Países árabes retomam relações com o Catar e reabrem espaço aéreo, impactando viagens
Países árabes retomam relações com o Catar e reabrem espaço aéreo, impactando viagens
O Catar deu um passo importante para sediar a Copa do Mundo de 2022. Depois de mais de 3 anos de rompimento e conflitos, o país conseguiu retomar relações diplomáticas com a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, o Egito, o Bahrein, liberando o espaço aéreo dessas nações para seus voos, bem como as fronteiras marítimas e terrestres com os sauditas.
A reabertura faz parte de um acordo mais amplo anunciado na noite de ontem, com a Declaração de AI-Ula, assinada pelos líderes da 41ª Cimeira do Conselho de Cooperação do Golfo, na Arábia Saudita. De acordo com a imprensa internacional as negociações tiveram uma participação decisiva dos governos dos Estados Unidos e do Kuwait, e tem, entre outros objetivos, isolar o Irã.
Em junho de 2017 esses quatro países, juntamente com a Líbia e o Iêmen, haviam rompido relações diplomáticas com a Catar, proibido aviões procedentes ou com destino ao país de utilizar seu espaço aéreo, além de definir condições para a retomada das relações, entre elas o fechamento da rede de televisão Al-Jazeera e de uma base militar turca. Mas as medidas sempre foram tidas como inaceitáveis para o governo do Catar, gerando um impasse que durou todo esse tempo.
Apesar do enorme avanço diplomático, os analistas internacionais afirmam conflito não está totalmente resolvido e não que ainda há detalhes de eventuais concessões feitas pelas partes envolvidas, nem das condições do acordo. Vale lembrar que os países que boicotaram o Catar acusaram o governo de interferir em seus assuntos internos, apoiando grupos islâmicos fundamentalistas e construindo laços com o Irã. O Catar sempre negou as acusações.
Qatar Airways é uma das principais beneficiárias do acordo
A companhia aérea Qatar Airways foi uma das mais prejudicadas pelo fechamento do espaço aéreo desses quatro países, que gerou bilhões de reais em custos adicionais para a empresa, já que a maioria dos seus voos passou a realizar longos desvios para não violar as áreas de restrição. A rota entre São Paulo e Doha, por exemplo, ganhou quase 2 horas adicionais de duração. Mas, muito em breve poderá voltar a ter um tempo normal de voo.
Dando uma espiada do Flight Radar 24 na data de hoje, 6 de janeiro, é possível notar que os voos da Qatar Airways ainda estão fazendo desvios para evitar o espaço aéreo dos países em questão. Mas é provável que nos próximos dias a empresa seja liberada para implantar os ajustes da sua malha aérea. Vamos aguardar, mas é provável que os voos para o Brasil tenham alguma alteração de horário.
Vale destacar que a Qatar Airways ampliou recentemente a frequência de voos para o Brasil de 7 para 10 voos semanais saindo de São Paulo, com as novas e modernas aeronaves Airbus A350.
Ainda não há uma confirmação oficial se o acordo envolve a retomada de voos imediata entre Doha e Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito e Bahrein. Mas é possível que isso ocorra nas próximas semanas, analisando as declarações recentes dos seus líderes.
Latam e Qatar Airways ampliam compartilhamento de voos
A Latam e a Qatar Airways anunciaram nesta semana a expansão do acordo de codeshare iniciado em 2016 para oferecer mais conectividade para os passageiros de ambas as companhias. A parceria engloba todos os 10 voos semanais da rota São Paulo-Doha. Além disso, assim que obtida a aprovação governamental, os clientes da Latam também poderão voar com a Qatar Airways para Bangkok, Hong Kong, Luanda, Nairóbi, Seul e Tóquio.
Já os passageiros da Qatar Airways poderão reservar viagens em 45 voos adicionais da Latam no Brasil e acessem mais de 40 destinos domésticos e internacionais na malha aérea da companhia na América do Sul, incluindo Brasília, Curitiba, Porto Velho, Rio Branco, Rio de Janeiro, Manaus, Porto Alegre, Lima (Peru), Santiago (Chile) e Montevidéu (Uruguai).
Vale lembrar que, mesmo após a saída da Latam da oneworld, as empresas mantiveram e renovaram os seus benefícios recíprocos para passageiros frequentes, como acesso às salas VIP, check-in e embarque prioritários.
Com informações da Bloomberg e do Financial Times