A Pegasus Airlines é uma companhia aérea turca de baixo custo com sede na área Kurtköy de Pendik, em Istambul, com bases em diversos aeroportos turcos. Nosso leitor Manuel Victor Almeida voou com a companhia no trecho entre Roma e Istambul e dividiu com a gente os detalhes desta experiência. Confira tudo com detalhes a seguir!

Em janeiro deste ano estive de férias em Istambul. Como na época eu estaria em Roma, na Itália, precisei escolher uma das empresas aéreas que partisse de lá. Na época, apenas duas empresas operavam voos diretos nesse trecho: a Turkish e a Pegasus. A Turkish é uma empresa consagrada no mercado da aviação e dispensa apresentação, já a Pegasus é uma low-cost turca que eu pouco conhecia. A Alitalia, Aegean, Aeroflot, Air France e Lufthansa oferecem voos com conexão em seus hubs, porém com preços nada competitivos.

É importante lembrar que a Pegasus só opera voos de Roma para o aeroporto Sabiha Gökçen, que fica a cerca de 50 quilômetros da área turística, no lado asiático de Istambul. Para escolher entre uma das empresas, além do preço e serviço, vale a pena levar em consideração o horário do voo devido o grande engarrafamento que há em Istambul e o custo de deslocamento entre aeroporto e o hotel.

Compra da passagem com a Pegasus

Por conta do preço e horário, escolhi voar com a Pegasus. Realizei a compra do bilhete com dois meses de antecedência no site – é em turco, mas é possível alterar para inglês e outros idiomas. Mesmo não tendo português entre as opções, o site é muito simples de utilizar. Para estrangeiros, o pagamento só pode ser realizado com cartão de crédito, não parcela e é possível escolher a moeda de cobrança. Para facilitar, escolhi que cobrassem em dólar americano.

Tentei realizar a compra duas vezes e dava erro ou cartão recusado. Ao trocar o pagamento para Lira Turca, deu certo. Não sei se é específico do meu cartão, erro do site ou é assim para todos os cartões emitidos no Brasil.

A Pegasus oferece quatro tipos de Tarifas: Basic (com bagagem de mão de até 8kg), Essentials (com bagagem de mão e uma bagagem para despachar de até 20kg), Advantage (além das bagagens, inclui marcação de assento e um sanduíche que escolhemos na hora da reserva) e uma última chamada Business Flex (com todos direitos citados, acrescidos de flexibilidade de remarcação). Escolhi a tarifa Advantage, pois era inverno e eu carregava roupas de frio que são pesadas e ocupam muito espaço.

O bilhete custou 548 Liras (aproximadamente 100 dólares). Para comparativo, a tarifa Basic custava 450 Liras (aproximadamente 80 dólares). Já a Turkish, na época, tinha voo para o mesmo aeroporto Sabiha Gökçen por 170 dólares e para o aeroporto Atatürk por 200 dólares, ambos com bagagem. Já nas demais empresas, com conexão, os valores variavam entre 360 dólares com a Aegean até 2.600 dólares com a Aeroflot.

Check-in e embarque voando Pegasus

O voo é operado no terminal 3 do aeroporto Fiumicino. Realizei o check-in através do aplicativo da Pegasus, que é muito simples de utilizar. Embora informasse que o procedimento havia sido concluído com sucesso, por algum motivo não era possível emitir o E-ticket. Por isso, precisei procurar o balcão de check-in da empresa para obter o bilhete impresso.

O check-in abriu 3 horas antes do horário previsto para a decolagem e no local havia duas filas: uma para prioridades e outra para os demais passageiros. Embora não houvesse uma fila exclusiva para despacho de bagagem, estava tudo bem organizado. Durante o check-in, recebi um atendimento sem grande simpatia, mas com muita agilidade. Observei que a atendente falava italiano, turco e inglês com bastante habilidade.

Os procedimentos de segurança e imigração no aeroporto Fiumicino tinham filas demoradas (cerca de 30 minutos), embora muitos funcionários trabalhassem no horário.

O embarque estava previsto para 12h45, mas começou às 12h30. Com o mesmo atendimento do check-in, chamaram para o embarque inicialmente as prioridades por lei, seguido dos passageiros com assentos nas primeiras fileiras e por último os das últimas fileiras. O embarque foi rápido, organizado e em poucos minutos todos estávamos no ônibus onde fizemos o trajeto até a aeronave. A decolagem aconteceu sete minutos antes do horário previsto.

Todas as instruções e informações no aeroporto foram feitas em italiano, turco e inglês. Já na aeronave, as informações foram dadas pelas comissárias em turco e inglês, sem o auxílio de vídeos informativos como a maioria das empresas utilizam atualmente.

Como é a cabine da Pegasus em classe econômica?

A Pegasus utiliza nesse trecho um Boeing 737-800 com a configuração dos assentos 3×3. O avião parecia ser novo ou reformado e, de forma geral, estava limpo e bem cuidado. A iluminação da cabine da aeronave era aconchegante e as poltronas novas ou bem conservadas. O conforto do assento é o padrão de voos doméstico daqui do Brasil, bem como o espaço entre as poltronas – nada que possamos chamar de confortável. Não era possível ajustar o encosto da cabeça ou reclinar a poltrona, também não havia tomadas ou telas com sistema de entretenimento.

 

Falando em entretenimento…

No bolso individual da poltrona, havia um cartão de orientação ao passageiro, cardápio de venda a bordo e uma revista da empresa para quem lê em inglês ou turco. Folheei a revista toda e não a achei interessante, mas essa é uma opinião muito pessoal. Curiosamente, havia também um fone de ouvido, com qualidade ruim e sem propósito, já que a aeronave não dispõe de telas individuais ou coletivas com sistema de entretenimento. Aproveitei para assistir um seriado da Netflix que eu havia baixado no celular.

Serviço de bordo da Pegasus

No voo da Pegasus não é servido nada para os passageiros que não pagarem por isso, nem água. As comissárias, com simpatia e agilidade, começaram o serviço entregando as refeições de quem tinha feito a reserva pela internet e junto um lenço umedecido com a marca da empresa. Recebi o sanduíche que havia pré-selecionado etiquetado com o meu nome, era com queijo Kasseri, presunto e tomate servido no pão Simit (típico turco). Estava bom e fresco, tinha sido feito naquele mesmo dia segundo a embalagem. Logo depois, passaram oferecendo o serviço de bordo pago que incluía pratos quentes, frios, sanduíches e bebidas. Nada tinha um preço absurdo, igual vemos nas companhias aéreas brasileiras. Comprei apenas uma água, que custou 1,50 euros.

Comissários e equipe de solo

As comissárias nesse voo eram todas mulheres e pareciam ser turcas, pois sempre falavam turco uma com as outras – ou eu achei que eram. Todas vestiam um uniforme discreto e elegante, e eram sorridentes, prestativas e educadas em todos os procedimentos dentro da aeronave. A equipe de solo, no aeroporto Fiumicino, não foi simpática durante o atendimento, mas também não foi grosseira ou impaciente. O que eu pude notar naquele dia é que eles priorizaram a agilidade durante todos os procedimentos de uma forma geral.

Programa de fidelidade

A empresa possui um programa de fidelidade chamado BolBol e, pelo pouco que entendi, não participa de nenhuma aliança ou possui empresas parceiras para pontuar. Assim, os pontos acumulados no programa só servem para resgates nas rotas da empresa. Por não ter me cadastrado e não ter mais detalhes para contar sobre o programa, não me julgo apto para avaliá-lo.

Chegada em Istambul

O pouso em Istambul aconteceu às 18h08 (no horário local), oito minutos depois do previsto. Assim como no embarque, o desembarque foi realizado através de escadas nas partes dianteira e traseira da aeronave. Chovia um pouco na hora do desembarque e como não havia nenhuma cobertura, a escada estava molhada e escorregadia. Mesmo assim, não foi feito nenhum aviso em inglês para os passageiros terem cuidado na escada. Tampouco foi oferecido guarda-chuva para o trajeto até o ônibus, o que deixou eu e outros passageiros um pouco molhados. Fora esse detalhe, o desembarque foi organizado e rápido.

Na imigração não havia fila, o agente folheou todo meu passaporte, não me fez nenhuma pergunta e carimbou a minha entrada. Brasileiros não precisam de visto para entrar na Turquia. A minha bagagem já estava na esteira indicada sem nenhum dano.

Como citei antes, o aeroporto Sabiha Gökçen fica longe da região turística da cidade de Istambul. Contratei um serviço de shuttle privado para duas pessoas por 40 euros e demorei cerca de 1:20h para chegar até o meu hotel na região de Sultanahmet. Mas, dependendo do horário, gasta-se até duas horas de transporte privado no mesmo trajeto.

Conclusão: como é voar com a Pegasus

Antes de escolher voar com a Pegasus, li algumas avaliações que a criticavam duramente e por esse motivo estava preocupado como seria o voo. Talvez, por isso, eu tenha ficado surpreso positivamente com a empresa. Claro que ela não é uma empresa para quem é exigente com a questão do conforto e serviço de bordo. Ela possui perfil econômico, mas atende muito bem com um serviço modesto e com preço mais acessível que a Turkish, por exemplo.

Vale levar em consideração o tempo gasto entre o aeroporto Sabiha Gökçen até a região turística e o custo desse deslocamento. Para mim, é uma boa opção para voar no trecho Roma-Istambul. Certamente voltaria a voar com a empresa nessa rota e, muito possivelmente, experimentarei outras.

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Agradecemos ao Manuel pelo relato! Quer ver a sua avaliação publicada no Melhores Destinos? Capriche no texto e nas fotos e mande para a gente pelo e-mail avaliacao@melhoresdestinos.com.br

Nota final.