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Como é o voo da Azul Conecta entre Porto Alegre e Canela, na Serra Gaúcha

Como é o voo da Azul Conecta entre Porto Alegre e Canela, na Serra Gaúcha

POA Porto Alegre
CEL Canela
5176
Avião Cessna Grand Caravan 208B
Classe Econômica
Poltrona 2A
Data 14/12/2020
Partida 16:32
Chegada 16:54
Duração 00:22
Por
16/12/2020 às 5:00

A semana começou com novidade no ar aqui no Rio Grande do Sul: na segunda, 14 de dezembro, a Azul Conecta fez os seus primeiros voos entre Porto Alegre e Canela, um dos principais destinos da Serra Gaúcha, que fica do ladinho da famosa Gramado.

Nós estivemos a bordo e agora contamos como foi a experiência nesta rota inédita! O resumo está neste vídeo e a experiência completa no texto logo abaixo:

Azul Conecta

A Azul Conecta é a nova empresa sub-regional da Azul Linhas Aéreas. A companhia aérea foi lançada em agosto de 2020, após a compra da TwoFlex pela Azul por R$ 123 milhões em janeiro deste ano. O objetivo da Azul Conecta é ligar cidades menores à malha de voos domésticos e internacionais da Azul, atuando em mais de 30 cidades brasileiras, com forte presença principalmente nas regiões Norte e Centro-Oeste do país.

Neste mês, a empresa começou o projeto Verão Azul Conecta. Entre 14 de dezembro e 31 de janeiro, a Azul Conecta terá voos para nove destinos inéditos:

E foi exatamente uma destas rotas, Porto Alegre – Canela, que fizemos logo no dia de lançamento dos novos voos. Os horários dos voos entre a capital e a Serra Gaúcha são os seguintes:

Compra da passagem

As passagens foram compradas no site da Azul em 2 de dezembro. Minha intenção era participar do voo inaugural, que sairia às 9h30 do dia 14. No entanto, já não havia mais lugares. Então, adquiri os bilhetes para o segundo voo, com partida às 15h. Como a ideia era apenas saber como é voar com a nova companhia nesta rota, acabei marcando o retorno de Canela para Porto Alegre logo em seguida, às 16h05. Bate-volta com tempo só para um xixi que chama, né? O preço dos voos de ida e a volta foi de R$ 232,75.

A única tarifa disponível nos voos da Azul Conecta é a MaisAzul, que permite o despacho de uma bagagem de até 23kg, além da bagagem de mão de até 10kg. A tarifa também permite a marcação de assento sem custo adicional. Escolhi o assento 2C (a primeira fileira já estava ocupada).

Check-in

Fiz o check-in pelo site da Azul pela manhã, no dia do voo. Com o bilhete já no aplicativo da Azul no celular, cheguei ao Aeroporto de Porto Alegre duas horas antes da partida. Passei pela área de check-in presencial da companhia e estava bem tranquilo. Havia uma placa da Azul Conecta, no entanto, não havia fila específica para a empresa sub-regional (até porque seriam no máximo nove passageiros naquele voo, não me parece fazer muito sentido destinar um guichê apenas para isso).

Quando passei pelo check-in mal havia fila. Movimentação muito tranquila!

Fiquei dando minhas voltas pelo aeroporto, para conhecer um pouco mais da área ampliada do terminal. E faltavam apenas vinte minutos para o embarque, que ocorreria às 14h20, quando decidi ir para o raio-x. Aí o quê? O leitor não reconheceu meu cartão de embarque eletrônico, no app da Azul, e informou: “voo não encontrado, dirija-se ao check-in da companhia”. Tentei mais duas vezes e nada. Aí o bicho pegou. Engatei o modo turbo e voltei correndo até o check-in no piso inferior — trajeto que, com pressa, deve levar pelo menos três minutos. Fiquei mais uns cinco minutos na fila, o funcionário da Azul imprimiu meus cartões de ida e volta e corri mais uma vez para o acesso do raio-x.

O cartão de embarque eletrônico não funcionou no acesso ao raio-x e tive de voltar ao check-in

Quando o tempo é curto parece que o mundo conspira para fazer com ele se torne ainda menor. Passei pelo raio-x e ouvi um apito, o de revista aleatória. Fui até um cantinho ali perto, uma funcionária do aeroporto passou um papelzinho na minha mochila e no cós da calça. E aí se meteu numa salinha para ver se encontrava algo suspeito naquelas amostras. E eu de olho no relógio.

De longe ela só me fez um polegar de ok e eu saí correndo. Antes de pegar a escada rolante para o piso inferior, onde estão as salas de embarque, dei uma espiada no painel de voos. E lá estava: atrasado. Com a partida postergada em meia hora, às 15h30, comecei a andar mais devagar.

Painel indicando atraso no voo e nova partida prevista, às 15h30

Logo depois, a tela do portão de embarque, o 117, já anunciava uma nova previsão de partida: 16h15 — sendo que o meu voo de volta estava marcado para às 16h05. Mas ok, eu sabia que não perderia a volta: afinal, eu chegaria em Canela dentro do avião que me traria de volta. Não tinha muito erro, fora o atraso mesmo.

Não havia nenhum funcionário da Azul por ali. Aliás, só apareceu alguém poucos minutos antes do embarque. Conversei com duas passageiras que também aguardavam o voo e então decidi dar mais uma volta, com direito a um lanche.

Embarque

Lá pelas 15h40 chegou um funcionário da Azul e informou que o voo estava demorando devido ao atraso que ocorreu pela manhã. O voo inaugural havia tentado pousar em Canela, mas devido às más condições, teve de voltar para Porto Alegre e aguardar no Aeroporto Salgado Filho até que a situação melhorasse e pudesse novamente tentar aterrissar na Serra Gaúcha. Isso teria atrasado o voo seguinte. Cinco minutos depois acompanhamos o pequeno avião pousar na pista e taxiar até um canto do aeroporto, onde embarcaríamos.

O embarque ocorreu às 16h e de forma bastante informal. O funcionário, muito simpático, já havia identificado três passageiros e, pelo sistema de som, chamou o quarto, que logo se identificou. Como estávamos todos ali, o anúncio nem foi feito pelas caixas de som do aeroporto e não houve fila de embarque no portão 117 (cujas demarcação de filas ainda tinha plaquinhas da GOL). Apenas seguimos com o funcionário por uma escadaria e ingressamos em um ônibus que nos levou até a aeronave, que estava sendo abastecida. Pelo que pude ver, o pequeno avião tem os tanques de combustível nas duas asas. E após o procedimento, o comandante subiu as escadas do abastecimento e deu uma conferida adicional em cada um dos lados. Achei bacana.

De dentro do ônibus, acompanhamos o abastecimento do avião

Era um voo, mas não deixava de ser um evento. Rolaram muitas selfies e vídeos antes de ingressarmos no Cessna Grand Caravan. A pintura era rosa e, na frente, logo abaixo da cabine de comando, havia a inscrição: Lady Azul. Na parte de trás, o logo da Azul e da Azul Conecta. Achei bem bonito.

Uma passageira levava uma bagagem de mão, que foi depositada pelo piloto em um compartimento acessado pela lateral esquerda da aeronave. E então embarcamos por uma pequena escada no fundo do avião.

O interior do Cessna Grand Caravan

O bichinho é pequeno. Para chegar à poltrona (a minha, no caso, 2C) é preciso se abaixar e passar por um corredor estreito. A missão fica um pouco mais desafiadora com uma mochila nas costas, mas não é nada tão difícil assim.

O Cessna Grand Caravan, modelo monoturbo-hélice, tem capacidade para nove passageiros. São três fileiras de assentos na configuração 2-1, sendo que o assento de dois lugares é duplo, não possui divisória, então você fica colado no passageiro do lado (quando ele existe). Como toda a segunda fileira estava vaga, decidi de última hora me mudar para o assento 2A.

O espaço para as pernas na segunda e terceira fileiras é igual e bem generoso — o da primeira é ainda maior. Ao menos para mim, que tenho 1,67. Pude quase esticar as pernas e cruzá-las sem qualquer dificuldade. As poltronas são em couro cinza, não reclinam, e no bolsão à frente estão as instruções para casos de emergência.

A cabine de comando fica logo à frente da primeira fileira de assentos e não há qualquer divisória. As janelas são até que grandes e, se você fica em uma delas, é possível admirar uma ampla vista. É de se imaginar, mas vale deixar o aviso: não há banheiro.

Partiu Canela!

Junto à porta de embarque, mais ao fundo do Cessna, estava uma caixa térmica com algumas bebidas. Assim que embarcamos, o segundo oficial nos ofereceu copos de água ou refrigerante em lata e nos deu uma bolsinha bem simpática, com água, amendoim, goiabinha, aquelas viciantes balinhas em forma de avião e um sachê de álcool em gel.

Como não tem mesinha de apoio, a foto foi com tudo sobre as pernas mesmo

Com os dois comandantes já posicionados, o primeiro oficial fez o speech, dando as boas-vindas aos passageiros, informando que o tempo em Canela era parcialmente nublado e que a viagem duraria 30 minutos. Com mais de uma hora e meia de atraso (alguns minutos em função das selfies, é verdade! haha), decolamos às 16h32.

Confesso que, mesmo já tendo voado bastante por aí, volta e meia ainda sinto um desconforto na hora de decolar. Antes de sair de casa ainda pensei: “o céu tá cheio de nuvens, ventou muito hoje cedo e o aviãozinho é bem pequeno… vai dar um friozinho na barriga”. Que nada. A partida e todo o percurso foram extremamente tranquilos. Zero medinho. Mas, claro, em situações de turbulência, é provável que se sinta um balanço maior no Cessna do que em aeronaves maiores.

Também não seria preciso dizer que não existe sistema de entretenimento a bordo, né? E, bem… o tempo de viagem é tão curto e a vista tão bonita, que nem faz falta!

Quando estávamos chegando à Serra tive a sensação (e faz sentido) de termos elevado a altitude. E logo surgiram grandes e belos bolsões de verde, muitas vezes entrecortados por vales e cachoeiras (vi duas lá do alto!). E então já estávamos passando por Gramado e sobrevoando Canela bem baixinho, próximo à Igreja de Pedra, um dos cartões postais da cidade.

Vista sobre Canela. No meio, a Igreja de Pedra

Pousamos às 16h54 no Aeroporto de Canela, onde fomos recebidos por um gerente regional da Azul, além de empresas turísticas locais. O aeroporto é bem pequeno, com uma sala interna, com banheiros e cafeteria. E uma área ao ar livre, onde estavam outros três passageiros que voltariam comigo no voo até Porto Alegre, que partiu meia hora depois.

Eu já estava com meu cartão de embarque da volta, mas um funcionário do aeroporto me entregou novamente uma cópia do bilhete. Como não há muita estrutura em Canela, as passagens são impressas em Porto Alegre, viajam com os pilotos até Canela e lá são entregues ao funcionário que distribui para os passageiros que farão o voo até a capital gaúcha. Deu tempo de ir ao banheiro, conversar com o pessoal do turismo de Canela e tirar uma foto junto às hortênsias, flores que são a cara e o charme da Serra Gaúcha, para comprovar: ainda que por apenas meia horinha, estive lá!

“Pra que isso, Bruna?” Eu também não sei.

A volta foi igualmente tranquila, com todos os mesmo procedimentos do voo de ida. Pousamos em Porto Alegre 30 minutos depois e o desembarque, desta vez, foi feito a pé, guiado por um funcionário da Azul, que nos levou até a área de restituição de bagagem, não muito distante de onde o avião foi estacionado.

Embarque em Canela

Programa de fidelidade

O TudoAzul é o programa de fidelidade da Azul e também é onde são pontuadas as milhas voadas com a Azul Conecta. O programa possui quatro categorias diferentes, que podem render o despacho de até 3 bagagens cortesia em voos nacionais, cortesia para o Espaço Azul, embarque e check-in prioritários, entre outros benefícios. O voo entre Porto Alegre e Canela gerou um saldo de 55 pontos.

Conclusão

A experiência de voar com a Azul Conecta vale por si só (desde que se encontre passagens com valores acessíveis, claro). Isso porque o atendimento é um pouco mais intimista do que nos voos normais e a paisagem lá do alto é vista de forma ainda mais ampla. O número de passageiros é reduzido e então se pode ter um contato maior com funcionários em solo e também com a tripulação do voo. É possível inclusive acompanhar os procedimentos da cabine de comando, já que não existe qualquer divisória.

Apesar da longa demora para a partida do voo, um atraso de uma hora e meia, todo o atendimento em solo e a bordo foram ótimos. Mesmo sendo apenas meia hora de voo, achei legal receber a bolsinha com os clássicos comes e bebes da Azul. No entanto, em tempos de pandemia, isso soou como um convite para tirar a máscara durante o voo. E foi o que aconteceu: fora os comandantes e eu, todos ficaram parte do voo sem máscara. Fiquei apreensiva com essa situação.

O avião é confortável para um voo curto e a vista, como já dito, é ainda mais bonita. A experiência de voar em um Cessna Grand Caravan também é bastante legal para quem curte aviação — provavelmente quem não é tão fã assim também irá curtir. Se voa mais baixo e parece que você, enquanto passageiros, está mais integrado a toda paisagem: céu, planícies e, depois, todo o verde da Serra Gaúcha. É como chegar no destino de férias ou folga em grande estilo!

Vale a pena voar entre Porto Alegre e Canela?

Para quem mora ou está em Porto Alegre, pode levar mais tempo ir para Canela voando do que de carro. O voo é de pouco menos de 30 minutos, mas se considerar a chegada ao terminal pelo menos uma hora e meia antes da partida, já se somam duas horas. Deve-se ainda somar o tempo de deslocamento até o Aeroporto Salgado Filho. Quanto ao preço, pelas pesquisas que fiz nos últimos dias, as passagens de ida e volta custam entre R$ 230 e R$ 260.

Para quem vem de outras cidades, pode valer mais a pena fazer a conexão em Porto Alegre e seguir no voo da Azul Conecta até Canela. Isso se a conexão for curta e o preço justo. Para poder se ter um comparativo de preços e tempo de viagem, veja os valores médios abaixo:

Meio de transporte Valor Tempo de viagem
Carro alugado Valor do aluguel + gasolina 2h
Ônibus A partir de R$ 40 por pessoa 2h30
Uber A partir de R$ 170, até três pessoas 2h
Táxi (Cootaero) Em média R$ 330, até três pessoas 2h
Transfer Mais de R$ 100 por pessoa 2h

 

Para mais informações, veja nosso post completo sobre como ir de Porto Alegre a Gramado.

Ao procurar um voo para as férias na Serra Gaúcha, portanto, vale a pena verificar tanto os preços das passagens até Porto Alegre, quanto dos voos já com o trecho final da Azul Conecta até Canela. A partir disso, faça a comparação com as informações de preços e tempo de viagem da tabela acima.

A título de curiosidade: um dos passageiros que pegou comigo o voo de Canela para Porto Alegre me contou que tinha como destino final Porto Velho, em Rondônia. A passagem até lá estava cerca de R$ 300 mais barata incluindo o trecho Canela-Porto Alegre do que comprando o voo a partir de Porto Alegre (ele precisaria então ainda adicionar um forma de chegar até a capital gaúcha). Conclusão: cada caso é um caso e vale a pena botar tudo na conta!

Nota final.

Azul Conecta

Porto Alegre - Canela

Voo 5176

8,2
Embarque 7,0
Assento 8,0
Entretenimento -
Amenidades -
Equipe 10
Fidelidade 8,0