Barcelona, turismo em excesso e aluguéis nas alturas: de quem é a culpa?
Barcelona, turismo em excesso e aluguéis nas alturas: de quem é a culpa?
Barcelona é uma cidade incrível, cheia de história, cultura e turistas do mundo todo. Mas tanta fama tem seu preço: o turismo em massa tem impactado os moradores de formas nada positivas, especialmente quando falamos de moradia. Aluguéis caríssimos e bairros perdendo sua identidade local são alguns dos problemas.
E no meio desse caos, aparece uma pergunta: quem é o culpado? O Airbnb, as políticas públicas ou o setor hoteleiro, talvez? Essa discussão está pegando fogo na cidade, e vamos te mostrar um pouco do que está acontecendo.
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O que o Airbnb diz?
O Airbnb, a famosa plataforma de aluguel de temporada, defende que não é o vilão da história. Eles argumentam que:
Sem construção de novas casas: a Espanha tem construído muito poucas casas nos últimos anos. Isso fez a oferta ficar menor do que a demanda, o que, segundo o Airbnb, explica os preços altos.
Hotéis dominam o turismo: a maioria dos turistas que visita Barcelona (75%, para ser exato) não fica em imóveis do Airbnb, mas em hotéis e albergues, que continuam crescendo e aumentando seus preços.
Imóveis vazios: para a empresa, o foco deveria ser em ocupar as milhares de casas que estão abandonadas na cidade, em vez de restringir aluguéis de temporada.
O Airbnb ainda diz que já removeu mais de 7 mil anúncios irregulares da sua plataforma desde 2018 e quer trabalhar com o governo para criar regras mais equilibradas.
O que o governo e os moradores pensam?
Já o governo de Barcelona e muitas associações de moradores têm outra visão. Eles acreditam que:
Aluguéis turísticos pioram a crise de moradia: muitos apartamentos que poderiam ser alugados para moradores acabaram virando imóveis para turistas, empurrando os preços para cima e expulsando os habitantes locais.
Muitas casas estão ilegais: mais da metade dos apartamentos listados no Airbnb em Barcelona não têm licença para operar. Isso dificulta o controle e aumenta a especulação imobiliária.
Devolução das casas aos moradores: o plano da Prefeitura de Barcelona é eliminar cerca de 10 mil apartamentos turísticos nos próximos anos, trazendo esses imóveis de volta para o mercado residencial.
Grupos como a Assembleia de Bairros para o Decrescimento Turístico (ABDT) também apontam que muitos proprietários utilizam licenças irregulares ou simplesmente não registram seus imóveis. Para eles, é fundamental fechar essas casas ilegais e criar políticas que garantam aluguéis mais acessíveis.
De quem é a responsabilidade?
Essa discussão tem lados bem opostos e é bem ampla. O Airbnb diz que os problemas de moradia vêm de antes e que as restrições à plataforma só beneficiam os hotéis, que cobram cada vez mais caro. Já o governo acredita que, sem controle, o Airbnb e outros aluguéis turísticos só agravam a situação, tirando moradores de suas casas.
No fundo, os dois lados têm pontos válidos. É verdade que faltam políticas habitacionais mais robustas e que os imóveis vazios poderiam ser usados para moradia. Mas também é fato que, em muitos casos, o turismo em excesso transforma bairros residenciais em áreas puramente turísticas, dificultando a vida dos moradores.
Barcelona é um ótimo exemplo do quanto o turismo pode impactar as cidades. Resolver essa crise não é simples e exige diálogo entre plataformas como o Airbnb, o governo e a população. Afinal, a ideia é encontrar um equilíbrio: permitir o turismo, mas sem sacrificar a qualidade de vida de quem vive na cidade.
Com informações do site Airbnb, jornal El País e portal El Diario.
Seja qual for o desfecho, essa história é uma lição para outras cidades que enfrentam problemas parecidos. Afinal, turismo é bom, mas deve ser sustentável – tanto para os turistas quanto para os moradores. O que você acha? Participe nos comentários!