A American Airlines tem andado bastante presente no noticiário e não por bons motivos. Relatos como o que fez a atriz Ingrid Guimarães há pouco tempo tem sido frequentes nas redes, então nada mais justo que dar a nossa opinião sincera sobre como foi voar de São Paulo a Miami no Boeing 777-300ER da companhia americana. Confira:

Resumo do review:

American Airlines Voo AA-930
Guarulhos (GRU) – Miami (MIA)
Quarta, 8 de abril de 2025
Partida: 21h37
Chegada: 4h55 (+1)
Duração: 7h53
Milhas: 4.072
Aeronave: Boeing 777-300ER
Assento: 32A (econômica)
Destaque positivo: entretenimento de bordo
Destaques negativos: qualidade da comida

Check-in

A American Airlines abre o check-in dos voos internacionais 24h antes do horário da decolagem. Foi possível fazer todo o processo pelo aplicativo da companhia e já receber o cartão de embarque do voo no celular.

Para quem viaja de outras cidades, como eu, isso pode facilita muito a vida, pois se você não tiver bagagem a despachar, pode seguir direto para a área de embarque assim que chegar a Guarulhos. Mas como desta vez eu tinha uma mala a ser despachada, tive que ir ao guichê da companhia.

Cheguei por volta das 17h, com bastante antecedência para o meu voo e o atendimento já estava funcionando. Ali fui orientado a imprimir a etiqueta da bagagem em um totem de autoatendimento e segui para a fila, que demorou 21 minutos. O atendimento foi cordial e logo eu estava liberado para seguir em frente.

Aqui uma dica para quem tem cartão da bandeira Visa Infinite: se você tiver o aplicativo Visa Airport Companion e cadastrar o seu cartão, poderá usar o serviço “Visa Fast Pass“, que é uma entrada dedicada para passar no raio-x com mais celeridade – o controle de passaporte é igual a todos os passageiros.

Minha recomendação é baixar o aplicativo antes de sair de casa e já cadastrar o cartão, pois não é incomum ele dar erros. Ah, e você pode adicionar até 6 passageiros para passar pelo “Fast Pass”.

Sala VIP

A American Airlines possui uma sala VIP própria, localizada no mezanino do Terminal 3, ao lado da sala Mastercard Black. Como eu estava voando em econômica, não tive acesso, mas já visitei o espaço em outras viagens e ele é bem completo.

Sorte que o que não falta no Terminal 3 de Guarulhos é sala VIP (como comprova o nosso guia completo de salas VIP de Guarulhos). Como possuo cartões das bandeiras Mastercard Black e Visa Infinite poderia optar pelos espaços dessas bandeiras, mas a fila em todos eles estava desanimadora.

Preferi gastar um acesso do Dragon Pass (programa ligado à Visa Infinite) para jantar no Living Heineken e depois segui para o W Premium Lounge 5th Avenue. Lá apresentei meu cartão C6 Carbon para ter acesso espaço dedicado no mezanino. Por sorte meu voo saiu do portão que fica ao lado, tornando a espera bem mais tranquila.

Se quiser saber tudo sobre cartões de crédito com acesso a salas VIP, confira o ranking do Melhores Cartões.

Embarque

O embarque foi feito pelas portas 327 e 328, e teve início às 20h45, cerca de 10 minutos após o horário previsto.

Todo o processo foi organizado, sendo as prioridades respeitadas e depois os grupos chamados em ordem, algo que nem sempre se vê em Guarulhos.

Cabine

O Boeing 777-300ER é um gigante e a aeronave que fez esse voo (prefixo N726AN) ainda conta com 8 assentos em Primeira Classe, que em breve será descontinuada – a companhia deixará de oferecer essa classe de serviço. Além disso, são 52 assentos na classe executiva, 28 na econômica premium e 216 na classe econômica, sendo 28 deles com mais espaço (“main cabin extra”).

O meu assento, 32A, era um desses da classe econômica com mais espaço, em uma das poucas fileiras com apenas dois assentos – o padrão da classe econômica da American é 3-4-3, exceção aos assentos que ficam perto da saída de emergência (como o meu). Eu consegui marcá-lo sem custo algum quando ainda tinha status no AAdvantage, mas sem esse benefício o custo seria de US$ 147 (cerca de R$ 840 no câmbio de hoje).

De fato o espaço para a fileira da frente é bem generoso, até pra mim que sou alto (meço 1,91m). Porém, tenho dúvida se vale a pena pagar tanta grana em um voo tão curto (e essa é a única vantagem do “main cabin extra”).

Entretenimento

Todos os assentos contam com tela individual de entretenimento touchscreen, com um bom tamanho e resolução. A seleção de filmes é muito boa, com vários filmes indicados ao Oscar disponíveis, como “Conclave” ou “Um Completo Desconhecido” – ambos excelentes na minha modesta avaliação.

O avião também conta com wi-fi, porém o preço é bem salgado: US$ 29 por 2 horas ou US$ 35 pelo voo inteiro. Neste quesito a American poderia seguir outras companhias como a Ibéria, que libera sem custo a internet para aplicativos de mensagem como o Whatsapp.

Serviço de Bordo

A decolagem ocorreu às 21h37, 12 minutos após o horário previsto, e o jantar teve início cerca de uma hora depois. As opções foram as indefectíveis “beef or pasta” (carne ou massa) e eu optei pela primeira, que veio acompanhada de uma garrafa d’água, salada, pão, cream cheese, manteiga, bolacha água e sal e uma cocada de sobremesa.

Sem nem ter que pensar muito eu afirmo categoricamente: foi a pior refeição que eu já tive a bordo em muitos anos – a carne estava azeda, com cheiro ruim, realmente incomível. O que salvou foi o pãozinho e a bolacha. A cocada também estava gostosa. Mas sem comer o principal, eu teria passado fome se não tivesse jantado no terminal antes de embarcar.

Depois, conversando com outra passageira do mesmo voo, perguntei sobre o jantar e ela havia pedido a massa, mas disse que também estava ruim. Pode ter sido algum problema daquele lote específico, um azar, mas para o passageiro o que conta é o que é servido para ele naquele voo.

Para acompanhar foram oferecidos refrigerantes, sucos, cerveja e vinho. Normalmente, em classe econômica, é servida uma garrafinha pequena do vinho escolhido (tinto ou branco). Na American não, o vinho é servido de uma embalagem tetra pack, em temperatura ambiente e harmonizou bem com o prato principal – uma porcaria.

O jeito foi tentar dormir até a hora do café da manhã. Falhei miseravelmente, mas aí é culpa do meu software de fábrica – a American deixa em cada assento um travesseiro pequeno e uma manta – eu que não consegui dormir mesmo.

O segundo serviço veio quase como um susto: faltando 50 minutos para o pouso, quando eu já achava que não teria mais nada, foi servido o café da manhã.

Não sei se era a fome, mas achei o croissant de presunto e queijo bem saboroso, apesar de frio – mas aí também era pedir demais, né? Junto veio ainda uma barrinha de cereal. Para beber, suco de laranja, café ou chá.

Comissários e equipe de solo

Em solo, no Aeroporto de Guarulhos, todas as interações foram simpáticas e os funcionários solícitos. A bordo a coisa foi um pouco diferente: serviço mecânico, sem sorriso ou simpatia. Presenciei a famosa antipatia dos comissários da American com passageiros sem tanta intimidade com o inglês, que não tinham entendido uma pergunta. Paciência zero.

Programa de Fidelidade

O AAdvantage é o programa de fidelidade da American Airlines. O acúmulo de pontos depende da classe tarifária e também do status que o passageiro possui na companhia no momento do voo. Para se ter uma ideia, na minha classe tarifária eu pontuei apenas 1.520 milhas no voo de ida. Apesar disso, essas milhas são valiosas, já que com apenas 16.000 milhas é possível encontrar passagens de ida saindo do Brasil para os Estados Unidos.

Conclusão

Apesar do pequeno atraso na nossa saída de Guarulhos, os ventos estavam favoráveis e pousamos em Miami às 4h29 do horário local, 26 minutos antes do horário previsto.

Nesse horário do rush da manhã, quando chegam muitos voos, qualquer antecipação é bem-vinda para pegar uma fila menor na imigração (que demorou cerca de 1 hora, mas foi bem tranquila).

Sobre o voo, dá pra dizer que a American segue bem atrás da concorrência direta dela, já que United, Delta e Latam oferecem experiência a bordo muito melhores do que a que eu vivi nos voos do Brasil para os Estados Unidos. Se a diferença for pouca, prefira escolher outras companhias aéreas.

Nota final.