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Como é voar na classe executiva do Boeing 787 Dreamliner da Aeromexico

Como é voar na classe executiva do Boeing 787 Dreamliner da Aeromexico

GRU Guarulhos
MEX Cidade do México
15
Avião Boeing 787-8 Dreamliner
Classe Executiva
Poltrona 2A
Data 15/10/2018
Partida 9h30
Chegada 16h45
Duração 9h15
Por Eloi Oliveira
Leitor do Melhores Destinos
14/11/2019 às 8:39

A Aeroméxico é uma empresa com sede na Cidade do México. É membro da aliança SkyTeam e a maior companhia aérea do país. Possui voos para a Ásia, Europa, América Central, América do Sul e Estados Unidos. Nosso leitor Eloi Oliveira voou na Classe Executiva até Nova York e nos conta a seguir todos os detalhes de seu primeiro trecho, entre São Paulo (Guarulhos) e a Cidade do México. Confira a seguir!

Sou um aficionado por viagens, daqueles que chegam de uma já pensando na próxima. Por isso, fico sempre atento às promoções, acúmulo de milhas, etc… Essa avaliação surgiu justamente de uma dessas promoções. Minha esposa e eu queríamos voltar para Nova York, mas ainda não tínhamos previsão de quando isso aconteceria. Foi quando recebi o alerta do aplicativo do Melhores Destinos sobre uma promoção de passagens em classe executiva pela Aeroméxico.

Confesso que, num primeiro momento, fiquei meio na dúvida se valeria a pena, afinal, uma ida para Nova York pode ser feita em um voo direto de apenas uma noite de duração. Esse da Aeroméxico duraria 22 horas contando com a conexão. Também tinha um receio quanto a qualidade do serviço. Mas decidi arriscar e me surpreendi……positivamente!

Como além de jornalista também sou piloto de avião, me chamou a atenção o fato de que a etapa GRU-MEX-GRU é feita pelo excelente 787-800 Dreamliner e, em alguns dias da semana, pela sua versão -900, a mais recente. Isso já me atiçou a curiosidade por voar em um avião ultra moderno. E lá fomos nós!

Compra das passagens

O ponto negativo nesta compra fica por conta do meu próprio cartão de crédito. Dou preferência para o ELO Nanquim, que é Black e me dá uma pontuação melhor. O problema é que em quase nenhum site de viagens estrangeiro ele é aceito. O jeito foi apelar para outro cartão que tenho, Mastercard, que não me oferece as mesmas vantagens do ELO. Passagens adquiridas! E já na expectativa por voar o Dreamliner na Executiva.

Descobri uma pequena vantagem quase por acaso navegando no site da companhia: independente da antecedência da compra, você pode reservar o assento da sua preferência, desde que esteja voando na executiva. Basta ligar no call center e pedir. Aliás, o primeiro ponto positivo para a companhia dos Maias é o atendimento. O pessoal do call center muito atencioso e solícito. Fizeram a reserva dos assentos, perguntaram se tinha alguma exigência para o voo. Super atenciosos. Paguei R$ 4.800 por pessoa ida e volta para o trecho GRU-MEX-JFK-MEX-GRU. Achei honestíssimo, dado os valores normais de Executiva.

Check-in e embarque

Chegamos ao aeroporto vindo de um outro voo que havia comprado separado. Fomos para o terminal 2, que é mais antigo e se divide entre voos nacionais e internacionais. Temia que o check-in estivesse cheio, mas, para minha surpresa, faltando duas horas e 45 minutos para a partida, estava completamente vazio.

Fomos para a fila do Sky Priority, destinado a passageiros que viajam de executiva e, em pouquíssimos minutos já estávamos com o cartão de embarque na mão, malas despachadas e convite para acesso a sala VIP, que no caso da Aeroméxico, é GOL/Smiles Premium Lounge Internacional.

Sala VIP

Seguimos do check-in direto para a sala VIP da GOL, que eu já conhecia e vale uma pequena avaliação. Apresentamos os convites da Aeroméxico e fomos liberados para entrar.

A recepção na Sala VIP foi impessoal e fria. Não nos foi informado nenhum serviço ou comodidade que é oferecida pelo espaço e muito menos os detalhes sobre wi-fi, algo bem diferente de outras salas VIP já conheci viajando pelo mundo afora. Esse é o um ponto que a GOL precisa melhorar, já que o espaço é compartilhado por passageiros de companhias importantes como KLM, Air France, Delta e outros membros da Skyteam.

A sala estava cheia devido aos voos que partiam naquela manhã, em especial para destinos da América Central e do Sul. O buffet oferecia suco, café (apenas uma máquina estava funcionado neste dia), mini sanduíches, biscoitos Bauducco e bolo, além de bebidas frias como refrigerantes, água e cerveja. Considero pouco para o padrão de quem viaja de Executiva, mas o suficiente.

O ponto positivo da sala VIP são seus chuveiros, para quem quer tomar um banho antes do voo. Apesar de não usar, fui lá conferir.

Embarque

Próximo da hora da apresentação para o embarque, nos dirigimos para o portão e havia uma confusão das filas. A Aeroméxico divide todos os seus embarques em quatro grupos. O primeiro grupo a embarcar são passageiros da Executiva junto com aqueles que vão de Econômica e se sentam nas primeiras fileiras dessa seção. Isso causou um tumulto e, mesmo havendo a indicação da fila exclusiva do Sky Priority, isso não foi respeitado.

Na porta do avião havia fones descartáveis para os passageiros da econômica e uma seleção de jornais brasileiros e mexicanos para leitura. O chefe de cabine nos recebeu na porta perguntando o nosso assento. Fomos direcionados para a classe executiva. O voo estava no horário e as portas foram fechadas 15 minutos antes do horário da decolagem.

Cabine da Classe Executiva da Aeromexico

Os nossos assentos eram 2A e 2B. O 787-800 Dreamliner, prefixo N961AM, cheirava a novo. A configuração da cabine era 2-2-2, com assentos total flat bed, ou seja, que viram camas. E no meu caso, em particular, isso faz total diferença, já que tenho 1,98m de altura e todo o espaço é bem vindo. Aliás, na posição cama, o espaço foi a conta certa para me deitar.

O assento é em tecido. Ao chegar em minha poltrona já havia um confortável edredom, um travesseiro em tamanho “normal”, ou seja, não era aqueles mini travesseiros que são dados na Econômica, um fone de ouvido noise canceling, que diminui o ruído e envolve a sua orelha.

Ainda em solo, enquanto o embarque era feito, a tripulação passou distribuindo os cardápios que, por sinal, foram impressos em material super refinado e elegante. Ponto positivo! As comissárias perguntaram também o que desejávamos beber antes da decolagem, a opção era água sem gás, suco de laranja e champanhe. Como estava cedo, deixei a champanhe para o almoço e fiquei apenas com o suco.

Uma curiosidade que quis testar logo quando embarquei foram as janelas da cabine. Uma característica do 787 é que ele não possui a tradicional persiana. No lugar dela existe um sistema moderno que escure o vidro. Estava curioso para saber como era e se a cabine ficava realmente escura quando todas as janelas fossem acionadas. E, realmente, a cabine fica completamente escura, porém, ainda é possível observar o céu pelo vidro. Muito interessante!

Na cabine da executiva havia um banheiro exclusivo para os passageiros dessa seção, que ficava na parte da frente do avião. Estava limpo e com o detalhe de uma pequena flor para enfeitar o local.

Duas curiosidades do banheiro do 787: todos os dispositivos do banheiro, como o botão da descarga, a torneira e o controle de temperatura da água são por sensor de presença, ou seja, você não tem que tocar no botão para ele acionar. Isso garante um pouco mais de higiene para os passageiros. A outra curiosidade é que os banheiros da parte do meio do avião, que podem ser usados por passageiros de todas as classes, possuem janelas. Isso permite fazer as necessidades apreciando uma vista a 35 mil pés de altura. Não é demais?

Amenities na Executiva da Aeromexico

Durante o táxi, os comissários entregaram o kit de amenities. Esse, por sinal, foi eleito o melhor entre as executivas da Skyteam. Ele é assinado pela grife Boggi, vem com tapa olhos, protetor de ouvido, meia, álcool em gel, protetor labial e creme hidratante. Um detalhe: o modelo que foi dado no voo da volta para o Brasil era maior e bem mais bonito do que o trecho de ida.

Entretenimento

O serviço de entretenimento era sob demanda e tinha uma vasta opção de filmes e séries, inclusive para crianças. Ponto positivo. O mesmo não se podia falar sobre as opções de músicas que se restringiam a músicos pouco conhecidos, alguns regionais do México e nada mais. Acredito que a companhia poderia investir numa variedade maior de músicas.

O voo também contava com serviço de Wi-Fi pago. O preço não era convidativo. Acredito que para passageiros de classe executiva esse serviço poderia ser gratuito.

Serviço de bordo

Naquela manhã, chovia em São Paulo e decolamos pela pista 9L. Em exatos 56 segundos, o pesado 787 com 270 pessoas a bordo se lançava para cumprir seu voo de pouco mais de 9 horas. O comandante negociou espaço entre as nuvens para evitar turbulências e em pouco tempo já tínhamos vencido a densa camada que encobria os céus da capital paulista naquele dia.

Tão logo nivelamos foi iniciado o primeiro serviço de bordo. Como esse voo era diurno foi feito um café da manhã e almoço. A equipe de comissários iniciou os trabalhos com a tradicional toalhinha quente para limpar as mãos. A essa altura já tinha testado o conforto da poltrona que se transforma em cama. Reclinei para posição vertical para aproveitar o serviço.

Os comissários eram muito simpáticos e nos atendiam pelo nome. As opções de café da manhã eram pão com geléia, frutas, iogurte e cereais ou a opção quente que foi a minha escolha: um mix de manga e abacaxi super bem montado na tigela, omelete acompanhado de tomate assado e pimentões, além de uma geléia de amora, que estava divina. Eles ainda passaram com uma cesta de pães, onde os passageiros podiam escolher entre croissant, brioches e um tipo de pão italiano que não identifiquei. Fiquei com o croissant.

Para acompanhar, havia suco de laranja ou maçã, café, café com leite e chá. Optei pelo suco de laranja e o café com leite. Todos servidos em copos e xícaras de vidro. O café da manhã era farto e a tripulação ainda passaram duas vezes oferecendo pães.

Um ponto positivo foi o impecável cuidado com os guardanapos de pano que cobrem a mesinha e envolve os talheres de metal. Todos limpos, bem passados e dobrados com muita simetria.

Terminado o serviço, as luzes da cabine foram reduzidas e as janelas foram automaticamente escurecidas pelos comissários. Eles também passaram oferecendo garrafas de água mineral aos passageiros. Eu, por minha vez, fui curtir o menu de filmes. Assisti dois seguidos, antes de dormir na confortável flat bed. Dormi por algumas horas e fui acordado pela mudança das luzes da cabine anunciando o almoço. Confesso que a fome ainda não havia se anunciado, mas não me fiz de rogado e ataquei o almoço.

O serviço teve início com Amuse-bouche com queijos Minas Fresco e Minas Padrão acompanhado de biscoito de sal e uvas. Estava saboroso.

Nesta etapa diurna do voo, as opções eram:

  • Peito de frango, salada de arroz integral, mostarda, cenoura e vagens;
  • Massa penne, tomate assado, mozzarella fresca e manjericão verde;
  • Peixe, quinoa, pimentão assado e espinafre sauté.

Todas as opções servidas com salada verde e alcachofra, molho tártaro e queijo parmesão. Confesso que a alcachofra conquistou meu paladar. Estava muito bem temperada e o cozimento no ponto.

Escolhi o peixe e não me arrependi. Aliás, me surpreendi com a quantidade generosa do prato. A posta de peixe era enorme. O sabor estava delicioso. Não sou adepto a quinoa, mas confesso que ela ficou divina. Parecia um cuscuz super bem feito. Nota dez para o prato. Para acompanhar escolhi a champanhe Jacquart Brut, muito saborosa e pedi um taça de vinho para experimentar com o peixe.

A carta de vinhos tinha, além da champanhe, duas opções de vinho branco chardonnay, Santa Carolina e Montes Alpha. Como opções de vinho tinto tínhamos um Cabernet Sauvignon de cada uma das vinícolas citadas acima.
Além disso, tínhamos opções de cervejas mexicanas, tequila, vodka, sucos e refrigerantes. A sobremesa foi o ponto negativo do almoço. A única opção era uma fatia de bolo de coco, que estava seco e não tinha nenhum molho para acompanhar. Não gostei!

Os comissários ofereceram café ou chá e ainda algum digestivo. Terminamos o almoço quando percebi pelo mapa de voo que já sobrevoávamos o território mexicano. Agora estávamos em nossa altitude final de cruzeiro de 40 mil pés.

Comissários e equipe de solo

Os comissários eram sorridentes e sempre dispostos a nos atender. Em solo a  equipe de embarque também foi muito simpática.

Chegada

O comandante anunciou que iria iniciar a descida para pouso na Cidade do México e eu percebi no horizonte as temidas nuvens cumulonimbus que se faziam presente obrigando a tripulação a alterar a rota vez por outra. Com mais 25 minutos já estávamos sobrevoando a Cidade do México. A aproximação se deu com o nosso 787 cruzando o eixo da pista ainda alto e se afastando mais ao norte para fazer uma longa curva a esquerda para reencontrar o eixo da pista 05R onde tocamos suave.

O ronco do reverso dos motores GE Next Generation, que são o coração do Dreamliner, se foi ouvido e anunciando o fim desta deliciosa etapa de voo. Pousamos às 16h34, dez minutos antes do previsto. Foram 9 horas e 15 minutos que eu nem vi passar. O taxiamento foi rápido e em poucos minutos já estávamos no gate. Os passageiros da Executiva desembarcaram primeiro e encontramos os guichês de imigração vazios, o que nos permitiu passar por eles rapidamente.


Agradecemos ao Eloi pelo excelente relato! Quer ver a sua avaliação publicada no Melhores Destinos? Capriche no texto e nas fotos e mande para a gente pelo e-mail avaliacao@melhoresdestinos.com.br

Nota final.

Aeromexico

Guarulhos - Cidade do México

Voo 15

9,0
Embarque 6,5
Assento 9,0
Entretenimento 10
Amenidades 9,5
Equipe 10
Fidelidade -