Como é voar com a All Nippon Airways (ANA), a segunda maior aérea do Japão!
Como é voar com a All Nippon Airways (ANA), a segunda maior aérea do Japão!
A All Nippon Airways, mais conhecida como ANA, é a segunda maior companhia aérea do Japão perdendo apenas para a Japan Airlines, sendo a sétima maior do mundo em número de passageiros transportados. Nosso leitor Anderson Ishihara esteve a bordo do gigante A380 da empresa em um voo entre Honolulu e Narita, e relatou a seguir todos os detalhes neste post especial, confira!
Voando no A380 da ANA
Em março de 2020 minha mulher e eu viajamos ao Japão e fizemos um stopover de seis dias no Hawaii. As passagens foram compradas pela United Airlines e nosso roteiro de ida foi São Paulo (GRU) – Houston (HIA) – Honolulu (HNL) – Narita (NRT) e o de volta foi Narita (NRT) – São Francisco (SFO) – Houston (HIA) – São Paulo (GRU). Nosso roteiro original da volta era Haneda (HND) – Washington D.C. (IAD) – São Paulo (GRU), sendo que faríamos um stopover de 4 dias em Washington, mas tivemos de alterar o itinerário e antecipar o retorno em função da pandemia.
O trecho que vou relatar aqui é o realizado entre Honolulu e Narita, que foi operado pela All Nippon Airways, no qual tive a oportunidade de voar em um dos dois Airbus A380 atualmente em operação pela companhia.
Compra das passagens
A compra das passagens foi realizada diretamente pelo site da United, uma vez que pelos sites que estávamos pesquisando o valor com as taxas estava ficando mais caro do que direto pela companhia, pelo valor de R$ 4.300,00 por passageiro. O preço não me animou muito, mas como queríamos passar pelo Hawaii, não tínhamos muitas opções de companhia aérea e quando descobri que seria possível fazer o trecho HNL – NRT pela ANA e ainda de A380 passei a considerar o preço justo.
Diga-se de passagem, eu só fui saber que a ANA tinha A380 operando em sua frota quando estava pesquisando pelas passagens e dentre os resultados apareceu que a aeronave era utilizada no referido trecho. Ao pesquisar mais a respeito, descobri que a companhia possuía dois A380 em operação, eram exclusivos para fazer essa rota e que havia ainda um terceiro para ser entregue pela Airbus (e cuja entrega acabou sendo adiada por conta da pandemia).
Check-in
Chegamos no aeroporto de Honolulu faltando pouco menos de quatro horas para o voo e tivemos de esperar cerca de uma hora para poder fazer o check-in e despachar as malas, pois fomos avisados de que estaria liberado apenas a partir de três horas para a decolagem.
Assim que houve a liberação fizemos o despacho e não havia filas, nem para o check-in e nem para passar pela área de segurança. Caminhamos até a área do portão de embarque e ficamos admirando o belíssimo avião.
Como é a cabine do A380 da ANA
Os A380 da ANA foram apelidados de Flying Honu – Honu, é o nome havaiano dado às tartarugas marinhas, sendo que as aeronaves possuem pinturas temáticas em homenagem a elas.
O avião tem capacidade para 520 passageiros e é um espetáculo tanto por dentro quanto por fora. A iluminação é no estilo sky interior, mas com as cores do arco-íris (que inclusive são fáceis de se ver no arquipélago) e as divisórias entre uma sessão e outra possuem estampas de nuvens.
A configuração da aeronave era 3-4-3 e as seis últimas fileiras do deck inferior possuem poltronas chamadas de ANA Couchii que basicamente são assentos que possuem extensor e fazem com que a fileira se torne uma espécie de cama. São voltadas para famílias de três ou quatro pessoas, mas também podem ser usadas por uma ou duas pessoas.
As poltronas possuem um espaçamento de 86 cm entre elas, de maneira que tanto com a poltrona reclinada quanto sem reclinação eu conseguia esticar minhas pernas confortavelmente sem me incomodar com a poltrona da frente. A título de comparação esse espaçamento equivale à Premium Economy do Boeing 777 da United, enquanto a Premium Economy do A380 da ANA tem 96 cm.
O encosto de cabeça das poltronas possui regulagem de altura e abas que se dobram para apoiar a cabeça. Há também um descanso retrátil para os pés, colete salva-vidas inflável embaixo do assento e tomadas de energia universais entre os assentos.
A bandeja se dobra ao meio, uma característica interessante quando se precisa do apoio, mas não quer que o espaço entre você e a poltrona da frente seja todo tomado.
Nosso único revés foi ter ficado em um assento ao lado da asa: as asas do avião são significativamente maiores do que a de outras aeronaves e com os flaps estendidos então, ficamos praticamente sem visão e deixamos de aproveitar a belíssima vista de cima da ilha de Oahu durante a decolagem.
O banheiro não é muito diferente de outras aeronaves, mas era sempre mantido impecável, pois vimos as comissárias realizando higienização diversas vezes durante o voo.
No fundo do deck inferior há um “multi-purpose room” que, como o próprio nome diz, por ser utilizado para finalidades diversas, como troca de roupa, amamentação, troca de fraldas, etc.
A decolagem ocorreu pontualmente, sem contratempos. O que nos chamou a atenção foi a grande quantidade de assentos vagos, provavelmente por conta da pandemia – embora quando saímos do Hawaii haviam apenas 10 casos confirmados no arquipélago.
Serviço de bordo
Os anúncios de bordo eram feitos em inglês e japonês, assim como as comissárias também se comunicavam em ambos os idiomas. Os trajes das aeromoças possuíam detalhes havaianos e, assim como o avião como um todo, estavam sempre com suas vestes impecáveis. O kit de amenidades era composto por fone de ouvido (de arco), travesseiro, manta e chinelos (esse último o passageiro pode levar pra casa).
Cerca de uma hora depois da decolagem foi servido um pequeno snack e meia hora depois o almoço. As opções eram carne, frango e camarão. Optei pelo camarão e vieram camarões empanados com legumes, a minha esposa escolheu carne e veio um curry japonês de carne. A refeição é muito bem servida, bem mais completa do que as servidas na classe econômica da United. Além das bebidas alcoólicas e não alcoólicas as comissárias também passam servindo chá verde e missoshiru (sopa de soja). Com a refeição vinham tanto hashis como talheres de metal, afinal nem todo mundo sabe usar os palitinhos!
Faltando duas horas e meia para o final do voo foi servido o café da tarde com croissant, salada de frutas e um chocolate havaiano. O almoço havia sido tão completo que eu ainda não estava com fome quando esse lanche foi servido.
Entretenimento de bordo
As opções de filmes, músicas e jogos eram grandes e, como não poderia deixar de ser, voltadas para público japonês, mas também havia muitas opções internacionais. O tela é touchscreen de alta resolução, tinha controle remoto e mede 13,3 polegadas, a maior que já vi na classe econômica.
A revista da companhia / catálogo de produtos era vasto e tinha opções de compras para todos os gostos e bolsos, inclusive as próprias comissárias de vez em quando passavam pelos corredores exibindo o catálogo para possíveis interessados.
Dentre as opções, havia uma tartaruga de pelúcia cuja venda era exclusiva dos voos feitos por aquela aeronave (cada A380 tem sua tartaruga de pelúcia exclusiva). Resultado: saímos do avião com um souvenir!
Uma opção que achei bastante interessante é a possibilidade de acompanhar o voo por 3 câmeras posicionadas no exterior do avião: no bico do avião, na parte superior da cauda e embaixo (com vista de 90º do solo). Graças a esse recurso pude acompanhar o pouso e pude perceber que o piloto teve que fazer o pouso com vento cruzado, uma vez que o avião desceu com a frente da aeronave desalinhada em relação à pista e só corrigiu a posição pouco antes de tocar o chão. Sou entusiasta de aviação e poder ver esse pouso foi para fechar o voo com chave de ouro!
Chegada
O pouso no aeroporto de Narita ocorreu cerca de 25 minutos antes do previsto, tudo dentro da normalidade e o desembarque ocorreu sem demora. O movimento no aeroporto estava tranquilo e as malas foram rapidamente desembarcadas. Havia fila na imigração, mas não tivemos de esperar mais do que 10 minutos.
Conclusão
Poder voar no maior avião de passageiros do mundo foi a realização de um sonho e o excelente serviço prestado pela ANA tornou a experiência única!
A viagem toda foi muito confortável, as refeições foram boas, vi um filme, escutei música, minha mulher aproveitou para assistir uns programas japoneses (ela é fluente no idioma, já eu tive que me contentar com os programas em inglês mesmo), compramos um souvenir e saímos do voo extremamente satisfeitos!
Infelizmente a companhia aérea suspendeu o uso dos A380 por tempo indeterminado por conta da pandemia. Estou na torcida para que possamos superar o delicado momento atual e assim essas belíssimas aeronaves possam voltar ao serviço novamente!
Minha mulher e eu gostamos muito da ANA e certamente voltaremos a voar pela companhia sempre que houver a possibilidade!
Agradecemos ao Anderson pelo relato! Quer ver a sua avaliação publicada no Melhores Destinos? Capriche no texto e nas fotos e mande para a gente pelo e-mail avaliacao@melhoresdestinos.com.br
Nota final.
All Nippon Airways
Honolulu - NaritaVoo 183