo teve um atraso considerável, tendo em vista a forte chuva que estava caindo sobre a cidade. Por incrível que pareça, estava tudo muito mais desorganizado que em São Paulo devido a esse fator, pois inúmeros voos atrasaram e a equipe da Qatar estava tomando as devidas providências para evitar mais transtornos.
Logo após ser anunciado que as portas estavam fechadas o comandante avisou que o voo só poderia decolar após o conserto de um dos trens de pouso. Em sumo, atrasamos mais de uma hora até o voo decolar.
Em nenhum dos trechos sofremos qualquer tipo de turbulência. Ambos foram bem calmos e tranquilos.
Programa de Fidelidade
O Privilege Club é o programa de fidelidade da Qatar Airways, que permite acumular milhas e trocar por passagens e outros benefícios.
No Brasil, a Qatar tem parceria com a Smiles, permitindo que os passageiros recebam pontos Smiles voando na Qatar ou emitam passagens da GOL com milhas do Privilege.
A companhia também é membro da aliança global Oneworld, a mesma da Latam.
Conclusão
A chegada em Doha foi tranquila e sem dificuldades. O saguão principal, com o famoso urso de “pelúcia” gigante que custou nada mais, nada menos do que U$ 6.8 milhões de dólares era muito bonito e bem sinalizado.
Pode-se concluir, portanto, que, embora a Qatar tenha um bom serviço, não achei digna de receber o primeiro lugar de companhia do ano pelo Skytrax. Falo isso com base nas demais companhias que já voei.
As aeronaves novas, o entretenimento de bordo e os assentos são bons e devo valorizar esse ponto. Em contrapartida, em nenhum dos voos realizados pela Qatar percebi um atendimento diferenciado. Confesso que esperava muito mais das refeições com base na fama da companhia. A apresentação não era das melhores e o sabor muito menos…
Estamos tratando de classe econômica, sei que não pode ser exigido algo muito além do comum, mas com certeza não achei a melhor companhia e fiquei um pouco frustrado com essa experiência.
Agradecemos ao Victor pelo relato! Quer ver a sua avaliação publicada no Melhores Destinos? Peça as instruções, capriche no texto e nas fotos e mande para a gente: avaliacao@melhoresdestinos.com.br
Nota final.
Qatar Airways
São Paulo - DohaVoo QR 774