Como é voar no novo Boeing 777-300 da American Airlines
Como é voar no novo Boeing 777-300 da American Airlines
A fusão entre a American Airlines e a US Airways está dando origem à New American, a maior companhia aérea do mundo. Para marcar o nascimento da companhia, foi criada uma nova identidade visual e a empresa promete um novo padrão de serviços. O símbolo maior desta nova fase é o novo Boeing 777-300ER e foi nesta aeronave que nosso leitor Álisson Juliani embarcou de São Paulo a Nova York. Será que a American está mesmo se renovando ou tudo não passa de uma jogada de marketing para aproveitar a fusão e melhorar a imagem da companhia? Confira a opinião do leitor nesta excelente avaliação!
Desde 2012, viajo com um grupo para participarmos de um evento realizado por alunos de Harvard em Boston. Para o primeiro ano, a Delta foi a escolhida para operar esse mesmo trecho, mas no ano passado, assim como nesse ano, voamos para Nova York pela American Airlines, mais precisamente no voo AA950. Entretanto, a novidade do 777-300ER da empresa, marco do que seria a “Nova American”, fez a última dessas viagens ainda mais especial.
Quando entramos na aeronave e tomamos nossos assentos, muitos me agradeceram por ter pedido ao agente de viagens para que voássemos naquele equipamento, já que faríamos o maçante voo BSBxMIA, também pela American.
Compra
Não utilizei dessa vez o site da empresa para mais que acompanhar a reserva, mas já utilizei para outras viagens e ele sempre atendeu muito bem às minhas necessidades. A compra e emissão dos bilhetes desse voo foram todos feitos por agente de viagens.
Check-in e embarque
Meu voo de Brasília a Guarulhos teve um atraso grande na chegada, por conta do clima e de falta de autorização para pousarmos, então acabamos ficando por mais de uma hora dando voltas no ar até que finalmente pousamos. Perdendo muito tempo com isso, então o pouco tempo restante em São Paulo foi dedicado a correr para os balcões da American para finalizarmos os procedimentos para embarcar.
Lá nos foi perguntado sobre aquelas coisas de sempre quando o destino são os Estados Unidos, a respeito de quem preparou as malas e etc. Não precisamos retirar bagagens, elas foram transferidas da TAM diretamente à AA, apenas recebemos novos cartões de embarque.
O embarque aconteceu pouco depois, com o uso dos comuns ônibus de GRU. As prioridades foram respeitadas e, apesar de confuso, ocorreu tudo bem e sem mais problemas no embarque.
Avião
Assim que entrei no avião notei um clima perfeito para uma viagem de dez horas. O novo interior, mais moderno e com cara e cheiro de novo me impressionaram. A limpeza era impecável. A configuração 3-4-3 com certeza é uma melhora em relação aos antigos 777-200 cuja configuração é de 2-5-2.
Os assentos são bem mais confortáveis, apesar de ainda estreitos. O espaço entre as poltronas é bem agradável e meus joelhos (tenho 1,80 m) não chegaram nem perto de encostar no banco da frente.
O reclino é daqueles que muda inclusive o assento e não apenas o encosto, o que torna a viagem mais confortável, assim como os encostos ajustáveis para a cabeça, que ajudam na hora de dormir (não que eu tenha conseguido, mas não culpo o avião). A mesinha podia ser aberta pela metade, para apoiar copos sem tirar muito do seu espaço.
Serviço
Um dos pontos fracos da American pra mim sempre foi a má seleção de comissários de bordo. Ao meu ver, quando escalados para voos mais importantes, como esse, eles acabam perdendo a humildade e esquecendo que a passagem paga pelo cliente também paga os seus salários, o que não acontece em voos menores, como o entupido e estressante voo de Brasília, no qual os comissários aparentam ser bem mais simpáticos.
Mas enfim, voltando ao AA950: o comissário responsável pelas refeições do meu lado do corredor era simplesmente deplorável. Extremamente mal educado e rude, chegou a dizer a uma das pessoas que viajava comigo, enquanto tomávamos nossos lugares, que a cara deveria estar baixa e o traseiro no assento. Foi, para mim, a prova de que a “Nova American” se resume a alguns aviões novos e pinturas mais modernas.
A outra comissária, que procuramos para reclamar do tal senhor mal educado, entretanto, era mais que gentil, nos oferecendo ajuda e trazendo, finalmente, a água que pedimos e que foi recusada pelo outro funcionário. À outra pessoa foi pedido um fone de ouvido, já que o recebido não funcionava, e a resposta foi que não havia mais, mas encontramos na galley mais tarde uma cesta cheia deles.
Refeições
As refeições servidas foram outra evidência da minha posição a respeito do que a American está construindo. Não vi melhora alguma do que foi servido em qualquer outro voo da AA que já voei. Para o jantar, escolhi o frango, que era servido com um molho um pouco doce demais, acompanhado de cenouras em diferentes estágios de cozimento (desmanchando ou crocantes) e arroz branco.
Também vinha uma garrafa pequena de água, que cumpriu sua função de matar a sede do meio da noite, um pãozinho de anteontem, dois biscoitos, um pedaço de queijo processado, um brownie e uma salada de alface com cenoura e queijo. Foram servidas muitas opções de bebidas, incluindo refrigerantes, sucos, vinhos e água. Café e chá foram servidos depois.
Já o café da manhã foi outro problema. Infelizmente não lembrei de tirar fotos, na ansiedade de chegar logo, mas consistia no de sempre: um pãozinho com creme, cinco ou seis pedaços de frutas (a melancia estava a um passo de apodrecer) e suco de laranja de caixinha. Foram servidos ainda café, chá, sucos e água.
Entretenimento
Agora vem a maravilha desses novos aviões da American. O entretenimento on-demand, por si só, já faz valer a pena insistir nesse equipamento especialmente para quem, assim como eu, não dorme durante o voo.
Havia uma vasta seleção de filmes, alguns muito novos, séries, documentários e jogos multijogador, para interagir com outros passageiros. Não tenho certeza se todos tinham a opção do português, mas a vi em vários programas. Até chat entre os assentos existia.
A tela tinha um tamanho agradável e qualidade excelente. Além disso, era possível conectar o iPhone ou iPod à porta USB e assistir ao conteúdo trazido de casa. Havia também tomadas em cada assento, uma maravilha para recarregar ferramentas como o computador. Foram distribuídos fones de ouvido para todos os passageiros, mas a qualidade era péssima.
Chegada
Chegamos antes do horário e precisamos esperar no avião para que a imigração do JFK abrisse. O comandante foi legal o suficiente para nos avisar que um voo do Japão havia acabado de chegar e que por isso seria prudente que andássemos rápido, para evitar filas. Assim que passamos pelos balcões, nossas malas já se encontravam no chão, fora das esteiras, nos esperando.
Conclusão
Ter voado no mesmo voo operado com aeronaves mais antigas antes de experimentar a sensação de voar com o novo 777 com certeza me ajudou a fazer uma avaliação justa sobre o que realmente mudou nessa que seria a nova American. O fato é que ela oferece ao passageiro de classe econômica o que todas as americanas oferecem, ou seja, muito pouco. Entretanto, esse novo voo com certeza é um avanço em relação à frota desgastada e antiga da empresa. O entretenimento, que eu considero como ponto crucial e principal de um voo, é excepcional e faz valer a pena esforçar-se para voar nos 777-300ER. Entretanto, a propaganda de que a empresa está se remodelando, pelo menos nessa experiência, se resumiu a uma mudança de equipamento, já que as refeições e o serviço oferecidos ainda tinham qualidade muito baixa. Sem dúvidas, quero sempre que possível encaixar esse voo nos meus itinerários para os Estados Unidos, apesar do problema que é passar por GRU.
Agradecemos ao Álisson por essa brilhante avaliação, que certamente estava sendo aguardada por muitos leitores, curiosos com essa nova fase da American Airlines! E você? Já o que achou do novo 777 da companhia? Deixe sua opinião nos comentários e participe! Quer conferir mais de 130 avaliações da companhia? Acesse a página de avaliações da American Airlines no nosso Guia de Companhias Aéreas!