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Como é voar com a Pobeda Airlines, low cost russa da Aeroflot

Como é voar com a Pobeda Airlines, low cost russa da Aeroflot

PSA Pisa
VKO Moscou
DP 812
Avião Boeing 737-800
Classe Econômica
Poltrona
Data Junho/2017
Partida 10:41
Chegada 15:00
Duração
Por Roger Alves
Leitor do Melhores Destinos
28/03/2018 às 11:12

“Pobeda” significa “vitória” em russo, e também é o nome da companhia low cost pertencente à estatal Aeroflot. Fundada em 2014, a Pobeda Airlines possui base no Aeroporto Internacional de Vnukovo, um dos quatro aeroportos que servem Moscou, com uma frota de 14 aeronaves, voando para 22 destinos. Nosso leitor Roger Alves foi conferir os serviços da empresa e nos enviou uma avaliação inédita, com várias dicas sobre a Rússia. Vale a pena conhecer um pouco mais do país sede do Mundial 2018 e torcer por uma “pobeda” do Brasil!

No mês de junho viajei para a Rússia por conta das partidas da Copa das Confederações. Por já estar na Europa, tinha uma opção maior de voos low cost e acabei optando pela Pobeda, uma low cost do grupo Aeroflot, para fazer o trecho de ida e volta da Itália para a Rússia.

Confesso que tive um pouco de receio, pois na década de 90 já tinha viajado pela Aeroflot e a experiência não foi das melhores. Um avião velho, consumo de bebida e cigarros (quando ainda era permitido) em excesso. Enfim, resolvi arriscar já que os preços das demais companhias estava muito salgado e as opções de voos diretos eram escassas.

Moscou tinha pelo menos três opções de aeroportos, mas optamos pelo Vnukovo pelo preço da passagem e proximidade do hotel, mas ainda assim andamos bastante de táxi. Ao menos o preço do táxi foi justo.

Uma dica: tenham um celular com internet, pois os russos não falam inglês e não se esforçam para compreender qualquer outro idioma. Sem um tradutor fica difícil a comunicação.

Não acho que eles devam ser obrigados a falar inglês, até por questões políticas, mas quem se propõe a realizar uma Copa precisa se esforçar no quesito de recepção dos turistas.

Check-in

Embarcamos pelo aeroporto de Pisa e foi um pouco confuso. Recomendo chegar com antecedência. A Rússia não faz parte do Tratado de Schengen, então se você está dentro dessa zona, terá que fazer a imigração para o embarque (aqui perdemos um pouco de tempo).

O meu check-in não pode ser feito online, pois há uma conferência de vistos. Em um primeiro momento a funcionária do embarque estranhou que eu não tivesse um visto russo, mas esclareci que os brasileiros não precisavam. Disse ainda, que portadores de ingressos da Copa, independente da nacionalidade, estavam isentos também durante o período da competição, desde que apresentassem um ID emitido pela FIFA.

A bagagem de mão que despachei foi pesada (o limite era de 10 kg) e foram feitas perguntas de praxe sobre o seu conteúdo.

O aeroporto é pequeno e o embarque foi feito de forma remota (caminhando). A vantagem do aeroporto de Pisa é a sua proximidade do centro da cidade e da estação de trem.

Não houve atrasos na partida e o embarque foi bem veloz, já que poucos carregavam bagagens de mão.

Para a viagem de retorno já foi mais estressante. Tenham atenção para a questão da segurança nos aeroportos russos. Para entrar no saguão do aeroporto há um aparelho de raios-x. Posteriormente, na verificação da bagagem e check-in (não foi possível realizar on line) eles são bem atentos com a documentação, visto para os países Schengen e peso da bagagem.

Passamos por um segundo raio-x que dava acesso à imigração e área de embarque e perdemos um pouco de tempo, pois é um processo bem demorado deles.

Quando se entra na Rússia você recebe um pequeno papel que deverá ser devolvido na saída do país. E eles fazem uma verificação em uma base de dados e o visto para União Europeia, por isso a demora, sem comparada com a nossa fiscalização da Polícia Federal e da imigração norteamericana.

Se você voltar da Rússia com um visto Schengen, lembre-se de levar a sua passagem aérea de retorno para o Brasil. No meu caso, o agente da imigração russa me perguntou quanto tempo eu ficaria na Itália e me pediu a passagem de retorno ao Brasil. Como tinha a reserva salva no celular, não houve dor de cabeça.

Na volta também não houve atrasos, mas o embarque foi um pouco mais lento.

Cabine

Viajamos em um 737-800, com a tradicional configuração 3×3 de fileira. O avião aparentava ser novo e estava bem limpo.

Os assentos eram bem simples (tipo slim) e os comissários eram tranquilos, mas sem muita cortesia que ultrapasse o padrão.

O espaço da poltrona é aquele já conhecido das low costs europeias.

Tenho 1,80m e fiquei no limite. Existia uma opção semelhante ao “espaço mais”, no entanto, não me recordo o valor.

Entretenimento

Não havia entretenimento a bordo, salvo uma revista em russo com alguns trechos em inglês.

Só as músicas no celular e um livro me salvaram durante a viagem.

O cartão com instruções de segurança estava colado na bandeja do assento e estava em russo e inglês.

Serviço de Bordo

Não havia serviço de bordo gratuito, mas era possível adquirir sanduíches e bebidas.

Ressalto que era um voo de quase quatro horas de duração, então vale a pena já embarcar alimentado.

Comissários e equipe de solo

O serviço das comissárias e dos funcionários do check-in na partida da Itália foram receptivos e cordiais. Os anúncios de cabine eram feitos em russo e inglês. Nada de português.

Na ida, como partimos da Itália, havia um comissário que arranhava um italiano, mas percebi que a grande maioria dos passageiros eram russos voltando para casa, então ele pouco falou.

Programa de Fidelidade

A Pobeda não possui programa de fidelidade e não pontua em nenhum outro.

É o hábito da maioria das low costs europeias.

Conclusão

Chegamos no aeroporto de Vnukovo (Moscou) e o desembarque foi normal, sem atrasos. Fizemos o desembarque de forma remota (ônibus) e chegamos ao desembarque rapidamente.

Como tivemos que passar pela imigração, nossa bagagem já estava rodando na esteira quando chegamos. Mas pude perceber que o serviço de entrega de bagagens segue o padrão europeu e não há lentidão.

Nosso retorno foi pelo aeroporto de Bérgamo (Milão), um “hub” italiano da Ryanair. O desembarque foi feito de forma remota e caminhamos até o saguão do aeroporto.

Ali foi o caos. Os russos precisam de visto para entrar na Itália, então eles não usam a fila da União Europeia. Resultado: uma hora e meia para passar pela imigração, enquanto que o europeu levava 5 minutos (como foi o caso da minha mulher).

Interessante notar que o russo gosta de furar uma fila, então se formou uma confusão generalizada, com direito a diversas advertências dos agentes de segurança no aeroporto.

Dicas

A Rússia é um país que vale a pena ser visitado, especialmente pela sua cultura. Viajem de mente aberta e preparados para encontrar obstáculos linguísticos no dia a dia (alfabeto e idioma). Nas partes turísticas e na zona dos estádios é possível se virar um pouco melhor.

O sistema de metrô deles cobre bem a cidade e algumas estações são bem bonitas. O difícil é entender os nomes das estações. Nessa hora os aplicativos ajudam muito.

Não tivemos nenhum incidente grave, apenas uma russa maluca que achou que a filmávamos. Isso é uma advertência importante. Tenham cuidado na hora de tirar fotos ou fazer filmagens de pontos turísticos. As vezes os russos acham que estão sendo filmados e não gostam.

A culinária deles é fantástica, especialmente o strogonoff. O melhor que já comi!

Conclusão

Depois de viajar por várias low costs europeias, a Pobeda não deixa de oferecer um serviço semelhante.

Como a política de bagagem de mão na Europa vem sofrendo diversas reduções, seria injusto avaliar mal a empresa nesse quesito, já que ela apenas “segue a maré”.

Com um preço justo, certamente, voltaria a viajar com eles.


Agradecemos ao Roger pelo relato! Quer ver a sua avaliação publicada no Melhores Destinos? Solicite as instruções, capriche no texto e nas fotos e mande para a gente: avaliacao@melhoresdestinos.com.br

Nota final.

Pobeda Airlines

Pisa - Moscou

Voo DP 812

7,3
Embarque 8,0
Assento 7,0
Entretenimento
Amenidades
Equipe 7,0
Fidelidade