Gol pressiona Olímpia por aeroporto atrasado e cobra agilidade nas obras
Gol pressiona Olímpia por aeroporto atrasado e cobra agilidade nas obras
O atraso no início da construção do Aeroporto de Olímpia, no interior de São Paulo, fez com que a Gol buscasse a prefeitura local por medidas que agilizem os trabalhos, segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo. O presidente do Conselho de Administração do Grupo Abra (do qual a companhia aérea faz parte), Henrique Constantino, se reuniu nesta semana com o prefeito de Olímpia, Geninho Zuliani.
Projeção do Aeroporto de Olímpia
Claro que a Gol tem planos bem definidos por trás desta movimentação, assim como Azul e Latam, que também têm grande interesse em Olímpia. Isso porque, segundo a prefeitura, a cidade e seus parques aquáticos recebem cerca de 3 milhões de visitantes por ano. Também segundo a prefeitura, somente em julho deste ano, Olímpia deve receber 500 mil visitantes. Por alguns, a cidade é chamada até mesmo de “Orlando brasileira”.
A atenção das empresas é tanta que, ao buscar voos para São José do Rio Preto no site da Gol, a companhia anuncia como “São José do Rio Preto – Olímpia”.
O atraso atual nas obras teria relação com as licenças ambientais para a construção do aeroporto, que ficam sob responsabilidade do governo estadual e ainda não saíram do papel.
A construção conta com um investimento inicial de R$ 500 milhões, vinculados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Um valor inicial de pouco mais de R$ 100 milhões, anunciado pelo governo federal ainda em 2023, foi retirado do projeto.
A promessa era de que as obras começariam no primeiro semestre deste ano, mas o prazo não foi cumprido – o que compromete a entrega prevista para o primeiro semestre de 2026.
Como será o Aeroporto de Olímpia?
Espaço onde será construído o Aeroporto de Olímpia
O Aeroporto de Olímpia mudará o cenário do transporte de passageiros e a infraestrutura logística do Noroeste de São Paulo. O terminal será construído em uma área de 200 hectares, a 20 km do centro da cidade, com pista de 2.100 metros de extensão por 45 metros de largura. É maior do que a da vizinha São José do Rio Preto (1.640m x 35m). Para fins de comparação, o aeroporto de Congonhas, na capital paulista, tem uma pista de 1.883 metros de comprimento e 45 metros de largura.
A expectativa é que até 1 milhão de pessoas embarquem e desembarquem no novo terminal todos os anos. A prefeitura de Olímpia também menciona a possibilidade de atrair voos de outros países da América do Sul para a cidade.
O terminal de Olímpia também poderá receber grandes aviões de carga, com um pátio de aeronaves de 200 metros para taxiar, simultaneamente, até 6 aviões tipo Boeing ou Airbus.
A Infraero será responsável por implantar, administrar e operar o novo aeroporto.
São José do Rio Preto pode perder voos?
São José do Rio Preto tem voos de Gol, Azul e Latam, e está a apenas 55 km de Olímpia. Uma consequência natural quando se tem dois aeroportos tão próximos com operações regulares de mesmas companhias aéreas é o que se chama de “canibalização”. E, neste caso, com o destaque que a vizinha vem ganhando, São José do Rio Preto tem muito a perder.
A cidade recebe, atualmente, até 2 voos diários da Gol, até 9 da Azul (que inclui frequências na alta temporada para o Nordeste), e até 4 ligações por dia da Latam. Se o terminal de Olímpia de fato sair do papel e for atraente para as companhias aéreas, dificilmente haverá espaço na região para dois aeroportos com o mesmo volume de voos que Rio Preto tem hoje.
Dentro e fora d’água, Olímpia se destaca no turismo
A cidade de Olímpia é conhecida principalmente por causa de seus parques aquáticos com águas quentes, atrações radicais e também com muitos atrativos para as crianças. O Thermas dos Laranjais é a principal atração – detém o título de maior parque aquático do Brasil e da América Latina!
Fora d’água, Olímpia vai ganhar nos próximos meses o seu primeiro parque de diversão “seco”. Além disso, em maio, a prefeitura aprovou uma lei que autoriza a instalação de cassinos em resorts da cidade.
A nova medida tem gerado polêmica, já que jogos de azar são proibidos no Brasil, embora haja um projeto em tramitação no Senado que pode liberar essa prática. A prefeitura diz que a implementação dos cassinos está atrelado à aprovação da lei federal.
