logo Melhores Destinos

Bastidores de Congonhas: conhecemos como funciona a segurança da pista do aeroporto

Daniel Akstein Batista
21/04/2025 às 14:00

Bastidores de Congonhas: conhecemos como funciona a segurança da pista do aeroporto

As promoções do Melhores Destinos no seu WhatsApp

Entrar

Com uma média de 540 voos por dia, entre pousos e decolagens, Congonhas é um dos aeroportos mais movimentados do Brasil. Para dar conta de toda a operação, o aeroporto conta com modernas tecnologias e estruturas que ajudam a levar mais segurança para a chegada e saída dos aviões.

O Melhores Destinos foi conhecer as tecnologias utilizadas para garantir a segurança e eficiência operacional na pista de Congonhas, no primeiro Workshop “Bastidores de Congonhas”, apresentado pela Aena, que administra o aeroporto de São Paulo desde 2023.

Sistema de pistas de pouso e decolagem

O grande diferencial da pista de Congonhas é o Emas (Engineered Material Arresting System), uma espécie de área de escape instalada em 2022 na cabeceira da pista principal.

Congonhas foi o primeiro aeroporto da América Latina a contar com essa tecnologia americana. Ela é bastante utilizada em aeroportos internacionais, principalmente naqueles que têm a pista mais curta.

O principal objetivo do Emas é evitar que o avião, caso perca o controle, atravesse e fuja da pista. Com uma tecnologia específica, essa área de escape ajuda a “segurar o avião”.

Confira os benefícios do Emas:

  • Maior segurança aos passageiros,
  • Mínimo dano à aeronave,
  • Facilidade e segurança em procedimento de evacuação de aeronave,
  • Rapidez na remoção da aeronave,
  • Recuperação ágil do sistema após eventual uso.

Como o aeroporto estava em pleno funcionamento quando visitamos Congonhas, por questões de segurança não pudemos entrar na pista para ver essa área do Emas, mas fomos parar embaixo dela para acompanhar a chegada e saída dos aviões.

A pista principal de Congonhas tem 1.940 metros de comprimento e 45 metros de largura, e não comporta grandes aeronaves como o Airbus A350, por exemplo. A construção do Emas, que fica nas duas pontas da pista, foi fundamental para garantir mais segurança durante os pousos e decolagens e, ainda bem, nunca necessitou ser usado.

Essa área de escape é feita de materiais de absorção de energia projetados para esmagar sob o peso de uma aeronave, aumentando o atrito da pista e proporcionando frenagem controlada, suave e consistente. O principal componente do Emas é a espuma de sílica, que mais parece uma pedra, mas é super leve e porosa.

Embaixo de uma das cabeceiras da pista, há dezenas de sacos repletos desse material, que só é usado quando há alguma revisão e manutenção na pista na área do Emas.

Tecnologia contra frenagens

A pista de Congonhas conta com outras duas tecnologias de pavimento que ajudam na segurança dos pousos e decolagens: o CPA (camada porosa de atrito) na pista principal e o grooving na pista auxiliar.

A estrutura porosa do CPA permite que a água da chuva escoe rapidamente para dentro da camada, reduzindo a lâmina d’água sobre a pista, diminuindo o risco de aquaplanagem dos aviões. Essa tecnologia oferece também um melhor atrito entre os pneus das aeronaves e o pavimento.

O grooving tem uma função bem parecida, evitando a hidroplanagem das aeronaves. A diferença está mesmo na tecnologia e componentes de cada um (enquanto o CPA é mais poroso, o grooving traz algumas fissuras).

Pista com o grooving. Foto: divulgação

Em dias chuvosos, a equipe de Congonhas conta também com uma tecnologia chamada de PCI (Pavement Condition Index), que escaneia a condição do pavimento.

Instalado em um carro, o PCI passa escaneando a pista rapidamente. Se a lâmina d’água passar dos 3mm, as operações no aeroporto podem ser interrompidas, mas isso nunca aconteceu.

Outro serviço que a equipe de Congonhas precisa estar atenta é quanto ao desemborrachamento da pista, para garantir a microtextura e macrotextura do pavimentos dentro dos parâmetros estabelecidos.

Para se ter uma ideia, a cada pouso um A320 ou um Boeing 737 solta cerca de 7 a 8 kg de borracha. E de tempos em tempos é preciso fazer essa retirada.

Todo esse procedimento que vimos faz parte do Manual de Operações do Aeródromo, um manual que estabelece periodicidade, pessoal envolvido e procedimentos, monitorando as condições físicas e operacionais do Aeroporto de Congonhas.

Além de toda tecnologia utilizada, os funcionários precisam estar de olho na região, pois não é incomum ter alguma obra perto do aeroporto com algum guindaste e grua que possa colocar em risco as operações de Congonhas – e, nesse caso, é preciso entrar em contato com a Prefeitura para tomar as devidas providências. Sem contar no gerenciamento do risco de fauna, cuidando para que animais não invadam a pista.

Conhecer esses bastidores de Congonhas foi bem legal para ter uma noção melhor de como funciona o aeroporto e o que é feito para voarmos mais seguros. Agora, vamos aguardar as melhorias estruturais de Congonhas, que vai ganhar um novo terminal e muitas novidades em 2028.


Você costuma pegar voos em Congonhas? O que acha do aeroporto? Deixe seu comentário!

 

Não perca nenhuma oportunidade!
ícone newsletter E-mail diário com promoções Receba as ofertas mais quentes no seu e-mail
tela do app do melhores destinos
Baixe grátis o nosso app Seja notificado sempre que surgir uma promoção