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Executiva em voo nacional! Como é voar de São Paulo a Porto Alegre no Boeing 767 da Latam

Executiva em voo nacional! Como é voar de São Paulo a Porto Alegre no Boeing 767 da Latam

GRU São Paulo
POA Porto Alegre
4788
Avião Boeing 767
Classe Premium Economy
Poltrona 5A
Data 05/12/2020
Partida 07h09
Chegada 08h24
Duração 1h24
Por Marcos Vale
Leitor do Melhores Destinos
24/02/2021 às 16:00

Conforme noticiamos aqui no MD, a Latam começou a vender assentos da classe executiva para alguns de seus voos domésticos. A companhia utiliza em algumas de suas operações nacionais aeronaves de grande porte, as mesmas usadas nas rotas para Europa e Estados Unidos. Assim é possível, por exemplo, voar de São Paulo para Manaus como relatamos a bordo do A350. O nosso leitor Marcos Vale viajou entre Guarulhos e Porto Alegre no Boeing 767 da Latam e relatou os detalhes neste post especial!

Voando de executiva em voo nacional

Após meses de isolamento social (bem sofrido pra alguém que já tinha saído do estado de São Paulo por sete vezes em 2020 antes da pandemia), decidi me isolar por uma semana em Porto Alegre, na casa de uma grande amiga.

Ainda estava um pouco relutante a pegar voos nesse período, mas diversos portais noticiaram que a Latam alocaria o Boeing 777 para voos nacionais, incluindo a rota Guarulhos-Porto Alegre aos sábados, e esse foi o empurrão que faltava para encarar uma nova viagem.

Porto Alegre

Como um plus, em aviões widebody, as poltronas da executiva eram vendidas como Premium Economy. As vantagens em voos comuns para quem compra a Premium são: bagagem despachada gratuitamente, escolha gratuita de assentos que possuem maior espaço para as pernas e maior acumulo de milhas no programa Latam Pass. O valor era de 100 reais a mais e, para ter essa experiência, valia a pena o investimento maior.

Porém, após alguns dias, sem maiores avisos, a Latam removeu o triple seven da programação dos voos para a capital gaúcha, nos realocando para o Airbus A350. Mais alguns dias novamente e outra mudança: voaríamos no Boeing 767. Um bom downgrade, pois a executiva do 777 é 1-2-1, já do 767 é configurada em 2-2-2.

Compra das passagens

Fiz a compra em duas etapas: o trecho de ida paguei R$329,34, sendo 229,34 + 100 do upgrade para a Premium Economy, com poltrona de classe executiva. Achei o preço razoável, mas no começo do ano havia encontrado o mesmo valor para ida e volta para o mesmo destino. O trecho de volta foi comprado por 3.700 pontos da Latam Pass + R$32,95 de taxa – e é aí que enfrentei o grande problema existente com a Latam: tentar falar com seu call center.

Havia comprado a volta para Congonhas em um Airbus A320, porém vi a possibilidade de trocar para Guarulhos para voar no mesmo Boeing 767 que fui. Solicitei a troca que seria feita de forma gratuita e, depois de diversas ligações cansativas, eles simplesmente cancelaram a passagem, fazendo o estorno de pontos! Agora as passagens já estavam mais caras do que eu havia pago. Depois de duas ligações de 1h30 cada em que a empresa sequer me atendeu, entrei em contato pelo Facebook da Latam Brasil e, após ameaçar entrar na justiça, eles me ligaram no dia seguinte para emitir a passagem com o valor que havia pago anteriormente.

Check-in e embarque

O embarque estava previsto para iniciar às 6h45. Cheguei ao aeroporto de Guarulhos por volta de 5h15 e as filas de check-in estavam lotadas. A Latam concentra muitos voos nas primeiras horas da manhã para aproveitar a conexão com voos da empresa vindos da Europa.

Retirei a etiqueta da bagagem, que é emitida em um totem e me dirigi para a fila. Enquanto chegava lá descobri que agora tudo é feito pelo passageiro, incluindo etiquetar a bagagem antes de colocar na esteira. Em tempos de pandemia, a empresa buscou enxugar custos em tudo, porém achei isso bem absurdo, pois mal tinham funcionários para ajudar no processo.

Me dirigi ao portão de embarque e logo vi o Boeing 777 que foi pintado em alusão ao Stormtrooper da franquia Star Wars. Torci para ele estar alocado no voo para Porto Alegre, mas ele faria voo para Manaus. Pena 🙁

Como eu estava nas primeiras fileiras, fui o primeiro a embarcar na aeronave. Para quem sempre voou de economy, sentar em uma poltrona da executiva – e ficar lá durante todo o voo – foi uma alegria. Sendo o primeiro a embarcar, consegui fazer algumas fotos do banco antes que as outras pessoas entrassem.

Os comissários estavam na porta do avião perguntando a fileira do assento para indicar qual corredor era o mais fácil para se localizar. Eles forneciam copinhos de água mineral para os passageiros que solicitassem.

Cabine

Eu havia voado nesse modelo de aeronave alguns anos antes e a conservação parecia a mesma. Talvez nessa aeronave em específico, por não ter o retrofit igual aos Boeing 777, tive a sensação de que as poltronas fossem bem antigas. Elas eram de boa qualidade e não apresentavam sujeira, além de reclinar 180 graus se transformando em uma cama. Como o voo era logo nas primeiras horas da manhã e eu havia acordado cedo, rendeu até um bom cochilo.

Os bagageiros eram de tamanho adequado para quem se sentava nas poltronas do canto, mas o que era dedicado às poltronas do meio davam a impressão de serem bem menores.

Fui ao banheiro para ver se havia alguma diferença ao comparar com os da classe econômica, mas até o tamanho era o mesmo. Nenhuma amenidade aos passageiros. Durante o voo, uma cortina foi utilizada em cada corredor para separar os passageiros da classe Econômica e Executiva

Entretenimento

Os aviões widebody da Latam possuem entretenimento disponível em uma tela de 8,9 polegadas para os passageiros da econômica. Para quem está na executiva, o visor parece um pouco maior e ele pode ser utilizado por toque ou com um controle que fica na lateral da poltrona. Eles são de um tamanho adequado, mas com uma resposta um pouco lenta. Foquei nas séries de comédia, mas vi que havia bons filmes, incluindo o premiado Parasita – fiquei tentado em assistir, mas a viagem era curta demais para ver inteiro.

Além de séries e filmes, é possível ouvir música, se distrair com jogos, ver o mapa de voo e até mesmo bater papo com alguém que esteja na aeronave: basta selecionar a poltrona e iniciar a conversa.

O voo discorreu de forma cotidiana, com a diferença da máscara que é obrigatória durante todo o trajeto. Decolamos às 07h09, após um longo período de táxi. Após alguns segundos já deixávamos o chão e, mais dois minutos, a visão era apenas das nuvens que cobriam a capital paulista no dia.

Serviço de bordo

Uma das partes que eu mais esperava desfrutar no voo era o serviço de bordo, porém por causa da pandemia nos foi fornecido apenas um saco de chips “Roots to Go” e uma barrinha de cereais próximo do fim do voo, com a informação de que não poderiam ser consumidos na aeronave.

Para os demais passageiros foi fornecido na saída um pacotinho com bolachinhas, porém dias depois a Anvisa lançou uma nota proibindo até as bolachinhas na saída da aeronave, permitindo apenas o fornecimento de água caso algum passageiro solicitasse.

Chegada

O pouso foi feito às 8h34 após um nada gentil toque da aeronave na pista: se alguém ainda estava dormindo naquele momento, de certo foi acordado com a batida do trem de pouso na pista.

O desembarque foi realizado por fileiras, iniciando pelos passageiros que estavam na Executiva, sendo os outros liberados em três fases. Logo que desci para as esteiras, minhas malas já estavam passando. Creio que a rapidez se deve pela categoria em que eu estava.

Programa de fidelidade

A Latam tem o Latam Pass como programa de fidelidade, conhecido antigamente como Multiplus, na época em que era apenas Tam. Hoje eu concentro meus pontos nesse programa, pois ele tem uma dinâmica interessante de acúmulo em compras em parceiros, chegando a até 10 pontos por real.

Eu cogitei entrar em outro programa pois farei um voo com a Aeroméxico, mas após a notícia de que eles fariam um acordo codeshare, com possibilidade de acúmulo de pontos em um dos programas deles em voos da outra empresa, só reforçou a ideia de continuar com o Latam Pass.

Voltando para São Paulo

Após todos os problemas que tive para emitir o bilhete-prêmio com os pontos do Latam Pass, acessei a reserva e deparei com uma opção de fazer um upgrade para a mesma Premium Economy em que vim em uma espécie de leilão: na minha reserva era possível dar lances entre R$ 25 e R$ 80 reais para concorrer às tais poltronas ou pagar R$ 120 reais para garantir de cara a poltrona. Nesse sistema, entre 12 e 2 horas antes do voo eles mandam um e-mail confirmando ou não se o passageiro ganhou no leilão – caso não ganhe, não há cobrança.

Selecionei o valor de R$ 30 e, durante a madrugada, recebi o e-mail da Latam confirmando que fui um dos ganhadores, tendo a poltrona 1H, na fileira do meio. Ao entrar, questionei se havia alguma poltrona vazia na janela e a chefe de cabine logo me realocou para a poltrona 2L.

No demais, o voo ocorreu de forma calma com a cabine da Business praticamente vazia. O voo estava previsto para chegar às 19h40, mas 19h14 estávamos tocando a pista 09R do aeroporto de Guarulhos e, dessa vez, um pouso bem suave.

Conclusão

É interessante ter a oportunidade de experimentar um voo em classe Executiva dentro do país, com um valor até razoável – e a possibilidade de entrar em um leilão para concorrer aos mesmos benefícios da Premium Economy com um valor pouco maior que a Economy brilha ainda mais os olhos.

Porém, é importante reforçar dois pontos: a mudança constante de aeronaves e horários de voos sem aviso e a dificuldade que enfrentei para alterar um voo comprado com pontos do Latam Pass. O Brasil está entre os países com maior retomada do setor aéreo e as empresas precisam acompanhar essa retomada não só no aeroporto, mas também no suporte ao cliente.


Agradecemos ao Marcos pelo relato! Quer ver a sua avaliação publicada no Melhores Destinos? Peça as instruções, capriche no texto e nas fotos e mande para a gente: avaliacao@melhoresdestinos.com.br

Nota final.

Latam

São Paulo - Porto Alegre

Voo 4788

8,6
Embarque 10
Assento 9
Entretenimento 9
Amenidades 8
Equipe 10
Fidelidade 6