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Como é voar na classe econômica da Avianca Brasil entre Miami e São Paulo

Como é voar na classe econômica da Avianca Brasil entre Miami e São Paulo

MIA Miami
GRU São Paulo
8511
Avião Airbus A330
Classe Econômica
Poltrona
Data 27/06/2017
Partida 19:15
Chegada 04:30
Duração
Por
30/06/2017 às 11:54

Fomos de Executiva e voltamos de Econômica! Você já deve ter visto como foi o voo inaugural da Avianca Brasil entre São Paulo e Miami, nos Estados Unidos, voando na classe Executiva. Pois bem, cinco dias depois, fizemos o trajeto contrário na classe Econômica para trazer todas as impressões deste novo voo. Bem-vindos a bordo!

Sobre a Avianca Brasil

A Avianca Brasil opera voos regulares desde 2002. Atualmente atende 22 destinos domésticos e dois no exterior – os voos semanais de Fortaleza a Bogotá, na Colômbia, e, agora, os voos diários de São Paulo para Miami. A empresa opera com modelos da Airbus, oferece entretenimento individual e refeição de bordo gratuita. Como o membro brasileiro da Star Alliance, a Avianca Brasil conecta passageiros a mais de 1.300 aeroportos em todo o mundo, por meio de voos de 27 parceiras internacionais.

Resumo do review

Destaques positivos: variedade de opções no sistema de entretenimento, serviço de bordo com refeições saborosas

Pontos a melhorar: falta de legendas nos filmes e séries, falta de wi-fi

Check-in

Check-in

Quando cheguei no aeroporto a fila para o check-in já era grandinha. Eu estava acompanhada de um grupo que embarcaria na classe Executiva, mas que teve de entrar na mesma fila que eu, que ia na classe Econômica.

Demorou cerca de 15 minutos para que eu chegasse ao balcão do check-in. O atendente foi simpático e agilizado: ao se dar conta de que meu assento no voo final (entre São Paulo e Porto Alegre) não era dos melhores, ele se adiantou em tentar buscar uma alternativa. Não encontrou. O voo estava lotado. Mas valeu a boa intenção. Também chamou atenção que, como é de praxe em quase todos os serviços de Miami, a equipe do check-in está apta a falar com os passageiros em inglês e espanhol, arranhando também um português. Ponto positivo.

E teve um pouco de bagunça também: outro jornalista que estava no voo teve de ficar um bom tempo no guichê do check-in porque a atendente não encontrava o nome dele entre os passageiros do voo. Acontece que não havia filas separadas para os dois voos com check-in aberto, que eram Miami-São Paulo e Miami-Bogotá. E a moça estava procurando o nome dele entre os passageiros que iam para Bogotá. No fim, ela se desculpou pela confusão e disse que os sistemas da Avianca e Avianca Brasil são separados, o que pode gerar este tipo de confusão. Fiquei pensando: seria fácil evitar o transtorno criando filas separadas. Não?

Foram mais uns 20 minutos no raio-X do aeroporto. Primeiro tivemos um problema que teria solução rápida, caso a funcionária do aeroporto não resolvesse implicar. Um dos colegas que me acompanhavam na viagem estava com uma mala, uma mochila e mais uma sacola – quando são permitidos somente dois itens por pessoa. A atendente disse que não poderia liberar a passagem e estava ameaçando chamar alguém superior para discutir a situação…  Foi quando me ofereci para entrar com a sacola (havia somente uma caixa de brinquedo dentro), já que eu carregava apenas uma mochila. E tudo se resolveu, finalmente.

Passando na segurança nos raios-x foi necessário tirar os calçados (independentemente de como eles fossem), além de tudo o que estivesse nos bolsos. Até mesmo papéis de bala!

Sala VIP da Avianca em Miami

Antes do embarque, passei na Salva VIP da Avianca, que está liberada para passageiros da classe Executiva ou para quem tem status Gold ou Diamond no programa de fidelidade Amigo ou Star Alliance Gold.

A sala fica ao lado da área VIP da Latam e é super espaçosa. Há sofás, poltronas e mesas com banquetas espalhadas no salão principal. Em um dos lados, está o buffet com opções doces e salgadas, entre sopas, saladas e petiscos. O espaço oferece água, sucos, refrigerantes, vinhos, cervejas, destilados, chás e café.

Dentro da sala VIP existe ainda outros ambientes, como um com poltronas confortáveis para descanso e outro com brinquedoteca para crianças, além, claro, de banheiros.

Cabine

Embarque

O embarque estava previsto para ocorrer às 17h55, exatamente uma hora antes da partida do voo. Pouco depois deste horário, me aproximei do portão de embarque e, no entanto, não havia qualquer movimentação. Pessimista que sou, logo pensei: pronto, perdi o voo! Que nada… o voo estava com baixa ocupação e o embarque viria a ocorrer, sem tumultos, somente às 18h20.

Dos 238 lugares do avião, menos de 40 estava ocupados – tanto que alguns passageiros da classe econômica ganharam upgrade e puderam viajar na Executiva. De acordo com a Avianca Brasil, a baixa ocupação do voo deve-se a dois fatos: 1) as passagens entre São Paulo e Miami começaram a ser vendidas somente dois meses antes do início das operações, tempo que pode não ser suficiente para o planejamento de uma viagem internacional, 2) muitos dos passageiros que foram nos primeiros voos, cinco dias antes, ainda não estavam retornando.

A empresa afirma que a ocupação dos voos a partir de julho já é satisfatória. Portanto, se você viajar com a Avianca Brasil de Miami para São Paulo a partir de julho, escreva-nos um relato do que você achou do embarque. Como pegamos uma situação atípica, ficou um pouco difícil de avaliar este quesito.

Cabine

Pois bem, entrei no avião. Passei pela segunda área da classe Executiva e cheguei à minha poltrona na classe Econômica, a 11C – que curiosamente estava ao lado da A e separada da D por um corredor. “O que fizeram com as poltronas B, gente do céu?”, foi o que pensei logo que larguei minha mochila no bagageiro. Mas logo me esqueci deste detalhe. Vou contar o porquê: as poltronas na classe Econômica estão dispostas no formato 2x4x2. Boa parte dos passageiros estavam sentados nas laterais, onde estão as poltronas duplas. Ou seja: havia toda aquela leva de assentos do meio, reunidos em quatro, que poderiam virar camas improvisadas!!! Poderiam… e viraram. Hê!

As poltronas têm um estofado confortável e reclinam até que bem. O apoio para a cabeça é ajustável – pode ser movido para cima, dependendo da altura do passageiro. Mas tem uma coisa estranha. Este apoio é divido em três partes: a central, onde pode ser apoiada a parte de trás da cabeça; e duas laterais, que servem para “segurar” a cabeça do passageiro enquanto ele dorme. Acontece que estas abas laterais, diferentemente do que ocorre em outros aviões, não são ajustáveis de trás para frente (girando no eixo vertical), mas de cima para baixo. E (pelo menos pra mim foi) é quase impossível passar uma viagem toda com esta estrutura dura bem no meio do rosto. Vejam as fotos e imaginem o desconforto:

Outro detalhe não muito agradável é este velcro em cima da parte central, que ficava puxando os cabelos. Mas fiquei sabendo que isso é temporário. Acontece que a Avianca Brasil mudou de patrocinador e as novas capinhas do apoio de cabeça estão sendo confeccionadas para serem coladas justamente neste velcro. Ufa!

O espaço para as pernas, uma vez sentado no assento, é razoável para uma pessoa de estatura mediana (como eu, que tenho 1,67 metro). Mas acho que pode ser apertado para os gigantes e suas longas pernas – problema não é exclusividade do A330, né? Para os “muito grandes”, a dica é pegar os assentos das primeiras fileiras das duas áreas da classe econômica, que têm um espaço maior para as pernas. As poltronas ainda contam com um apoio para os pés, que podem ser bem útil para mudar um pouco a posição das pernas ao longo das mais de 8 horas de voo.

Os assentos são equipados com monitor touchscreen de 9 polegadas, controle para navegação no sistema de entretenimento, luz individual, tomada USB, porta-copos, o cestinho onde está a revista da companhia e uma mesa ajustável (ela pode ser aproximada do passageiro, caso necessário).

Fiz minhas refeições, assisti a um filme e dormi durante boa parte do voo na poltrona. O conforto é bom, se comparado com classes econômicas de outros voos. Claro que lá pelas tantas o corpo vai parecer já não se encaixar no assento e alguma dor (ai, minha lombar!) pode querer aparecer. No meu caso, apareceu,. Foi quando resolvi aproveitar que o voo estava vazio e fui para minha cama improvisada em quatro poltronas, onde me estiquei por cerca de duas horas, até o café da manhã.

Entretenimento

Pode-se dizer que o entretenimento neste voo é, em parte, a paisagem que se vê da janela – privilégio dos que se sentam à janela, claro. Como o voo sai de dia, se o tempo estiver bom, é possível avistar as pontes que ligam a Miami mais sisuda (que se desenvolve nas imediações da Biscayne Bay) e a Miami dos veranistas (Miami Beach e seu mar caribenho). Logo em seguida, estão algumas ilhas e, não muito tempo após a decolagem, eu poderia ter visto Bahamas… não fossem as nuvens que me sacanearam escondendo todo o visual só para elas.

Agora falando sério. O sistema de entretenimento do voo da Avianca Brasil nos voos entre São Paulo e Miami traz boas opções de filmes e séries – que não chegam a ser em grande número, mas certamente contemplam todos os gostos, de adultos e crianças. Além disso, há produções bastante novas, como a que eu escolhi assistir: o filme La La Land, vencedor de vários prêmios no último Oscar.

O único porém é que as séries e filmes não possuem legendas. Para assistir, é necessário escolher as opções de áudio: inglês, espanhol ou português. Como sabemos que no Brasil a maior parte da população está acostumada a ver filmes com o áudio original e a legenda em português, pode ser bem chato ter de assistir o conteúdo dublado – considerando, claro, que nem todos conseguem compreender facilmente outras línguas.

Entre as opções de entretenimento, também estão jogos, coletâneas de música e informações sobre o voo, como mapas em 3D. Existe ainda um ícone no sistema de entretenimento dedicado a compras, mas o serviço não estava sendo oferecido nos primeiros voos – e não sei se um dia virão a ser.

Serviço de Bordo

Serviço de bordo

Pouco depois de uma hora de viagem, o jantar começou a ser servido na classe econômica. A comissária que me atendeu pela maior parte do tempo ofereceu duas opções:

– Massa ou carne?
– Como é a carne? – perguntei, querendo saber mais sobre o prato.
– Carne com batata e legumes.
– E a massa? – segui questionando.
– Ravióli.
– Mas ravióli com recheio de quê? Com molho de quê?
– O recheio eu não sei, o molho eu acho que é de queijo – ela respondeu.

Encerrei a conversa um pouco decepcionada, pedindo o prato com carne. Poxa vida, éramos pouquíssimas as pessoas na Econômica, não custava ter estudado um pouco mais o menu e oferecido as opções com um pouco mais de detalhes. Talvez eu esteja sendo muito “cricri”, mas a parte da comida para mim é sempre especial. E acho que esse momento deve ser tratado com a importância que tem! Hehe.

Então vieram cubos de carne de gado, que parecia uma carne de panela. Ao lado, estavam cubinhos de batata e um refogado de vagem com cenoura. Tudo bem agradável. Para acompanhar, foi oferecida uma salada de folhas verdes com tomates cereja e muçarela de búfala – ainda melhor do que o prato principal. E estavam na bandeja um pãozinho bem seco e gelado, margarina (mesmo, não era manteiga), sal, pimenta e um molho para salada. Para a sobremesa havia um um cheesecake de maçã supergostoso! Nham.

Logo após eu terminar de jantar, recolheram a bandeja. Seis minutos depois, contadinhos, um comissário muito simpático ofereceu mais bebida. Peguei mais uma água (estava com dor de garganta) – também há opções de vinhos, cerveja, sucos e e refrigerantes. O vinho tinto oferecido na classe Econômica é o Quadrifolia, da Quinta do Vallado (2015, Vale do Douro, Portugal), que mistura várias castas, mas tem predominantemente Touriga Franca e Tinta Roriz. Como vinho branco, os comissários servem o Astica Sauvignon Blanc, da vinícola Trapiche (Mendoza, Argentina).

Aproveitei e perguntei se ele sabia do que era o ravióli. Ele disse que era de ricota e molho de queijo e perguntou se eu gostaria de provar – quase peguei, porque sou assim mesmo, mas já estava entupida de tanto comer bem em Miami. Achei por bem passar essa.

O café da manhã foi servido às 3h15, horário de Brasília, cerca de uma hora antes do pouso. Havia novamente duas opções: omelete com champignon ou um combinado de frios. Escolhi a omelete, que estava bem agradável. Desta vez, talvez pelas horas de voo, o pão já estava menos gelado e mais macio. Vieram também frutas (melão picado e uva), margarina, uma geléia de morango e um cupcake com frutinhas que pareciam mirtilo. Bem gostosinho.

Amenidades

Quando os passageiros entraram no avião, havia um travesseiro e uma mantinha vermelha sobre cada poltrona. Eles estavam bem limpos, dentro de um plástico. A manta foi o suficiente para passar a noite de voo bem quentinha (palavra de uma friorenta de marca maior).

O kit de amenidades foi entregue pela comissária ainda em solo. Era um estojo preto, simples e elegante. Nele, estavam os seguintes itens: um escova de dentes, um creme dental, um protetor de ouvidos e um tapa-olho. Faltou só uma meia, que acho importante quando se sai de um destino de calor intenso (como está sendo este verão em Miami). Afinal, muitos podem estar de calçados abertos e passar frio durante o voo.

Comissários e equipe de solo

Comissários e equipe de solo

Apesar do problema da fila mista que relatei lá no início, o atendimento da equipe de solo foi impecável. Achei super bacana o atendente do check-in querer mudar o assento do meu segundo voo para um melhor (embora não tenha conseguido). Também chamou a atenção o preparo para conversar com os passageiros em inglês, espanhol e até mesmo em um português improvisado. O mesmo moço do check-in ainda falou mais de uma vez que minha poltrona era a tal, que o portão era o tal, que o embarque estava previsto para tal hora. Acho esse reforço importante, porque às vezes ficamos um pouco ansiosos antes do embarque. Quem nunca?

Os passageiros que embarcaram no voo foram bem recepcionados na porta do embarque e nas duas classes (eu estava bem próximo da Executiva e pude ver, enquanto a cortina ficou aberta). Na classe econômica, duas mulheres davam as boas-vindas e conversavam bastante com os passageiros, que queriam saber de onde elas eram. No caso, as duas brasileiras, mais especificamente do estado de São Paulo.

Dois comissários foram suficientes para atender os dois corredores da classe econômica. Só que eles se revezavam entre si – não entendi bem o porquê, mas a cada pouco alguém diferente aparecia para servir refeições e recolher as bandejas. Apesar de a comissária que me serviu o jantar não estar preparada para dizer qual eram as duas opções de janta, o atendimento a bordo foi legal. Teve atenção e rapidez nos procedimentos.

Programa de Fidelidade

O programa Amigo da Avianca Brasil tem uma tabela fixa de acúmulo e de resgate de pontos. A companhia pretende mudar o formato de resgate até julho, como divulgamos. Uma viagem de ida e volta para Miami em classe executiva vai permitir o passageiro acumular entre 20 mil e 25 mil pontos Amigo, dependendo da tarifa comprada, podendo chegar a 50 mil para quem tiver status Diamond.

Já o resgate de voos nacionais da Avianca com pontos costumam custar entre 10 mil e 50 mil pontos por trecho, sendo comum achar trechos por 10 mil, o valor padrão. Há ainda promoções periódicas com trechos a partir de 4 mil pontos. Os voos para o Chile (novo destino da Avianca) saem por 15 mil pontos o trecho. Para Miami, a partir de 30 mil pontos o trecho.

A companhia faz parte da Star Alliance. Entretanto, não é possível resgatar passagens de voos de parceiros pelo site da Avianca Brasil, como ocorre nos voos da própria companhia. É necessário ligar para o call center para ver a disponibilidade  de voos, o que dá bastante trabalho. Há ainda uma cobrança de uma taxa adicional de combustível neste tipo de emissão, o que acaba por deixar a nota da Avianca neste quesito um pouco mais baixa do que poderia ser.

Conclusão

Por ser um direto e com boas opções de entretenimento, dá para dizer que o voo da Avianca Brasil entre São Paulo e Miami, na Flórida, é bastante agradável. Começa pelo horário de partida, que considero ótimo: o passageiro pode garantir um último mergulho no Caribe antes de ir embora (como eu fiz), voltar para o hotel, tomar banho, almoçar e ir para o aeroporto com calma.

De brinde, se estiver em um assento próximo à janela, ainda ganha uma bela vista nas primeiras horas de voo! Quando chega no Brasil, às 4h30, ainda pode dormir um pouco (para quem mora em São Paulo) ou pegar conexão para outras cidades, chegando na maior parte dos casos ainda de manhã no destino final.

Pela minha experiência, posso dizer que a equipe de solo e os comissários foram simpáticos e bastante atenciosos. O sistema de entretenimento ofereceu boas opções de filmes e séries, e as refeições vieram em porções justas (nem muito, nem pouco) e estavam saborosas. Chamou atenção a facilidade de todos os comissários serem brasileiros e o atendimento em espanhol/português estar presente desde o momento do check-in. Tem ainda outro ponto bastante importante: os aviões são novíssimos, tudo está em ótimo estado e funcionando perfeitamente bem, e o conforto é bom para uma classe Econômica.

Para os brasileiros que se aventuram além-mar nem sempre é fácil regressar das férias. Ainda mais quando as férias foram em lugares que nos seduzem com seus ares de cidade grande e, ao mesmo tempo, de ilha caribenha, como é Miami. Nestes casos, uma agradável viagem de volta para casa já é um passo andado para um retorno à rotina menos “doloroso”.

Do que experimentei, posso dizer: as 8 horas entre Miami e São Paulo passaram voando – e com alguns trocadilhos! Hê.

Bruna Scirea viajou a convite da Avianca Brasil.

Nota final.

Avianca Brasil

Miami - São Paulo

Voo 8511

8,2
Embarque 8,5
Assento 8,5
Entretenimento 8,0
Amenidades 9,0
Equipe 8,0
Fidelidade 7,5