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Airbus, Boeing ou Embraer: qual escolher para a sua viagem?

Mateus Tamiozzo
09/07/2025 às 18:00

Airbus, Boeing ou Embraer: qual escolher para a sua viagem?

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Cada vez mais viajantes estão de olho no modelo da aeronave em que embarcarão no seu próximo voo. O crescente interesse se dá não só por curiosidade, mas também por uma sequência de acidentes e incidentes que ganharam a imprensa e as redes sociais em 2024 e 2025. O fenômeno contrasta com um tempo em que muitos passageiros não faziam questão de saber se estavam a bordo de um Airbus, um Boeing ou um Embraer – as três maiores fabricantes do mundo. A intenção era chegar ao destino.

Atualmente, entre aviões para voos de curta, média e longa distância dessas empresas, há mais de 15 modelos diferentes, sem considerar suas variações. Cada fabricante tem suas particularidades, estratégias e segredos industriais, lançando mão de tecnologias para tentar fazer com que seus aviões se diferenciem dos concorrentes de alguma forma. Aqui, a segurança também entra na conta, com evoluções que protegem passageiros, pilotos, comissários – antes de continuarmos, é importante deixar claro que todos os aviões são seguros, e que o transporte aéreo é o mais seguro do mundo.

Com isso em mente, reunimos neste post informações sobre os principais aviões de Airbus, Boeing e Embraer para orientar a sua escolha em uma próxima viagem. Com um aviso: essa escolha nem sempre é possível!

Voos de curta e média distância: versatilidade no ar e variedade de opções

As três maiores fabricantes de aviões oferecem opções para esses tipos de voos — a família Airbus A220 e A320, o Boeing 737 e os E-Jets de primeira e segunda geração da Embraer.

Os modelos A320 e B737 competem diretamente e são bastante similares, com configuração de assentos 3-3 em corredor único e uma capacidade total que varia de 120 a 245 lugares em duas classes. Por serem os grandes padrões da indústria, não oferecem diferenciais tão relevantes entre si — estes ficam a cargo das companhias aéreas.

No entanto, a Airbus afirma que a família A320 é a maior do setor entre aviões do mesmo porte, o que permite que o espaço para os passageiros seja um pouco maior sem que as companhias aéreas precisem reduzir o número de assentos.

Embraer E2 e A220: menos assentos, mais privacidade

Caso prefira um pouco mais de privacidade, os aviões da Embraer (sejam os E1 ou os E2) são uma boa opção. A configuração padrão 2-2 já deixa evidente que o famoso “assento do meio”, tão incômodo para a maioria das pessoas, não existe.

Para completar, algumas companhias aéreas chegam a ter a configuração 1-1 na parte da frente, dedicada à “classe executiva”, que em geral são assentos com um pouco mais de espaço e reclinação. Entre todas as suas variações, os modelos da Embraer de primeira e de segunda geração acomodam de 66 a 124 passageiros em duas classes.

E para aqueles que fazem questão de viajar em um avião brasileiro, eis aí mais um argumento!

Outra alternativa é o A220, concorrente direto da Embraer. Na maioria dos casos, a configuração mais comum de assentos é 2-3, enquanto na parte frontal do avião há companhias que optam pelo layout 1-2. Segundo a Airbus, o A220 pode transportar de 100 a 150 passageiros em duas classes.

Indisponível no Brasil, pude experimentar o A220 quando voei com a Air France de Amsterdã para Paris alguns anos atrás. Fiquei do lado com três assentos, mas mesmo assim tive a sensação de que o avião é mais espaçoso do que seu concorrente da Embraer. E também chamou a atenção o fato de ser mais bem iluminado por luz natural. De fato, em seu site, a Airbus aponta que o modelo tem “janelas grandes” e compartimentos de bagagem “espaçosos”. Neste quesito, ponto para o A220.

Aviões silenciosos e com menos consumo de combustível

De maneira geral, todas as novas gerações das aeronaves mencionadas trazem mais economia e eficiência, com redução de 50% em ruído e 20% menos consumo de combustível (exceto o E2, que consome 12,5% menos) se comparados a suas versões anteriores. Para quem leva em consideração o impacto ambiental de suas viagens, voar com o A220, A320, B737 ou E2, essas podem ser informações decisivas. As inovações são, sobretudo, herdadas de modelos mais modernos e tecnológicos, como o Airbus A350 e o Boeing 787 (confira mais detalhes na próxima seção).

Os modelos da família A220 e A320, o B737 e os E-Jets são encontrados em todos os continentes e em inúmeras companhias aéreas. No Brasil, a Azul é a única operadora dos aviões da Embraer, enquanto a Gol tem frota exclusiva de Boeing 737. Os modelos da Airbus são encontrados tanto na Azul quanto na Latam.

Voos de longa distância: a batalha de Airbus e Boeing nos céus internacionais

Para aqueles que vão para outros continentes, há duas opções de destaque hoje na aviação, consideradas as “joias” da engenharia aeronáutica: o Airbus A350 e o Boeing 787 — o Boeing 777 corre por fora depois de muitos anos de dominância, mas uma variação está para chegar no mercado em breve. Embora muitos não os considerem concorrentes diretos, o A350 e o B787 atualmente trazem a bordo o que há de mais moderno para modelos wide body (ou de corredor duplo), incluindo inovações voltadas à sustentabilidade.

Um pouco mais de conforto e menos impacto ambiental

Todos sabemos que, para muitas pessoas, voar pode ser uma experiência cansativa, especialmente em classes econômicas que parecem cada vez mais apertadas. Mas do ponto de vista das fabricantes, tentativas vêm sendo feitas para ajudar o passageiro a driblar pelo menos alguns perrengues.

Para começar, ambos os aviões possuem sistemas de umidificação do ambiente: ao lado do espaço a bordo, a sensação de ar seco ainda é uma das principais reclamações dos passageiros, mas o A350 e o B787 reduzem um pouco essa sensação. Com umidade do ar entre 20% e 25%, a Airbus sai na frente da Boeing, cuja umidade alcança a casa de 15%.

As persianas físicas das janelas puxadas para cima e para baixo pelos passageiros já não existem mais. Foram substituídas por um sistema de ajuste gradual de entrada de luz externa ao simples toque de um botão, o que traz mais praticidade e conforto — e não incomoda o passageiro ao lado que poderia ser acordado com um facho de luz repentino e inesperado.

Até mesmo a iluminação ganhou novas formas. As luzes das cabines do A350 e do B787 se adaptam para momentos como decolagem, refeições e descanso. Cores frias e quentes buscam melhorar a sensação de conforto de acordo com a etapa do voo. Vale destacar que as companhias aéreas têm liberdade para criar suas próprias composições – na finlandesa Finnair, por exemplo, uma das opções de iluminação faz referência à aurora boreal (foto abaixo)!

A350 da companhia Finnair com luzes que remetem à aurora boreal

Do ponto de vista da sustentabilidade, na comparação com aeronaves de gerações anteriores, o A350 e o B787 têm sistemas que reduzem o ruído em uma média de 55%, com leve vantagem para a Boeing. O consumo de combustível diminui em uma média de 22,5%, com vantagem para a Airbus, sobretudo por novas tecnologias instaladas nos motores e os materiais mais leves usados na composição da fuselagem. Estes podem ser atrativos importantes principalmente para aqueles viajantes preocupados com o impacto ambiental de seus voos.

Esse conjunto de inovações também ajuda a minimizar os efeitos do jet lag, uma das maiores queixas dos passageiros após o desembarque, já que a experiência de longas horas a bordo se torna mais confortável e com menos efeitos para o nosso relógio biológico na medida em que a tecnologia avança.

A350 x B787: qual é a capacidade de passageiros?

De maneira geral, nas aeronaves de longa distância, as configurações de assentos em classe econômica são 3-3-3 ou 3-4-3. No entanto, na traseira da aeronave, onde a fuselagem se estreita devido à sua aerodinâmica, algumas empresas acabam instalando o layout 2-3-2, o que proporciona mais privacidade nos assentos das janelas, mas com o ônus de se estar mais perto dos banheiros e da galley (área onde comidas e bebidas são preparadas). No A350, a capacidade varia de 300 a 410 passageiros, enquanto no B787 esse número vai de 248 a 336, sempre considerando duas classes.

Interior de um Boeing 787

Na competição de quem chega mais longe sem precisar parar no caminho, a Airbus ganha da Boeing. O A350 pode voar até 17.970 quilômetros, enquanto o B787 alcança até 14.010 quilômetros.

Os dois modelos estão presentes em todos os continentes. No Brasil, diversas companhias operam o A350 e/ou o B787, como Aeromexico, Air China, Air France, American Airlines, British, Delta, Iberia, ITA Airways, KLM, Latam, Lufthansa, Royal Air Maroc, TAAG, Turkish Airlines e United Airlines.

Airbus A380: um caso à parte

Embora não tão tecnológico se comparado ao A350 e o B787, o gigante Airbus A380 é uma ótima opção para aqueles que gostam de aviação. O simples fato de voar na maior aeronave do mundo em termos de capacidade, e a única com double deck completo, já é um evento por si só. Infelizmente, a Airbus anunciou, ainda em 2019, o fim do projeto, mas o modelo segue cruzando os céus até hoje.

O principal operador atualmente é a Emirates, que traz o avião diariamente em para São Paulo! A companhia faz bom uso do amplo espaço disponível a bordo: além da capacidade de cerca de 500 passageiros, instalou um bar e um lounge no deck superior, acessível a clientes da classe executiva e da primeira classe. Os árabes também oferecem chuveiros para passageiros da primeira classe. Luxos que podem valer a pena se você estiver disposto a pagar — e pagar bastante!

Novidades nas rotas de longa distância: Boeing 777X e A321XLR

Duas menções honrosas são muito válidas: o Airbus A321XLR e o Boeing 777X.

A nova versão do tradicional A321 permite que companhias aéreas ao redor do mundo possam escalar o A321XLR (XLR significa “Extra Long Range”, ou “alcance extra longo, em tradução livre”) para voos de longa distância. A Iberia, por exemplo, anunciou que usará o avião nas rotas de Fortaleza e Recife para Madri, e a Latam já afirmou que vai trazê-lo para a frota.

Além disso, trata-se de um avião que é comumente associado à abertura de novos mercados. Isso porque pode ser a opção ideal para rotas sem demanda suficiente para lotar um modelo de maior porte, como o A330, o A350 ou o B787, e que até então recebiam vistas grossas de muitas companhias aéreas pelo receio de baixa ocupação. Segundo a Airbus, o A321XLR pode levar até 244 passageiros.

Cabe lembrar, porém, que é uma aeronave de corredor único, normalmente com configuração de assentos 3-3 e com menos recursos tecnológicos, de conforto, espaço e entretenimento do que seus “irmãos e parentes maiores” que já fazem rotas longas.

Boeing 777X vem aí e terá grande desafio contra a Airbus

Já o primeiro voo do Boeing 777X tem sofrido uma série de atrasos, e a previsão atual é de entrega do primeiro modelo entre 2027 e 2028. Principal novidade da Boeing nos últimos anos, será a maior aeronave do mercado operada com dois motores, com capacidade para entre 395 e 426 passageiros em duas classes e uma autonomia de voo de 16.190 quilômetros.

O Boeing 777X deverá bater de frente com o A350, sobretudo com a nova linha ULR (Ultra Long Range) que vem sendo desenvolvida pela Airbus e que vai, principalmente, ampliar a autonomia de voo do seu principal modelo.

O futuro das viagens passa pela conectividade a bordo

Qual é a senha do Wi-Fi? Muito se fala sobre aviões supersônicos e jatos movidos a hidrogênio ou outros tipos de combustível. No entanto, enquanto esse futuro não chega, a conectividade é um fator decisivo na experiência – ficar offline durante um voo pode ser quase um problema, embora haja quem goste de permanecer inalcançável.

Por isso, as fabricantes e companhias aéreas têm se debruçado em projetos de internet sem fio cada vez mais potentes. Se dez anos atrás iniciativas como essas ainda engatinhavam, de lá para cá houve um avanço significativo.

Trabalhos sendo executados na área de antena de internet sem fio de um avião

Neste quesito, Airbus, Boeing e Embraer têm avançado concomitantemente. De forma geral, os aviões hoje deixam a fábrica já com a estrutura tecnológica necessária para a instalação de redes de Wi-Fi – a Embraer, por exemplo, anunciou em abril que todos os seus aviões E2 passarão a sair da linha de montagem com internet da Intelsat.

Iniciativas assim são favoráveis para as companhias aéreas, que não precisam fazer atualizações nos aviões para a instalação de Wi-Fi depois da saída de fábrica, e podem fazer esse serviço chegar aos passageiros mais rapidamente. A decisão final sobre uso e o formato do serviço cabe às companhias aéreas, mas é difícil que alguma empresa queira conscientemente ficar de fora da festa. E as fabricantes sabem disso.

Quais são as opções de internet no avião?

Atualmente, a maioria das companhias aéreas cobra pelos serviços de internet a bordo – a gratuidade tem se limitado a aplicativos de mensagens. Geralmente, é possível comprar o Wi-Fi considerando critérios como velocidade de conexão ( o mais comum) ou tempo de uso. Em alguns trechos, como no meio do oceano ou em regiões polares, há a chance de perda de conexão.

No entanto, a Qatar Airways, por exemplo, instalou em seus aviões o Wi-Fi da Starlink, gratuito para todos os passageiros, e promete mais estabilidade e rapidez na navegação. Air France e United Airlines estão indo pelo mesmo caminho da Qatar, para ficarmos no grupo de companhias aéreas internacionais que operam no Brasil, além de outras companhias ao redor do mundo. Mas parece, de fato, ser uma tendência.

No futuro, certamente teremos ainda mais novidades, seja por meio de iniciativas das próprias fabricantes com inovações tecnológicas ou de uma novidades trazidas pelas companhias aéreas.

O avião é o meio de transporte mais seguro

Embora muitas pessoas tenham demonstrado preocupação em voar após as várias notícias que circularam sobre acidentes e incidentes com aviões comerciais e privados nos últimos meses, a aviação continua sendo o meio de transporte mais seguro do mundo. Cabe destacar que um acidente aéreo nunca tem uma causa única.

Airbus, Boeing e Embraer costumam dizer que o desenvolvimento de um avião começa pela segurança. Entre os diversos processos internos de controle na fábrica, as empresas enfatizam o treinamento de funcionários, canais para que possam reportar problemas e a redução da complexidade na montagem dos aviões. Além disso, os modelos são submetidos a testes de qualidade em condições regulares e extremas de clima e de segurança.

Etapa final de montagem na fábrica da Embraer em São José dos Campos

A bordo, novas tecnologias têm permitido aos pilotos ter total controle da “saúde” da aeronave. A Boeing, por exemplo, diz em seu site que o B787 tem um sistema de “automonitoramento” que comunica a equipes em terra a necessidade de manutenções corretivas ou preventivas. Com iniciativas como essas, as fabricantes podem coletar inúmeros dados para identificar eventuais problemas e atuar em soluções.

Boeing enfrenta crise de imagem por sucessivos problemas com aviões

A fabricante norte-americana, porém, não passa por um bom momento reputacional no que diz respeito à segurança. Em janeiro de 2024, ficou famoso o caso da porta de um Boeing 737 MAX da Alaska Airlines que simplesmente se desprendeu da aeronave em pleno voo.

O episódio trouxe à tona uma série de falhas internas no processo de fabricação de suas aeronaves, sobretudo com relação à qualidade dos materiais. Os problemas, porém, já vinham de antes: em 2018, duas aeronaves do mesmo modelo se envolveram em acidentes fatais em um intervalo de poucos dias. Não houve indício de erro dos pilotos.

Fábrica da Boeing em Seattle (EUA)

Já no início da década passada, todos os Boeing 787 ao redor do mundo ficaram no chão após a identificação de um problema elétrico na frota da Japan Airlines. O modelo voltou ao noticiário em 2024, também por supostos problemas de qualidade na fabricação das aeronaves, e há poucas semanas, devido ao acidente da Air India – cujas causas ainda não foram esclarecidas, e qualquer informação que venha de fora da investigação ou do que consta nas caixas pretas é mera especulação.

Destacamos que isso não faz dos aviões da Boeing (ou de qualquer outra fabricante) necessariamente inseguros. Trata-se, porém, de uma chance de aprender com essas falhas, especialmente as mais recentes, para aprimorar ainda mais os padrões de segurança.

E então, em qual avião embarcar?

A escolha depende muito do perfil de cada viajante. Para quem quer mais privacidade em voos curtos, o “cardápio” tem os aviões da Embraer e o Airbus A220. Para quem curte tecnologia e não quer chegar com aquela sensação de cansaço depois de uma viagem de longa distância, as melhores opções são o Airbus A350 e o Boeing 787 – pessoalmente, prefiro o A350! O mesmo vale para quem se preocupa com a questão ambiental nesse tipo de voo.

Como vimos, cada família de aviões é desenvolvida para atender a um tipo específico de demanda. E tanto em voos curtos quantos os de longa distância, uma série de tecnologias têm sido implementadas na corrida por uma melhor experiência aos passageiros, embora isso também dependa muito das atitudes das próprias companhias aéreas.

Vemos, no entanto, um avanço mais substancial para modelos de longa distância, como o Airbus A350 e o Boeing 787, o que é compreensível considerando os tempos de voo muito maiores e o impacto que isso traz para os passageiros.

Além disso, a evolução dos sistemas de segurança mostra que o setor atua constantemente para minimizar acidentes e incidentes que ainda preocupam tantos passageiros.

Na maioria dos casos, escolher o avião não é possível

Vale ressaltar que, se você quiser escolher proativamente o tipo de avião em que você embarcará, será necessário, em alguns casos, abrir mão de horários, preços e conexões que seriam mais convenientes. Para um voo doméstico no Brasil, por exemplo, caso queira viajar em um Embraer, a única opção será a Azul. Se fizer questão de se acomodar em um Boeing, a Gol será a sua escolha, invariavelmente. Se quiser um Airbus, aí as opções são Latam e Azul.

As informações sobre o modelo de avião sempre estão disponíveis durante a pesquisa de voos.

E para você, qual é o melhor avião para viajar? Tem seu preferido? Escreva nos comentários e nos conte o motivo!

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